Ok, este é o meu primeiro fanfiction por isso sejam simpáticos. Espero que gostem.
Não posso a Trilogia do Batman nem as suas personagens
Uma Proposta...
O vento soprava lentamente sobre as folhas das árvores levando consigo os raios de luz do sol do meio da manhã. Eram estes pequenos momentos de tranqualidade que eram raros aqui. Na cidade cujo o crime não descansa nem dorme, onde os senhores do crime se mutilam uns aos outros só por causa de uma arma, onde os mafiosos se desfarção de boas pessoas para descobrir a melhor maneira de fazer todos cair. Senhoras e Senhores, bem-vindos a Gotham. A Cidades das Trevas. Mas, nem tudo é escuridão. Pois está cidade continua cheia de pessoas boas. Só tens das saber procurar e por vezes é preciso procurar muito bem.
Esta cidade passou por muito mas sempre, tal como uma Fênix, renasceu das cinzas… Bem, talvez com uma ajudinha. Alguns o chamam de criminoso outros de herói. O Guardião de Gotham. O Cavaleiro das Trevas. O Batman. O homem que salvou Gotham, pelo menos, 3 vezes. Um heroi de noite, um playboy de dia. Se calhar esse é mesmo o melhor disfarce. Quem é que iria suspeitar que o Bruce Wayne, o Princípe de Gotham, era um vigilante mascarado? Mas uma vida destas pode ser solitária. Não ter ninguém a quem contar o todas as verdades e todos os segredos do seu interior. Quer dizer ele tinha Alfred mas não era suficiente. Ele queria alguém que soubesse como era viver assim. Dividido ao meio. Ele queria mais. Ele teve mais.
- Mestre Wayne. – chamou Alfred segurando uma bandeja de prata na entrada do quarto de Bruce.
- Sim, Alfred.
- Vejo que continua a observar os jardins. Tal como fez nos últimos meses. – disse o mordomo vendo que o homem mais novo debruçado sobre uma janela fachada apoiando-se sobre o braço esquerdo olhando para o exterior com um olhar vazio de costas para ele.
- Não sei se vou conseguir reabituar-me a isto tudo, Alfred. Não reconheço a mansão, o bosque, os jardins… nem mesmo o meu quarto. Quer dizer, eu nasci aqui, eu cresci aqui mas agora… é como se estivesse num lugar completamente diferente. – explicou Bruce virando o olhar para os olhos esverdeados de Alfred.
- É normal, Mestre Bruce. Esteve algum tempo fora. Vai ver que tudo vai voltar ao normal. – respondeu Alfred pousando a bandeja com fruta e sumo em cima da mesa de madeira.
- Eu voltei a acerca de 2 anos. Eu já me devia ter habituado a isto a muito tempo.
- Na verdade, o senhor voltou a 2 anos, 1 meses e 17 dias.
- A sério, Alfred. Estás a contar os dias. – disse Bruce com uma risada virando de costas a janela.
- E as horas, senhor. – respondeu o mordomo com um pequeno sorriso.
Bruce deu uma olhada rápida ao seu quarto. Continuava o mesmo dês que ele saiu de Gotham. Os mesmos moveis, as mesmas cortinas, a mesma cama… tudo estava igual. Ele lembrou-se de quando era mais novo, quando ele e o seu pai brincavam e conversavam neste mesmo quarto. Bruce ainda se lembrava de quando o seu pai lhe emprestava o seu estetoscópio e as horas que eles passavam só a ouvir os corações um do outro. Ele também se lembrava do coração do seu pai. Forte, reconfortante e suave. Um coração que parou por uma bala disparada por um verme ladrão que tudo o queria era dinheiro. Essa foi a entrada de Bruce para as trevas, o lugar que ele acreditava que iria viver até ao dia da sua morte e onde se enterrava cada dia que passava, sem numa saída para a luz. Ele teve saídas mas perdeu-as todas. Todas. Bruce andou até a pequena mesa no centro da sala e pegou no copo de sumo de laranja.
- A alguma coisa para fazer hoje na empresa? – perguntou ele dando um golo do sumo.
- Não, o Mr. Fox avisou-me ontem que tudo está a correr bem. Hoje o senhor pode dizer que tem "um dia de folga." – respondeu Alfred saindo do quarto – Tenha um bom dia, Mestre Bruce – disse o mordomo fechando atrás de si.
Bruce olhou novamente para a janela. Na verdade, não era só o seu quarto que não tinha mudado. Toda a mansão estava exatamente igual. A casa, os jardins, o bosque e a… caverna. Ele só tinha ido lá uma vez dês que voltou e tudo estava exatamente na mesma. Todo o equipamento estava lá, a cascata ainda corria e os morcegos… de certeza que nunca iriam sair dali. Bruce tinha a certeza que tinha feito o mais correto quando entregou a Batcaverna ao John Blake. Ele era um rapaz corajoso e determinado que iria cuidar bem de Gotham no lugar dele, se bem não como Batman. Quando Bruce regressou a Gotham ele e Blake conversaram. John disse que não era merecedor da capa do Batman por isso criou um uniforme dele e tornou-se no Asa Noturna. Agora era ele que protegia a cidade. Não Bruce e tinha de ser assim. O Batman tinha de morrer para o Bruce Wayne poder viver, e desta vez uma vida normal. Mesmo que não tenha durado muito.
Então algo chamou a atenção de Bruce. Um carro preto parou a entrada da mansão. Bruce conseguiu ver uma pessoa a sair do carro mas não percebeu quem. Nesse momento alguém bateu a porta.
- Alfred! – gritou Bruce na expectativa que mordomo o ouvisse e fosse abrir a porta.
Instantes depois, voltaram a bater. Bruce suspirou. Naquele momento o Alfred devia estar na cozinha a fazer a limpar a loiça e de certeza que não iria ouvir do quarto. Bruce pousou o copo da mesa e desceu as escadas. Ele não estava a espera de ninguém e pelo que sabia Alfred também não. Então quem estaria a porta? Só havia uma maneira de saber e com um só movimento rodou a maçaneta. Quando abriu a porta viu uma rapariga de cabelos ruivos acastanhados que lhe só lhe chegavam aos ombros, olhos castanhos bronze sem qualquer maquilhagem, lábios finos cor de rosa e de nariz arredondado. Ela também usava uma jaqueta castanha, umas calças de ganga, umas sapatinhas a condizer com os olhos e uma mala preta de ombro. Devia ter 15 anos, máximo. O que aquela rapariga fazia ali? O que queria? Então ela tirou um distintivo do bolso das calças e mostrou a Bruce.
- Detetive Martha Grey, NYPD. Gostava de falar com o Bruce Wayne se possível?
- Sou eu. – respondeu Bruce um pouco confuso.
- Posso entrar, Mr. Wayne? – perguntou a detetive com um sorriso que Bruce não pode identificar.
- Claro, entre.
Bruce saiu da frente da porta deixando Martha passar. Uma detetive? Como era possível! Aquela rapariga nem sequer tem idade para conduzir um carro quanto mais resolver crimes. Se calhar o de distintivo é falso ou roubou a um polícia? Não, ele conhecia o número de todos os distintivos de Gotham para trás e para frente e 7592 não era um de certeza mas é impossível que aquela rapariga seja uma polícia. O que será que ela estava a tramar? Parece que ele vai ter de descobrir.
- Não é muito nova para ser polícia, Menina Grey?
- Assim tão mau ser uma rapariga prodígio. – respondeu Martha desta vez com um sorriso travesso que não era estranho para Bruce. Ela andou até ao sofá do hall e sentou-se – E além do mais, eu não sou polícia. Sou detetive. Há diferenças.
- Bem, a "Menina Detetive" quer um chã ou alguma coisa? – perguntou Bruce sentando-se no sofá oposto ao de Martha.
- Cidreira com açúcar, por favor.
Nesse momento, Alfred apareceu com uma chávena de chá quente e entregou-a a Martha. Bruce as vezes ficava espantado como Alfred conseguia ouvir tudo o que se passava naquela casa. Ou um vaso parte ou uma planta seca, já Alfred tem um plano de reserva e pelo que parecia ter vários bules de chã a ferver era um deles.
- Obrigada, Mr. Pennyworth. – disse Martha soprando sobre a chávena de chã. Alfred e Bruce entreolharam-se. Como é que ela sabia o nome de Alfred? Aquela rapariga parece cada vez mais estranha.
- Então, Menina Grey, o que a traz a Gotham? – perguntou Bruce enquanto Martha dava um golo de chã.
De repente a cara sorridente de Martha mudou para uma cara seria, quase sombria, e os seus olhos dourados passaram à uma tonalidade de bronze. Ela pousou a chávena na mesa do centro e olhou diretamente para os olhos avelã confusos de Bruce.
- Eu preciso da tua ajuda. – disse ela numa voz determinada enfrentando o olhar cada vez mais confuso de Bruce
- E, porque que precisa da minha ajuda, Menina Grey?
Martha abriu a mala e tirou de lá uma pasta de documentos e atirou para cima da mesa fazendo algumas folhas e fotografias espalharem-se pela superfície de madeira.
- Houve um rapto. Uma rapariga de 1 ano e meio foi raptada da casa da mãe na zona velha de Gotham faz hoje 3 dias – explicou Martha enquanto Bruce olhava para algumas fotos. Era todas iguais. Uma menina de cara rosada e gordinha de um bebé com cabelos castanhos-ruivos bastantes curtos sedosos e olhos cor de avelã brilhantes. Ele já não tinha visto está menina antes? – Quando a Polícia de Gotham me chamou já tinha interrogado a mãe da menina, a colega de quarto delas e os vizinhos e não há suspeitos entre eles, mas…
- Desculpe, Menina Grey, mas como é que eu posso ajudar numa investigação policial? – perguntou Bruce com um sorriso falso. Claro que ele queria ajudar a encontrar a menina mas ele não podia fazer isso sem levantar suspeitas.
- Eu preciso de ajuda mas não da tua. Mas, sim da do teu amigo poderoso. – respondeu Martha com o seu sorriso cada vez maior. Bruce conseguiu algo que o deixou ainda mais confuso. Os olhos de Martha estavam a ficar dourados quase como se fossem de ouro.
Bruce sentiu todos os milímetros do seu corpo congelarem mal Martha acabou de falar. Do teu amigo poderoso. Como é que ela sabia disso? Ele nunca falou do Batman dessa maneira a não ser com… Selina! Será que ela e Martha se conhecem? Era a única maneira de a "Menina Detetive" saber sobre isso do amigo poderoso. Não, Selina não iria trair dessa maneira. Ele tinha a certeza disso. Ele confia nela. Onde quer que ela esteja. E pronto a Martha sabe que ele conhece o Batman, isso não quer dizer que ela saiba que ele era Batman.
- Eu sei que o Batman não morreu naquela explosão a um par de anos atrás quando esta cidade foi invadida por aquele mercenário, o Bane, e eu não quero a ajuda do Robin John Blake. Eu quero a ajuda do verdadeiro Cavaleiro das Trevas. – disse Martha enquanto os seus olhos voltavam lentamente ao normal.
- Se é dinheiro que queres isso é fácil de se arranjar. – disse Bruce com a voz rouca quase como a sua do Cavaleiro das Trevas. Ele não se ia deixar intimidar por uma rapariguinha – Não importa quem esta rapariga é ou quem lhe contou isto tudo. Mais vale dar-lhe o que ela quer e ter a certeza de ela não abre a boca.
- Eu já disse o que eu queria. Eu quero a tua ajuda. – respondeu Martha desta vez com um pequeno tom de aborrecimento na voz.
- Mesmo que eu saiba qual é a verdadeira identidade do Batman porque que devia "voltar dos mortos" por cause do simples rapto de uma criança? – perguntou Bruce atirando os documentos de volta para a mesa – Apesar de eu quisesse muito ajuda-la.
- Por causa disto. – explicou a rapariga de cabelos curtos ruivos segurando um pequeno tubo de vidro fechado com uma rolha de cortiça cheio com um líquido pegajoso verde muito claro – Esta substância foi encontrado no local do crime e o agente que a encontrou ainda está hospitalizado. O laboratório diz que é uma toxina tropical bastante rara no meio de uma cidade como esta mas encontraram uma substância igual num homicídio triplo a 2 semanas atrás. – Martha pousou o frasco na mesa notando no olhar desconfiado de Bruce. Ela não conseguiu conter um pequeno sorriso – E eu pensava que tu tinhas escrito que ele era "uma sombra na noite". Talvez estes anos parado o devem ter feito perder algumas capacidades. Se calhar isso mude. Talvez só precisa de um pequeno incentivo. Espero que a verdade chegue… Bem, parte da verdade. – pensou ela voltando a sentar-se no sofá - A suspeita do assassinato é Adrastéia. É uma assassina em série cruel de sangue frio obcecada por plantas. Cada minuto que passa, Wayne, esta menina tem menos probabilidades de ser encontrada muito menos viva, mas com a tua ajuda eu posso faze-lo. Por favor.
Bruce quase ficou espantado com o tom de voz que a rapariga falava agora. Até aquele momento Martha falava confiante, determinada, sem vergonha,… nada, mas agora parecia que estava implorando pela sua ajuda. Bruce conseguia sentir o olhar confuso e preocupado de Alfred sobre ele. Alfred adorava crianças. Por essa razão, ele ia todos os dias aos orfanatos, que Bruce tinha mandado reconstruir, com brinquedos e jogos. Bruce olhou de novo para as fotografias da menina pensativo. Ela estava a sorrir, a usar um vestidinho roxo claro com uma fita cor de rosa na cintura e parecia estar sentada no colo de alguém. Tão delicada, indefesa e inocente. O que ele podia fazer? Escolher entre a vida de uma menininha ou a sua identidade secreta? Bruce olhou para a parte detrás foto e viu uma data. Aquela fotografia tinha sido tirada a 1 mês, pouco antes da menina ser raptada.
- Oh Deus, eu tenho de fazer isto. – pensou Bruce virando o seu olhar para a rapariga mais nova – Desculpe, Menina Grey, mas eu não vou poder ajuda-la. – respondeu o antigo Cavaleiro das Trevas num fio de voz.
Bruce conseguia ouvir o seu coração a quebrar-se enquanto dizia estas palavras e sentir o olhar magoado de Alfred. Bruce desviou o olhar de Martha quando viu o seu rosto, a pouco com alguma esperança, encher-se de confusão e desilusão. Ele virou-se rapidamente para Alfred que o olhava com uma expressão neutra.
- Alfred, por favor, acompanhe a Menina Grey a saída.
Alfred acenou que sim com a cabeça e andou até Martha. Esta levantou-se com a mala sem desviar o olhar de ódio que lançava a Bruce que ainda não a olhava nos olhos. Ela andou com Alfred sempre de cabeça-baixa. Impossível! Era impossível que aquele homem tivesse sido o Batman. O verdadeiro Batman não teria hesitado e iria logo ajuda-la para poder salvar aquela criança ou qualquer inocente.
- Afinal aquele homem de que me falas não existe, prima. – pensou Martha enquanto a imagem da sua querida prima lhe passava pela mente. Quando se deu por si, já ela estava frente a frente com porta. Ela conseguiu sentir uma pequena rajada de vento a passar por todo o seu corpo quando o mordomo fiel de Bruce Wayne lhe abriu a porta. Aquela era a saída mais fácil…, mas ela não era a dela. Ela irou-se chamando a atenção de Bruce - Sabes, contaram-me muito sobre ti. Sobre os teus grandes feitos, mas ela estava errada. Tu não passas de mais um milionário mimado e egocêntrico, tal como todos os outros que ela encontrou antes. – disse a rapariga com uma voz amarga lutando contra as lágrimas de desilusão que lhe faziam arder os olhos. – Não sei como te deixaste enganar por um homem como este.
- Desculpe, Menina, mas vou ter de pedir que saia.
- Espera, Alfred! – disse Bruce levantando-se. Ele deu alguns passos mas ficando ainda a alguma distancia do olhar fumegante e zangado de Martha. Então alguém falou-lhe sobre ele. Mas quem? Bem, pelo menos isso ele tem de saber, certo? Para saber quem o traiu daquela maneira – Quem é que te falou de mim? – perguntou ele lançando um olhar flamejante para Martha. Bruce viu que um sorriso matreiro cresceu no rosto dela mas o seu olhar ficou ainda mais intenso.
- Foi a minha prima, Selina Kyle. – Martha sorriu ainda mais quando viu o olhar de confusão, medo e desespero no olhar de Bruce. Era a altura da vingança. – Não te lembras dela, Wayne? – então ela começou a andar lentamente em direção a Bruce – Alta, elegante, cabelo ruivo comprido, lábios vermelhos, olhos castanhos café… - naquele momento Martha estava cara a cara com Bruce olhando diretamente para os olhos avelã do milionário – Ela é a minha prima.
Bruce não conseguia distinguir qual era o som que estava dentro de si. Se era o seu corpo a transformar-se em uma estátua de ferro ou o seu coração partir-se em mil biliões de pedacinhos. Logo que ele viu Martha tinha a sensação de que a tinha visto antes agora já percebia. Ela e Selina era iguaizinhas, menos nos olhos, e ele tinha a certeza que elas não eram só parecida fisicamente. Afinal de contas ele estava certo. Só não queria acreditar. Tinha sido ela. Foi ela quem contou a Martha sobre ele, sobre Blake, sobre todo! Ele tinha lhe entregado toda a sua confiança. Todo dele. E no final ela o traiu.
- Não, Wayne. Ela não te traiu. Escondeu o teu segredo a sete chaves. Nem me contou a mim. – disse Martha quase num pequeno sussurro mas tento a certeza de que o milionário a tinha ouvido. Ela baixou o olhar para o chão quando Bruce a olhou com mais confusão do que antes. Ela não conseguia enfrenta-lo agora. Não agora.
- Como é que tu…?
- Estou espantada que ainda não tenhas percebido, Wayne. Pensava que eras o maior detetive do mundo. – respondeu a rapariga de cabelos curtos com uma pequena risada levantando um pouco os olhos. Ela riu de novo enquanto endireitava a cabeça sem desviar o olhar de Bruce que já não conseguia perceber nada – Ok! Pensa num número ente 1 e um 1 milhão. – pediu ela fechando os olhos dourados que tinham um brilho muito esquisito.
Bruce virou-se para Alfred que lhe uma expressão concordante. Mas que raio queria aquela miúda?! Não, ela iria engana-lo. Ia esperar que ele fechasse os olhos e depois iria fugir para longe onde ele nunca a poderia encontrar. Tal como a prima dela. Alfred sabia disso. Como é que a podia apoiar? Um brilho passou pelos olhos verdes do mordomo dando uma sensação de confiança a Bruce. Ele deixou escapar um suspiro de aborrecimento, mas depois também fechou os olhos e pensou no tal número. Era melhor acabar aquilo agora. Do nada sentiu-se como se uma agulha estivesse a passar-lhe pelo meio do cérebro. Era doloroso e também conseguia ouvir mas já tinha passado por pior. A sensação era estranha mas não era totalmente desagradável. Parecia que todos os seus pensamentos e memória se estivem esvoaçado da sua mente e agora tudo estava em harmonia, mas tão rapidamente como a sensação tinha aparecido tão rapidamente tinha desaparecido. Então Martha abriu os olhos que tinha de novo aquela estranha e belíssima tonalidade dourada.
- 4556… - disse ela deixando outro sorriso brincalhão aparecer na sua cara quando viu os olhos avelã acastanhados de Bruce abrirem-se cheios de espanto e medo - ,1.
- Ela é uma telepata! – respondeu Alfred com um pouco de espanto no seu fio de voz.
- Finalmente! Alguém nesta cidade é suficientemente esperto para saber o quem eu sou. – respondeu Martha cheia de alivio e sarcasmo na voz com um sorriso divertido.
Bruce deu dois passos para trás até bater contra o sofá. Uma telepata! Martha era uma telepata! Isso era impossível! Esses mutantes não existem. Apesar que isso explicaria como ela sabia o que ele ia dizer e o número em que estava a pensar, mas não! Isso não podia ser verdade! Dês que voltou a Gotham ele nunca tinha sentido tanto medo apoderar-se do seu corpo. Bem, houve outra vez mas era outro tipo de medo Aos poucos os olhos de Martha voltavam de novo ao normal mas ela mantinha o sorriso. Bruce Wayne, o Príncipe de Gotham, o Cavaleiro das Trevas, estava com medo dela! Bem, quem não estaria. Uma rapariga que consegue ler os pensamentos e memórias de qualquer pessoa no mundo não era para desafiar. Muito menos quando a sua prima é uma das maiores ladras e sedutoras de Gotham. Mas não era por isso que ele estava com medo. Ele queria acreditar que sim mas não era. Então porque?
- Bem, isso seria fácil de descobrir mas não o posso assustá-lo muito mais senão é de certeza que ele não me vai ajudar. – pensou Martha enquanto os seus olhos voltavam lentamente de volta ao normal mas metendo aquele sorriso nos lábios – Pareces muito surpreendido, Wayne. Não me digas que acreditavas que o pior do mundo eram homens com uns brinquedos explosivos. – disse ela dando uns passos para a frente ficando mais perto de Bruce – Super força, visão térmica, super velocidade, telepatia… Estas coisas existem e há pessoas que as usam. Uns para o bem outros para o mal e tenho de dizer, Wayne, tens sorte comigo.
Bruce lançou-lhe um olhar sério endurecendo a mandibula. Ela pode ser um a telepata mas continua a ser uma rapariga. Se ela queria manipula-lo teria o feito mal entrou na Mansão. Então porquê que ele não fez? Quer dizer, isso deve ser fácil para ela. Brincar com a mente de uma pessoa. Então porque não o fez? Não, aqui há gato… e disso ele sabia que ambos percebiam mas isso não iria mudar nada. Nada nem mesmo que ela tenha o nome da sua mãe e ele não tinha tempo para isto.
- Isso não muda nada, Menina Grey. Agora senão se importa tenho muitas coisas importantes para tratar. – disse Bruce com a voz forte e determinada quase como um rosnar. Ele não conseguiu aguentar o olhar zangado e fulminante quando ouviu aquele pequeno riso de Martha.
- Eu já sabia que ias dizer isso, por isso vou te fazer uma proposta. – respondeu Martha olhando nos olhos avelã do milionário.
- Um proposta? – perguntou Bruce olhando em redor para apenas ficar de novo cara a cara com Martha – Como assim uma proposta?
- Tu ajudas-me com esta investigação e encontrar a menina e em troca eu dou-te uma coisa que eu sei que tu queres mais do que tudo. – respondeu Martha num tom envolto de mistério.
- E o que é isso? – perguntou Bruce meio confuso meio curioso.
- A localização da minha prima. – respondeu Martha com o seu sorriso aumentando. Bruce olhou assustado para Alfred que lhe lançou um olhar de espanto e confusão e depois olhou para Martha que não tirava o seu sorriso – Eu sei que andaste a procura dela durante meses por todo o mundo. Que ela desapareceu pouco depois de vocês voltarem a Gotham. Eu sei onde ela está, Wayne. E se me ajudares, eu digo-te.
Bruce sentisse como se o seu coração estivesse a ser apertado por uma corda velha, rugosa e áspera. Ela sabia onde Selina estava! Deus, se isso fosse verdade isso queria dizer que ele podia finalmente encontra-la e entender porque que ela fugiu. Mas se fosse mentira e ele estivesse a cair numa grande teia de mentiras, talvez ela nem era prima de Selina? E se tudo fosse verdade e Selina tivesse fugido por causa dele ou por alguma coisa que ele fez? Mas se sim, o que? Todo estava bem. Eles eram felizes. Ela era feliz… pelo menos ela parecia feliz. O sorriso dela… O sorriso dela continuava a atormenta-lo. De manhã quando acordava ou a noite quando fechava os olhos e adormecia. Nesses momentos a imagem dela aparecia-lhe na sua mente. Era um sorriso lindo, delicado,… verdadeiro, com lábios que pareciam de cetim e suaves ao toque e uns dentes mais brancos que qualquer pérola que ele tinha visto. Martha suspirou quando notou o no olhar vazio e desesperado de Bruce e abriu a mala de novo.
- Eu vou estar na cidade durante algum tempo, por isso, se quiseres participar ou aceitares a minha proposta liga-me. Ok? – disse Martha desta vez com uma voz suave e querida que surpreendeu Bruce e Alfred e deu um cartão a Bruce. Ela andou até ao pé de Alfred que tentava manter um ar formal pôr detrás de um olhar aterrorizado. Então Martha virou-se Bruce com um sorriso calmo – Foi um prazer conhecê-lo, Mr. Wayne. – e com isto saiu.
Martha andou até ao Mercedes-Benz preto que a tinha levado até lá e abriu a porta. Ela deu uma última olhada a Mansão Wayne. Magnífica. Era a única palavra com que ela podia descrever aquela casa. Magnífica. Deus, quantas vezes ela e Selina sonharam com aquilo. Viver numa enorme mansão como aquela, ter todo o dinheiro e joias que quisessem, serem servidas por centenas de criados todos os dias, viverem sem preocupações até ao fim dos seus dias. Selina tinha-lhe contado pouco sobre o seu tempo de volta a Gotham. Apenas os jardins e a casa mas sempre todo superficial, nada muito aprofundado. Era como se ela já planiasse "desaparecer" naquela altura… Espera! Isso quer dizer que ela já sabia! Então porque que ela ficou mais um mês? Qualquer coisa não estava bem e ela ia descobrir o que era. Afinal de contas, esse é trabalho dela.
- Anda-la, Anouk. Não tenho o dia todo. – disse uma voz feminina irritada vinda do interior do carro do lugar do condutor trazendo Martha de volta a realidade.
- Tem calma, Robinson. Elas não vão a lado nenhum e para de me chamar Anouk. – respondeu Martha cansada daquela "alcunha". Ela deu uma última olhada a Mansão e entrou no carro – Estou quase lá, Selina. Quase lá. – pensou Martha no momento em que o carro arrancou descendo a estrada.
Enquanto isso, Bruce olhava para o carro preto aos poucos a desaparecer da sua vista juntamente com uma das raparigas mais estranhas que ele tinha conhecido. Lina não lhe tinha dito nada de ainda ter família muito menos uma prima. Quanto mais uma telepata! Deus do Céu. Era oficial, a sua vida tinha voltado a dar uma grande volta e desta vez tinha sido para uma direção muito estranha. Nesse momento as palavras de Martha voltaram a passar pela sua mente. Eu sei onde ela está, Wayne. E se me ajudares, eu digo-te. Será que ela estava a dizer a verdade. Que se ele a ajudasse ela dizia-lhe onde Lina estava? Não, ele podia encontra-la sozinho. Afinal de contas, foi ele quem deu a Selina o Clean Slate. Ele podia tentar localizar o sinal do programa… Não, ele já tentou isso. Ela estava mesmo fora do mapa. Era impossível localiza-la… A não ser que já saiba onde ela está. … eu digo-te.
- Mestre Wayne. – chamou Alfred fazendo Bruce virar-se para ele deixando os seus pensamentos de lado.
- Sim, Alfred?
- O Sr. Fox acabou de telefonar. Ele disse que surgiu um imprevisto e precisa que o senhor vá lá.
- Diz ao Fox que eu vou já. – respondeu Bruce num tom de desdém voltando-se novamente para a janela - Investigas-te o nome? Martha Grey. – perguntou ele ouvindo Alfred andar em direção a porta para preparar o carro para o levar a Torre Wayne.
- Por acaso, sim. – respondeu o homem mais velho começando também a olhar pela janela – Ela por acaso disse a verdade. Uma rapariga prodígio. Entrou na Polícia de Nova Iorque no ano passado mas tem ainda não falhou um caso, se bem que nós já vimos que ela tem uma certa vantagem sobre os opositores… - disse Alfred com um pequeno traço de troça na última parte – Não são conhecidos familiares mas ela tem um número de emergência caso algo lhe aconteça. Tanto quanto sei é que se trata de uma prima.
- Lina? – perguntou Bruce virando-se novamente para Alfred mas desta vez com um olhar um pouco curioso.
- Eu acho que sim, senhor. Mas tenho de admitir que elas são muito… semelhantes fisicamente, não?
- Sim, pouco. – responde Bruce num suspiro andando em direção a garagem – Até já, Alfred.
- Adeus, senhor. – despediu-se Alfred com um sorriso amável.
Bruce deu um largo suspiro quando saiu da Mansão. Precisava de falar com fox agora mesmo. Precisava de algo lhe esvaziasse a mente. Que não fosse uma telepata.
A/N: Um obrigado especial a minha amiga CrossRow.
