Brincadeiras do coração
- Heloisa, pare imediatamente! - Severus Snape quase rosnou, quando viu a adolescente mostrando a língua para Henry. O ex-sonserino passou a mão nos cabelos, desanimado. Heloísa era tão inteligente, mas ao mesmo tempo tão infantil, que lhe dava nos nervos.
- Me dê um bom motivo para isso. Esse... - parou um instante, como se procurasse um insulto. - garoto está debochando de mim. Por que não posso fazer o mesmo?
- Por que você tem a alma de uma grifinória?
- Mas não sou uma grifinória! Eu não entrei em Hogwarts, lembra-se seu imbecil? - apesar da raiva, havia uma ponta de desapontamento. Mas o sentimento que predominava, era a raiva.
- Eu me esqueci que você não teve capacidade para isso.
- Henry pare você também. Vocês sabem perfeitamente que o motivo pelo qual Heloísa nao está em Hogwarts não é incapacidade. Agora, parem de brigar como duas crianças e prestem atenção. - Heloísa colocou a cabeça nas mãos, os cotovelos apoiados na mesa. Olhava com quase adoração o Mestre de Poções falar. - Henry, você teve oportunidade de conhecer as três Maldições Imperdoáveis conhecidas por todos.
- Quer dizer que existem mais Maldições Imperdoáveis? - o rosto de Henry por um momento ficou mais branco que a parede.
- Henry, a boa notícia sobre as Artes das Trevas, é que quando você acha que elas acabaram, elas se abrem de uma forma maior e mais... - Heloísa fez uma pausa, observando o efeito nele. - da cor das trevas. Captou?
- Essa era a boa noticía? E a má?
- A má é que quando você acha que nada mais pode dar errado, elas pioram. - ela deu um sorriso brincalhão.
- Muito engracado. - ele balançou a cabeça, fazendo algumas mechas do cabelo se rebelarem.
- Cuidado querubim. Eu possivelmente posso estar tirando uma com a sua cara.
- Heloisa! Se eu tiver que me repetir, você vai sair dessa sala! - Ela nem ao menos fingiu prestar atenção na reprimenda. Deu de ombros, e se encostou mais na cadeira, suspirando.
- Existe mais uma. Que talvez seja mais cruel que a Avada. Boca fechada, Heloisa. - sem nem ao menos olhar para ela, ele mandou. Continuou a falar. - Essa maldição ficou por um tempo esquecida, mas é possivel que os comensais...
- Esses anjinhos barrocos...
- HELOÍSA SAMANTHA!
- Então para de enrolar e diz logo que a maldição faz a pessoa adormecer, e ter pesadelos até a sua morte, meses após, sem que ela abra os olhos novamente! Ah, e diz também que essa é a única que existe um contra-feitiço. - o tom calmo fez Snape franzir os olhos.
- Você andou mexendo novamente nos meus livros?
- Eu? - ela arregalou os olhos, fez a cara mais escandalizada que conseguiu. - Jamais faria isso.
- É mesmo?
- Mesmo, mesmo. - deu um sorriso que não convenceria nem a uma criança de cinco anos. - Mas se não quiser que ninguém mexa naquelas velharias – ignorou a cara furiosa dele. - devia colocar mais proteções. O feitiço do sangue não é mais suficiente. Quando Sev aprender a ler, e quiser descobrir o que tem lá, vai se assustar bastante.
- O que eu faço para você não mexer o- -nde não deve?
- Diz que eu sou linda, inteligente, esperta e corajosa. E que tenho a quem puxar.
- Metida, igualzinha a sua avó.
- Que estudou por sete anos na Grifinória. Agora posso ir? - ela exibia um sorriso que tinha a intenção de irritá-lo.
- Não. Se falou da maldição, pode falar do anti-feitiço também. - ele queria ver até onde ela tinha lido e compreendido.
- Lá vou eu. - ela se ergueu, jogou os cabelos para trás, assumindo uma postura semelhante a de Snape. - O anti-feitiço deve ser realizado com a varinha da pessoa atingida, quase no mesmo momento em a maldição é lançada. As palavras mágicas, para realizar a maldição são quase as mesmas que estão no brasão de Hogwarts, ou seja: em um dragão adormecido eu te transformo, ao inferno te jogo, que teus pesad...
- Não precisa amaldiçoar ninguém para me provar que entendeu essa parte.
- Tá. E ao quanto ao contra-feitiço, posso falar?
- É óbvio que ela sabe realizar isso, pois não precisou enfrentar os Nom's.
- Para sua informação, eu fiz os Nom's ao mesmo tempo que fiz trabalhos e provas para a jaracuçu da Michelle, está legal? E aposto cortar meus cabelos, que tirei mais que você. - a aposta era séria. Dos cabelos era a parte do seu corpo que Heloisa mais gostava. E uma aposta daquelas...
- A próxima vez que eu for obrigado a pedir silêncio, vou coloca-los de castigo. E me garantir que vão ficar lá, entendeu, Heloisa?
- Não poderia ser mais claro. Posso ir?
- Suma. - não repetiu, pois Heloisa, pegou o seu diário de capa negra, que estava em cima da mesa. -Por que não deixa seu diário em casa?
- A ultima vez que fiz isso, ele tentou ler. - apontou Henry. - E depois, aqui tem coisas que fariam corar o tio Alvo.
- Esteja em casa para o jantar. - ele gritou, tendo como resposta um sim, e uma porta batida em seguida. Ele voltou sua atenção para Henry. - Você devia se controlar mais, Henry.
- Ela é quem começa as discussões.
- Você sabe sobre a... - ele fez uma pequena pausa, procurando as palavras. - condição especial de Heloísa. Achei que isso fosse uma razão para que você não pulasse no pescoço dela, como uma criança de cinco anos. - uma pequena batida na porta interrompeu o discurso. Uma mulher loira, de olhos azuis, colocou a cabeça para dentro da sala.
- Posso entrar?
- Onde você quiser. - Severus respondeu, fazendo ela sorrir.
- A aula já acabou?
- Já. E Heloisa já saiu correndo atrás daquelas trouxas.
- Dê um tempo a ela, Severus. Depois de ficar duas semanas trancada naquele lugar, até eu gostaria de sair, me esbaldar tomando um porre de sorvete. Aliás, Henry, porque você não foi com ela?
- Trouxas demais. - ela revirou os olhos, encarando os olhos azuis do adolescente.
- É meio dificil nessa época do ano, sair sem se esbarrar neles. Mas você deveria olhar as trouxas de uma maneira diferente...
- Por favor, Cassandra. Essas amigas de Heloisa só sabem me olhar, quase me tirando a roupa.
- Cuidado quando elas partirem para a ação. Você pode estar em um lugar público.
Ele corou, desviando o olhar. Severus fez um gesto negativo com a cabeça.
- Eu vou tomar nota das partes que o senhor ensinou hoje, professor. - pegou um caderno de capa idêntica da garota, e abriu em uma página qualquer. Ficou branco olhando para aquilo. - Eu não acredito...
- O que foi Henry?
- Heloisa levou o meu caderno. - sem responder mais nada, ele passou quase tão rápido quando ela havia saído.
- O que tem no caderno que Henry não quer que Heloisa veja?
- Porque vem pedir para mim?
- Porque aqueles dois quase se matam brigando na minha frente e basta um olhar seu para se comportarem como anjos.
- Talvez eles se sintam mais a vontade comigo, só isso Severus.
- Ou porque você exerça outro tipo de magia.
- E que tipo de magia um aborto pode exercer, pode me explicar?
- Eu estou tentando entender isso a vinte anos, Cassandra. - ele a enlaçou pela cintura. - E espero que daqui a uns cem anos, além de entender, eu consiga me libertar dessa magia. - sem esperar resposta, ele a beijou.
Só pararam para rir, quando um menino de cinco anos entrou na sala, fazendo uma careta.
- Vocês dois não tem vergonha de ficarem se beijando?
Gente... Comentários, o botão não é de enfeite, sabiam? Ah, as primas voltam ja ja, assim que essa estiver emparelhada com a outra... e só vai emparelhar, quando de comentarios a caixa encher!
