Hogwarts naquele dia estava bem mais agitada do que de costume. Garotas andando em bando e lançando olhares sugestivos aos garotos que passavam por perto, enquanto eles as acompanhavam com o olhar para onde quer que elas fossem.

Era dia dos namorados. Cupidos voavam de um canto para outro com suas flechas e seus cartões de admiradores secretos, entregando aos alunos.

Enquanto caminhava com sua irmã Andrômeda, Bellatrix, que estava no seu sétimo ano, foi surpreendida por um cupido que apareceu para entregar-lhe uma carta, entregando outra para sua irmã, que abriu já com uma certeza de quem mandara.

Sinto falta do seu cheiro, do seu beijo, da sua pele. Sinto falta da sua impaciência. Sinto falta do seu sorriso. Me encontre na torre de astronomia e não me faça ir até aí lhe buscar.

Ao terminar de ler aquela carta, Bellatrix soltou uma risada curta. Quando virou para ver se sua irmã lera algo naquela carta notou que ela já tinha saído dali. Então não lhe restou alternativas a não ser ir até a torre de astronomia.

E lá estava ele, encostado no parapeito, com o vento batendo nos seus cabelos rebeldes. Bellatrix foi se aproximando aos poucos.

- Então – começou. Sirius sobressaltou-se e virou para olhá-la. Foi quando ela notou que ele tinha uma caixinha e uma flor nas mãos. – Sentiu minha falta?

- Talvez – respondeu. Então começou a caminhar ao encontro dela. – Feliz dia dos namorados – disse, entregando a rosa que estava em uma mão.

Bellatrix olhou de um jeito estranho para ele e depois para a flor, mas a recebeu.

- Não sou sua namorada, Sirius.

- Então por que está aqui? – retrucou. Ele sempre tinha tudo na ponta da língua.

Bellatrix bufou.

- Tenho uma surpresa para você – disse ele, abrindo a caixinha que ainda segurava e tirando dela um colar com uma pedra negra. – Acho que você vai gostar – acrescentou ao ver os olhos da prima brilhando ao ver a pedra.

- É lindo – disse Bellatrix, ainda com os olhos grudados no colar.

Sirius, então, deu a volta e colocou o colar na prima, atacando-o atrás.

- Feliz dia dos namorados – sussurrou no ouvido da prima, que deu um sorriso maroto e fechou os olhos enquanto sentia os beijos dele no seu pescoço.

- Não sou sua namorada – sussurrou Bellatrix.

- Então por que está aqui?

Bellatrix viu que estava sem saída. Então sorriu novamente e virou-se para beijá-lo. Não podia negar que também sentia falta dele, do beijo dele, do cheiro dele. Sentia falta do jeito como ele a tocava, que só ele sabia. Sentia falta de tudo isso; só não tinha coragem de admitir.

Sirius a segurava pela cintura, trazendo seu corpo para mais perto, enquanto Bellatrix mantinha suas mãos no rosto dele, acariciando-o, puxando seu cabelo, enquanto deixava sua língua brincar com a dele.

E ali ela estava se sentindo viva novamente, apenas com ele ela sentia isso. O problema era que nada disso podia ir para frente. Mas quem ligava para regras? O perigo para eles sempre foi a melhor escolha.

- Eu tenho que ir – disse Bellatrix, tentando soltar-se dos braços do primo.

- Fica mais um pouco – disse ele, voltando a beijar o pescoço dela. Bellatrix revirou os olhos e sentiu-se fraca. Mas voltou a si.

- Não, Sirius – respondeu firme, tomando uma distância. – Eu tenho que ir.

Bellatrix deu um meio sorriso e virou-se para ir embora, deixando Sirius com uma cara de cachorro sem dono, desejando que ela ficasse mais tempo. Então ela parou e disse:

- Feliz dia dos namorados, primo – e deu aquele sorriso que Sirius adorava. Seu coração acelerou. "Ela me ama" pensou.