Saint Seiya não me pertence. Eu só escrevo para ganhar o meu dia e, eventualmente, o de outras pessoas também.
A intenção desta fanfic é destacar o afeto entre vários casais, envolvendo sempre dois caras (ou mais?). Não gosta, é contra e tem pavor? Que bom que não escrevi para você. Pode sair daqui, ninguém vai te obrigar a ler, não. No hard feelings, sério.
Se bem que vai ser slash beem diluído, não vou mentir. Nesse começo de fic, principalmente, apresenta-se mais o pano de fundo da história, não tanto slash.
Ieró Sancturary School vai ser bem diferente de Rigidez por algumas razões. Ela não vai se restringir a dois protagonistas e será essencialmente AU, muito embora tenda a ser longa também (ainda não sei a extensão exata dessa história). A história é praticamente uma paródia da Saga das Doze Casas do manga/anime original, só que vista pelo ponto de vista dos próprios dourados, claro, inseridos num universo todo diferente.
Atenção para o nome dos personagens que vão surgindo. Exceto pelo nome do Máscara da Morte, creditado a ficwritter Pipe, os demais (sobrenomes, na verdade) foram atribuídos por mim. Eu, no entanto, não vou fazer questão que me creditem por apenas juntar outro nome aos dos nossos cavaleiros, então, se quiserem, usem os nomes a vontade... Foram inseridos apenas por necessidade. Ainda me bate aquela sensação de não ter autoridade para dar nomes aos personagens, sabe?
Espero que gostem!
Enjoy your flight!
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O lamento da Ieró Sanctuary School
É com imenso pesar que dou início ao discurso de abertura de ano letivo mais triste da história da Ieró Sanctuary School. Nossa escola, como todos sabem, é parte essencial de um sonho construído por muitas pessoas, que hoje usufruem do método e da estrutura especial de ensino para crianças e adolescentes superdotados em pelo menos 17 outros países, fora a Grécia. Fico grato pela oportunidade que tenho de subir neste palco para dar as boas vindas a todos os meus estimados estudantes, com a alegria de quem sabe que este será mais um ano de conquistas, aprendizados e amizade.
No entanto, é preciso que nós nos lembremos também de coisas tristes, de pessoas queridas que não estão mais entre nós para vivenciar essas vitórias e essas alegrias.
Recentemente, em uma tragédia que continuará ecoando em meu coração, perdemos o nosso querido Professor Shion Prasad, idealizador da rede Ieró de ensino e brilhante diretor desta escola, e, como se não bastasse, no ano passado o vice-diretor professor Ares Ruud também nos deixou. Desde então, nestes últimos meses, eu, Saga Gizikis, venho tentando administrar a Ieró Sanctuary School da forma que considero mais próxima àquela adotada pelo meu colega Prasad. Não tenho a pretensão de dizer que estou a altura dele, pois sou ainda muito inexperiente na arte de educar, mas é em circunstâncias como estas que nós nos apoiamos em nossos verdadeiros amigos.
Este ano, meus caros, perdemos outro grande amigo. Há exatos trinta dias, o mundo viu tombar um dos empresários mais bem sucedidos da atualidade: o sócio majoritário da Ieró Corp e um dos filantropos mais ativos que o mundo já conheceu. Nós da Ieró Sanctuary School, por outro lado, perdemos não apenas o maior entusiasta do sistema Ieró de ensino, mas um verdadeiro amigo, que acreditava na educação como a chave para a construção de um mundo melhor. O nome deste homem que jamais esqueceremos é Mitsumasa Kido.
Eu tive o privilégio de conversar pessoalmente com o senhor Kido durante duas ocasiões apenas – e é nessas horas que lamento a distância entre nossos países e o fato de nossas agendas serem tão abarrotadas de tarefas, mas são estes os sacrifícios que fazemos pelos nossos sonhos. De toda forma, pude conversar com este generoso senhor nas duas últimas Convenções da Ieró Corp, e preciso confessar: depois de trocar as primeiras palavras com este homem, eu tive certeza de que não havia ninguém melhor do que ele para ser o sócio desta corporação.
Como todos sabem, um dos programas mais populares desta escola é o anual Programa Nika para Intercambistas Ieró, que dá aos nossos jovens a chance de estudar em outro país. Foi apenas com a ajuda do senhor Kido, meus caros, que este projeto se tornou realidade para tantos dos nossos estudantes. É a Fundação Graad, da família Kido, que orienta e administra os editais de intercâmbio, abertos para os estudantes Ieró de todos os países, com base nas sólidas regras estabelecidas não por mim, mas pelo ilustre professor Shion Prasad e seus antecessores.
Apesar do sucesso deste programa, que beneficia em média duzentos estudantes por ano, nós da Ieró Sanctuary School não pretendemos deixar de aprimorá-lo. Em homenagem aos colaboradores e amigos, como Shion, Ares e Mitsumasa, continuaremos a investir na melhora do programa, de nossas relações com as embaixadas e consulados, ampliando nossos convênios com as grandes universidades do mundo, bem como com os próprios governos.
Somente assim, meus caros, sinto que estarei fazendo a minha parte para contribuir com a educação de nossas crianças, pilares do nosso futuro a quem conferimos todo o nosso carinho, amizade, respeito, e, acima de tudo, nossa confiança. Somente assim, acredito ser possível retribuir todo o apoio que a Ieró Sanctuary School recebeu de seus idealizadores.
Desejo a todos um ótimo ano letivo, e lembrem-se de que estou aqui para ajudá-los sempre que for necessário.
Uma salva de palmas ecoou no espaçoso saguão de cerimônias da Ieró Sanctuary School de Atenas, ao mesmo tempo em que um homem alto e careca, de aparência refinada, abaixava o celular lá na última fileira do salão. O homem praguejou em voz baixa: talvez a filmagem não tivesse ficado boa, já que a parte em que os estudantes que aplaudiam (de pé ou sentados, ou mesmo aqueles que sequer se manifestaram) ficara um tanto desfocada por conta do movimento de suas mãos. Mas aquilo teria de servir, mesmo porque a parte mais importante havia sido registrada com a precisão de suas mãos firmes. O homem se afastou para o canto do saguão para evitar a multidão que se dirigia lentamente para a saída, e discou um número no aparelho.
- Senhorita Saori? – o homem tapou o ouvido, tentando isolar o barulho da horda de estudantes uniformizados que marchava logo ao lado – Aí está o vídeo do homem, como me pediu. Não sei o que você está procurando nele, mas não ouvi nada de mais... Sim, os meninos estão bem, agora estão voltando para arrumar as coisas no dormitório. Vão ficar no dormitório Júnior, isso. Já os avisei que estou indo pegar o vôo agora mesmo. Certo, senhorita, não se precipite: espere eu chegar aí, e eu assino a papelada. Claro, você logo vai estar aqui também (pra quê a pressa?). Ok, estarei aí logo mais. Me ligue, se acontecer algo. Senhorita...
O homem desligou o celular, enfiando-o no bolso interno do paletó com um suspiro. Saori Kido tinha apenas oito anos e agia como se tivesse o dobro da idade. E tudo bem ela ser especial – uma criança prodígio, como o seu falecido chefe não parava de lembrá-lo – mas era saudável aquela obsessão que a menina desenvolvera pela Ieró? Se tinha algo bom na morte de Mitsumasa Kido, o homem pensava, era o fato de que agora Saori seria obrigada a permanecer no Japão por mais um tempo, antes de ser transferida para a Ieró Sanctuary School em Atenas com as outras crianças, como já tinha decidido Mitsumasa Kido. Não era seguro para uma menina como ela, ainda mais quando a escola já sofria com o desaparecimento de um dos estudantes veteranos (que por sinal, o homem notou, sequer foi mencionado no discurso do diretor).
De qualquer modo, não deixava de ser esquisito para ele, receber ordens de uma garotinha de oito anos, por mais inteligente que ela fosse. O homem alisou o paletó e seguiu para a saída do saguão, depois de uma olhada resignada no pulso para conferir as horas. O jato da família Kido já o estava esperando do outro lado do pátio, e ele apertou o passo, a careca brilhando à luz do sol do verão grego. Mal ocupara seu assento, o celular tocou estridente. Ele suspirou novamente ao ler no visor o nome de um dos contadores da Graad em seu celular: era hora de voltar ao trabalho normal, e deixar para lidar com a pequena Saori apenas quando chegasse a Tóquio.
- Tatsumi falando, e seja breve, que o jato já vai decolar.
O jato alçou vôo instantes depois sob o olhar dos estudantes do Ieró Sanctuary School, Escola Internacional para crianças superdotadas.
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Fim do capítulo 1. Confusos? Espero que esteja do agrado!
Até mais, e MUITÍSSIMO OBRIGADA a quem leu esta primeira parte!
