Metalinguagem

O menino digitava e digitava. Tinha apenas doze anos, mas já escrevia primorosamente para alguém de sua idade. Seu pai, no entanto, tinha medo de que ele ficasse viciado naquela coisa

- Filho, desliga isso! Olha que dia lindo, vá jogar bola!

O menino não dava atenção, continuando a digitar como antes. Plots e mais plots surgiam em sua cabeça sem parar... e ele os colocava quase que imediatamente no papel.

O pai, preocupado, falava pro filho ir brincar lá fora novamente:

- Vai lá, moleque! Eu com a sua idade jogava tanta bola...

Nada. O menino gostava mesmo era de escrever. Podia estar o tempo que fosse, ele curtia mesmo é colocar as ideias no papel.

Pela terceira vez o pai lhe falou pra sair:

- Menino, vai brincar um pouco lá fora! Olha que eu tiro esse computador de ti, hein!

A ameaça irritou o escritor mirim. Enraivecido, deletou o pai do plot. Ou melhor, o guardou para uma ocasião mais propícia, como por exemplo a hora de pedir mesada...

E continuou escrevendo, ensandecidamente.

FIM