N.A.: Projeto Code Violet, fórum 6v, Seção Harry & Pansy (Violeta).
Pansy ou Parkinson?
Adriana Swan
Harry não sabia dizer o que realmente o atraia na mulher deitada em sua cama naquele momento.
O quarto estava em semi-escuridão quebrada apenas pela luz fraca da luminária mágica sobre a mesinha de cabeceira. O vestido de Parkinson abandonado ao chão sem nenhum cuidado, assim como sua roupa íntima. O corpo pálido de Pansy estava meio coberto pelo lençol branco enquanto ela dormia com a tranqüilidade de uma criança.
O auror passou a mão pelo cabelo e tomou outro gole do vinho já quente. Pansy não devia estar ali. Pansy não devia estar ali de novo. Aliais, Pansy nem devia ser "Pansy", devia voltar a ser "Parkinson".
Ele suspirou cansado tentando entender o que o atraía a ela. A garota entrara em sua vida de uma forma não explicável e totalmente sem sentido e se apossara de seus instintos como um fêmea atraindo um macho. Não no sentido sacana, mas nos instintos mesmo.
Na verdade, aquilo havia virado um vício.
Era errado; era estranho; não tinha lógica, mas era bom. Tão bom quanto qualquer droga viciante, quanto qualquer químico que o tirasse do ar. Logo porque, Pansy o tirava do ar também.
Aquele relacionamento era uma droga.
Em todos os sentidos que você imaginar.
Harry tomou mais um gole de seu vinho. O quarto tinha um cheiro doce de perfume. Cheiro forte, cheiro de Pansy. O auror não gostava de perfumes fortes e se sentiu desconfortável por constatar que aquele cheiro estava naquele momento impregnado em sua pele, em sua carne, em suas narinas. Sempre ficava. Por dias. O maldito cheiro da Parkinson o enlouquecendo como o cheiro da bebida ao alcoólatra. Sua droga, seu álcool, seu vício.
Sua Pansy Parkinson.
A garota se remexeu na cama, ele se remexeu na confortável poltrona em que estava sentado a olhando a um metro e meio de distância. Mesmo quase no escuro podia vislumbrar pequenas marcas, marcas que ele fizera na pele delicada e que ficariam com ela por dias, para que lembrasse dele assim como lembrava dela. Uma tentação. Um desejo.
Um erro.
Um adorável erro.
Pensou em tomar um banho e livrar-se do cheiro, mas como livrar-se de Pansy? Como livrar-se de seu gosto, de seu calor, de sua presença, quando a ausência dela o fazia portar-se como um adolescente a desejando loucamente? Como proceder? Não sabia nem como aquilo começara, como iria saber como terminar. Terminar o quê?
Parecia uma doença. Talvez até fosse. Uma doença crescendo na vida dele como um câncer, o consumindo, o corroendo, o tornando dependente e decadente. Louco.
Ou talvez fosse a cura.
E aquele perfume nada mais fosse que os doces ventos da mudança.
