Título: Sweet Gemini - Capítulo 1
Autora: Lune Kuruta
Fandom: Saint Seiya
Classificação: 18 anos
Palavras: 2894 (este capítulo)
Personagens/Casais: Shura de Capricórnio/Kanon de Gêmeos, menção a Ikki de Fênix/Shaka de Virgem; participações de Shion de Áries (Patriarca), Saga de Gêmeos, Camus de Aquário, Ikki de Fênix, Aioros de Sagitário, menções a outros.
Gêneros: Romance, yaoi
Resumo: O cavaleiro de Capricórnio sempre se orgulhou de ser um homem regrado, avesso aos menores prazeres da vida. Mas como resistir à tentação que residia na terceira casa?
Avisos: Lemon (relato indireto, mas explícito). A autora prefere não fornecer avisos adicionais.
Disclaimer: "Saint Seiya" é de propriedade de Masami Kurumada e Toei, todos os direitos reservados. Esta fic não tem fins lucrativos.
Notas: História escrita para o Coculto, um amigo oculto de fanfics promovido pela comunidade Saint Seiya Super Fics Journal (fic originalmente postada na comunidade em 21/07/2013).
* Localização temporal: Pós-Hades, todos revividos por Atena. Prólogo do Céu, Next Dimension e Omega desconsiderados.
Observações e avisos:
- Nesta fic, Ikki de Fênix tem 18 anos (desencargo de consciência, mesmo);
- Aparências do mangá (Saga e Kanon loiros, Camus ruivo and so on... porque sim n.n'')... mas a personalidade do Shura ficou puxado pro anime, mesmo;
- Tomei a "licença poética" de alterar o cronograma da série um pouco. Por favor, considerem esta fic como situada nos dias atuais (e não nas décadas de 80/90).
CAPÍTULO 1 – PASTA DE AMENDOIM
Mais um dia no Santuário de Atena. Após tantas guerras, a deusa conseguira trazer seus cavaleiros de volta à vida se utilizando de uma cláusula havia muito tempo esquecida no Código Olimpiano de Condutas Divinas. Finalmente, os cavaleiros poderiam desfrutar de um pouco de paz – ao menos até a próxima invasão por algum deus maluco.
A jovem Saori Kido, reencarnação de Atena, vivia no Japão com os cavaleiros de bronze. Precisava cuidar dos negócios da família, embora fosse ainda muito jovem para tal. Com isso, nomeara Shion como seu tutor. Em outras palavras, Saori dirigia, mas Shion assinava e lidava com as burocracias legais.
Shion, porém, não tencionava abandonar o posto de Grande Mestre assim tão cedo. Revigorado (ressuscitara com sua aparência de dezoito anos, o que ironicamente o fez mais "jovem" que seus subordinados da elite dourada), pedira a Atena para não abrir mão da honraria. Como resultado, o ariano acumulara duas funções – zelar pelo Santuário e cuidar dos negócios de sua deusa.
O Grande Mestre era, como se sabia, um homem focado, inteligente e responsável. No entanto, admitamos que ele tinha quase três séculos de vida. Embora esforçado, era um tanto enrolado com máquinas de escrever, que diria com um computador! Definitivamente havia perdido o fio da História. Os outros dourados, embora também não tivessem tido contato com a tecnologia até que Saori modernizasse o Santuário, tinham outra mentalidade. Até Shaka conseguia checar e-mails! Demorava, reclamava, mas conseguia. Mas o pobre Grande Mestre ainda se assustava sempre que o telefone tocava, imaginem usar a Internet sozinho.
Devido a isso, Shion optou por recrutar alguns dos dourados que considerava mais responsáveis, inteligentes e capazes de lidar com aquela parafernália tecnológica de que a Fundação Graad dispunha. Acabou por abrir um pequeno "escritório" em seu templo onde Saga, Camus e Shura trabalhavam à tarde, limitando seus treinamentos às manhãs; Gêmeos assumira a área executiva e de planejamento, Capricórnio a área de contabilidade e finanças e Aquário cuidava da área de relações públicas.
Eram seis da tarde e Shura descia as escadarias com várias pastas para analisar em sua casa. Saga ia a seu lado, distraído com o céu que começava a escurecer. Já Camus tagarelava ao recém-adquirido celular, monitorando de longe o treinamento vespertino de seu eterno discípulo. Era nítido que o aquariano fazia jus a seu signo e à escolha de Shion para o cargo de relações públicas e, dos três, era o que melhor se dava com a tecnologia moderna...
- Então você conseguiu? Muito bem, Hyoga. Escute, para amanhã de manhã quero que leia os capítulos 30 e 31 do Vlatislav e... como assim, sair com Shun e Ikki? Não estou nem um pouco interessado em boate nova em Tóquio, Osaka ou Shangrilá! Faça o que quiser, mas amanhã às oito em ponto vou cobrar a lição na cam e ai de você se não estiver online, ouviu bem?! Escute aqui...
Shura se permitiu um suspiro aliviado ao deixar a décima-primeira casa – e seu dono – para trás, o que não passou despercebido a Saga, que deu um risinho discreto.
- Sempre sistemático, Shura. O que se nota pela quantidade de trabalho que sempre leva pra casa. Descanse um pouco, homem! Esses documentos podem ficar pra amanhã...
- Não, não podem. Trata-se daquela transação com os árabes e você sabe que só temos até o final da semana. Já é terça-feira, Saga, e mal consigo entender esses documentos que eles enviaram! Não entendo muito desses trâmites burocráticos e o setor jurídico está no Japão cuidando de outra coisa, não pode me ajudar em tempo hábil...
Saga sorriu ante o aparente desespero do capricorniano. Caminhou mais um pouco em silêncio, lado a lado com o colega, até voltar a se manifestar.
- Se está tão complicado, Shura, não precisava se fechar. Sabe que tenho um pouco de experiência nesse assunto por conta... você sabe... – Shura assentiu, sabendo que Saga se referia ao tempo em que usurpara o posto de Patriarca – Enfim, posso ajudá-lo nisso. Por que não passa em Gêmeos por volta das oito? Analisamos isso juntos. Por enquanto, tome um banho, coma algo e descanse, sim?
Já em Capricórnio, Shura observou Saga descer as escadarias em direção a Gêmeos com um leve sorriso, algo nostálgico. Era aquela postura do loiro que o fascinara quando mais jovem e lhe rendera uma fase de paixonite platônica. Um líder nato, seguro, gentil, até galante, embora tivesse seus momentos imprevisíveis.
Shura se lembrava bem daquela noite, pouco antes da morte de Aioros, em que repousava em seu templo após uma tarde de intensos treinamentos, e recebera uma visita inesperada...
00000000
O banho ajudara o rapaz a relaxar os músculos, mas estava realmente cansado. Apanhou um livro qualquer sobre mitologia e se refestelou em um divã de couro negro em sua pequenina biblioteca.
Fazia muito calor e apenas uma curta toga branca o cobria. Jamais ousaria sair de casa com aquela peça, mas ninguém tinha o hábito de invadir sua privacidade àquela hora. Seu melhor amigo Aioros dormia cedo, cansado que ficava depois de cuidar de seu irmão caçula. O pequeno tinha muita energia, o que enlouquecia o sagitariano.
Shura sequer percebera que havia fechado os olhos; quando os abriu em um repente, já era pouco mais de meia-noite em seu relógio de parede. Havia adormecido com o livro nas mãos e nem percebera. Tudo bem. Precisava mesmo descansar.
Esfregou os olhos e fitou a porta. Foi então que percebeu o motivo de ter despertado repentinamente. Havia um vulto o observando ali.
- Quem está aí? – O moreno se levantou, arrumando a toga curta. Corou de leve; quanto tempo fazia desde a chegada daquela pessoa?
O vulto adentrou o recinto, permitindo-se iluminar pelos archotes. Trazia um sorriso um tanto maroto em seus lábios.
- Saga? – Shura parecia um pouco aturdido. O que diabos o rapaz fazia ali àquela hora? – O que faz aqui? Aconteceu alguma coisa? Eu...
Jamais obteve sua resposta, pois foi calado com um beijo avassalador.
00000000
Na manhã seguinte, Saga não fizera qualquer comentário àquele respeito. Parecia tratá-lo amigavelmente como sempre. Shura, por sua vez, não tivera coragem de conversar com ele sobre aquele beijo. Eram apenas adolescentes, talvez fosse algum impulso de que o geminiano se envergonhasse; ou talvez sonambulismo. Com a descoberta do lado negro de Saga, o capricorniano passou a creditar aquela sessão de amassos à faceta sombria do amigo.
Não era fácil assim se esquecer de seu primeiro beijo – ou, mais apropriadamente, primeiro amasso. Mas, de certa forma, a atitude fria de Saga com relação a um momento tão intenso entre eles ajudou a desconstruir a imagem idealizada que o capricorniano tinha a respeito dele. O sentimento platônico foi desaparecendo aos poucos, suplantado pelo tempo e pelo amadurecimento, dando origem a uma sólida amizade.
Mas, bem lá no fundo, admitia que queria muito receber novamente aquele beijo ardente, voraz. Aqueles toques famintos, sôfregos...
Oh, pelos deuses... estou parecendo um adolescente, agora!
Shura sacudiu a cabeça, reprovando-se, e seguiu para os aposentos internos de seu templo.
00000000
Eram oito da noite em ponto e Shura já adentrava os fundos do imponente templo de Gêmeos à procura de seu defensor, carregado de pastas e documentos. O ambiente estava escuro e silencioso, seus passos ecoando pelo piso de pedra.
Avistou adiante uma cascata de cabelos dourados e um corpo forte, seu dono olhando distraidamente para a direção oposta.
- Saga?
O homem se voltou para o espanhol e sorriu com certa ironia, uma sobrancelha se erguendo.
- Gêmeo errado, Capricórnio...
Shura arregalou os olhos e bufou a seguir.
- Seus cosmos são extremamente parecidos e a escuridão não facilita nada – Shura cruzou os braços – Que faz aqui, Kanon? Pensei que estivesse no Japão!
- E de fato estava, mas descobri que aqui é meu lugar – Kanon abriu os braços como se abarcasse a Casa de Gêmeos – Atena compreendeu que não me agrada muito ficar rodeando os pirralhos de bronze e permitiu que eu voltasse para o Santuário. Não me importo em dividir com meu irmão as responsabilidades como cavaleiro de Gêmeos...
- Um tanto rude de sua parte falar assim dos cavaleiros de bronze – Observou Shura – Afinal, sem Shiryu e os outros Atena estaria morta.
Kanon soltou uma risada divertida. Shura notou que era um tanto diferente da do irmão, cujo riso era contido e gentil; talvez um leve sarcasmo, mais liberdade... uma pimenta a mais no riso do ex-General Marina.
- Você realmente é fascinado por aqueles moleques, não? Principalmente o discípulo de Dohko. Mas sim, mesmo tendo passado por tanta coisa e realizado tantos milagres, ainda são meninos e agem como tal. E não tenho nenhuma vocação para babá.
- Imagino... – Murmurou Shura. Admitia que sempre fora orgulhoso, mas Kanon lhe soava um tanto antipático demais.
- Por outro lado, tenho outras vocações bem interessantes – O geminiano sorriu torto – Posso ser um bom anfitrião, por exemplo. O que deseja, Shura?
Shura inconscientemente recuou um passo ante a voz um tanto maliciosa e a postura displicente. Pigarreou, mantendo o tom de voz firme.
- Vim conversar com seu irmão sobre alguns negócios da Fundação Graad. Pode chamá-lo, por favor?
Kanon soltou outra risada, cruzando os braços.
- Tente daqui a umas duas horas. Saga está no banho, e você sabe muito bem o tempo que ele leva nisso...
- Também sei que ele costuma ser bastante pontual com compromissos assumidos, então não duvido de que ele esteja chegando... se não irá chamá-lo, tudo bem, esperarei aqui – Volveu o espanhol – Ele perceberá minha presença e virá.
Kanon sorriu de lado e apenas gesticulou com o braço, indicando a porta que levava aos aposentos privados do templo. Shura se dirigiu à sala de estar, sentando-se bastante ereto no sofá de veludo azul-marinho, documentos em mãos. Kanon, por sua vez, refestelou-se bem ao lado de Shura, parecendo bem à vontade.
- Você às vezes me parece um poço de tensão, sabia?
- Estou aqui a trabalho, e trabalhar não é algo que eu classifique como "relaxante" – Shura respondeu friamente. Bufou ao sentir os papéis serem retirados de sua mão.
- Hum... negociação complicada, hein? – Murmurou Kanon despreocupadamente enquanto analisava os documentos – Essa cláusula é um tanto arriscada, eu tentaria suprimi-la se fosse você...
- Você... entende disso? – O capricorniano estava descrente.
- Como não? Esqueceu que já fui o braço-direito de um jovem multimilionário? – Respondeu o grego com um sorriso maroto. Shura apenas bufou.
Bem naquele momento, outro loiro adentrou a sala.
- Perdoe-me o atraso, Shura! – Murmurou Saga, sem graça. Shura deu um sorrisinho ao observar os cabelos úmidos do geminiano e apenas deu um aceno com a cabeça.
- Tudo bem, não demorou...
- Mas... bom, não foi só o banho que me atrasou – Volveu o geminiano mais velho, o tom agora sério. Exibiu uma pequena mala em sua mão – Recebi uma mensagem de Shion me chamando ao Templo de Atena imediatamente. Parece que há uma missão urgente e passarei a semana fora da Grécia. Sinto muito, Shura, mas não poderei ajudá-lo com a negociação...
O espanhol suspirou mas assentiu.
- Não se preocupe, Saga, darei um jeito...
- Ah, então eram esses os negócios que iriam analisar? – Interrompeu o ex-General agitando displicentemente as folhas na mão. O irmão assentiu – Sem problemas, irmãozinho, eu ajudo Capricórnio.
Shura estremeceu.
- Não vai ser necessá...
- Mas é uma boa ideia, Shura – Saga concordou com o gêmeo – Kanon também lidou com essas burocracias quando estava com Julian Solo, inclusive vez ou outra ele me ajuda. Aliás, devo dizer que ele tem um olhar mais esperto que eu em relação a armadilhas de contrato, sempre vale a pena ouvi-lo em negociações arriscadas. Eu mesmo pretendia pedir conselhos a ele no seu caso...
- Mas...
- Não precisa ficar de melindres, Capricórnio, será um prazer ajudá-lo – Disse Kanon com voz conclusiva – Vá tranquilo, Saga...
- Obrigado – Sorriu o irmão mais velho, despedindo-se com um aceno e saindo.
- Somos só nós agora, Capricórnio... – O sorriso venenoso de Kanon fez Shura engolir em seco.
00000000
O relógio da parede da ampla biblioteca do templo de Gêmeos marcava além das dez da noite. Sentados a uma grande mesa de mogno, lado a lado, Kanon e Shura analisavam juntos documento a documento.
- Malditos! – Grunhiu Capricórnio – Esse monte de papel escondia dezenas de armadilhas!
- É, e olhe que ainda temos mais duas pastas para analisar – Kanon não parecia muito impressionado.
- Não vamos analisar mais nada! – Shura estava indignado – Atena não pode se envolver com esse tipo de empresário de má índole!
- Shura, Shura... você é muito inocente – Kanon deu um sorrisinho de canto – Pessoas desse tipo existem aos montes, sempre rondando ricaços jovens e inexperientes. A Fundação Graad de fato tem muito a ganhar com esses árabes, desde que consigamos uma contraproposta segura para nós, de forma a não deixarmos uma parte tão importante da Fundação nas mãos deles.
- Contraproposta... – Shura suspirou, massageando as têmporas – Ainda temos isso para ver...
- Vamos apenas terminar de analisar os documentos – Kanon destampou a caneta marca-texto que usava para destacar trechos graves das propostas – Podemos deixar para discutirmos uma contraproposta amanhã. Já marcaram uma reunião?
- Uma videoconferência na sexta de manhã... com Atena participando no Japão e eu aqui. Shion não poderá participar no dia...
- Pois bem, amanhã elaboraremos uma contraproposta segura – Disse Kanon – Na quinta poderemos conversar com Atena e informá-la dessa contraproposta... e sexta estarei com você na tal conferência.
- V-você?
- Elaborar uma contraproposta é o de menos, Shura. O mais importante é convencer a outra parte de que também pode ser interessante a ela, já que estamos driblando todas as armadilhas contratuais... e eles com certeza insistirão muito na proposta deles.
Kanon sorriu e se aproximou ainda mais do espanhol para lhe falar ao ouvido, a voz baixa:
- Você é muito eficiente, Shura, mas precisa de alguém com mais... malícia... para guiá-lo nesse tipo de coisa...
Shura enrijeceu na cadeira, tenso, sentindo o calor do outro tão perto de si. E o que a mão de Kanon estava fazendo sobre a sua coxa?
- E-eu...
- Bom, vamos terminar logo com isso... – A mão sobre sua coxa se moveu quando o geminiano apanhou mais uma pasta de documentos – Uma coisa de cada vez. Vai dar tudo certo, não se preocupe... não vamos deixar a senhorita Kido nas mãos desses espertinhos.
O sorriso de Kanon, menos malicioso e mais confiante desta vez, acabou fazendo Shura sorrir também.
00000000
A reunião em Gêmeos na noite seguinte foi um pouco menos tensa. A discussão fluiu bem, o conhecimento de Shura sobre a Fundação ajudou Kanon a delinear um acordo útil para ambos os lados.
Eram onze da noite e Shura finalmente estava imprimindo a contraproposta para uma última análise.
- Acho que ficou clara, objetiva e bem segura – Comentou Shura, a voz não escondendo um pouco de alívio – Enviarei uma cópia a Atena por e-maile mostrarei esta cópia impressa a Shion amanhã, ele ainda não se dá muito bem com esse tipo de coisa...
Kanon deu uma risadinha pelo nariz em concordância. Até achava que Shion havia deliberadamente fugido da tal conferência de sexta, mas preferiu guardar o pensamento para si.
- Acho que ficou realmente boa – Kanon concordou – Agora podemos... hã?
Shura corou de leve, incomodado com o som enfático que seu estômago havia acabado de emitir.
- Hum, desculpe...
- Pelo quê? – Kanon cruzou os braços – Por não ter comido nada desde que saiu do trabalho? Shura, por que não jantou antes de vir?
- Saí um pouco atrasado hoje, só tive tempo de tomar um banho – Shura deu de ombros – E não precisa falar neste tom comigo, Kanon, eu não sou nenhum moleque!
Kanon pareceu ignorar o quase início de discussão e simplesmente pegou Shura pelo braço, praticamente o arrastando até a cozinha.
- Sente-se aí, cabrito teimoso, enquanto eu preparo um sanduíche – Kanon se pôs a pegar vários ingredientes na geladeira enquanto falava, sem sequer olhar para o outro – Você parece só enxergar o trabalho na sua frente, esquece-se até de comer!
Shura se limitou a bufar, vagamente mal-humorado, assistindo ao geminiano que preparava dois enormes sanduíches e logo depositou um deles à frente da visita.
- É comestível? – Um levíssimo sorriso brincou nos lábios do espanhol.
- Você fazendo piadinhas é novidade – Kanon soltou uma risadinha levemente trocista, comendo. Por alguns minutos, fez-se silêncio na cozinha, ambos comendo – Você estava mesmo com fome... – Observou por fim, vendo Shura comer compenetrado.
- Parece que sim – Shura fez pouco caso – E este sanduíche até que é digno... hum, por acaso isto é...?
- ... sanduíche de peito de peru defumado com molho de ervas, é, sim. É mais light. Não que esteja precisando – Kanon sorriu de canto.
Shura deu um meio-sorriso, mas se sentiu ligeiramente incomodado com a aparente coincidência. Nunca havia manifestado tal preferência, que tinha há anos, a ninguém. Não que se lembrasse... nem mesmo a seu melhor amigo Aioros, pois detestava que os outros tivessem trabalho para satisfazê-lo em uma refeição tão simples.
Chegou a cogitar que Kanon tivesse o mesmo gosto curioso, até reparar que o sanduíche que o grego comia era de pasta de amendoim...
A conversa que se seguiu foi amena e logo se despediu, retornando a Capricórnio. Decidiu relegar a questão do sanduíche a um canto obscuro de sua mente. Tinha coisas mais sérias a tratar naquela semana.
CONTINUA...
Notas adicionais (nota original de publicação no LJ):
Mais um Coculto, êêê! E com um gostinho especial desta vez, cofcof!
Esta fic é um presente para a minha "fiota" Virgo Nyah. Fiota, é uma situação bem curiosa, na verdade. Eu estava pra escrever uma fic do casal pra você há anos, como bem sabe x.x E a estava escrevendo (a parte do flashback neste capítulo eu me lembro até de ter usado como teaser, tadinha x.x). Mas o que não contei a você é que... eu perdi o arquivo x.x [apanha]
Pois é. Esta fic do Coculto ia ser uma oneshot meio PWP usando o seu tema, e eu tinha planejado postar a fic que eu estava escrevendo antes (no seu aniversário). Só que o bendito arquivo se fué junto com o meu pendrive T.T (E a JÊNIA aqui ainda tem cisma em guardar arquivo em nuvem... dinossaura que sou ¬¬''). A versão que eu tinha no PC tinha meia página (sério x.x''), já que acabava que eu escrevia tudo na versão do pen, mesmo. E meu semestre foi tão tumultuado que não tive ânimo de reescrever tudo pra antes do Coculto... x.x
O que eu fiz, então? Decidi abandonar meus planos iniciais e me basear no Coculto apenas. Usaria a fic do Coculto não só pro que você pediu no tema, mas pra tentar unir os dois de uma forma minimamente decente também (o que seria feito naquela primeira fic #RIP) – não que tenha funcionado, mas aí já é outra história n.n''' E o outro lemon que eu já tinha começado (e perdi tudo T.T) irei escrever em outra oportunidade. É que esse casal até me... interessou um tico 9.9
Então decidi recomeçar "do zero" (em termos, porque a ideia já tava aqui na cachola, né?), já que o próprio esboço já não se encaixava direito noplot mais (portanto não é uma "reciclagem" da minha fic antiga, só pra deixar claro!). Mas enfim, a fic é nova (e digna, espero x.x). Espero que valha a pena... pela espera e pela ansiedade adicional do Coculto.
(E também foi por isso que não contei antes sobre o problema com meu pendrive, cofcof! [apanha])
Pronto, chega de justificativas à presenteada e bora falar sobre o capítulo, agora: foi mais longo e um pouco mais chatinho/detalhado porque é uma introdução à história, mesmo. A fic fica mais dinâmica a seguir (ou pelo menos é o que eu espero). Ah, eu me divirto com o Kanon espezinhando XD Infelizmente não tenho uma cabeça tão afiada, mas espero ter conseguido transmitir umas faisquinhas n.n''
A propósito: eu não entendo patavinas do mundo empresarial, então talvez eu tenha simplificado demais ou falado alguma besteira. Enfim, licença poética -q
É isso, gente x.x Vejo vocês no próximo capítulo!
Kissus,
Lune Kuruta
NOTA DE POSTAGEM NO FFN E NO NYAH! FANFICTION:
Essa fic fugiu um pouco aos padrões das minhas "fics para Coculto", andei reparando o.o Foi mais leve (bom, tentei, né? -q), as caracterizações também um pouco mais relaxadas (podemos até considerar um OOC leve, mas vá... não foi bizarra, não). Enfim, apesar dos problemas que tive com o pendrive e tal, não posso dizer que não tenha gostado de escrevê-la porque foi até gostoso XD
Como eu disse antes, é um casal sobre o qual eu pretendia escrever antes, mas calhou de ser só no Coculto. É um casal meio difícil de se achar, creio - as pouquíssimas que li (nossa, uma ou duas, talvez? Isso que eu tô contando menções, ou seja, em que eles não fossem exatamente o casal principal) tinham o dedo da Nyah, huahuahua XD Mas gostei de trabalhar com eles. Dariam um casal divertido (?), no mínimo XD
Antes de encerrar, vou fazer meu clássico merchan de final de fics de Coculto...
As inscrições para o Coculto 8 já estão abertas! Trata-se de um amigo oculto diferente... em vez de você sortear uma pessoa (e depois se virar pra escrever algo que ela curta, e que às vezes pode não ser sua praia), VOCÊ ESCOLHE O TEMA que quer escrever! Daí, a pessoa que enviou o tema selecionado se torna seu amigo oculto!
Resumindo: você escreve um tema que curte e que seu amigo oculto também gostaria de ganhar! Não é demais?
Além disso, o prazo de entrega da fic é bastante elástico, cerca de quatro meses. Isso ajuda MUITO, acredite x.x (Experiência própria).
Gostou da ideia? Então se inscreva no Coculto, evento promovido pela comunidade Saint Seiya Superfics Journal! Não é necessário ter conta no LiveJournal para participar! As inscrições vão até o dia 15 de agosto. Leia os posts com as regras e se inscreva! Não é necessário possuir conta no LJ para participar!
Vai que eu escolho um tema seu, né? Ou então você escolhe um meu e escreve algo pra mim, huhuhu! n.n
Link: stseiya-fanfics (ponto) livejournal (ponto) com
Posto o segundo capítulo amanhã. Espero que gostem!
Kissus,
Lune Kuruta (06/08/2013)
