Título: SÓ MEU

Autora: Samantha Tiger Blackthorn

Beta: Ifurita

Anime: Gravitation

Casal: Yuki x Shuichi

Classificação: PG-13, T, já sabe,bem Flufy! Só os sentimentos intensos.

Gênero: YAOI, Romance, Humor.

Resumo: Yuki merecia uma lição, precisava aprender o verdadeiro valor de Shuichi em sua vida. A vida nos ensina todas as vezes que perdemos algo valioso, que nos faz muita falta, nos deixa um vazio no coração. - Yuki x Shuichi

Avisos: A história é YAOI, ROMANCE ENTRE DOIS HOMENS, se não gosta não leia.

Disclaimer: Essa história é baseada nos personagens e situações criadas do anime Gravitation, baseado no mangá de mesmo nome e pertencentes à Murakami Makie. Não há nenhum lucro, nem violação de direitos autorais ou marca registrada.

Agradecimentos: Agradeço às amigas que me deram uma mãozinha, com suas opiniões e idéias: Lady Anúbis, Érica e Yume Vy. Em especial à Yume que me deu uma luz para o final da fic quando eu já estava desesperada achando que não ia conseguir cumprir o prazo. Agradeço também à minha filhota Ifurita, que betou em tempo recorde. Obrigada à todas! Agradeço inclusive ao Omi, dono do presente, a quem eu dei uma enganada, e que me socorreu na última hora... XD

Dedicatória: A história foi escrita para o amigo secreto de 2009 do Secrets Place, presente para o meu amigo Omitchi, de todo coração. Omi, adorei tirar você, espero que tenha ficado do seu gosto. Um beijo grande!


SÓ MEU

1ª Parte

— Yukiiiiiiiiiiiiiiii!

Era quase noite quando Shuichi chegou do ensaio, agitado como sempre e abriu a porta, entrando no apartamento silencioso e escurecido.

— Yuki! Yukiii! – Foi chamando e entrando, indo direto para o quarto do escritor.

Sobre a cama uma toalha jogada, a porta do banheiro da suíte aberta, de onde vinha o cheiro de sabonete misturado ao do perfume preferido de Yuki, o guarda roupa aberto, mostrando os espelhos grandes que tomavam o lado interno das portas, os cabides desalinhados pela pressa. Ele não estava e pelo perfume que ainda pairava no ar fazia pouco tempo que tinha saído. Começou tirar a roupa e entrou no chuveiro, sentindo-se ainda mais cansado com o desanimo. Tomou banho rapidamente, colocando uma yukata confortável depois de se enxugar.

Sentou-se na beirada da cama desanimado, sentindo-se solitário. Lembrou-se que talvez ele tivesse escrito um bilhete e olhou à sua volta ansioso, no criado mudo, sobre a cômoda, talvez preso no espelho, só para constar com tristeza que ele não havia mesmo deixado nenhum, nada. Deixou-se cair na cama suspirando melancólico, fechando os olhos úmidos com força para afastar a sensação ruim. Era nessas horas que se sentia um intruso, que não fazia parte da vida dele.

Forçou-se a se levantar dali, onde o cheiro dele misturado ao perfume o envolvia, lutando consigo mesmo. Voltou para a sala, ligando a televisão, o barulho do estomago roncando alto competindo com som da televisão. Isso era a fome começando a apertar... Ou será que era por causa da ansiedade? Largou o controle remoto e foi à cozinha, abrindo a geladeira, tirando o leite e frios. Colocou o leite com chocolate no forno de microondas para aquecer e começou a fazer um sanduíche para si.

Quando o apito do eletrodoméstico soou, colocou o chocolate e o sanduíche numa bandeja e foi se sentar diante da TV, no chão, apoiando as costas no sofá e a bandeja no colo. Pegou o controle remoto esquecido sobre o estofado, passando por todos os canais em rápida sucessão, procurando qualquer coisa que pudesse distraí-lo. De repente um programa o interessou.

São dezenove horas e está para começar a premiação mais esperada do ano, o Penkurabu Awards*, com grandes nomes indicados...

Várias celebridades passavam pelo tapete vermelho, chegando ao evento. Logo as imagens passaram para o interior do local prendendo totalmente a atenção de Shuichi, que comia tranquilamente com os olhos fixos na telinha, momentaneamente esquecido de suas tristezas, assistindo os premiados do ano, quando de repente anunciaram os indicados aos melhores autores literários na categoria romance...

Os indicados** a melhor Romancista são:

Amaya Kato, autora de "Coração de Fogo"

— Hana Matsuura, autora de "Flores Secas"

— Assuka Odawara, autora de "Vale do Sol"

— Keiko Miyatake, autora de "Páginas Marcadas"

Yuki Eiri, autor de "Asas do Destino"

Shuichi arregalou os olhos com aquele último nome. Seu coração quase saiu pela boca, ao ver a imagem do escritor no enorme telão do palco, mostrando-o sentado na platéia, sério e compenetrado. Colocou a bandeja ao lado, perdendo o interesse pelo lanche, vidrado na transmissão ao vivo. Torcia os dedos das mãos, aflito, enquanto o apresentador abria lentamente o envelope com o nome do vencedor.

E o Romancista do Ano, eleito pelo voto popular... – Retirou o cartão do envelope sorrindo e parando por alguns segundos aumentando o suspense, antes de anunciar o nome com entusiasmo. — YUKI EIRI, autor de "Asas do Destino"!

O cantor pulou do chão, batendo palmas e dançando pela sala enquanto a platéia explodia em aplausos, vendo o loiro pelo telão se levantar e caminhar elegante, com um sorriso discreto nos lábios, até o palco e receber o premio, fazendo os agradecimentos de improviso, já que não tinha papel nenhum na mão.

Quero agradecer aos meus Editores, que sempre me cobram noite e dia, principalmente quando estouro os prazos... – Riu divertido, sabendo o quanto aquilo era verdade... — Às minhas fãs que são meu maior incentivo e a uma pessoa em especial, que foi e ainda é minha constante fonte de inspiração... Muito Obrigado! – Levantou o premio e saiu do palco, conduzido por uma das moças do cerimonial da premiação.

Os olhos de Shuichi brilharam de felicidade, ao ouvir aquelas palavras finais, tendo um daqueles seus surtos de entusiasmo explosivo. Esqueceu-se completamente de continuar assistindo o evento, correndo para a cozinha pensando que aquilo merecia uma comemoração à altura. Abriu a geladeira e os armários procurando ingredientes para fazer um jantar especial, a ocasião merecia.

— Ownnn... Pessoa . ... – Sussurrava, cortando os legumes, o frango e o polvo, preparando o jantar, os olhos brilhando de felicidade. — Ele me chamou de Fonte de Inspiração! – Suspirou, quase flutuando, contente demais para pensar em qualquer outra coisa.

Deixou a comida adiantada na geladeira voltou à sala para por a mesa, usando uma linda toalha de linho e a louça mais bonita que encontrou na cristaleira da sala. O móvel em si era uma antiguidade do século XIX, herança de família, assim como os castiçais que colocou no centro da mesa.

Estamos ao vivo nos bastidores dessa maravilhosa festa com o Romancista do Ano, o autor Yuki Eiri. – A voz da repórter chamou a atenção de Shuichi, que correu para frente da TV, onde o rosto lindo do seu loiro tomava toda a tela. — E então, qual a sensação de ter ganhado esse premio tão importante com uma história intensa e emocionante como "Asas do Destino"?

É realmente uma surpresa agradável, eu não esperava que justamente esse livro em especial rendesse um premio nacional.

Você disse que precisava agradecer a alguém que tem sido sua fonte de inspiração... Uma pessoa que inspira um Best-Seller, campeão de vendas em todo Japão, tem que ser muito especial. Poderia nos dizer nome dela?

Nesse momento os cantos dos lábios do escritor se erguem em um sorriso indecifrável, fazendo o coração de Shuichi se acelerar e a boca se abrir em expectativa, por pensar que ele diria seu nome em cadeia nacional... Mas antes que Yuki abrisse a boca e dissesse qualquer coisa, uma loira espetacular, uma das cantoras pop do momento, chegou por trás e se colocou ao lado dele, enlaçando seu pescoço.

Shuichi arregalou os olhos de indignação, ao ver que o seu namorado não esboçou nenhum gesto de repúdio, nenhuma reação de aversão ao gesto de intimidade da moça. Deixou que ela o abraçasse como se fizesse isso todos os dias e fosse algo totalmente natural. Aliás, ele parecia muito à vontade com ela. Ficou doido de raiva e ciúme com isso e ficou pior ainda ao ouvir as palavras dela...

Eu sou a fonte de inspiração de Yuki Eiri... – A loira disse com uma voz suave e um sorriso brilhante no rosto perfeito, encostando a face no ombro do escritor.

Sayuri Haga, uma das cantoras mais populares do cenário nacional! – A repórter falou entusiasmada sem notar que o escritor não dissera nada. — Yuki Eiri e Sayuri Haga! Vocês formam um belo casal, que revelação, hein? Meus parabéns! – Ela olhou para a câmera, continuando a falar com os telespectadores. — Continuamos com a transmissão do Penkurabu Awards*, direto do palco, com o apresentador Hiroshi Nagai. – A imagem voltou para a premiação, deixando um Shuichi louco de raiva e cego de ciúme no meio da sala.

Assim que a câmera deixou de transmitir e a repórter saiu com o cinegrafista, Yuki Eiri desvencilhou-se dos braços da cantora, estreitando os olhos e colocando alguma distância entre eles. Olhou-a de cima a baixo, mas não disse nada, não estava nem aí mesmo para o que diziam, o que saía nos jornais, as fofocas, nada disso o incomodava. Só se importava com a sua vida, nada mais, e sua vida eram seus livros e um rapaz de cabelos rosa que a essa hora já devia estar em casa esperando por ele.

Voltou à platéia, disposto a assistir ao restante da premiação, de preferência bem longe daquela cantora atrevida. Sentou-se no lugar onde estivera antes de receber o premio, ao lado do seu editor. O restante do evento até que foi interessante, agradável, a maioria dos prêmios bem óbvios, já que eram escolhidos pelo povo e geralmente já se sabia as preferências do público.

oOo

O evento já havia encerrado e o coquetel estava animado quando Shuichi chegou, ainda com o sangue fervendo nas veias. Fora o tempo de apenas colocar uma roupa, e enfrentar o transito congestionado para chegar lá, afinal era um dos eventos mais badalados do ano. Entrou no salão, lotado de celebridades por metro quadrado, onde certamente aquela loira desaforada devia estar, vasculhando o local com o olhar até encontrá-la, conversando com uma morena muito bonita, provavelmente atriz.

Bufou, nem mesmo pensou em nada, na situação constrangedora, na inconveniência, nem na mídia presente, ou na repercussão dos seus atos, só queria falar com ela, a qualquer preço. Foi avançando entre os presentes, ignorando os cumprimentos, o olhar preso nela que ainda não tinha reparado na sua presença. Chegou perto, fazendo-se notar, vendo que as duas pararam de falar e olharam para si.

— Como você teve coragem? Não tem vergonha não, sua baranga? – A loira arregalou os olhos, espantada demais com a ofensa para ter uma resposta, nem sabia do que se tratava...

— O que...? Quem é você, seu grosso sem educação?! – Ela perguntou, ficando vermelha ao notar que as pessoas paravam de falar e começavam a olhar para si. — Não te conheço, como se atreve...?

— Acho que ele é o vocalista daquela banda de pop-rock, Bad Luck... Vi uma apresentação deles num programa de televisão... – Falou a atriz morena, chegando mais perto da cantora.

A alguns metros dali o escritor acompanhava uma conversa, apenas por educação, louco para ir embora, quando escutou a voz do namorado perigosamente alterada. Virou-se, vendo os cabelos rosa de longe, a postura irritada, as duas mulheres com a expressão raivosa, nem percebeu que já estava caminhando rapidamente de encontro a eles, talvez pudesse evitar um escândalo.

— Ahhh... – A loira fez uma cara de quem se lembrava vagamente. — E eu devia ter vergonha de que hein? – Perguntou ainda sem entender.

— Desde quando você e o Yuki estão juntos? – Shuichi perguntou a queima roupa, sem dar atenção ao que a loira dizia.

— Cala a boca imbecil! – Yuki interrompeu a baixaria de chofre, surpreendendo os três.

— Yuki...! – Shuichi olha o amante, os olhos entre assustados e raivosos. – Essa perua esganiçada que se jogou em cima de você e eu é que sou imbecil?

— Perua esganiçada? – Sayuri levantou a voz, chamando ainda mais atenção.

— Não seja ridículo! Chega! Não quero um escândalo.

— Ri... dículo...? – O rapaz se sentiu ofendido e humilhado com as palavras do escritor que nem lhe deu atenção e saiu andando pelo meio das pessoas rumo à rua.

Shuichi mal ouvia as vozes das duas mulheres que falavam às suas costas, nem notava as outras pessoas que cochichavam entre si, seu olhar e sua atenção estavam nas costas do loiro alto que deixava a festa sem olhar para trás. Esqueceu de tudo e correu atrás do escritor, tentando alcançá-lo antes que chegasse ao carro.

O que nenhum deles notou, era que o canal de televisão continuava fazendo tomadas da festa e que um dos cinegrafistas estava com a câmera ligada na direção da pequena confusão.

oOo

— Yuki! Yukiiiiiiiiiiiiii!

O escritor andava rapidamente sem dar atenção aos berros que ouvia atrás de si. Na verdade pensava por que mesmo gostava daquela personalidade irritante e escandalosa, e ao mesmo tempo em como não conseguia deixar de gostar apesar de tudo. Era contraditório, sabia disso, mas não conseguia evitar. Ele tentara inúmeras vezes se distanciar, algumas com delicadeza, outras com grosseria, e outras ainda de modo bem desastrado, mas Shuichi simplesmente não desistia.

Tragou o cigarro, soltando a fumaça no ar, enquanto andava pensativo. Talvez fosse isso que o encantasse nele, aquela insistência, a perseverança em amá-lo incondicionalmente, a despeito de tudo que fizesse ou dissesse, ele não o deixava. Não gostava de pensar que tinha uma carência enorme enraizada dentro de si, gostava menos ainda de pensar que só Shuichi conseguia suprir essa carência e acalmar seu coração. Ao lado dele se sentia bem, tranqüilo, seguro.

— YUKIIIIIIIIII! Es-esperaaaaaaa...

O grito estava bem mais perto, para falar a verdade, logo atrás de si, mas isso não era motivo para parar e olhar para trás. Aliás, não era motivo nem para pensar na possibilidade de atender ao pedido quase sem fôlego. Parou ao lado do Mercedes negro, desativando o alarme e destravando a porta, quando alguém se chocou contra o carro.

— Yu... Yu-ki... – Falava entrecortadamente, agarrado à lateral do veículo. — Eu... Eu pre-ciso falar com vo-você...

— Já não te disse para não se jogar assim? Ainda vai arranhar a pintura. – Reclamou sem olhar para o rosto chocado do cantor, abrindo a porta e se sentando atrás do volante.

— Você se preocupa mais com esse maldito automóvel do que comigo... – Falou manhoso segurando a porta para que ele não a fechasse. – Não quer ouvir o que eu tenho pra dizer?

— O carro me dá mais satisfações pessoais do que problemas, o que não é o seu caso. – Respondeu, jogando o troféu no banco do passageiro e colocando o cinto de segurança. — E eu já sei o que você tem pra me dizer...

— Como? Ma... Mas eu...

— Provavelmente quer reclamar e choramingar por eu ter interrompido aquela cena lamentável. – Segurou a porta olhando para a mão dele. — Com licença? – Bateu a porta, abrindo a janela e jogando a guimba do cigarro através dela.

— Yukiii! Me deixa falar, eu... Eu preciso... – Apoiou na janela do carro, abaixando-se e o olhando de perto.

— Olha aqui, estou cansado, irritado, com dor de cabeça. – Colocou a chave na ignição, ligando o carro e olhando friamente nos olhos do amante. — Se não for para me pedir perdão pelo vexame no meio daquela festa insuportável, não precisa dizer nada.

— Vexame? Mas f-foi ela q-que...

— Como eu pensava. – Bufou, engatando a marcha à ré, destravando o freio de mão. — Me faça um favor Shuichi... – Encarou-o com raiva, fazendo o cantor dar um passo atrás. — Suma da minha frente! – E saiu com o carro deixando o rapaz surpreso e chocado parado no estacionamento.

oOo

Andava cabisbaixo, com as mãos nos bolsos, quando sentiu o vento o atingindo forte, esvoaçando seus cabelos. Levantou a cabeça e reconheceu o lugar. Foi onde encontrou Yuki pela primeira vez. Fazia duas horas que Shuichi estava perambulando pela rua, sem destino certo, caminhando chateado. Sentia-se cansado, então sentou num dos bancos, o que aconteceu passando pela cabeça novamente, pensando em onde será que tinha errado.

Olhava a cidade iluminada, o céu fechado, cheio de nuvens... Começou a garoar, mas esse era só mais um detalhe ruim no seu dia. As lágrimas começaram a escorrer, disfarçadas pela garoa que caía, mas ele nem notava, tão absorvido estava na tristeza.

— Oiê, Shuichiii! – Sentiu a mão em seu ombro, batendo com entusiasmo.

— Hã? – O cantor levantou o olhar. – Oh, olá Ryuichi-san...

— O que está fazendo aqui, está chovendo, pode ficar resfriado! Está sozinho? – Sentou-se ao lado dele no banco, sem se importar se estava molhado. — Estou com o carro aqui perto, se quiser posso te dar uma carona e...

— Não posso! – Disse num soluço, caindo em um pranto silencioso. — Nã-ão posso voltar, não tenho pra onde ir...

— Mas você não está morando com Yuki-san? Tohma me disse que...

— Ele me botou pra foraaaaaa! – Ouvir o nome de Yuki foi fazê-lo cair na realidade de uma vez só, foi a gota d'água e ele explodiu num choro convulsivo. — Me... Me mandou sumiiiirrrrrr!

— Mas... Talvez ele não tenha querido dizer isso... Talvez seja só... Um mal entendido e...

— Por que, por que, por queeeeeeee! Ele me odeiaaaa! Sempre me deixa de fora, me ignora, não me dá nenhuma atenção! – Chorava e falava sem parar, mergulhado nos seus sentimentos depressivos. — Me trata como um... Um estranho e agora... Agora me coo-olocou de vez... Pra... Pra fo-oora...

— Hummm... – Resmungou pensativo, colocando o braço direito no ombro de Shuichi o confortando, enquanto pensava num modo de ajudá-lo. — Olha Shu-chan, por que você não vem comigo pra casa? Amanhã você pode pensar melhor no que fazer...

— Mas... Eu não quero incoo... – Soluçou. — Incomodar...

— Não vai... Você não pode ficar molhado assim, não é bom, pode ficar sem voz. – Argumentou. — Eu sei o que estou falando, você toma um banho quente, descansa, amanhã vai pro ensaio e vai saber o que fazer.

— Você... Você acha...?

— É claro, e se não souber, pode ficar uns dias até decidir. – Disse suavemente, levantando-se do banco e o puxando, o levando consigo até o carro, estacionado numa rua próxima. — Eu gosto muito de você Shindou-san, tenho prazer em te ajudar...

oOo

— Nossa! Você tá com uma cara péssima! – Hiroshi ergueu a cabeça, quando ouviu o barulho da porta, parando a afinação da guitarra.

— Bom dia Hiro...

— Que foi... – Riu brincalhão, vendo as olheiras dele, sentando numa cadeira. – Yuki te deixou amarrado numa cadeira a noite toda?

— Ele... – Shuichi levantou a cabeça, mostrando os olhos inchados e avermelhados, de quem havia chorado muito durante a noite. — ...Me mandou embora.

— E você foi? – Hiro arregalou os olhos, sabendo o quanto o amigo era insistente e perseverante quando se tratava do namorado. Não conseguia imaginá-lo deixando Yuki Eiri. — Onde você estava então? Por que não foi lá pra casa?

— Sakuma Ryuichi me encontrou, e se ofereceu para me hospedar na casa dele. Foi lá que passei a noite.

— E o que você vai fazer agora?

— Eu... Eu não sei... – Levantou o rosto, o olhar perdido na face do amigo. — Nunca fiz parte da vida dele mesmo... – Suspirou, ainda olhando para Hiro, pensativo. — Acho que preciso pensar... Como Ryuichi me disse, não posso voltar lá, não ainda.

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Continua...


* - Penkurabu é um tipo de clube de poetas, escritores e novelistas.

** - Todos os autores indicados e os nomes dos romances foram inventados por mim, menos Yuki Eiri que pertence ao anime, e 'Asas do Destino' que foi um título criado por Lady Anúbis (para um dos romances dele numa fic que ela escreveu) que gentilmente me deu permissão para usá-lo.


Esse é um dos animes que mais gostei de assistir: leve, engraçado, divertido. Foi gostoso e ao mesmo tempo um desafio escrever com ele, atendendo a um pedido do meu Amigo Secreto, que a maior exigencia era que não tivesse lemon... Rs Ele queria uma história flufy, e caiu justo comigo... Mas foi um desafio cumprido à risca, apesar de as pessoas me cobrarem a noite ardente do casalzinho. ^^/ Espero que tenham gostado.

Meus agradecimentos a todos que leram, aos que vão deixar review ou não, qualquer que seja o motivo. Muito obrigada.

Samantha Tiger Blackthorn.