Fic pré-Hades, pouco antes da batalha. Tem tempo que eu vi, então perdoem-me caso algo saia do acontecido. Fic de presente para Lune Kuruta e em resposta ao Desafio de Imagens do Fórum Yaoi Saints.
Dohko levantara e sairia da posição em que ficara por séculos. Sempre guardando a mesma posição. Sentia uma mistura de pesar e leveza. Sentia-se leve por finalmente cumprir seu designo e, quem sabe, descansar em paz. Pesar por que sabia o que lhe esperava.
Depois de todos esses anos, ele não saberia como reagir.
Shion já havia se tornado uma memória na sua mente, algo como um sonho que acabamos de sonhar ou apenas um sentimento. Uma saudade imensa, uma dor terrível e uma vontade louca de viver com ele o que lhes foi roubado.
Já tinha tanto tempo que ele não sabia o que diria.
Sabia o que faria, o que devia ser feito.
Mas seu coração... Ah... Seu coração sabia o que sentia. Todas as parcas batidas de seu coração nesse tempo bateram pensando nele. E aquela dor que veio e aquela paz que partiu tantos anos atrás.
Era pedir demais, morrer e reviver ao lado dele, quem sabe?
Ou ao menos morrerem juntos?
Ou poder, de fato, vê-lo mais uma vez?
E Dohko estava com medo. Não o medo que se sente antes de uma batalha ou um momento em que se corre risco de morte. Mas um medo irracional, incontrolável e desmedido. Aquele tipo de medo em que não temos como explicar e que partiam não-se-de-onde.
Pela primeira vez em séculos, Dohko queria chorar.
Queria sentir o abraço de Shion dizendo que ia ficar tudo bem, que Athena seria vitoriosa mais uma vez e que ambos descansariam em paz na eternidade. Queria não se sentir de novo um adolescente bobo apaixonado, choroso por ficar longe do namorado no final de semana.
Ou por alguns séculos.
E ele queria tanto não amar Shion desse tanto.
Queria tanto não sentir saudade, não sentir pesar pela batalha iminente, não se sentir fraco e não ser tão forte. Queria poder fraquejar e se ajoelhar e chorar todas as lágrimas contidas, por todos aqueles momentos frios e solitários e memórias de um tempo que já passou.
Dohko sentiu o fantasma de um abraço contido nos seus ombros. Conteve as lágrimas. Ele estava ali.
E tudo aquilo que ele sentia era recíproco.
Mamãe, ficou pequetucha 3 Mas foi feita com amor 3