Heroes é uma criação de Tim Kring.
-
E a menina sempre dançava, e a memória sempre voltava. E para sempre seria assim.
-
Aviso: OneShot extremamente abstrata e específica. Se nunca assistiu Heroes, adeus.
Era uma vida aparentemente normal, apinhada de brilhos, altos e baixos. Uma vida nova - ou pelo menos era o que ele sempre dizia. A lareira queimava confortavelmente em algum canto da sala – da nova sala, novamente -, envolvendo em seu calor a casa. Um tom de segurança vinha das paredes, e a menina dançava feliz, acreditando que dentro daquelas paredes nada poderia atingi-la, machucá-la. E era para ser normal. O tapete furado contrastava com o rosto maculado de utopias e inocência, e ela só dançava. Do lado de fora, um coral de horrores lhe acompanhava, na rua, na cidade, no seu jardim bem-cuidado. Algo fora do lugar, uma memória, mas não apenas uma memória. Um homem.
O cabelo loiro de menina, de mulher, de corpo que aspira desejo. Ela se virou, e a lembrança brotou do chão, tão terrível em toda a sua calma, e Sylar a envolveu em seus braços de loucura junto aos seus lábios. Claire, odiosa menina, amada mulher, perturbada pela eterna benção, assassinatos e todos mortos à sua volta. E a família, as suas casas, os lugares onde ele sempre a visitava por desejo de ser morte. Não por morte, mas poder. Onde foi que ela havia se perdido assim? Quando foi que se tornara a heroína que nunca ambicionara ser? Quando foi que passara a ser a estúpida imagem que brinca contra o tempo?
Ele não a deixaria ir, e a casa e a família se despedaçaram, queimando na lareira que já não aquecia. O coral tornou-se orquestra, de morte, de sangue na face de Claire, de perseguições. Tilintando, sons desconexos, gritos, e então Sylar em uma carruagem ao inferno. Criatura medonha, cavaleiro desgraçado, sempre seguindo a pequena que dançava em dias felizes e paredes inseguras. Ainda era para ser normal. A voz de uma mulher a chamar. A normalidade derretia entre os seus dedos que seguravam segredos, soltos, sufocantes de dor e raiva em uma tênue esperança de voltar a ter felicidade. A felicidade que Sylar roubou e levou embora a fogo, juntamente com ela, a voz de uma mulher em chamas.
Ouvidos surdos eram o da loira, olhos de nevascas imortais, corpo de tempestade que ia junto à carruagem. O fogo suavizava a sua face corada de excitação, de cheiro de mulher, de gritos de liberdade e daquele homem. De livros de contos de fadas, de princesas e fantasmas, de Claire e Sylar em um incêndio morto movido por vingança. A história de memórias imortais, feitas de sangue e fogo, de carne e osso. Histórias de perdas, de famílias, de casas e incêndios. Histórias que começam pelo fim. E foram embora, o homem e a mulher, a lembrança e a felicidade que nunca existiu. E veio o prólogo para o fim, mascarado, e a memória tornaria a aparecer na vida de Claire. E era para ser normal.
E seria assim para sempre.
N/A: A culpa não é minha, e sim dos litros, e litros e quilos de lindas e destruidoras drogas rs. Enfim, isso era pra ser uma fanfic sobre como o Sylar acabou com vida da Claire. D8
Entendo ou não, espero que vocês (Vocês quem? Ninguém liga pra tuas fics, garoto) gostem dessa. Au revoir.
