Sobre o papel eles eram o casal ideal.

Na superfície, era fácil supor que levavam uma autêntica vida de Ken e Barbie.

Jasper Halle e Bella Swan.

Ambos nascidos na vida das famílias que orgulhosamente se gabavam de sua "velha escola" e o mais importante, das tradições do "dinheiro velho", tiveram uma boa educação, consciência cívica e, segundo o pai de Jasper, sem dúvida alguma, estavam destinados à Mansão do Governador. Aro Halle dizia a seus amigos frequentemente que já estava cuidadosamente planejado até o último detalhe. Seu filho era um líder nato, destinado à grandeza, que sem dúvida faria encher de orgulho às gerações passadas e futuras. A respeito disto Aro não tinha nenhuma dúvida, e ele estava encantado de que a filha de seu velho amigo Charlie Swan estivesse de pé ao lado de seu filho durante sua bem planejada ascensão na escala política, frequentemente perigosa.

Bella era brilhante e formosa, encantadora e muito versada no que seria seu papel como a esposa de Jasper.

Uma morena impressionante, com frios olhos dourados e um sorriso que poderia derreter qualquer coração, Bella era elegante e graciosa, mas por debaixo da doce imagem que projetava, podia ser impulsionada pelo frio e a determinação quando tratava-se de conseguir o que queria. E ela queria ser a esposa de Jasper Halle, porque ele ia chegar a certos lugares, e ela queria ir com ele.

O amor não era parte da equação, e isso estava bem para Bella. Ela não tinha necessidade de amor. As emoções bloqueavam as pessoas, criando obstáculos que simplesmente não eram necessários na vida que queria, de pé junto a Jasper.

Se Jasper queria algo diferente... bem, algo diferente, não estava permitido em seu mundo, um fato que seu pai tinha apontado frequentemente, e quando Bella entrou em cena, repetiu a Jasper o mesmo discurso numerosas vezes, convencendo-o de que seu pai tinha razão.

A respeito de tudo.

Ele tinha um destino, mas mais que isso, tinha um propósito: havia um caminho que devia seguir. Ele devia a sua família, a aqueles que o admiravam e apoiavam para seguir esse caminho até sua conclusão, sem paradas nem desvios no caminho.

Logicamente, Jasper Halle, sabia muito bem o que se esperava dele.

Por desgraça, a lógica nem sempre tinha em conta os assuntos do coração, e o coração do Jasper queria uma só coisa. A uma só pessoa.

E não era Bella Swan.

Edward Cullen sabia que retornar a sua cidade natal, primeiro não seria fácil. Estar em Ashland o levaria a enfrentar cara a cara muitos dos fantasmas e demônios que o tinham persuadido a ir embora em primeiro lugar.

Ele aceitou o fato antes de sair do pequeno refúgio que tinha construído em Nova Iorque, depois de receber a chamada telefônica que esteve esperando durante anos. Seu tio estava morto, e não o surpreendeu, já que tinha morrido em um acidente por dirigir bêbado depois de adormecer ao volante e estatelar sua velha pick-up contra uma árvore de carvalho.

A notícia não chocou Edward, e nem sequer o incomodou. Somente se sentiu aliviado pelo fato de que Marcus Cullen não matou a ninguém quando finalmente acabou com sua miserável vida, e Edward suspeitava que muitos outros compartilhavam seus pensamentos sobre o tema. Marcus Cullen, não teve muitos, "talvez nenhum" amigos, deixando poucas dúvida na mente do Edward de que um serviço, ou inclusive um funeral real, não seriam necessários, o que era muito conveniente para seus planos. Ele não tinha intenção de permanecer em Ashland por mais tempo do que sua presença fora indispensável. A razão principal de seu desejo de fazer que seu retorno fosse breve apareceu na forma de um grande pôster, sobre a campanha publicitária colocada estrategicamente ao lado do marcador de bem-vinda aos visitantes, da elegante Ashland, Carolina do Norte: 'Escolha a Jasper Halle para prefeito, Ashland merece o melhor'.

Não foi uma surpresa inteirar-se de que Jasper tinha se candidatado as eleições, e tampouco foi ver Bella Swan de pé a seu lado na fotografia da campanha publicitária, porque Edward sabia que Bella e Jasper estavam a caminho de comprometer-se, se é que já não o tinham feito.

Ele conhecia tudo a respeito dos planos de Aro Halle para seu único filho, e como Bella participava deles, mas até sabendo-o, tinha que admitir pelo menos, que o simples feito de ver qualquer fotografia de Bella com Jasper, cortava-lhe o coração com a facilidade que uma faca cortava através da manteiga derretida.

E se odiava por isso. Ele queria odiar Jasper também, mas não podia. Gostasse ou não, "e certamente não gostava", ele ainda amava Jasper e ele sabia que igualmente a ele, Jasper ainda o amava.

Mas não o suficiente para que me escolhesse, para estar comigo, para dizer a seu pai a verdade e construir uma vida comigo, uma com a que sempre sonhamos.

Em troca, Jasper permitiu que fosse embora, dizendo que era o melhor para os dois, que ele não podia dar as costas ao que se esperava dele.

Assim ele deu as costas há mim no seu lugar.

A verdade sempre era um gole amargo, mas Edward negava-se a esconder-se dela. Teria terminado ocultando quem e o que ele era. Estar de volta em Ashland não ia trocar isso, não depois de dez anos estando por sua conta. Estava orgulhoso de quem era e tudo o que havia obtido sem ajuda de ninguém, e menos ainda do tio que estava indo enterrar ou o amante que ainda desejava, mas sabia que nunca poderia ter de novo. A diferença dele, Jasper parecia estar vivendo uma mentira.

Não mais do que uma semana no máximo, e estarei de volta à Nova Iorque, e nunca terei que vir perto desta maldita cidade outra vez.

Ele podia dirigir uma semana, sem dúvida. Não havia problema. Simplesmente evitaria Jasper e certamente ele se cuidaria e o evitaria também, logo que se inteirasse, provavelmente escutando de seu pai que Edward estava de volta na cidade e que todo contato com ele não era uma opção.

E, se Aro falasse, Jasper o escutaria. Sempre o fazia.

O estado atual de suas vidas separadas era prova disso.

Lembranças:

"Nova Iorque."

"Por que Nova Iorque."

"Não sei. Só parece tão diferente. Tão longe. Tenho muita vontade de ir pra longe daqui, Jasper."

Nus, recostados sobre a fresca erva verde, secando-se ao sol de sua mais recente queda no lago, as mãos entrelaçadas, Jasper facilmente podia ouvir o desespero na voz de seu amante, e rompeu-lhe o coração. Sabia a vida difícil que Edward levava junto a seu tio, que bebia muito e com muita frequência. Quando Marcus Cullen bebia, era um filho da puta vicioso, abusivo, e pelo geral era Edward o que sofria a pior parte desse abuso.

A esposa do Marcus, Nancy, tinha-o deixado anos atrás, não muito depois que Edward foi viver com eles depois da morte de sua mãe, a única irmã do Marcus.

Na mente retorcida do Marcus, ele acreditava que Nancy se foi por causa do Edward, quando na realidade, ela se foi porque estava farta das surras que lhe dava e das traições do Marcus. Edward tinha cometido o engano de gritar ao Marcus uma vez, e como pagamento, Marcus quase lhe rompeu a mandíbula.

Jasper tinha querido matar ao Marcus depois disso, mas Edward tinha-lhe assegurado que não valia a pena. Não deixaria que Jasper fizesse algo estúpido, algo que daria lugar a que Jasper fosse afastado de seu lado, quando este era o único que lhe impedia de voltar-se louco.

Eram muito amigos desde o dia que se conheceram, quando tinham treze anos de idade, Edward chegou a Ashland, e o vínculo entre eles desafiou a lógica.

Jasper era um Halle, sua família era a mais respeitada, a mais influente no condado e uma das mais prestigiosas no estado.

Edward era o sobrinho do bêbado do povoado, um homem que não podia manter um trabalho ou controlar seu infame temperamento. Jasper não tinha nenhuma razão para falar com ele no primeiro dia, não tinha razão para sentar-se com ele no almoço, enquanto seus amigos observavam com horror, mas o fez, e isso resultou ser a melhor decisão de sua vida, diria mais tarde, quando a amizade pouco a pouco se converteu em muito mais.

Quando estavam com dezesseis anos foi a primeira vez que se beijaram, a sós no vestiário depois de ganhar o campeonato do estado, e isto deveria havê-los surpreendidos, mas não o fez. Nada foi mais correto, mais natural, e Jasper de repente compreendeu por que não tinha nenhum interesse nas garotas que o perseguiam e por que Edward nunca tinha tido um encontro. No dia seguinte, no lago na propriedade privada da família de Jasper, beijaram-se de novo, e uma semana mais tarde, no mesmo lugar, ambos, sem experiência e atuando só por instinto e o que se sentia bem, fizeram amor pela primeira vez.

Depois segurando um ao outro, eles disseram seu primeiro Te amo e Jasper prometeu a Edward que não importava o que, sempre se amariam. Que sempre estariam juntos, que simplesmente tinham que tomar-se seu tempo, terminar a escola secundária, a universidade talvez, e então poderiam dizer ao mundo o que compartilhavam. Os planos para o futuro se converteram no tema favorito de ambos cada vez que se encontravam em seu lugar seguro no lago.

"Nova Iorque ou onde queira ir, Edward. Vou estar ali."

"Te amo."

"Te amo, também."

Um sorriso compartilhado e logo, seus lábios se juntaram de novo, a paixão estalou, e se perderam na única coisa que importava.

Um no outro.

Tirado de seus pensamentos pelo som de uma portada em algum lugar distante do escritório, Jasper Halle sacudiu a cabeça e amaldiçoou entre dentes.

Ele prometeu que não faria isto, mas ele sabia que estava mentindo. Do momento em que escutou que Edward Cullen tinha sido visto na cidade, havia resultado impossível não pensar não recordar, e inclusive muito, o que já não tinha nenhum direito em absoluto de sentir . Edward sem dúvida seria o primeiro em lhe dizer isso, para lhe recordar que tinha lhe dado a costas, que tinha quebrado cada promessa que tinha feito à única pessoa que tinha estado ao seu lado por ele mesmo, e que o aceitou sem vacilação nem condições impostas no amor que lhe deu.

A diferença de seu pai, de Bella, e de muitos outros.

Não o faça. Não compare Edward a Bella.

Não é justo.

E não era.

Amava Edward. Ele não amava Bella, mas não era tão simples como isso. Nada em sua vida tinha sido nunca, nem nunca seria.

Aborrecido consigo mesmo, mas sem poder negar a necessidade, abriu a gaveta do escritório e tirou um dos livros que mantinha guardados ali.

Estavam os cinco livros que Edward tinha publicado, e que tinha lido, cada um deles, infinitas vezes, mas agora, não leu as palavras, simplesmente abriu a última página do livro para ver a fotografia dele. Ao vê-lo, como sempre, seu coração começou a pulsar precipitadamente em seu peito, o desejo atravessou seu corpo. Era uma foto simples, Edward recostado contra uma árvore, poderosos braços cruzados sobre o peito, olhos verdes, dançando com vida, o cabelo,acobreado, selvagem e indômito.

Com muita clareza, Jasper recordou o que se sentia ao correr as mãos pelo cabelo macio e espesso quando Edward e ele se abraçavam entre si depois de fazer amor. Lembrou-se do que era estar envolto nesses braços, apertando-se contra esse corpo duro com a pele quente e tensa, e saber que esse homem que o abraçava, amava-o com cada fibra de seu ser.

E eu joguei tudo fora.

E por quê? Por uma carreira que não queria? Pelo matrimônio com uma mulher que não amava? Uma mulher à que nem sequer gostava? Tudo porque seu pai havia dito que era o que se esperava dele, que era seu dever, que não podia deixar a sua família.

Aro Halle tinha estabelecido sobre Jasper uma carga muito pesada, e Jasper tinha comprado essa carga, inclusive quando Edward lhe disse que não o fizesse, que não cedesse ante a pressão de seu pai, para viver uma vida que não queria.

Ele disse que iria me deserdar, Edward. Eu poderia perder minha família.

Mas você teria a mim. Eu não sou suficiente?

Deveria ter dito sim, mas não fiz. Em vez disso, tinha tomado o caminho fácil e que supostamente tinha lamentado depois.

E agora, dez anos mais tarde, Edward estava de volta na cidade e, enquanto ele e seu pai não tinham falado ao respeito ainda, Jasper sabia que não devia vê-lo, como sabia que seu pai lhe diria que não entrasse em contato com ele, nem o visse. Isso só criaria o tipo de problemas que não eram necessários em uma campanha eleitoral e, logicamente, Jasper não podia argumentar esse ponto, mas não podia negar seu desejo de ver Edward.

Só por um momento. Dez ou quinze minutos. Uma oportunidade de falar. Isso era tudo o que queria. Dez ou quinze minutos no mesmo quarto com o homem que era dono de seu coração. Não era muito a pedir, verdade? Certamente, ele poderia ver Edward e ter uma conversa sem ceder ao que ele ainda sentia.

Colocando o livro na gaveta, fechou com chave, afastando essa parte de sua vida, recordando que tinha feito um compromisso com Bella. Ela já tinha aceitado casar-se com ele uma vez que ele fosse prefeito, anunciariam seu noivado e começariam a planejar seu casamento, se Bella já não estava fazendo isso em silêncio.

Fazia dez anos, seu pai tinha lhe dado um ultimato, e Jasper tinha tomado sua decisão, sabendo então como sabia agora, que tinha tomado a decisão errada. Infelizmente, já era muito tarde para voltar atrás e fazer o correto. Gostasse ou não, tinha que aceitar essa realidade. Uma realidade, uma vida, sem Edward Cullen nela.

Desejando poder terminar com tudo, Edward fez sua primeira parada na funerária, onde se reuniu com o dono e fez os acertos necessários. O dono, um homem que Edward recordava vagamente, não se mostrou surpreso quando optou por um caixão simples, um serviço no cemitério e algumas flores. Ele nem sequer se incomodou em pôr um aviso fúnebre no jornal. Não tinha nenhuma dúvida de que o rumor em uma cidade tão pequena já teria se espalhado e que qualquer pessoa interessada teria a informação. Edward estava seguro de que realmente ninguém assistiria ao funeral de despedida do Marcus.

Qualquer pessoa que se apresentasse, estaria ali para olhar para ele.

Desde que se mudou para Nova Iorque e começou sua carreira de escritor, tinha concedido várias entrevistas nas que tinha admitido abertamente que era gay. Não se envergonhava do que ele era, e quem não gostou que beijasse sua bunda.

Jasper Halle estava incluído.

Empurrando todos os pensamentos a respeito do Jasper de sua mente, Edward conduzia o jipe que tinha alugado no aeroporto ao centro da cidade, onde estacionou. Era um dia lindo e fresco, e a cidade seguia sendo linda, com lojas de tijolo e uma calçada de paralelepípedos. Árvores cheias folhas vermelhas, douradas e laranja, balançavam-se com a brisa, e podia-se ouvir os meninos rindo enquanto brincavam em um parque próximo. Era muito diferente de Nova Iorque. Embora não gostasse de sua vida em Ashland, ainda gostava da própria cidade, e se deu conta do que tinha perdido, mas conformou-se com o descobrimento de que não havia trocado sua determinação de chegar a propriedade de seu tio rapidamente, de modo que finalmente pudesse sair deste lugar, deixando-o para trás de uma vez por todas.

Se tão somente pudesse deixar atrás também as lembranças.

Sabendo que não era possível, deteve-se primeiro em uma lanchonete que recordava, e selecionou uma mesa atrás, fazendo caso omisso daqueles que o apontavam, murmuravam e ficavam olhando. Depois de tudo, esperava essa reação. Depois que comeu, foi ao mercado comprar alguns mantimentos para o tempo que ficasse na casa de seu tio, e embora o temia, obrigou-se a ir ao banco.

O banco de Economia e Empréstimo Halle.

Sabia que Jasper trabalhava ali, mas era sexta-feira a tarde, por isso esperava não vê-lo. Seu tio na realidade não tinha muito. Nem sequer muito em sua conta corrente, mas ao Edward não importava. Não precisava do dinheiro.

O daria à caridade. Em verdade, talvez o dinheiro pudesse ajudar a alguém. Marcus, sem dúvida não tinha sido muito generoso nesse sentido em vida, mas uma vez morto ele não tinha voz nem voto, e Edward poderia tomar um pouco de consolo sabendo que o dinheiro não seria utilizado para comprar mais álcool.

Agradecendo à mulher que o ajudou com a papelada, Edward girou para ir-se quando uma voz que não tinha vontade de escutar o chamou por seu nome, e lentamente, contendo o fôlego e contendo seu temperamento, se girou para Aro Halle.

Era um homem alto, de cabelo Preto e olhos azuis, que só poderia ser descrito como frio, Aro não possuía nada da calidez, o encanto, e a paixão pela vida, como seu filho.

Bem, Jasper estava acostumado a ser quente e agradável, e ter paixão pela vida.

As probabilidades eram que Jasper agora fosse mais parecido ao homem que estava de pé diante dele, e Edward odiava essa ideia. Aro lhe estendeu a mão e o olhou, mas se negou a aceitá-la, e depois de um breve e incômodo momento, o velho Halle permitiu que sua mão caísse de novo a seu lado.

"Inteirei-me da morte de seu tio, Edward. Lamento sua perda." Sua voz era profunda, mas nem sequer perto de ser sincera.

"Obrigado."

"Acredito que está de volta na cidade para fazer os acertos necessários."

"Corretamente. Por muito que eu gostaria, não posso deixar que o velho bastardo seja jogado no bosque."

Aro se via pálido, ou um pouco mais do que recordava, mas ele assentiu e forçou um sorriso tão falso a Edward, que este se perguntou se seu rosto se romperia pela tensão.

"Assim vai ficar na cidade por um tempo?"

"Duvido. Depois de resolver sobre os bens do Marcus, não tenho uma razão para ficar,não é verdade?"

"Eu acho que não." Aro lhe olhou diretamente aos olhos pela primeira vez, e Edward não se alterou.

"Foi um prazer ver-te, Senhor Halle. Se cuide."

"Você faça o mesmo."

Ele se virou, bastante orgulhoso de si mesmo por ter mantido a calma, quando na realidade queria dizer a Aro Halle que era um filho da puta, mas antes que pudesse chegar a porta, Aro o chamou por seu nome uma vez mais, e outra vez, lentamente, Edward se virou para olhá-lo.

"Eu Suponho que viu os pôsteres na cidade?"

"Vi um montão de pôsteres, por isso terá que ser mais específico." Se quer jogar, filho da puta, vamos jogar.

"É obvio. Referia aos pôsteres da campanha."

"De acordo. Eu vi esses. Mas já sabe..." Se encolheu de ombros. "Eu já não vivo aqui, por isso Jasper não pode contar com meu voto."

"Entendo-o. Mas há outras maneiras de ajudar a Jasper."

Jogando um olhar pelo vestíbulo, deu-se conta de que a maioria dos olhos estavam postos neles, Edward mordeu a língua, negando a si mesmo o direito a dizer o que queria, porque se dizia o que tinha em mente, diria de Jasper mais do que deveria e ele não faria isso.

Converter-se em quem era, foi a decisão do Jasper, e ele tinha decidido não fazê-lo.

"Eu nunca faria nada para machucar Jasper de nenhuma maneira."

"Isso eu espero."

"Esse é seu trabalho, Aro. Bom, o teu e o de Jasper. Ele faz um bom trabalho fazendo-se mal por sua própria conta."

"Edward..."

"Tenha um bom dia. Por favor, mande a Jasper minhas saudações."

Não permitindo ao homem mais velho tempo para reagir, deu-se a volta e saiu pela porta de vidro dupla ao ar fresco pela tarde,soltando um suspiro.

Filho da puta presunçoso.

É obvio, havia uma razão para estar satisfeito, raciocinava Edward enquanto caminhava de volta até onde tinha deixado seu Jipe.

Fazia dez anos, Aro exigiu que seu filho tomasse uma decisão e Jasper o fez, e nada podia ou poderia mudar isso. Mas Edward não tinha nenhuma dúvida de que cedo ou tarde, viver uma mentira seria muito para seu ex-amante, e isso lhe preocupava.

Se Jasper chegasse a um ponto de ruptura... a ideia o fez tremer por dentro e por fora quando chegou ao Jipe, entrou e caiu pesadamente contra o banco.

Jasper não era sua preocupação, não mais. Esse era o trabalho de Aro e Bella agora, e Edward não queria saber nada disso. Ele não queria ter nada que ver com Jasper Halle. A mentira era tão absurda, que se pôs a rir em voz alta enquanto ligava o Jipe e se dirigia para fora da cidade.

Depois de uma noite de insônia na velha casa desmantelada que sempre tinha odiado, Edward passou a maior parte do sábado tratando de limpar a propriedade que seu tio tinha deixado perto da ruína. Tomou duas horas só para esvaziar as latas de cerveja e garrafas de bebida, e o fedor persistente em cada um dos cômodos quase o pôs doente do estômago. Recordava-lhe muito a seu tio, a como estava acostumado a cheirar quando chegava em casa tarde na noite procurando alguém para golpear. Ele sempre levaria essas lembranças. Edward fazia muito tempo que as tinha aceitado. Nem sequer podia suportar beber, porque sabia o que a bebida tinha feito a seu tio e ele não queria arriscar-se por esse caminho. A ideia de terminar tão miserável e abusivo como Marcus lhe aterrorizava.

Aliviado quando ele terminou finalmente com a casa, tirou sua camisa para desfrutar da brisa fresca e começou a trabalhar no jardim que tanto necessitava.

Era óbvio que Marcus não tinha cortado a grama a pelo menos um ano. Necessitam de poda e o exterior da casa em si mesmo era uma desgraça: janelas quebradas, cobertas com plástico ou papelão, persianas quebradas, pintura descascada, e um teto necessitando de uma reforma completa.

Olhando o estado no que tudo se encontrava, Edward sabia que não teria tempo para fazer todos os reparos por si mesmo. Teria que contratar alguém para fazer o trabalho depois de sua partida.

Ou simplesmente poderia arrasar o maldito lugar.

Lógico ou não, tendo em conta as más lembranças que a casa continha, a ideia lhe atraía, mas a recusou. Não permitiria que as más lembranças tomassem o controle de suas ações agora. Ele era adulto. Seu tio já não podia lhe fazer mal.

Só uma pessoa em Ashland podia, e Edward não tinha nenhuma intenção de vê-lo. Sabia que Jasper se encontraria aliviado, já que não havia dúvida de que já saberia que ele estava na cidade.

Aro vai falar pra ele e lembrá-lo que necessita se manter longe de mim.

E Jasper o escutaria, como já tinha feito antes, quando Aro finalmente se inteirou da verdadeira natureza de sua relação, durante seu segundo ano de universidade.

A ligação de Jasper, lhe pedindo para encontrá-lo no lago, havia chegado como uma surpresa, e teria sido muito agradável se não houvesse sido pelo tom na voz frenética do Jasper.

Edward perguntou o que era que estava errado, mas Jasper tinha insistido em falar pessoalmente e Edward esteve de acordo, chegando ao lago antes que Jasper o fizesse, mas não importava. Deu-lhe tempo para tirar uma manta do porta-malas de seu carro e estendê-la sobre o pasto, sob um velho carvalho imponente. Apesar de ser outono, o tempo estava ainda quente, e o dia era lindo, com o céu aberto. Edward se sentiu tentado a desfrutar de um mergulho de cabeça enquanto esperava, mas decidiu não fazê-lo quando se sentou na manta e olhou para o lago à espera do Jasper.

Ele sempre amava encontrar-se com Jasper aqui, já que era o único lugar onde não tinham que esconder. Eles podiam estar juntos, abraçar um ao outro e sonhar com o futuro.

Apenas mais dois anos, pensava Edward formando um sorriso em seu rosto.

Assim que Jasper terminasse a universidade, falaria com sua família sobre sua relação com o Edward e qualquer que fosse sua reação, não importava, porque Jasper já tinha assegurado a Edward que construiriam sua vida juntos e seriam felizes. Esse tinha sido o plano desde que tinham dezesseis anos, quando finalmente admitiram um ao outro que eram muito mais que amigos.

É obvio, Edward soube durante um tempo que era gay. Tinha-o averiguado quando tinha quatorze anos, mas o medo o tinha impedido de contar. Sabia que seu tio o mataria se soubesse, e ao mesmo tempo, enquanto crescia a confiança no Jasper, ainda não tinha compartilhado seu descobrimento com seu melhor amigo, porque junto com dar-se conta de que era gay, Edward também havia descoberto que sentia algo pelo Jasper e que esse sentimento ia muito além da amizade. Nunca tinha esperado que seus sentimentos fossem correspondidos, nunca tinha acreditado que Jasper pudesse amá-lo, mas o primeiro beijo que se deram no vestiário mudou tudo.

E foi Jasper quem o tinha beijado. Sem aviso prévio, ainda no mais alto de sua vitória, tinha empurrado ao Edward contra uma fila de armários, e antes que Edward pudesse reagir, os lábios de Jasper foram pressionados contra ele, duro, exigente, e incrível. O beijo foi breve, mas significativo, cheio de necessidade, e quando terminou, Edward e Jasper sabiam que sua vida tinha mudado.

Para melhor.

Quatro anos mais tarde, o vínculo entre eles não podia ser quebrado.

Ou ao menos era isso que Edward acreditava.

Edward piscou para afastar o suor de seus olhos, e se deu conta de que tinha ficado de pé no mesmo lugar durante ao menos dez minutos, com um punho cheio de matos, enquanto estava perdido nas lembranças que não tinha direito de lembrar. Aborrecido, atirou o mato no chão e foi para a maltratada varanda, sentando-se no degrau que parecia que aguentaria seu peso enquanto tomava uma garrafa de água que tinha deixado ali.

Tomou um longo gole, suspirou e fechou os olhos, realizando uma profunda respiração. Ele sabia que estava sendo tolo caminhando por suas lembranças junto ao Jasper. Isto não obteria nada, além de reabrir velhas feridas que nunca tinham curado em primeiro lugar, mas estar aqui... era impossível não recordar, o bom e o mau e o pior ainda, era impossível não desejar o que poderia ter sido.

O que deveria ter sido. Maldito seja.

Apesar de si mesmo, perguntou se Jasper estaria arrependido de sua decisão agora. Teria se dado conta de que tinha cometido um engano? Teria se perguntado alguma vez como seria se tivesse seguido o seu coração, em lugar das expectativas de seu pai?

Será que ele sente saudades? Será que acorda a noite me desejando?

Ele nunca tinha obtido a resposta a essas perguntas, mas não podia deixar de perguntar-lhe mais do que podia deixar de recordar seu passado.

Ele soube no momento em que viu o rosto do Jasper que algo estava errado quando o outro homem caiu ao seu lado. Ele sempre pode ler ao Jasper como um livro, conhecia cada um de seus estados de espírito, o que o fazia rir e sorrir, o que despertava seu temperamento, mas era algo estranho ver Jasper como estava nesse momento, com seus lindos olhos azuis injetados em sangue de tanto chorar.

Alarmado, Edward se sentou e Jasper se deixou cair em seus braços, afundando o rosto no oco de seu pescoço, e enquanto o fazia, Edward sentiu as lágrimas em sua pele. Sussurrando o nome do Jasper, enredou uma mão em seu cabelo, mantendo-o perto, enquanto a outra mão movia-se por suas costas, deslizando-se por debaixo de sua camiseta. Não foi um gesto sexual, a não ser um gesto com intenção de confortá-lo. Ele sabia o que um simples toque, inclusivecom inocente intenção, provocava no Jasper. Era sua maneira de expressar sentimentos, transmitir o que sentia. Edward não tinha imaginado que um toque poderia levar tanto significado até que Jasper entrou em sua vida, e muitas vezes, depois das brigas desagradáveis com o Marcus, Jasper fazia que a dor e a raiva se fossem simplesmente sustentando sua mão e passando os dedos por seu cabelo.

Edward queria desesperadamente lhe oferecer o mesmo tipo de consolo quando era óbvio que Jasper o necessitava. Durante muito tempo, sentaram-se assim, abraçando-se, sem dizer nada, sem que Edward perguntasse o que tinha acontecido. Tinha a sensação de que ele sabia, e o mais importante, sabia que Jasper diria quando estivesse preparado, quando estivesse reposto.

Quando Jasper finalmente levantou a cabeça e o olhou, a dor em seus olhos rasgados partiu o coração do Edward.

"Jasper..."

"Ele sabe, Edward. Meu pai sabe. Tudo sobre nós."

"Como? Você lhe contou?"

Ele negou com a cabeça. "Não. Ele me seguiu ate aqui ontem à noite. E viu..."

"Ele nos viu fazer amor." Edward acariciou uma mão através do rebelde cabelo negro do Jasper.

"Fazer o amor não é como ele o chamou."

"Tenho certeza. Mas apesar da forma terrivelmente feia na que ele tenha chamado, nós sabemos que não é assim."

"Ele está furioso. Disse... disse um montão de coisas e..."

"Ei." Edward segurou seu rosto entre as mãos. "Está bem. Eu sei que tem que ser duro, mas agora sabe, o que significa que a parte mais difícil terminou, e que só terá que encontrar uma maneira de aceitar que você e eu estamos juntos porque nos amamos."

Entretanto não foi assim simples. Para Edward, o que realmente acontecia, é que Jasper e ele compartilhavam algo especial, e ambos sabiam.

Ou, isso ele acreditava.

Tirado de seus pensamentos pelo toque do telefone que soava na casa, Edward franziu o cenho, se levantou e entrou. Não tinha ideia de quem poderia estar chamando. Duvidava que houvesse alguém que o fizesse. Ninguém em Nova Iorque conhecia este número, e isso lhe levou a acreditar que a pessoa que chamava era alguém que provavelmente não tinha ouvido falar da morte de seu tio. Marcus não teve amigos, por isso Edward esperava escutar a voz alegre de algum vendedor quando finalmente decidiu responder.

Mas estava equivocado.

"Olá, Edward. Sou eu."

Quatro palavras, cada uma tão angustiante como um golpe físico no estômago, ou pior ainda, no coração.

Agarrou com as mãos o telefone com tanta força que seus nódulos ficaram brancos e começou a doer, uma voz no fundo de sua mente lhe gritou que desligasse, e ao fazê-lo, enviasse uma firme mensagem.

Mas não pôde fazê-lo. "Edward, você está aí?"

"Sim. Sim, estou aqui, Jasper."

Ouviu um suspiro, um que parecia de alívio.

"Fiquei sabendo do Marcus. Eu diria que liguei para te oferecer minhas condolências, mas nos dois sabemos que não precisa dela."

Era uma simples declaração, mas que lembrou a Edward o bem que eles se conheciam em outro tempo, e isso lhe incomodava. Virou-se, apoiando as costas contra a parede, os olhos fechados. Só escutando a voz do Jasper... Ele podia sentir seu pênis duro, e amaldiçoou por ser um idiota.

"Olhe, eu já me encontrei com seu pai e..."

"Eu sei. Ele me disse."

Edward se pôs a rir, mas era um som duro, sem senso de humor, inclusive para seus próprios ouvidos. "Eu imaginei isso. Não me cabe dúvida de que te disse que não me ligasse. Não? Lembrou-lhe que sou uma má notícia. Que arruinarei sua vida."

"Edward..."

"Desculpa. Vida não é a palavra correta. Quero dizer, Aro e você disseram que é sua vida, mas na realidade é sua mentira."

"Eu mereço isso."

"Não sei o que você merece Jasper, mas eu sei o que eu me mereço, e eu mereço um pouco de respeito."

"Eu sei. Sei. Eu não liguei para te incomodar. Por favor, acredite nisso."

"Então por que me ligou? Por quê? "

"Eu só queria falar com você. Eu queria... Deus, eu queria ouvir sua voz. Tudo bem? Eu queria te ouvir dizer meu nome."

Houve uma emoção crua na admissão e Edward estremeceu ao escutá-lo, por ouvir a dor que se mesclava com um desespero profundamente arraigado com a que estava familiarizado.

"Jasper..."

"Não tenho direito a perguntar. Já sei. Mas eu... quero te ver."

"Não. Não, nós... por favor, não o faça. Não me peça isso. Não é justo."

"Eu sei. Eu sou um filho da puta por lhe pedir isso."

"Você tomou sua decisão. Eu não queria. Você poderia te me impedido quando fui embora da cidade, mas não o fez."

"Eu sei..."

"Vi os pôsteres da campanha. Você está vivendo o sonho do Aro. "Ele abriu os olhos e voltou a rir". Não posso fazer isto... você desistiu de mim, de nós, e não venha agora me ligar para pedir que nos vejamos, e seguro como o inferno não chegue atuando como se ainda se importasse uma merda comigo."

"Eu sei o que fiz, mas tem que acreditar quando digo..."

"Quando diz, o que? O que ainda me ama?"

"Sim."

A resposta não era o que esperava, não estava preparado para escutá-la e pareceu absorver todo o ar de seus pulmões, afogando-o.

Não. Não. Não. Não posso fazer isto. Não posso cair nisto. Não posso.

"Seu pai não ia querer ouvir isso. Nem Bella. E eu tampouco."

"Edward, por favor..."

Não podendo, não querendo escutar mais, terminou a chamada, consciente de que seu coração estava trovejando quando lançou o telefone dentro da casa.

Vendo como quebrava o espelho, as emoções se amontoaram em seu interior, deixou-se cair ao chão, as pernas encolhidas, com a testa apoiada em seus joelhos.

"Quando você diz, o que? Que ainda me ama?"

"Sim."

Com os olhos fechados, sentiu o peito apertado quando a conversa ecoou em sua mente, agitando seu coração, apesar de si mesmo, perguntou-se se talvez, só talvez, Jasper falava a sério.

Talvez ainda o amasse... Talvez... Ele deixou escapar um suspiro que não se deu conta que estava sustentando, levantou a cabeça para secar as lágrimas que se negava a deixar cair de seus olhos, recordando-se com severidade que não necessitava nem desejava este tipo de drama interrompendo sua vida.

Tinha uma boa vida em Nova Iorque. Tinha sua carreira. Tinha amigos.

Tinha deixado Jasper Halle no passado quando abandonou a cidade fazia dez anos e não podia trocar isso, não podia voltar atrás no tempo ou permitir-se acreditar que poderia haver uma segunda oportunidade.

Se Jasper não estava contente com sua vida, e era dolorosamente óbvio que ele era realmente infeliz, ele mesmo devia fazer as mudanças necessárias, mas Edward não podia, não, iria ser parte disso, já que as probabilidades eram nulas.

Jasper nunca encontraria a força para trocar nada por sua própria conta, para reconhecer o que realmente era.

Não vou esperar que isso aconteça, nunca acontecerá. Não vou ser ferido de novo.

Jasper era seu passado e tinha que ficar ali, embora seu coração seguisse ainda e sempre quisesse muito mais. ********************

"Temos um problema."

"Nós temos um problema."

"Quer me dizer que é isso significa exatamente?"

Com seus olhos dourados piscando, Bella Swan se virou para seu futuro sogro caminhado direto para onde ele estava sentado detrás de seu escritório de mogno, vendo-se bem e digno como sempre, e Bella o odiava porque ele sabia do que ela estava falando.

Mas ele ia fazer que ela dissesse, ia forçá-la a pedir ajuda porque ele tinha em algum sentido poder sobre ela e sempre se tratava de poder na hora de falar com Aro Halle. Era seu vício, por isso vivia o que mais amava, e Bella reconhecia que devido ao que compartilhava com ele o mesmo vício, nunca se aplacava dessa sede de poder.

Era uma das razões pelas que Aro a havia eleito para seu filho, explicando a ela, inclusive antes que ela começasse a sair com o Jasper, que seu filho estava destinado à grandeza e ela poderia estar ao seu lado, desfrutando de todo poder e a fama, se jogava bem suas cartas. Se ela se assegurava de que Jasper ficasse no caminho que Aro tinha esboçado para ele, o que significava, ante tudo, manter ao Jasper o mais longe possível de Edward Cullen.

"Jasper fez uma chamada telefônica ontem pela noite." Explicou Bella enquanto caminhava pela sala até situar-se de pé frente ao escritório do Aro. "E em caso de que necessite que seja mais clara, aqui está. Ligou para Edward e lhe perguntou se podia vê-lo, mas Edward disse que não e Jasper não tomou muito bem. Saiu de casa e só retornou esta manhã por volta das seis."

"Você acha que ele estava com o Edward?"

"Não. Estava em um bar qualquer. Chegou meio bêbado. Estava dormindo quando saí para vir aqui."

Aro assentiu em silêncio, processando a informação enquanto Bella permanecia ali, golpeando seu sapato contra o piso de madeira dura, evidentemente aborrecida.

"Suponho que não tem ideia de que suas chamadas estão sendo gravadas."

"Obviamente não. Mas é uma boa coisa que pensou em fazer isso."

"Eu penso em tudo, querida. Não te deste conta disso ainda?"

Ela rodou seus olhos, colocando suas mãos sobre a mesa e aproximando-se dele enquanto ele a olhava com esses olhos malditos que não revelavam nada. "Sério? Bom, espero que tenha pensado em um plano para manter Jasper longe de seu primeiro amor, porque claramente ainda quer a esse filho da puta."

"Agora, agora, Bella. Não se incomode."

"Não seja condescendente comigo. Eu não mereço isso. Se a verdade a respeito do Jasper e Edward sair..."

"Não vai acontecer. Asseguro-lhe isso. Ninguém nunca saberá sobre o passado que Jasper compartilhou com o Edward."

"O que acontece se Jasper decide contar a verdade, admitir que é gay? Serei humilhada publicamente! "

"Bom, não podemos permitir isso, verdade?" Sorriu, esse sorriso frio que sempre a gelava e a fascinava de uma vez.

"Assim você tem um plano?"

"É óbvio, querida. Comecei a fazer os acertos quando ouvi que Edward estava de volta na cidade."

"Pensava compartilhar comigo o que tinha em mente?"

Empurrando sua cadeira giratória de couro longe de seu escritório, ficou de pé, um olhar depredador cobrava vida em seus olhos, pondo Bella imediatamente em guarda quando se aproximou e colocou suas mãos na magra cintura dela. Virando para ela, ele a apertou contra a mesa e ela pôs suas mãos sobre seu peito, não rechaçando-o, mas sim, ansiosamente, enredou seus dedos em sua camisa.

"De verdade quer saber o que tenho em mente, Bella? Quer os detalhes sujos?"

Seus lábios vermelhos se curvaram em um sorriso. "Talvez."

"Esta vez não, querida. Depois de tudo, queremos manter suas pequenas e formosas mãos limpas."

"E suas mãos?"

"Acredito que ambos sabemos o que intento fazer com minhas mãos."

Colocando os braços ao redor de seu pescoço, ela se apertou contra ele, sentindo sua ereção. Emocionava-a saber, que podia fazer isso a ele, que podia excitá-lo.

Isso lhe dava em certo sentido poder sobre ele. Sempre era tudo, sempre, sobre o poder.

Ao final Bella sabia igual a Aro, que o poder era o único importante, e de algum jeito, juntos, através de meios corretos ou incorretos, fariam que Jasper enfrentasse a essa verdade e a aceitasse. Se Edward Cullen terminasse sofrendo... Bom, Bella decidiu que poderia viver com isso, enquanto Aro afirmou sua boca em um beijo exigente que lhe devolveu com alegria.