Simplicidade, por Katherine Barlow

Eles não sabiam como era não serem complicados.

Porque tudo era tão intenso, tudo era tão obsessivo, tudo era envolto em uma densa nuvem de beijos, carícias, risadas, ironias, discussões, brigas homéricas. E então a reconciliação, algumas lágrimas, de vez em quando. Mais beijos, mais carícias. E então as risadas, as ironias. Que levavam às discussões. E novamente às brigas. Era um ciclo inquebrável, irremediavelmente intenso e absolutamente verdadeiro.

E qualquer palavra de um já era suficiente para fazer a mente do outro virar de cabeça para baixo. Insanidade? Talvez. Eles não se importavam. Não viam graça em serem simples, afinal.

"Vamos sair daqui", ela dissera, no meio do salão.

"É o nosso casamento", ele disse. "Tem certeza que quer... sair?"

Ela respirou fundo. "Toda essa atenção, essa pompa, essa exuberância. É tudo digno de uma Parkinson e de um Zabini, mas... você não cansa, às vezes?"

"Nunca pensei que você cansasse", objetou ele com um sorriso, enquanto os dois se retiravam discretamente do salão, fugindo das câmeras. O jardim lá fora se estendia na noite de verão.

"Eu também não. Mas é cansativo. Às vezes, ser Blaise e Pansy é complexo demais."

"Às vezes, não. Sempre."

Ela sorriu. "Mas eu gosto disso, afinal."

Os dois deram as mãos e o silêncio reinou entre os dois; não precisavam mais que isso. Era um gesto simples mas que implicava numa troca de olhares extremamente complicada. Era cheia de tantos sentimentos, tantas coisas a dizer. Era significativo, era a calmaria, era a agitação. Era o branco, era o preto, eram os opostos, eram os iguais. Assim era Blaise e Pansy.

Tão complexos, mas tão naturais.