Lily olhou para cada um dos presentes que havia ganhado. Decidiu que não os devolveria, pois gostava de todos eles, por igual. Sem contar que ela os tinha ganhado. Não era algo que deveria devolver, afinal.
Mas tinha um que ela quis devolver. O menor de todos, mas com certeza, o mais simbólico. Uma pequena pedra de quartzo rosa, grudada em um pequeno pedaço de madeira. Nessa madeira, estava escrito a seguinte palavra: Amor.
Amor. Lily riu só de pensar na hipótese. Grande amor esse. Um amor que dizia que não queria machucá-la, mas que a machucou. Um amor que não suportou a distância, tudo porque não havia contato fisíco. Um amor limitado. Se é que aquilo era amor.
Não fantasiava sentimentos. Sabia que, um dia, poderia acabar. Mas esperava que fosse quando ambos não quisessem mais. Quando houvesse outros rumos a ir. E não daquela maneira mesquinha, egoísta. Não sem ela poder reagir. Sem ela poder ao menos entender o que faltou.
Severus dizia que fazia para o seu bem. Mas agora ele veria o mal que causou.
Com toda a força que possuía, Lily tacou a pequena lembrança no chão. Obviamente, ela se quebrou em duas. O quartzo desgrudou do pequeno pedaço de madeira, exatamente como ela queria.
Com muito cuidado, Lily pegou um pequeno pedaço de papel e se pôs a escrever. No fim, havia o seguinte texto.
"Para alguém cínico, covarde e hipócrita. Conserte e dê a alguma vagabunda que te agarre todo dia, como você quer. Afinal, isso é muito mais importante do que alguém que te ame apesar de tudo, não é mesmo?"
Lily Marie Evans
Estava já colocando tudo dentro de um envelope quando se lembrou do principal. Pegou novamente o bilhete, e escreveu:
"PS: Prepare-se".
Lacrou o envelope com a lembrança quebrada e a carta escrita. Respirou fundo: agora, Severus ia ver o que era alguém sofrendo.
Estava na hora da vingança.
