Como assim, Zumbis? é thrash de altíssima qualidade (?) escrito pel'a Divinérrima Trindade Nonato, a junção entre os cérebros lesados de Juliana, Fabiana e Luciana Nonato. Como apocalipse zumbi pouco é bobagem, e como o universo criado por Kurumada (com Deuses gregos, cavaleiros ligados às constelações e essa caralhada toda) não era retardado o bastante, a gente resolveu misturar um pouco de tudo com Rock n' Roll e saiu essa obra prima.
Capa: tinyurl PONTO com BARRA 2davgjk
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Como Assim, Zumbis? 001
O som da porta do carro batendo foi o único som que se ouviu na rua. Do lado de fora do carro, a garota dispensou o motorista, dizendo que o chamaria quando fosse necessário. Estavam eufóricos, ela e seu amigo de cabelos esverdeados: finalmente a banda cujo fã clube eles organizavam faria um show num lugar minimamente decente! Olharam de um lado para o outro da rua um tanto suspeita até encontrarem o letreiro do bar.
– Saori, tem certeza de que é aqui? – o rapaz perguntou para a garota de cabelos lilases, enquanto ajeitava as sacolas cheias de faixas.
– É claro, meu querido! – Saori olhou para o endereço no papel em suas mãos – É meio porco, mas é a cara deles. – dobrou e guardou o papel no bolso da saia jeans.
– Okay. Então, aqui vamos nós. – Shun segurou o braço de Saori e sorriram de forma boba, respirando fundo antes de entrar no bar. Num canto, um barman de olhar maníaco que terminava de limpar o balcão; Shun e Saori se entreolham e perguntam, num coro ao melhor estilo Friends:
– Moço? Onde a gente pode 'esconder' isso?
– Eu acho que vocês entraram no lugar errado. – disse o barman, desconfiado, estranhando tanta animação. – O Show do Justin Bieber é do outro lado da cidade. – o barman pôde sentir as faíscas dos olhares dos adolescentes.
– Saiba, senhor, que viemos aqui para ver nossa banda de rock favorita. – Shun fez bico e bufou.
– Sei... – o barman apoiou os cotovelos no balcão e os jovens viram o crachá escrito 'Shura' – Vocês são fãs daquela bandinha que vem hoje? – Os dois confirmaram. – Podem colocar essas coisas aí em qualquer lugar, mesmo... – Saori ainda tentou falar mais com o homem, mas no mesmo instante Seiya aparece equilibrando meia dúzia de tambores nos braços, resmungando algo sobre ninguém nunca chegar no horário combinado.
– Alguém vai me ajudar com essa porcaria? – logo vê Shun e Saori parados no balcão do bar, tentando puxar assunto com Shura, que estava sozinho no bar. – Saori-! – Seiya correu até ela, deixando os tambores espalhados no chão.
– Oi, Seiya. – Saori sorri para o rapaz. – Cadê o resto do pessoal? – a garota perguntou, achando estranho que só ele tivesse chegado ainda.
– Sei, não. – Seiya ficou irritado repentinamente. – Ninguém chega na hora, depois a gente não o show atrasa e o cachê é diminuído e o povo vem reclamar comigo...
– Você vai mesmo deixar aqueles trambolhos jogados no meio da entrada do meu bar? – Shura falou, lançando seu melhor olhar de assassino e jogando um pano úmido na cabeça de Seiya.
– Ai! Desculpa. – Seiya tirou o pano da cabeça e rapidamente foi pegar os tambores e pratos para montar sua bateria em cima do pequeno palco.
– Nós te ajudamos. – Disse Saori puxando Shun junto de si.
A porta do bar se abriu alguns minutos depois e Ikki entrou logo atrás de Hyoga, os dois discutindo.
– Maldito amplificador! – Ikki resmungou, equilibrando os amplificadores de qualquer jeito. – Por que eu tenho que levar os amplificadores e você leva os instrumentos?
– Porque você é um ogro... até eu sou mais cuidadoso que você. – Hyoga trazia o baixo e a guitarra nos ombro; andava meio desajeitado, mas preferia isso a ter seu baixo quebrado. Cumprimentou o barman com um aceno discreto e foram para o palco.
– Claro. Você é uma princesa, Hyoga. E eu sou cuidadoso! – Ikki deixou os amplificadores com um baque no palco, e cruzou os braços, parecendo irritado. – E aí, gente? –cumprimentou, ainda mal humorado, observando os três amigos montarem a bateria. – Vocês estão aqui há quanto tempo?
Não achou incomum Shun e Saori terem chegado cedo, mas Seiya estava lá antes dele e de Hyoga? Era o apocalipse ou o quê?
– Chegamos um pouco antes de vocês. – respondeu Saori, e então, lembrando-se repentinamente da sacola de faixas, largada em algum lugar perto do balcão, murmurou: – Eu já volto. – e saiu correndo para evitar que os outros vissem a sacola. Neste momento, Shiryu entrou pela porta do bar, falando animadamente ao celular com uma mochila e alguns pedestais seguros na sua mão livre.
– Não, eu te amo mais. – ele dizia com a voz manhosa. – Sim, eu também to com saudades... Depois eu passo ai, ok? – Deu um sorriso bobo enquanto andava para o palco, acenando para Shura e Máscara da Morte, o outro barman, que saíra da porta dos fundos, perguntando como estavam as coisas. Os poucos clientes que estavam no bar àquela hora sufocavam risadinhas – Não, desliga você primeiro... Não, você primeiro.
Ikki e Seiya trocaram um olhar incrédulo.
– Ah, oi, Ikki. Hyoga, Seiya... oh, Shunrey, vou ter que desligar... É, eu cheguei. – deixou a mochila no chão. – Assim que terminarmos eu te ligo, ta? Claro que eu prometo!
Ikki suspirou, pegando sua guitarra e começando a afiná-la.
– Também te amo. Não... eu é que amo mais... – cinco minutos depois, a bateria já estava quase completamente montada e Ikki já estava pegando o baixo de Hyoga para afiná-lo quando finalmente Shiryu desligou o celular. – Oi, gente!
Ikki deu um grunhido, sem sequer erguer o rosto, Hyoga acenou, distraído, e Seiya brincou:
– Achei que você não fosse desligar nunca!
Repentinamente mais sério, e ignorando a brincadeira de Seiya, Shiryu disse:
– Vocês não imaginam o caos que estava do meu lado da cidade... esse povo deve estar ficando louco. Já são mais de dez da noite! De onde saíram tantos carros?
– Sexta à noite, dragãozinho... – Ikki resmungou, olhando para Hyoga em seguida e batendo nas cordas do baixo: – Esse é o tom certo, cisne?
– Acho que sim. Vamos ligar no amplificador, pra ver se é isso mesmo...
– Mas é sério. Não é normal o caos que está lá fora. Era pra eu ter chegado há uma meia hora atrás! – Shiryu reclamou.
– Estranho. Eu peguei um pouco de trânsito também. Parece que algumas estações do metrô pararam, não foi isso?
– Verdade. – Saori e Shun se juntaram à conversa, misteriosamente sorridentes. – Sorte que o Tatsume estava livre hoje à noite...
– E quando ele não estaria livre? Fala sério, você consegue imaginar Tatsume de compromissos numa sexta à noite? – Seiya riu sozinho.
O som dos clientes do bar chegando e conversando estava se tornando mais alto. Shiryu já começava a sentir o frio na barriga característico de cada apresentação que eles faziam. Cerca de um ano atrás, eles haviam decidido começar a tocar juntos. Já haviam feito várias apresentações, mas esse era o primeiro lugar mais 'bacana' que os havia chamado para tocar.
Ikki estava sentado em cima de um dos amplificadores ajustando os graves e agudos do baixo. O bar estava ficando cheio. Shiryu passava pelos microfones dizendo 'teste, teste. Som, um, dois, três'.
– Bom, pelo menos todos vocês chegaram a tempo, apesar do caos. – falou Máscara da Morte, o outro barman com cara de mala.
– Ainda bem, né? – Saori sorriu, contente. – Só queria entender o que está acontecendo... a cada dia que passa, a cidade fica mais estranha.
– Verdade, né? – Seiya falou, batendo distraído num prato. Shura se aproximou, olhando curioso para Seiya:
– Quer dizer que vocês não sabem? Não viram os noticiários?
– O que? O que aconteceu? – Shiryu se aproximou, interessado na conversa.
Shura e Máscara da Morte trocaram um olhar preocupado, mas foram interrompidos por Ikki, que já estava segurando sua guitarra.
– Nem quero saber. Vamos fazer logo a passagem de som que o bar está enchendo!
Saori e Shun deram os braços, os olhos cintilando enquanto iam para frente do palco. Cada um dos músicos assumiu sua posição. Shiryu respirou fundo algumas vezes esperando pelo grito de Seiya, que não tardou:
– Um, dois, três: VAI!
Os rapazes estavam tão concentrados em perceber possíveis problemas no som que acabaram perdendo o olhar preocupado que Shura e Máscara da morte trocaram antes de voltarem para o bar. Do lado de fora, relâmpagos cruzavam o céu.
