E quando chorares, lembra-te de mim.
Chapter one, 'um novo contexto'
"A empresa tem que inovar. Precisa imediatamente de uma novidade." Era nisto que pensava o recente presidente das empresas Tech-Japan Co., a mais avançada em matéria de tecnologia mecânica. Há meses que não se ouvia falar em um novo projecto e apesar do seu último lançamento ter sido um sucesso eles precisavam de continuar no topo. Este homem estava sentado na sua gloriosa cadeira empresarial, que, só pelo tamanho, um qualquer que se sentasse ali já se sentia poderoso. O escritório era amplo e todas as suas paredes que contactavam com o exterior eram feitas de um vidro polido e tão transparente que dava-se por não existir. Era ali que, Shikamaru Nara passava maior parte do seu tempo - sentado na cadeira, olhando para Tóquio, avaliando ideias, considerando possibilidades... uma vez por outra enfraquecia e abria a terceira gaveta a contar de cima. Uma foto, antiga. De quem? De uma jovem, com os seus dezoito frescos, um vestido florido e um chapéu de palha. Ela tinha os olhos azuis, uns olhos mesmos azuis, que o seu brilho parecia ter sido roubado directamente das estrelas. Era uma foto de praia, uma foto linda. Era a única foto que ele tinha, à excepção de uma que Sakura insistira para ele por, em cima da sua mesa. Mas essa foto não era um segredo, não tinha valor. Era um capricho, um capricho tolo de uma mulher igualmente tola.
- Sr. Nara, o canditado número 7 ao cargo de director geral está aqui. Posso mandá-lo entrar? - Falava a secretária. Mas que mania irremediável e teimosa de chegar falando, sem pedir licença nem nada. Shikamaru não esboçou nenhuma reacção, apenas fingiu-se de ocupado, e, arrumando à pressa a fotografia na terceira gaveta, mandou-o entrar.
Ouviram-se dois toques leves na porta de madeira. Concerteza que não poderia ser a sua secretária, pois ela nunca faz isto. - Entre – ordenou Shikamaru. Um homem alto, cabelo e olhos negros, ligeiramente despenteados, rodou a maçaneta e entrou. Avançou, em passos decididos e firmes até à mesa do patrão. Estendeu o braço, entregando o seu currículo. Nara, que se encontrava do outro lado da mesa, recolheu o ficheiro e o analisou. 'Que currículo fantástico! Bom nome, boa família, boas escolas, boas universidades, bons empregos... Tudo o que eu estava procurando', pensou. Estendeu novamente o currículo e, recostando-se para trás, deu mais uma olhada ao ser ali parado. - Está aceite, começa agora.
Pode-se ver uma nesga de entusiasmo na face de Sasuke Uchiha, entusiasmo este que ele acabou por suprimir. - Obrigado, Senhor Nara. Farei o meu melhor. - Nara acenou e deu-lhe um dossier com o protocolo e as ultimas actualizações da empresa. Sasuke agarrou no farto fichário e abandonou a sala, em rumo ao elevador. Assim que a porta abriu e ele ia-se preparando para entrar, uma mulher foi contra ele. Aborrecido, olhou para ela. Ela baixou a cabeça e pediu desculpa. Quando a levantou, olhou para trás e teve a oportunidade de visualisar a cara do homem com quem tinha tido aquele pequeno incidente. Segundos antes da porta fechar ela pôde vê-lo. Ela viu Sasuke. 'De maneira nenhuma, não era o Sasuke. Eu vi mal, com certeza. Não tenho andado bem esses dias, foi uma ilusão. Sim, é isso. Tive uma visão, devo ter tomado qualquer coisa. Não posso... não posso de maneira nenhuma ter visto Sasuke.
