Slash, House/Wilson, se não gosta, sai fora.

É minha primeira de House, M.D., então estou aperfeiçoando a interpretação do House... Mas acho que não me saí tão mal. :D

Minha beta foi a Draquete Felton. Se tiver algum erro, é culpa dela! (A)

Enjoy, e... Nada disso me pertence, infelizmente. D:

Reviews? Críticas construtivas são aceitas. \o

PS: Gente, não faço medicina nem sou formada em nada, me baseei em sites da internet pra fazer tudo isso. Caso haja algum erro, também, me perdoem, hum?


JIMMY BEAR'S IN TROUBLE

(Jimmy bear está com problemas)

- Nenhum caso interessante hoje, House?

Wilson entrou na UTI e House estava virado de frente para a máquina de um paciente em coma; típico, pensou o oncologista ao fechar a porta atrás de si. House o olhou e suas sobrancelhas se levantaram. – Muito pelo contrário, estou muito interessado nos sinais vitais desse paciente em coma. Vêm diminuindo gradativamente, sabia?

- E por que você ainda não chamou uma enfermeira?

- Porque eu sei quando o cara vai morrer, sou um médico, lembra? – House fez um gesto com as mãos e cruzou os braços, curvando os lábios num sorriso forçado. – Sempre tentando me subestimar, não é, Jimmy?

- É que não posso evitar. – Wilson caminhou até a cama e encostou-se na barra de ferro, olhando para o outro. Observou que a comida do paciente estava intacta e mexeu de leve a cabeça, piscando os olhos rapidamente. House franziu as sobrancelhas na direção do amigo e levantou-se com a ajuda da bengala.

- Wilson? – Ele tombou um tanto a cabeça para o lado e Wilson virou-se para olhar para ele. – O que é? Está tendo visões?

- Não.

- Então...?

- Eu não estou vendo.

- Então pare de me olhar com essa cara, eu não fiz nada dessa v...

- Eu não estou enxergando, House! – Wilson apertou os olhos com as mãos e deu uns passos para trás, onde seu corpo atingiu as persianas do quarto e ele afastou-se do objeto e mais um choque com seu corpo no corpo de House, que veio até ele. – Eu estou vendo tudo... Borrado.

- Borrado? Borrado como astigmatismo ou como miopia?

- Não importa como, seu idiota, eu não consigo ver! – O oncologista ergueu a cabeça e olhou no olhos de House, mas ele não parecia enxergar o que estava à sua frente, mesmo, porque estava tão perto que mesmo os olhos de House se embaçavam com a vista. Wilson começou a respirar pesadamente, buscando ar com desespero e House o soltou. Seu coração explodiu no peito.

- Não saia daqui. NÃO SAIA DAQUI, WILSON!

(...)

- O que houve? – Cameron invadiu a sala rapidamente e jogou sua pasta em cima da mesa, fazendo Chase assustar-se e quase derrubar a xícara de café com leite que bebericava à espera da moça. – Onde ele está?

- Quem?

- Você não recebeu o bipe? O Wilson estava com visão borrada e dificuldade para respirar.

- O quê? – Chase arregalou os já grandes olhos e deixou a xícara em cima da mesa. – Eu perdi meu bipe ontem de noite, não consegui encontrar.

- Como você vem trabalhar sem um bipe? – Cameron olhou incrédula para o colega e revirou os olhos. – Onde estão Foreman e House?

- Aqui – House entrou na sala e Foreman entrou logo atrás, ao seu encalço. – Receberam o meu aviso, já que todos estão reunidos e Foreman estava até no quarto do Wilson tentando descobrir o que aconteceu. – O médico caminhou até o quadro branco e escreveu o nome de Wilson em letras garrafais, grifou com dois riscos e bateu em cima com a bengala, chamando a atenção de seus subordinados. – Wilson está com problemas. Isso significa que nós não vamos dormir até descobrir o que está errado.

- Acho que é a primeira vez que vamos tratar alguém que você realmente se importa – Foreman sentou-se.

- Parabéns, espero que fiquem admirados com a minha capacidade de amar uma pessoa. – House voltou a escrever no quadro branco. Dificuldade para respirar e Visão embaçada seguiram-se abaixo do nome de Wilson e ele virou-se novamente para o trio, caminhando cinco passos para um lado e cinco para o outro, nervoso. – O que causa isso e isso?

- Milhões de coisas, mas principalmente falta de dormir. Ele provavelmente está trabalhando demais. – Chase balançou os ombros e ajeitou-se na cadeira.

- Ele me garantiu que não.

- Todo mundo mente, menos o Wilson?

- Bem provavelmente. Ele é muito certinho pra mentir pra mim.

- Ele não mente pra você?

- Mentiu uma vez, quando disse que eu ficava bem de barba, mas eu sabia que era mentira porque acredite, fico bem menos sexy. – House agitou a cabeça e em seguida, a bengala no ar. – Alguma coisa que possa dar um diagnóstico correto, por favor.

- Não existe a possibilidade de ele estar dormindo pouco, cansado e precisar recuperar o sono perdido? – Foreman levantou-se e caminhou até o armário, pegando umas bolachas.

- É provável. Ele vem "dormindo" – ele fez o sinal de aspas com a mão livre esquerda – Muito lá em casa. Acho que isso provavelmente causaria muita exaustão nele.

- Muito engraçado – Cameron resmungou. – Por que você não vai lá e conversa com ele? Ele não tem porque mentir pra você. E além do mais, quando foi a última vez que você perguntou se ele estava trabalhando demais, ou qualquer coisa do gênero?

House ficou em silêncio uns instantes. – Nunca.

- É uma boa hora pra começar.

- Hum. Chase, você vai me cobrir na clínica porque eu não tenho tempo pra tratar um bando de doentes não-terminais, e eles com certeza vão gostar mais de perder o próprio tempo com um médico bonitão como você. Foreman, você... Vai até a casa do Wilson procurar alguma coisa que possa estar causando algum tipo de infecção e eu e a Cameron vamos conversar com ele.

- Wow, essa é realmente a primeira vez que você vai conversar com um paciente por vontade própria! – Cameron moveu-se no lugar.

- Ele não é um paciente, ele é o Wilson. Agora mexa-se.

(...)

- Você não tem dormido pouco, Wilson? – Cameron falou; ela e House estavam parados diante da cama de Wilson, um de cada lado. Os olhos do homem encararam os de House e ele moveu a cabeça de leve. Wilson parecia realmente bem cansado e suas pálpebras estavam levemente caídas, e ele piscava lentamente. – Alguma coisa que te atormente durante o sono, talvez?

- Não, eu acho que... – Wilson piscou os olhos e não terminou a frase; seus olhos voltaram a piscar com rapidez e o monitor começou a apitar.

- Ele está hipotenso, House, dê 1mg de...

- Não dê drogas desnecessárias a ele. – House pegou os pés de Wilson e ergueu para o alto com as duas mãos, fazendo uma expressão de dor por causa da coxa. Cameron enrugou a testa em choque e House lançou a ela um olhar meio ruim. Quando o monitor parou de apitar, House largou os pés de Wilson com calma sobre a cama novamente e voltou para perto do rosto do oncologista, apoiando-se no travesseiro e se curvando diante dele. – Me fale, Wilson, o que está acontecendo com você? Está cansado, com fome, não tem dormido, tem sentido dores?

- Eu tenho dormido todas as noites, mas não consigo me livrar do cansaço.

- Dores pelo corpo? Perdeu alguns quilinhos? Eu bem que notei que você está mais em forma.

- Como você é inconveniente... – Wilson suspirou e jogou a cabeça para trás, forçando os olhos. – Eu não sei se perdi peso.

- Achei que você gostasse de ficar com uma boa aparência.

- Isso NÃO significa que eu não esteja comendo, House. – Ele disse entre dentes, apertando os olhos. House sabia que ele estava ficando irritado e por isso, ergueu o queixo de leve.

- Então você está fazendo uma nova dieta australiana pra ficar igual ao Chase? Tudo bem, Jimmy bear, você é lindo exatamente como é.

- House, eu não estou deixando de comer! – Wilson exclamou aborrecido e ergueu o braço para pegar no braço de House, mas desistiu no meio do caminho. – Merda. – Ele abriu e fechou o punho repetidamente, procurando livrar-se da dor e House olhou para Cameron.

- Que bom, então farte-se com seu delicioso almoço de hospital. Quando voltar, não quero ver nem um pedaço dentro do prato, hein! – House mexeu o dedo indicador, tal como uma mãe faria ao seu pequeno filho e afagou os cabelos castanhos de Wilson, com um sorriso estúpido no rosto e Wilson virou a cara, ignorando-o. O braço de Wilson mexeu-se como um tique e os enormes olhos azuis de House baixaram-se para a mão do homem, observando os dedos moverem-se; Wilson aparentemente não percebia isso. House saiu da sala e Cameron acompanhou o médico, pondo-se a caminhar com ele no corredor.

- Você podia ter sido menos desagradável.

- Eu o estava testando. Temos mais cinco sintomas. – Poucos instantes depois, estavam de volta à sala de reuniões e House jogou a bengala na mão de Foreman, que quase derrubou-a no chão; sorte que tinha bons reflexos. House pôs-se então a escrever no quadro branco novamente. Hipotensão, irritabilidade, tetania, fadiga, perda de apetite e peso.

- Isso não é um sintoma, House! Ele disse que estava comendo!

- Ele perdeu peso, Cameron. – House fechou a caneta, pegou sua bengala de volta e ficou de costas para sua equipe, olhando para o quadro branco. O que diabos Wilson podia ter— dentre todos, House tinha que se concentrar para tratar Wilson porque... Porque havia milhões de coisas que ainda devia falar para ele e ele tinha que estar absolutamente intacto para que isso acontecesse. – Você não repara nessas coisas, até porque, isso é maldade, mas eu notei. Se ele usasse um salto alto talvez ficasse mais claro. – House virou-se para a equipe e olhou Chase. – O que você está fazendo aqui?

- Suas horas na clínica já foram cumpridas por hoje. A secretária me disse que você estava matando tempo faltando vinte minutos para acabar seu horário.

- Que dedo-dura. – House moveu a cabeça em negação. – Então me diga algo que cause todos esses sintomas.

Chase crispou os lábios. - Sarcoidose.

- Não explica a tetania e a irritabilidade. – Foreman retrucou com rapidez.

- Mas explica todo o resto – Chase olhou o colega e ergueu a mão, como se fosse óbvio. – Falta de apetite e peso, dificuldade para respirar, visão borrada, fadiga... E ele provavelmente está com os olhos secos, também.

- Sim, ele não para de piscar. – House baixou o olhar para o chão, semicerrando os olhos enquanto pensava. – Cameron, trate-o para sarcoidose e vamos observar os resultados.

- Mas isso não faz o menor sentido, House! – Foreman ergueu-se da cadeira. – Você está sendo desesperado. A sarcoidose não explica os outros dois sintomas.

- E você explica? – O chefe moveu a cabeça na direção de Foreman e houve um silêncio entre os quatro, onde Foreman suspirou derrotado. – Imaginei. Cameron, vá. Chase...

- Sim.

- Vá com Foreman à casa de Wilson, como eu mandei vinte minutos atrás e ele ainda não foi. Acho que eu preciso começar a oferecer prêmios pra vocês. Quem sabe um biscoitinho?

(...)

- Estou com sarcoidose? – Wilson fitou Cameron, que não respondeu.

- Você vai ficar bem. – Cameron pôs as mãos no flanco e sorriu para o homem, que jogou a cabeça para trás com os olhos fechados. House empurrou a porta do quarto e olhou para Cameron com a cabeça ligeiramente baixa; ele manteve a porta aberta e fez um sinal com a cabeça para que Cameron saísse. Ela obedeceu e saiu. House fechou a porta e puxou o fio das persianas, caminhando até a cama de Wilson e forçou o corpo para cima para sentar na borda do colchão.

- É só isso? – House não respondeu, acompanhando com o olhar a própria mão que buscava pela de Wilson. Assim que encontrou, seus dedos abraçaram praticamente a mão inteira do outro e Wilson o encarou, parecendo preocupado com o que House podia vir a falar em seguida. A mão do mais velho era gelada, mas confortável. House enfiou a mão no bolso e vasculhou atrás do potinho laranja de Vicodin. Assim que encontrou, ele estalou a tampa, ergueu a cabeça e tremeu a mão para fazer com que um comprimido somente escorregasse até seus lábios. – O que é, House?

- Não sei. Não sei, Wilson.

- Então descubra! – Wilson puxou a mão e colocou ambas nos cabelos, puxando os fios para trás com nervosismo. House, por outro lado, mexeu a cabeça parecendo incomodado, olhando para um lado e para o outro e depois, olhou seu paciente.

- Não posso fazer milagres.

- Claro que pode, você sempre faz milagres. A Cuddy veio hoje me visitar para garantir que você ia conseguir me ajudar, como se eu não soubesse disso.

House desviou o olhar e encarou as persianas. Wilson depositava sua confiança nele e por algum motivo, isso causava nele dois sintomas opostos, como uma combinação de doenças que não fazia o menor sentido. Uma enorme vontade de continuar e curá-lo, e uma outra grande vontade de desistir e não deixar-se entregar pelo fato de estar realmente mexido com isso. E Wilson sabia, até porque, quem conhecia House melhor senão Wilson? Por vezes, House cogitava a possibilidade de ele conhecê-lo melhor do que si próprio.

- Não deposite todas suas esperanças em mim.

- O que você espera que eu faça, um auto-diagnóstico?

- O chefe desse departamento sou eu.

- Então pare de agir como um idiota. Por que eu não posso confiar nas suas capacidades?

House calou-se por uns segundos. – Posso te decepcionar. Sou inteligente, mas não tenho bola de cristal.

- Vai me decepcionar se eu morrer, House. Aí sim eu vou ficar decepcionado. – Wilson pegou a mão de House por conta própria e balançou. – Mas você tem uma equipe, House. Eu...

House não virou o rosto, mas sentiu que a mão de Wilson o apertou com mais força. Só então, ele virou a cabeça para ver o que estava acontecendo e o rosto de Wilson estava retorcido em dor, e ele mais uma vez puxava o ar desesperado para respirar. – H... Hous...

House levantou da cama e Wilson apertou o abdômen com a mão livre; ele não soltou a mão do outro. – O quê? – Perguntou com tensão na voz e Wilson gritou em plenos pulmões, erguendo os joelhos e virando-se para ficar em posição fetal; House caminhou o mais rápido que pôde até o armário e pegou um vidro de morfina e uma seringa fechada com agulha. Ao tempo de voltar, já havia duas enfermeiras na sala. – SAIAM DE PERTO DELE. – House gritou para fazer-se escutar em meio aos gritos desesperados de Wilson, que se debatia na cama, e foi até esta, tirando o protetor da agulha e pôs um tanto de morfina dentro da seringa.

- Morfina, Dr. House? Não acha muito drás...

- Ele não vai sofrer de dor alguma enquanto estiver sobre meus cuidados, agora saia daqui. – O médico disse em tom de voz alto e rude e espetou a seringa no braço de Wilson, apertando o êmbolo com rapidez. Wilson gritou por mais uns segundos e depois, virou-se com a barriga para cima e puxou ar pela boca, respirando pesadamente. As enfermeiras não haviam saído do quarto, mas se afastaram com o tom de voz autoritário de House. O médico virou-se para ambas e as encarou. – Eu mandei saírem. AGORA.

Uma das moças empurrou a porta e saiu do quarto, sendo seguida pela outra e elas logo fechavam a porta, mas bem, elas não saíram da porta em caso de algo acontecer. House não viu, porém, e portanto não fez nada. Ficou olhando nervoso enquanto Wilson recuperava o ar e assim que o homem acalmou a respiração, House colocou a mão na testa dele e curvou-se um pouco em sua direção. – Melhor?

- Falei que ia me decepcionar se morresse. Estava pensando em como me vingar quando voltasse como um espírito magoado. – Wilson disse, ainda com forças para dar uma risadinha e arrancou um sorriso de House, que afastou os fios de cabelo do outro para longe de sua testa.

- Como a noiva fantasma?

- Algo assim, mas menos melodramático. – Wilson fechou os olhos.

- Você não vai morrer. Não vou arriscar meu sono no futuro. – House apoiou-se na bengala e olhou Wilson. – Abdômen e...?

- Nas pernas.

- Certo. – House suspirou e seus olhos percorreram diversos cantos do rosto de Wilson até finalmente encontrarem os olhos do outro. – Quer que eu avise sua esposa...?

Wilson permaneceu em silêncio por alguns instantes, respirando e House suspeitou que ele estava usando isso como desculpa para não responder. E estava certo, porque não houve resposta, e assim ele podia deduzir que não era para avisar a mulher. House e Wilson trocaram olhares por um tempo relativamente longo e o primeiro apertou a mão do outro novamente, mas agora, ela estava quente. Ambas estavam. – Não vai acontecer nada a você. Não enquanto eu estiver à frente do seu caso.

Wilson deu um sorriso fraco e apertou a mão de House com mais força. – Obrigado.

- Quer que eu te beije agora? – House debochou e Wilson puxou a mão, virando o rosto e girando os olhos na órbita. Maldito babaca. House segurou o braço de Wilson e moveu de leve. – Vou voltar daqui a quatro horas.

- Vou aguardar ansiosamente. – Debochou em troco com um sorriso irônico nos lábios.