Nome:
O retorno dos olhos azuis
Genero: ação/aventura/romance
Cap. 1
Era
uma noite fria e estrelada no Egito. Um homem idoso estava andando,
cansado, no deserto. Sua cabeça estava abaixada, seus olhos estavam
meio fechados para se proteger dos grãos de areia que eram
carregados pela forte brisa. A areia ainda estava quente por causa da
luz do sol. Ele abriu seus olhos: uma expressão triste estava
estampada em sua face.
*flashback*
O monstro de Akhnadin lançou
um tiro em Seto com seu olho. Kisara pulou na frente dele e levou o
tiro bem em seu tórax. Ela caiu nos braços dele.
"Kisara!"
Seto gritou " Kisara, por favor, acorde!"
Ela abriu seus
olhos lentamente e um sorriso fraco se formou em seus lábios. Ela
levantou sua mão e afagou a face dele.
"Não é culpa
sua"
*Fim do flashback*
O homem olhou a paisagem ao seu
redor; seu lar era lindo. A lua, maior que nunca, estava refletida
nas águas do grande rio Nile, fazendo-os cintilar. Ao longo do rio
haviam árvores exóticas. Haviam muitos monumentos por perto, alguns
deles contruídos por seus ancestrais, outros por ele mesmo. O homem
estava usando um uniforme azul royal dourado e uma coroa. Ele não
era qualquer um. Era o faraó do Egito.
após um tempo, o homem
chegou ao seu destino. Ele estava do lado de fora de uma cripta. Ele
olhou ao seu redor para se assegurar de que ninguém estava
seguindo-o, então entrou na construção por uma passagem secreta.
Seguindo por uma passagem complexa, ele logo estava na sala
principal. Havia um sarcófago vazio no centro; ao redor, havia
muitos de seus itens favoritos e as pinturas e esculturas nas paredes
descreviam os melhores momentos de sua vida: a vitória sobre seus
inimigos, ele e sua esposa com seus filhos, ele mesmo vencendo um
duelo com sua criatura favorita: o dragão branco de olhos azuis.
Ele
estava dentro do local que iria ser seu túmulo.
Na melhor posição da sala, lá estava: a placa de pedra onde foi aprisionado o espírito de seu monstro mais poderoso. Onde o espírito da mulher que fora sua amada residia e repousava.
"Kisara..."
o homem sussurou. A pedra começou a brilhar e logo um dragão branco
com olhos azuis apareceu na sua frente. Ele olhou para o monstro
amorosamente e sorriu. O dragão abaixou sua cabeça para encará-lo.
Ele colocou sua mão na testa no dragão e acariciou gentilmente.
"Você é tão linda..." o faraó pensou. O dragão rugiu
maciamente. Ele sabia que ela o tinha ouvido. Sentou-se encostando na
parede atrás dele e olhou nos olhos do dragão. Ele e Kisara nunca
precisaram de palavras para se entender um ao outro. Mas naquela
noite, ele sentiu a necessidade de conversar. Eles ficaram em
silêncio por um instante. Finalmente, o faraó decidiu falar. "
Eu estou velho, Kisara... e cansado. eu vou deixar esse mundo logo."
'Eu espero por isso' ele pensou amargamente. O dragão rugiu.
"Eu
não sou mais necessário..." ele suspirou. "Meu filho
agora vai tomar o trono do Egito."
Ele deu um longo suspiro e
continuou decisivamente. "Eu pus as placas de pedra das
criaturas numa cripta. Desse modo, ninguém mais vai ser corrompido
pela cobiça do poder."
A face do faraó se tornou
inflexível. " Nós sabemos melhor que ninguém o resultado
dessas ações." ele disse roucamente. "Mais nenhuma vida
inocente será destruída," ele pensou furioso.
"Aquelas
tábuas... elas eram amaldiçoadas desde o início. Elas eram feitas
pelo desejo dos humanos por poder. Que também me corrompeu. Até eu
te conhecer. Ele olhou para a criatura e sorriu.
"Você
trouxe luz para a minha vida. Você me mostrou que há coisas mais
importantes que poder, Kisara..." Lágrimas começaram a se
formar nos seus olhos. "Me perdoe" ele sussurou, abaixando
sua cabeça.
"Houve épocas que você era a única razão que
eu continuava. Eu não queria que a sua morte fosse em vão. Por isso
escondi as tábuas. E com essa sendo minha última tarefa como faraó,
eu completei meu dever."
"As pessoas deveriam aprender a
confiar em sua própria força para vencer as batalhas da vida e não
esperar ajuda de deuses e espíritos. Nós fazemos nossos destinos.
Eu fui ensinado assim."
O
faraó se lembrou de quando ele era um menino; todos achavam que seu
futuro estava prescrito. Mas ele provou que estavam errados. Ele
administrou como um membro da corte do faraó. E então ele pensou
que era esse o seu futuro. E novamente uma série de fatos mudaram
tudo o que ele conhecia até então.
"Você
mudou
tudo o que eu conhecia, Kisara."
"Sua tábua ficará
aqui a partir de agora para ninguém machucar sua alma" ele
disse com dificuldade.
"Talvez na minha próxima vida, eu
seja digno de poder ficar com você" ele sorriu, seus olhos
brilharam. "Meu amor..."
E com estas palvras, o faraó
inclinou sua cabeça e fechou seus olhos num suspiro.
O dragão
rugiu, infeliz, e uma lágrima rolou de sua face. Devagar, ela
desfaleceu e voltou a prisão que a selou por milhares de
anos.
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Seto
Kaiba acordou com um sentimento de desconforto. Aqueles sonhos
novamente.
Em
um seco vale do Egito, a única coisa que quebrava o silêncio era o
som de uma picareta esmagando pedras.
Um homem estava cavando. Ele
estava vestindo trapos e estava sujo. Parecia que ele estava no local
por dias, até mesmo semanas, para cavar uma grande passagem para uma
cripta onde o tesouro que ele procurava estava
escondido.
"Finalmente", ele disse, ofegando, quando o
último fragmento quebrou. Ele jogou suas ferramentas no chão e com
rápido e impaciantes movimentos, ele entrou na cripta,
rastejando.
Assim que entrou, ele se levantou, tremendo pela
fadiga. Ele olhou ao redor e viu muitos tesouros, peças mestres do
Egito. Havia um sarcófago no centro. Ele andou até o objeto,
cansado. Olhou para o homem descrito e seus olhos se estreitaram.
Colocou uma mão no sarcófago. Ele abriu mais seus olhos e encontrou
o mais valioso tesouro da tumba, o que estava procurando. Uma tábua
de pedra com um dragão esculpido nela. Pegou um bracelete dourado do
lugar onde estavam itens valiosos e colocou em seu braço
esquerdo.
Então ele falou:
"Eu invoco o Dragão Branco de
Olhos Azuis!!!"
O contorno da critura esculpida na pedra
brilhou por um momento. Mas nenhum dragão apareceu para a invocação
do homem.
Ele franziu as sobrancelhas 'O que está acontecendo?
Poderia ser...'
'Não...' um rouco sussurro ecoou nas paredes da
cripta.
Todos os olhos na Faculdade da Cidade de Domino se
dirigiram para uma garota que tinha acabado de entrar na escola,
tentando parecer confiante e mantendo seu cabelo branco longe de seu
rosto. Sara White sentia-se sociável e cheia de energia naquele dia.
Ela tinha decido fazer novos amigos no novo colégio. 'Como se eu
tivesse velhos amigos', ela pensou sarcasticamente, no entanto, não
perdendo seu bom humor. Ela tinha certeza que desde que ela mudou
recentemente para aquela cidade grande, haveria pessoas que tinham os
mesmos interesses que ela. Na pequena cidade onde ela vivia antes,
ela estava sempre sozinha. Felizmente, alguns de seus antigos
professores a encorajaram, dando exames para um bom
colégio,
dizendo que seus potencial estava sendo disperdiçado.
Milagrosamente, ela conseguiu uma bolsa de estudos e finalmente,
estava numa das maiores - e mais caras - escolas
do país. Ela esprerava que sua vida mudasse.
Ela observou,
timidamente, os estudantes ao redor dela enquanto andava. Logo ficou
frustrada, pois todos eles vestiam roupas elegantes e caras, e, pelo
o que ela pôde ouvir, estavam balbuciando sobre roupas novas, carros
e festas.
"Devem estar querendo me excluir" ela entrou
na classe e sentou na segunda carteira próxima uma janela. Viu
refletido no vidro um grupo de pessoas que se mantinham longe da
multidão , deveriam ser as celebridades do colégio. Eles tinham
olhares esnobes e olharam para ela com desdém, então cochiraram
algo e riram, afetadamente.
Este seria um ano terrível.
Naquele
momento, um homem entrou, carregando uma mala e vários papéis. Ele
era o professor, mas poderia se passar por estudante. Ao invés de
começar a lição, ele começou a preparar as coisas que ele
precisava para a aula. Ações que eram desnecessárias e eram feitas
sem aviso, enquanto ele lançava vários olhares aos estudantes,
esperando que ao menos eles percebessem sua presença.
Ele era
bastante novo, não tinha mais que 30 ou 32 anos. Ele era bonito
também. Então como ninguém prestava atenção nele? Talvez,
julgando por seu estilo simples, ele não era da mesma classe social
que os estudantes. Ele virou-se para Sara que olhava pra ele,
distraidamente. "Você é a nova estudante, certo? Bem
vinda!"
"Sim, eu sou. Obrigada." Sara acordou de
seus devaneios.
"Prazer em conhecê-la. Sou Daniel Graham, o
professor de história. Na sala, você deve me chamar de Senhor
Graham" ele disse sorrindo.
"Prazer em conhecê-lo
também, Senhor Graham. Meu nome é Sara White"
"Eu sei.
Eu li a sua ficha. Você conseguiu pontuação 100 nos exames de
admissão. Você é nossa nova gênia."
Sara corou "Acho
que tive sorte. Afinal de contas, eu tenho certeza que a maioria dos
estudantes aqui são gênios".
"Você
logo vai mudar sua opinião" o professor disse a ela em voz
baixa, frustrado.
Ele foi até a porta para chamar os estudantes.
"Muito bem, alunos. Vamos começar a lição." ele disse,
não obviamente em voz alta o suficiente, já que ninguém parecia
escutá-lo. Ele parecia se sentir deconcertado.
Sara sorriu. O
professor Garham era tímido. Mas então por que ele escolheu ser
professor se ele tinha que falar na frente de uma audiência o tempo
todo?
Uma
limosine parou na frente da Faculdade da Cidade de Domino. Um jovem
de cabelos castanhos saiu do veículo, com um cansado - mas
penetrante - olhar.
Seto Kaiba tinha acabado de baixar um programa
enquanto editava seu ensaio quando tinha chegado. Ele foi em direção
à classe onde ele iria assistir às aulas naquela manhã.
Era
como se ele não pudesse escapar das aulas e, conseqüentemente, do
chato processo de aprendizado. Ele tinha certeza que a administração
sabia quem ele era e o poder que ele tinha, simplesmente pelo fato de
ele poder comprar a maldita escola e substituir todos os que
trabalhavam lá.
Não que ele gostasse de se socializar -
especialmente com aqueles cretinos que estudavam lá, todos filhos
dos rivais de sua empresa, excluindo as garotas. E, é claro, não
havia muito para se ensinar a ele sobre negócios, computação,
administração, etc, sendo o mais novo presidente de empresa e o
gênio que ele era.
Ele só queria se manter ocupado com alguma
coisa. Ele não conseguia se lembrar quantos anos se haviam passado
desde que ele tivera algum tempo livre, mas parecia que o trabalho
não era suficiente para ele agora. Ele precisava fazer mais coisas
para não pensar, aquilo poderia ser até mesmo perigoso. Para sua
empresa, carreira e saúde mental.
Ele fechou seus olhos por um
momento para descansá-los da radiação que eles receberam... ele
não conseguia se lembrar quantas horas haviam se passado desde que
ele tinha se mantido acordado 'Acordado... aqueles que acordam,
dormem também.' ele pensou com pesar.
Era um dia nublado, mas
mesmo esta nuvem fazia as coisas piores para ele. O sono, ou melhor,
os sonhos estranhos que o estavam assombrando desde que ele chegara
de sua viagem ao Egito a algumas semanas. Ele rapidamente apagou de
sua memória este pensamento, quase irritado com as lembranças do
que tinha acontecido lá.
Nos primeiros dias depois que ele voltou
do Egito, não havia sonhos estranhos e suas visões tinham
desaparecido. Ele tinha se convencimento de que tudo aquilo era um
truque mental, por
mais estranho que fosse. E então, tudo voltou. O que mais o irritou
era que dessa vez não eram simples visões. Era ele mesmo no lugar
dele mesmo no passado, o cara egipcio que se parecia com ele. Eles
eram mais como aquele que ele tinha visto quando ele duelou com
Bakura, mais propriamente o que ele tinha experimentado no Egito.
Ele
não daria tanta atenção a sonhos estúpidos que eram provavelmente
resultado de seu subconsciente que tinha sido influenciado por toda
aquela bobagem que ele tinha enfrentado, se é que não havia alguma
pressão emocional.
Ele se achou em lágrimas de ódio e dor pela
perda... dela. Ele não pronunciaria seu nome, nem mesmo em seus
pensamentos. E ele ainda ouvia o nome dela escapar de seus lábios -
dos lábios de sua antiga reencarnação - toda noite.
Toda
maldita noite.
'Talvez eu esteja ficando louco depois de tudo. é
o que acontece quando você passa muito tempo com a patrulha da
bobeira.'
Assim que ele entrou no prédio da faculdade, todos os
olhos se fixaram nele. Ele recebeu várias saudações de pessoas que
tentaram se aproximar dele. Ignorou todos e foi para sua sala. Estava
atrasado.
Finalmente
o professor Graham disse a todos que se sentassem.
"Classe,
quero que vocês conheçam sua nova colega, Senhorita Sara White."
Sara virou-se um pouco para encarar a classe.
Ninguém falou na
sala.
De repente, a porta abriu-se com um estouro e um homem alto
com um olhar frio e cansado entrou. Ele fechou a porta com força e
se dirigiu aos assentos do fundo.
"Você está atrasado de
novo, senhor Kaiba."
"Eu estava atrasado." Seto
disse, friamente.
"Eu estava acabando de anunciar a chegada
de um novo estudante."
"Você não tem que esperar por
mim, sabe disso." disse Kaiba num tom indiferente e sentou-se, o
que provocou risadas de alguns estudantes.
"Você deveria ter
cuidado, senhor Kaiba. Sua nova colega é uma forte competidora sua.
Você e a senhorita Sara White foram os únicos que conseguiram
pontuação máxima nos exames."
Seto levantou os olhos com
apatia.
O professor, vendo que não iria chegar a lugar nenhum com
Kaiba, começou a lição. Ele fez várias perguntas, que ninguém se
incomodou em responder. Sara tinha certeza que eles sabiam a resposta
das perguntas, mas estavam ignorando o professor
intencionalmente.
"Vamos lá, classe. Esta é uma fácil."
A voz de Graham acordou os estudantes. O professor procurava por
alguém que pudesse responder. "Vamos, apenas respondam essa
questão e estarão livres."
Seto levantou a mão, cansado de
tudo aquilo. O que aquele perdedor estava tentando provar, insistindo
na última questão? Seto tinha que ir para a empresa.
Ao mesmo
tempo, Sara White também levantou a mão para responder.
"Sim..."
disse Graham olhando para Kaiba, que abaixou sua mão, cansado, e
abriu a boca para responder.
"... Senhorita White."
E
ele ficou de boca aberta.
Ela deu uma boa resposta, até melhor do
que aquela que o jovem presidente da KC teria dado. Seto observou a
nova garota com o canto do olho. Ele não conseguia ver seu rosto, já
que
ele estava sentado vários assentos atrás dela, mas percebeu que ela
estava vestida de forma diferente dos outros alunos da sala.
Ele
viu Brian Hanniger - o filho de um de seus rivais mais ricos - e seus
amigos olhando para a garota e sussurando algo em voz baixa e
ameaçadora. Seto levantou uma sobrancelha e um sorriso desprezível
e sardônico apareceu em sua face. Ela não ia durar muito naquela
faculdade.
Assim que a aula acabou, a classe esvasiou-se em
segundos.
"Por que você não respondeu todas as minhas
questões? Eu sei que você sabia a resposta delas." O senhor
Graham disse, antes de Sara sair.
"Bem, senhor Graham, de
acordo com minha experiência, os estudantes não parecem gostar
daqueles que são... você sabe... CDF'S.''
"Não se incomode
com o que as pessoas vão dizer sobre você. Se as pessoas esperam
que você não mostre suas abilidades, então elas não merecem ser
suas amigas.''
Sara ficou parada por um momento, surpresa.
"Você
foi bem. Eu vejo você depois." Ele sorriu e saiu.
Sara
deixou a sala depois dele. Enquanto ela andava pelos corredores, a
maioria das pessoas olharam para ela e cochichavam com seus amigos, e
com certeza, não falavam coisas boas.
A porta da mansão Kaiba
bateu com estrondo. Mokuba sabia que seu irmão mais velho não
estava no seu melhor humor.
"Ei, Seto! Como você
está?"
"Bem, Mokuba." ele mentiu. Ele jogou sua
maleta no sofá e sentou pesadamente ao lado de seu irmão. "O
que você está assistindo?"
"As notícias. A tumba de
um novo faraó foi descoberta. E advinhe qual é o nome dele. É
Seto!" O garoto se rompeu em risadas. O irmão mais velho sentiu
que tinha levado um chute no estômago. "Você parece com a
múmia também."
Seto jogou um travesseiro nele. "Eu sei
que estou sem dormir e cansado, mas eu pareço tanto assim com uma
múmia?" ele brincou, tentando ignorar a ansiedade crescendo
nele.
"Eu estava falando do sarcófago. Olha."
"O
sarcófago vazio do faraó Seto I foi descoberto por um mercador de
relíquias ilegal. Arqueólogos estão fazendo uma pesquisa para
saber quando a tumba foi arrombada e se há itens vendidos..." A
jornalista disse.
A reporter estava mostrando as figuras da tumba
e os itens encontrados.
De
repente, a câmera ampliou uma tábua de pedra com um dragão
esculpida nela.
Os olhos de Seto se dilataram. 'Droga'
"Essa
figura é parecida com o seu Dragão Branco de Olhos Azuis, não é?"
Disse Mokuba, mas Seto tinha parado de escutar. Era demais esperar
por um sono decente naquela noite.
Capítulo 3
O
presidente da Kaiba Corp estava trabalhando agitadamente em seu
computador quando o telefone tocou.
Ele sussurou uma maldição
por ter perdido sua concentração e apertou o botão para
atender.
"Eu disse que eu não quero ser incomodado!"
Ele gritou para sua secretária.
"Eu sei, senhor Kaiba. Mas
tem uma senhorita Ishtar aqui e ela disse que não vai sair até
falar com o senhor." Seto apertou seus lábios um contra o outro
ao ouvir o nome da visitante.
"Então chame a segurança!"
Ele desligou.
A porta se abriu com um estrondo e Ishizu entrou
calmamente. Atrás dela estava a secretária de Seto que estava
protestando a entrada de Ishizu no escritório do chefe, mas a porta
fechou-se na sua cara.
"Bom dia, senhorita Ishtar. Por favor
feche a porta quando você sair."
"Bom dia, Kaiba."
Ela disse com a sua calma e cativante voz. "Eu estou aqui pra
falar com você e você vai me escutar, querendo ou não."
"Pode
me dizer o que você quer no meu escritório? Algumas pessoas
trabalham, você sabe." ele disse, irritado.
Ela olhou para
ele sorrindo calmamente. "Desculpe pelo incomodo, mas eu temo
que você nunca tem tempo livre para que eu possa falar com você. E
você nunca respondeu às minhas ligações, então..."
"Eu
não recebi nenhuma ligação."
"O que você quer dizer
com não recebeu..."
"Vá incomdar outra pessoa com seu
hocus-pocus. Eu não estou interessado no comércio de truques de
mágicas de qualquer maneira." Ele a interrompeu e voltou a seu
trabalho.
"Me escute. É importante. Você pode estar em
perigo. Assim como a sua família e o Dragão Branco de Olhos
Azuis"
Ele levantou os olhos pra olhar para ela. "O
Dragão Branco de Olhos Azuis."
"Estou vendo que tenho
sua atenção agora." Ela disse, sorrindo satisfeita.
Kaiba
revirou os olhos. "Não fique tão feliz. Mokuba e eu geralmente
enfrentamos ameaças sendo da família Kaiba. Mas..." ele sorriu
sarcasticamente. "Como pode ser possível ameaçar o dragão de
um jogo?"
Ishizu suspirou, desapontada.
"Se é alguma
loucura relacionada a você ou algo assim de novo,
fale
com a patrulha da bobeira. Agora, se você puder..." Ele mostrou
a ela a saída.
"O assunto não tem nada a ver com Atem ou
Yugi dessa vez. é sobre você" Ishizu disse pacientemente.
"Que
seja. Eu tenho mais poder do que você pode imaginar. Diga pra seja
lá quem for o maniaco que me desafie e ele vai se arrepender de ter
nascido."
"Impressionante, Kaiba. Mas eu temo que seu
dinheiro e poder não vão ajudá-lo dessa vez. Você ouviu falar
sobre a descoberta do faraó Seto I, sua antiga reencarnação?"
"Aqui
vamos nós de novo... Quantas vezes eu tenho que dizer que..."
"Se
você não aceita seu passado, você não terá futuro!" ela
exclamou, franzindo as sobrancelhas.
"Eu tenho aceitado meu
passado. Mas o passado dessas pessoas, se é que elas realmente
existiram, não tem nada a ver comigo."
"Eu sei que a
sua mente está bombardeada com memórias da sua vida passada. Eu sei
sobre os seus sonhos também."
"Saia. Agora." Ele
disse, com seus olhos fixos na tela do computador.
"Não.
Você vai me escutar com atenção dessa vez. Não é apenas sobre as
suas ambições egoístas. Meu irmão Marik foi atacado. E
an..."
"Mesmo? E como você não previu isso?" Seto
ironizou.
"E antes dele," Ishizu continuou numa voz mais
alta, ignorando o comentário sarcástico dele. "Ryou Bakura foi
atacado. Todos os itens do Milênio deles foram roubados."
"E?"
"Eles
não eram ladrões comuns."
Seto olhou para ela, entediado.
"Eu acho que deixei perfeitamente claro que não estou
interessado nas suas teorias da conspiração."
"Os
itens foram selados quando Atem foi embora, mas recentemente eu
descobri que havia uma energia fluindo neles."
"Não
diga...."
"Isso foi quando seus sonhos e visões
começaram novamente." Kaiba recuou, com desprezo.
"Algumas
pessoas do passado retornaram. E nem todas estão aqui com bons
propósitos."
"Eu disse a você que eu não estou
interessado. Se você não sair, vou chamar a segurança." Ele
disse, monotonamente. Ela abriu a boca para dizer algo, mas pareceu
se arrepender.
Ele lançou um olhar frio para ela.
Ishizu
se levantou e deu alguns passos para sair.
"Logo você vai
recuperar sua memória. E se isso não acontecer da maneira certa
você vai perder tudo como que você se importa." A porta se
fechou atrás dela.
Sara
White entrou na Faculdade Domino, tentando ignorar os olhares que ela
recebia das pessoas ao seu redor. Após todos esses canos sendo uma
pária onde quer que estivesse e ela ainda não tinha se acostumado
com aquilo.
Um anúncio do quadro de avisos chamou sua atenção.
Uma exibição sobre a cultura do Antigo Egito. Aquilo seria
interessante.
"Bom dia, Sara." o professor Graham passou
por ela sorrindo.
"Bom dia, professor."
Ela percebeu
que os olhares irônicos e desdenhos sobre ela se multiplicaram
instanteneamente.
Ela sabia que não tinha começado bem na nova
escola. Primeiro, porque ela tinha quebrado seus votos e falado
voluntariamente na classe; e depois, porque o senhor Graram não
parou de mencionar suas realizações e de elogiá-la, o que só
aumentava seu status de infâmia.
Ela suspirou e entrou na
classe.
Seto Kaiba não conseguia se concentrar na lição, não
importava como. Além de não dormir direito por dias, algo o estava
incomodando naquele dia. Apesar de não admitir, a conversa com
Ishizu no dia anterior o tinha incomodado um pouco. Ele tentou
esquecer o assunto e ouviu o professor de história perguntar
algo.
Antes que o jovem presidente pudesse reagir, a pergunta foi
respondida pela nova garota, White. Droga. Ele odiava quando não
colocava 100% do seu esforço em tudo o que fazia.
Seto se virou
para olhar para White cautelosamente. Ele não podia ver seu rosto,
já que ela estava vários assentos na frente dele, mas ele percebeu
que ela vestia jeans e um casaco azul claro. Ninguém mais estava
vestindo jeans na classe. Ela certamente se destacava na
multidão.
Além disso, quase todo professor a elogiava,
especialmente aquele perdedor, Graham. Mas o que... ele estava tendo
um caso com ela? Todos pareciam pensar que sim.
Além disso, ela
não tinha reagido de um jeito que a fazia parecer arrogante. Desde
seu jeito de vestir até sua postura. Tudo parecia apontar que ela
não queria ser notada. "Ou isso, ou ela está tentando parcer
uma boa garota. Idiota patética." ele xingou e voltou sua
atenção ao livro.
Sara
permaneceu em sua cadeira enquanto o professor Graham estava
guardando suas coisas após o término das aulas. O último a sair
foi Seto Kaiba, que passou sem olhar para nenhum deles.
O
professor Graham viu ele sair e suspirou. "Uma mente brilhante a
desse rapaz, mas ele não se importa nem um pouco com as lições."
"Ou
com nada relacionado a isso." Sara disse, quieta,
desaprovando.
"Você está certa. Todos os alunos da minha
classe são assim. Exceto você, é claro."
"Bem, acho
que se eu tivesse nascido com tanto dinheiro como eles, também seria
daquele jeito."
"Você está justificando o
comportamento deles? Muito bonito. Só tenha certeza de que isso não
vai se virar contra você."
Sara ia perguntar "o que?",
mas ele já tinha alcançado a porta. Ele parou por um momento e se
virou.
"Lembre-se: todos são responsáveis por suas
ações."
Depois da aula, o presidente da Kaiba Corp saiu da
faculdade e desceu as escadas que levavam ao pátio da escola, grato
por não haver nenhum daqueles idiotas por perto para tentar
puxar conversa. Onde eles estavam, de qualquer maneira? A escola
parecia vazia. Como se ele se importasse. Ele tinha pelo menos um
mililhão de coisas na sua cabeça. Vozes altas misturadas com
risadas interromperam seus pensamentos.
Seto se virou, escutando
insultos que ele pensou que fossem para ele. Mas ele escutou uns
xingamentos para mulheres (censurado, já estou colocando muito
palavrão{da tradutora}. Ele podia ser chamado de muitas coias, mas
não daquilo. Ele logo percebeu para quem os insultos eram
dirigidos.
Seus olhos se estreitaram ao ver a cena. O grupo de
idiotas arrogantes que se sentavam perto dele na classe, com Brian
Hanningan os liderando, com várias pessoas ao redor do mesmo ano
estavam incomodando White, a nova competidora na classe. Ele não
pode ver seu rosto, já que todas aquelas pessoas estavam bloqueando
sua vista - e o caminho dela - mas ele a reconheceu pelas cores das
ropuas que ela usava.
Ele se virou para sair. Não se importava
com aquilo.
Sara tentou empurrar as pessoas na sua frente para
sair, mas antes que ela pudesse alcaçar as escadas, alguém fez ela
tropeçar.
"Ah!" Ela chorou assim que caiu. Bateu em
todos os degraus com grande barulho e aterrissou atrás de Seto
Kaiba. Todos ao redor riram. Seto não. Ele apenas ficou parado. As
coisas dela estavam espalhadas por todo o lugar, seus cabelos longos
e brancos caíram por seus ombros e rosto.
Sara levantou a cabeça
e encarou Seto. Ele não pareceu se importar.
Ele TINHA que
sair.
Ele se virou para ir e andou alguns passos.
Hannigan
desceu e aproximou seu rosto ao de Sara. "Não se meta com a
gente, garota." Ele sussurou para ela.
Enquanto isso, os
outros zombadores também desceram e deram chutes nos joelhos e
pernas da pobre garota. Mesmo assim, ela não fez um único
protesto.
Seto escutou outra voz zombadora e o choro de White. Ele
parou. Imagens de uma garota de cabelos brancos sendo atacada por uma
multidão furiosa passou por seus olhos.
Foi então que ele
parou.
"Pare com isso, Hannigan" ele disse em uma voz
fria e autoritária.
Hannigan olhou para Seto. "O que você
disse, amigo?"
"Eu não sou seu amigo." Ele disse
asperamente, então se virou para encarar Hannigan. "Tenho
certeza que esse incidente não se repetirá. A companhia do seu pai
pode não ter nenhuma credibilidade, mas eu tenho uma reputação a
manter. E eu não quero nenhuma má reputação envolvendo meu
colégio ou o meu nome." Ele pausou quando as zoações se
voltaram para Hannigan. Um sorriso de desdém se formou nos lábios
de Seto. Ele lançou um sorriso vil às pessoas ao redor e saiu.
Sara
olhou Seto partindo.
Os abutres saíram de perto de Sara. Ela se
levantou lentamente, o corpo todo doendo.
Capitulo 5
Era
fim de tarde. No museu da cidade de Domino só haviam 2 ou 3 pessoas
que estvam quase saindo.
Exceto por uma garota de cabelos brancos
que tinha acabado de chegar. Sara perambulava pelos grandes
corredores da seção de cultura egípcia, tentando esquecer o que
tinha acontecido algumas horas atrás. Suas costelas ainda estavam
machucadas.
Ela percebeu uma exibição particular. Era um
sarcófago e, pelo o que ela pode ler no livro de informações, era
um novo que tinha acabado de chegar no museu de Domino. Ela olhou
para o rosto do homem pintado no sarcófago.
Ela chegou mais
perto para dar uma olhada melhor em suas características. Aquele
faraó tinha um olhar frio e severo. Ele não devia ter sorrido muito
durante sua vida. Talvez fosse um tirano.
Entretanto,
havia algo no rosto do homem que lhe parecia estranhamente...
familiar?
"Sara?" ela se virou rapidamente e viu o
senhor Graham olhando para ela com uma expressão agradável em seu
rosto. "Eu sabia que você viria para cá.
Ele percebeu
que apesar de seu sorriso, ela franzia as sobrancelhas. "Há
alguma coisa errada?"
"Não, não há nada de errado.
Veio ver a exibição também, senhor Graham?"
"Na
verdade, eu trabalho aqui."
"Mesmo?"
"Eu
sou um historiador, Sara."
"Ah, certo."
"Estava
admirando as técnicas dos artistas do Antigo Egito?" ele
perguntou sorrindo.
Ela acenou com a cabeça.
"AS
artes no tempo deste faraó estavam realmente num alto nível. Esta é
uma nova descoberta. Já ouviu falar sobre isso? é o sarcófago
vazio de Seto, o primeiro."
"Onde está a múmia?"
"Eu
não sei. Arqueólogos estão vasculhando a área ao redor da cripta
onde o sarcófago foi encontrado por meses, mas nada foi
encontrado."
"O local de descanso do faraó foi
arrombado. O corpo foi roubado" uma voz feminina disse atrás de
Graham e Sara.
Eles se viraram para ver a pessoa que tinha
falado.
"Nós não sabemos se foi isso, Ichizu." disse o
professor.
"Acredite em mim, eu sei. Aquele idoso que
encontrou a tumba vendeu muitos itens para colecionadores."
Daniel
Graham sorriu, consentindo. "Deixe-me apresentar você. Esta é
uma das minha mais brilhantes estudantes: Sara White. Sara, esta é
Ishizu Ishtar, a dona e supervisora da exibição egípcia."
"Prazer
em conhcer você, senhorita Ishtar"
Ishizu olhou nos olhos de
Sara intensamente, enquanto elas apertavam as mãos. "O prazer é
meu, minha querida. Me chame de Ishizu."
Sara se sentiu
desajeitada com o olhar de Ishizu. Por que ela olhava daquela
maneira?
"Sara, eu acho que você deve ir. O museu está
fechando. Quer que eu a leve até sua casa?"
"Sim, é
claro. Obrigada." Sara sorriu e deu um passo para sair.
"Você
não tem que sair. Pode ficar e dar uma olhada."
Ishizu já
tinha ido para outro corredor. "Venha ver uma coisa, Sara."
Ela os levou na frente de uma grande tábua de pedra com um dragão
esculpido.
Sara olhou para a placa. Havia admiração em seu
olhar. "O que isso mostra? Um dragão?" Ishizu concordou
com a cabeça. "É uma nova exibição. Foi encontrada na tumba
do faraó Seto. Você gosta?"
"É legal... eu acho... eu
não sabia que os egípcios antigos adoravam dragões."
"Esse
rei egípcio adorava este dragão em particular." Ishizu disse
com um sorriso.
"Eu tinha ouvido sobre crocodilos,
mas..."
"Bem, os crocodilos se originaram dos grandes
répteis." o professor Graham a interrompeu.
"Felizmente,
contrabandistas não venderam este item também." Ishizu disse,
sua face subitamente ficou séria.
"Sim, é um excelente
trabalho. Representa a arte dessa era." Começou Graham.
"Você
gostaria de ver mais alguma coisa, Sara?" Perguntou a mulher
egípcia. "Venha. Me siga."
Ichizu andou ao longo de
vários corredores, levando Sara e o professor Graham para um saguão
vazio. Ishizu se virou e olhou para seu parceiro com um olhar
maravilhado em seu rosto.
"Eu não sabia que você queria
mostrar isso a ela. Eu levei isso ao laboratória para estudá-lo."
Disse Graham.
"Então,
vamos ao laboratório"
"Você tem certeza?"
perguntou o professor de Sara, com cautela. Ele não recebeu
resposta.
Uma
vez que estvam no laboratório, Ishizu acendeu as luzes e levou Sara
até o local onde outra tabua de pedra estava. Então, se virou para
ela com uma expressão questionadora.
"É interessante."
Sara acenou com a cabeça. "Quem são estas pessoas?"
"São
um faraó e um feiticeiro, ou melhor, um sacerdote,
duelando."
"Duelando?"
"Sim, é uma longa
história. Este sacerdote é Seto I antes de se tornar faraó. Ele
está lutando com o dragão que vimos antes."
"Eles
acreditavam que os deuses deles ajudavam na batalha?"
"É
um pouco mais complicado que isso." Ishizu sorriu. "O niome
dessa deusa - sim, o dragão representa uma divindade feminina-"
Ishizu disse para o olhar questionador de Sara "é Kisara."
Sara
recuou quando ouviu aquilo. "Kisara?" ela olhou para a
escultura de perda novemente. "Engraçado. é o meu nome de
nascença."
Ishizu sooriu enigmaticamente. Sara voltou sua
atenção à escultura novamente. Ela olhou para o feiticeiro. Havia
algo familiar nele.
Ela se virou e viu seu professor olhando para
ela com uma expressão legível em sua face.
Já
estava escuro quando Seto deixou a faculdade. Ele teve uma entrevista
com a administração e alguns professores deram recomendações,
preocupados com o progresso dele e com suas notas na escola. E é
claro que ele terminou a reunião descontando seu ódio neles, com
ameaças que provavelmente logo iria cumprir. 'Por que estou perdendo
meu tempo com esses perdedores?' ele se ofendeu.
Basicamente, ele
estava bêbado. Seu ego estava muito ferido. Nunca teve nenhum
professor ou outra pessoa que reclamasse de sua performance ou
progresso. Ele sempre quis ser o melhor em todos as áreas de seu
interesse. E tudo isso graças às exigências de seu padrasto, que
Seto nunca conseguiu cumprir. Para Gozaburo, Seto sempre tinha que
trabalhar mais e mais árduamente, já que ele não era bom o
suficiente. Ele rangeu os dentes ao se lembrar disso. Apesar de ser o
melhor. Ele era.
Seto sabia que todas as coisas ruins de seu
cárater - se é que havia alguma coisa boa, ele riu - eram, em sua
maioria, formadas por ou por causa de Gozaburo.
Maldito! Mesmo da
sepultura, ele ainda fazia sua vida miserável. Por que, de todas as
pessoas do mundo, Gozaburo tinha que adotá-lo e ao seu irmão?
Após
ter esse pensamento, tudo desapareceu na
escuridão.
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Seto
acordou com um frio que se espalhava pelo seu corpo. Sua face estava
tocando uma superfície áspera e úmida. Sua corpo não conseguia se
mexer e sua cabeça doía como nunca.
Ele abriu seus olhos
lentamente e viu dois homens fortes em roupas pretas e mantos pretos
de pé na frente dele, a mesma expressão inflexível e sem emoção
em seus rostos. Um deles estava segurando um balde e tinha,
obviamente, acabado de jogar água em Seto.
"Ele está
acordado, mestre" disse um dos homens, sua voz combinando com
sua expressão.
"Eu posso ver isso" uma voz rouca e
desconhecida disse.
Seto levantou seus olhos, cansado, para ver
quem era o "mestre". Ele não podia ver muito, já que os
homens estavam cobertos pelas sombras.
"
Seto, meu filho..." o homem misterioso falou novamente.
'Isso
não pode estar acontecenndo.'"Quem é você? O que você quer?"
Seto gritou, sua voz não soou tão ameaçadora quanto ele queria.
Ele tentou se levantar, mas percebeu que suas mãos estavam amarradas
atrás de suas costas. Com um grande esforço, ele se moveu até
ficar de joelhos, apenas para recber um chute no estômago de um dos
homens. Ele sentiu muita
dor.
"Não toque no meu filho!!!" o "mestre"
gritou com raiva e bateu no homem que tinha machucado
Seto com algo que parecia ser um bastão metálico.
Seto olhou
para o homem furioso com desgosto. "Você não é o meu pai!"
ele esbrabejou "Os únicos que pude chamar assim já estão
mortos!"
O homem misterioso riu com um riso frio e rastejante
"Está certo disso?"
"Eu não acredito em
fantasmas" Seto disse com desdém.
"Tavez seja hora de
você mudar sua mentalidade" o homem afirmou
ameaçadoramente.
Ele brandiu um grande punhal na frente do rosto
de Seto. Ele sentiu a lâmina afiada acariciar sua face esquerda até
chegar abaixo de seu olhos.
O que aquele maluco estava tentando
fazer? Arrancar seu cérebro fora? Ele poderia trabalhar para um de
seus inimigos?
O fio da faca cortou um pouco sua pele. Seto sentiu
algumas gotas de sangue rolarem por sua face.
Ele tentou ignorar a
dor e controlar sua forte respiração. Ele não queria dar àquele
lunático o prazer de saber que ele estava assustado. Ele se
concucentrou na lâmina.
De repente, uma forte luz refletida na
lâmina o cegou. ele fechou os olhos e ouviu os homens ao seu redor
gritando. A faca se afastou de sua face.
Seto abriu seus olhos com
dificuldade e viu os homens fugindo e tentando se proteger da luz com
seus mantos.
Ao mesmo tempo, um rugido familiar ecoou. Não
poderia ser... ele ficou de joelhos e virou. Semi-cerrou os olhos por
causa da luz que cegava.
Era o Dragão Branco de Olhos
Azuis!
"Isso ainda não acabou, filho. NMós ainda vamos nos
encontrar e então seu - Argh!"
O dragão rugiu e lançou seu
ataque em direção ao homem misterioso.
Todos
eles desapareceram antes que Seto pudesse ver para onde eles tinham
ido.
Ele voltou sua atenção ao Olhos Azuis de novo. Ele olhou
para o dragão com a boca aberta. Estava maravilhado com sua beleza e
poder? Esteria sonhando de novo?
Lentamente a luz sumiu,
permanecendo apenas um brilho luminoso ao redor da criatura.
Então
Seto percebeu uma figura em cima do monstro. Era uma mulher com
cabelos longos e brancos que vislumbrava em adoráveis tons de azul
em cima da besta magnífica. Seus olhos eram azuis.
Eles ficaram
parados olhando um para o outro até o dragão desaparecer deixando
brilhos azuis caírem sobre a garota. Ela frquejou por um momentop e
depois caiu. Seto se levantou e correu até ela.
Era ela, White,
Kisara, seja lá qual for o seu nome. Ela tinha desmaiado.
Ele
precisava cortar as cordas que o amarravam. Ele percebeu que havia
lâmina metálicas lá. Rapidamente cortou as cordas - além de um
pedaço de sua carne - e foi até a garota de novo. sacudiu-a,
tentando acordá-la. Apesar disso, ela não iria.
O que ele
deveria fazer? Deixá-la assim?
Foi então que percebeu que o
lugar em que os homens o tinham trazido era uma área deserta, entre
duas grandes construções desabitadas, que já foram fábricas, há
muitos quilômetros da cidade de Domino. Como os homens o tinham
trazido até ali? E o que ela estava fazendo ali?
Ele não deveria
perder tempo. Aqueles maniacos poderiam voltar a qualquer minuto.
Felizmente, ele ainda tinha seu celular. Chamou por sua limosine,
tomou a garota em seu braços e deixou o lugar rapidamente.
Em um
dos vários quartos de visita da mansão Kaiba, o dono estava em pé,
observando sua visita adormecida.
Já era 3 da tarde e ele ainda
nem tinha ido à companhia. Ele tinha voltado para casa com os
primeiros raios de sol, felizmente após Mokuba ter saído para a
escola.
Os testes que os médicos fizeram na garota demoraram mais
que ele esperava. Mas eles disseram que não havia nada de errado com
a saúde dela. Ela só precisava descansar.
Mas, de qualquer
maneira, depois de um longo tempo, ele dormiu direito. E assim que
acordou, ele foi vê-la.
Ele pensou nos eventos da noite passada
várias vezes e nada fazia sentido. Exceto pelo corte abaixo de seu
olho - e da garota dormindo na frente dele - ele poderia jurar que
tinha alucinado.
Ele olhou para ela novamente. Um olhar tranqüilo
em seu rosto, seu tórax subindo e descendo ritmicamente. Alguém que
ele já vira antes 'Ela se parece exatamente com aquela
garota...'
Uma parte dele quase acreditava naquilo. Chacoalhou a
cabeça, afastando aqueles pensamentos.
Poderia ser um dos truques
baratos de Ishizu? Mas o que ela ganharia com aquilo. Há muito
tempo, ele tinha chegado à conclusão de que as pessoas que
acreditavam nesse tipo de coisa eram estúpidas, pra dizer o
mínimo.
Entretanto, ele a fitou e percebeu que ela estava
acordando. Ela abriu os olhos lentamente. Demorou um pouco para
lembrar quem era o homem alto de pé na frente dela. Ela sussurou
algo.
"O que?" Seto perguntou numa voz
baixa.
"Água..."
Ele encheu um copo da mesa pequena
próxima a ela. "Aqui está". Ele estendeu o copo. Ela não
se mexeu.
'Que ótimo...' ele pensou inquieto "Pode se
levantar?"
Ela gemeu não se importando e tentou se levantar
da cama. Seto viu que ela estava se movendo com grande dificuldade,
mas não sabia como reagir.
Trouxe o copo para ela, ajudando-a a
segurar pois suas mãos tremiam. Ele se ajoelhou enquanto ela bebia.
Ela pos sua mão sobre a dele, o que fez ele ficar sem jeito.
u.u
Algumas ações que para a maioria das pessoas era natural,
para ele eram estranhas.
Ele
nunca tinha cuidado da saúde de ninguém antes, exceto por talvez
seu irmãozinho Mokuba, quando eles eram bem pequenos.
"Está
melhor?" ele perguntou em seu tom usual depois que ela
bebeu.
Sara acenou com a cabeça e deitou sobre o travesseiro.
"Onde eu estou?" ela sussurou novamente.
"Na minha
casa."
"Por que?"
"Bem, os médicos
disseram que não encontraram nada de grave para que você tivesse
que ficar no hospital, e eu não sabia onde você morava,
então..."
Sara se lembrou de estar no hospital. Ela ficou
surpresa de ver Kaiba lá com ela. "O que aconteceu
comigo?"
"Você..." Ele não sabia o que dizer. "Eu
fui atacado. Encontrei você no local, inconsciente. E eu te levei ao
hospital. Você sabe o resto."
As palpebras de Sara se
abriram trêmulas. Um sentimento de angustia se estendeu da sua
cabeça aos pés. Esperou as batidas de seu coração voltarem ao
normal, respirando profundamente em seu quarto escuro. então ela se
lembrou.
*Flashback*
Ela estava correndo no deserto. O sol
estava queimando sua pele, o chão machucava seus pés. Mas ela não
parou. Tinha que impedir... alguma coisa.
Ela chegou a uma
contrução que parecia um templo. Parou para recuperar o
folego.
"Kisara!" escutou alguém chamá-la. Seu coração
se encheu de felicidade. Ela chegou a tempo. Viu um homem vestido em
trajes nobres correndo para ela.
"Seto!" ela exclamou.
Apesar de sua preocupação ela correu até ele. "Sabia que iria
te encontrar."
"Não
é seguro para você ficar aqui, Kisara."
"Você salvou
minha vida na noite que seu vilarejo foi destruído. Agora é minha
vez de te salvar, Seto." Ela disse sorrindo.
"Seto, não
seja enganado pela inocência dela. Ela abriga uma criatura lendária!
Você deve tirar dela para se tornar o faraó!" gritou um homem
do telhado do templo.
Ela se sentiu assustada. "Seto, por
favor, não escute uma palavra do que ele diz."
O chão sob
os dois começou a tremer. "A ressureição de Zorc começou"
o homem riu. "Meu filho, você deve agir rápido e usar seu item
do milênio para capturar a alma dela."
"Eu não sou seu
filho. Meu pai morreu quando ele jurou lealdade às sombras. Vamos
embora, Kisara.''
Eles começaram a ir, mas pedras se levantaram
do chão e bloquearam seu caminho. Seto invocou um monstro que
quebrou as pedras. Eles começaram a correr de novo, mas um homem
usando mascára apareceu na frente deles. "Você não é páreo
para mim, Seto."
"Isso é o que vamos ver" ele
disse decididamente e ordenou a seu monstro que atacasse.
"Você
não me deixa escolha" o homem gritou novamente e invocou um
monstro enorme que destruiu o de Seto.
Seto caiu pra trás.
"Seto!" Kisara gritou.
"Seto, se você não tirar o
poder dela, eu vou."
Ela tinha que fazer alguma coisa. sentiu
uma grande energia fluindo pelo seu corpo. Fechou os olhos e se
concentrou em aumentar seu poder. Quando abriu os olhos, viu um
dragão branco voando sobre sua cabeça. Sabia que aquele era o
espírito dela. Ela mandou ele atacar, mas o monstro das sombras
evitou o ataque e a atacou.
Ela caiu nos pés de Seto. Um círculo
foi criado ao redor do pescoço do dragão. Uma tábua de pedra
surgiu e a criatura dela começou a entrar na pedra.
Ela se
levantou novamente.
"Kisara, você não deve fazer isso. Você
não tem forças pra lutar." Seto disse preocupado.
"Eu
sei o que estou fazendo. Não importa o que aconteça não vou deixar
ele te machucar."
*Fim do flashback*
Que sonho real. Mas
não era muito assustador. Por que ela tinha reagido assim?
ela se
levantou, incapaz de dormir de novo. Ela verificou o relógio. Eram
duas da manhã.
Por uma estranha razão, ela queria ir à
cidade.
"Eu fui atacada?"
"Não se lembra do que
aconteceu a você?"
"Na verdade não" ela tentou se
lembrar do que aconteceu na noite passada. "Isso nunca aconteceu
comigo antes" ela murmurou pensativa.
Seto se perguntou se
ela não estaria fingindo tudo aquilo.
"Sinto muito se fui um
peso. Vou embora." Ela tentou se levantar.
OK, talvez não.
"E como você pretende fazer isso?" ele disse a ela com um
pouco de ironia.
Ele estava certo. Ela realmente não se sentia
bem. "Você mora com seus pais ou com outra pessoa?"
Ele
perguntou. Ela chacoalhou sua cabeça.
"Então fique aqui.
Vai dar mais problemas levar você pra casa. O médico disse que você
podia tomar alguma coisa para melhorar. Além disso," ele
continuou "Eu gostaria de perguntar algumas coisas a você sobre
ontem quando você se lembrar."
"O
meu irmão está em casa e ele não vai comer comigo?" perguntou
Mokuba Kaiba à cozinheira, vendo que ela estava preparando um prato
com comida.
"Seu irmão vai estar aqui logo. Esta comida é
para a visita dele."
O garoto de cabelos escuros franziu as
sobrancelhas alegremente e saiu atrás da cozinheira. "Uma
visita? Nós nunca temos visitas. Quem é?"
"Uma garota,
não sei quem ela é. Você não esperava que seu irmão me dissesse,
não é?" a cozinheira disse.
Mokuba levantou uma sobrancelha
e sorriu maldosamente. (vcs não acham que ele já imaginou coisa,
né?) "E por que ela não vai comer com a gente também?"
"Eu
acho que ela está um pouco doente." Ela disse subindo as
escadas. Mokuba a seguiu.
O garoto bateu na porta de Sara. "Entre"
uma voz fraca foi ouvida.
Mokuba entrou no quarto
timidamente.
Sara olhou para o garoto de cabelos compridos,
curiosa. "Oi" ele disse alegremente.
"Oi"
disse Sara.
"Eu sou Mokuba, irmão do Seto"
"Sara"
ela disse, cansada.
"Mokuba, você não deveria incomodar
nossa convidada, ela não está se sentindo muito bem." disse a
cozinheira enquanto colocava a comida na mesinha e saia.
"Eu
vou descer em um minuto." Assim que a porta fechou, o garoto
perguntou. "Você é namorada do Seto?"
"Não."
ela chacoalhou sua cabeça (boba, não? devia ter dito que sim.
*comentário da Carina*) "Eu sou colega de classe dele. Só
estou ficando aqui por um tempo."
"Ah..." disse
Mokuba um pouco desapontado. "Você não fica entediada
aqui?"
Sara deu de ombros.
"Quer jogar?"
Seto
Kaiba estava atrasado para o jantar, como geralmente acontecia, mas
ele esperava que Mokuba não estivesse bravo. Assim que ele se
aproximou das escadas, ele escutou risos do quarto de White. Foi até
lá e abriu a porta devagar.
Ele viu seu irmãozinho sentado perto
da garota, jogando mostros de duelo na cama. O garoto estava rindo e
ela estava sorrindo fracamente para ele.
"O que vocês estão
fazendo?" perguntou Seto, estreitando seus olhos.
"Oi,
Seto. Nós estamos jogando. Podemos usar seu deck também?"
Seto
fechou um pouco seus olhos, pensativo. Talvez dessa maneira ele
poderia checar se ela... "Não." e saiu.
"Não o
leve a mal." Disse Mokuba sorrindo. "Ele pode ser muito
possessivo com seu deck. Ele tem todos os três cards de seu mostro
favorito. Ele é meio que obcecado com essa criatura: o dragão
branco de olhos azuis."
A garota se sobressaltou ao escutar o
nome.
"Você deveria ver o nosso jatinho. Tem o formato do
dragão. E tem uma estátua dele na frente da Kaibalândia e..."
O
garoto continuou falando. Sara estava confusa. Em seu sonho, havia um
dragão branco. Ela não acreditava em sonhos, mas este era muito
estranho. Então se lembrou da sua visita ao museu e decidiu que ele
foi influenciada por aquilo. Era apenas uma coincidência. (fala
sério, ela é o par perfeito pro Kaiba, pensa igualzinho...)
"Havia
outro card também, mas como o dono não iria dar o card pra ele, o
meu irmão o rasgou. Ele não queria que o card fosse usado contra
ele." Mokuba viu que ela estava pensativa. "Ele não é má
pessoa, sabe?"
Sara sorriu. "Tenho certeza disso."
(u.u)
"Não, é verdade. Ele te tratou de forma ruim? é só
o seu jeito de tratar as pessoas. Ele tem sido assim desde que nós
fomos adotados."
"Vocês foram adotados?"
"Sim,
por Gozaburo Kaiba, nosso padrasto. Foi dele que Seto herdou a
companhia. Mas ele não nos tratava bem. Especialmnte o meu irmão.
Ele costumava sorrir antes de virmos para cá." O garoto disse
melancolicamente, abriu sua gaveta e mostrou a foto de seu irmão
mais velho para Sara.
Ela sorriu, simpaticamente. "Eu sei.
Quero dizer, se você gosta tanto dele, deve haver muitas coisas boas
sobre ele."
"Tem sim. Ele é meu melhor amigo no mundo
inteiro."
"E depois de tudo, ele salvou minha vida
ontem. E meu ajudou na escola também.''
Ela
explicou ao garoto o que tinha acontecido na escola dos dois.
O
garoto de cabelos longos entrou na sala de jantar, onde seu irmão
estava esperando por ele à mesa.
"Então, como foi o seu
dia?" Seto Kaiba perguntou quando eles começaram a comer.
"Foi
bem. E o seu, como foi?"
"Foi
bom também."
"O que a Sara tem de errado?"
"Ela
sofreu um acidente."
"Ela é sua namorada?" (opa.
tá ficando interessante...)
"Não!"
"De
primeira, eu pensei que ela estava grávida ou algo assim." Riu
o garoto. (comentário meu: ele nem deve ter pensado besteira.../
comentário da Carina: deve ter pensado "caramba, como meu irmão
é rápido...")
Seto engasgou. "Não seja ridículo,
Mokuba."
"Por que você trouxe ela pra casa?"
"Eu
não sabia onde ela morava e ela não precisava ficar no hospital."
Disse Seto com indiferença. "Eu deveria deixá-la nas ruas?"
Ele perguntou, sério.
"Não, eu não disse isso." Eles
comeram em silêcio. "Você gosta dela, não é?" (é isso
aí, garoto!)
"Por que você está pensando isso?"
"Ela
me contou que você a ajudou com aqueles valentões."
O irmão
mais velho ficou de mau humor. " Não leve isso para o lado
errado. Eu sempre quis ferrar aqueles idiotas que sempre me
incomodaram desde que eu comecei a estudar lá. Além disso, eles
foram longe demais. Você não sabe como esse tipo de coisa pode
acabar. Eu apenas não queria nenhuma má publicidade envolvendo
nosso nome." (alguém aí acreditou nisso? eu não.)
Mokuba
acenou com a cabeça e sorriu, olhando para seu irmão. Ele sabia que
Seto não era tão mau quanto ele queria aparentar.
Seto
Kaiba se dirigiu até a sala de estar da escura mansão Kaiba,
segurando seu laptop em umas das mãos. Era tarde da noite, mas ele
queria terminar seu novo projeto, já que ele tinha perdido seu tempo
no dia anterior.
Ele sentou-se no sofá abrindo o computador.
Estava com muito sono, mas sabia que iria superar isso como
sempre.
Sara acordou, sentindo sede. Não tinha água na mesa
perto dela. Ela viu que eram 4 horas da manhã. Decidir ir até a
cozinha sozinha para não acordar ninguém. Se levantou com
dificuldade e saiu do quarto. Ela estava melhor que na tarde do dia
anterior, mas ainda tinha que se apoiar nas paredes às vezes.
Se
perguntou onde era a cozinha. A casa era enorme e escura e ela não
conseguia encontrar os interruptores.
Entrou num grande quarto de
onde vinha uma luz fraca. Ela andou até o lugar de a luz vinha e viu
Seto Kaiba deitado com sua cabeça sobre o seu braço e com a boca um
pouco aberta. Tinha caído no sono na frente do seu laptop. Ela olhou
na tela do computador. Ele tinha baixado uma figura com um dragão
branco.
*Flashback*
Ela estava se segurando em uma tábua para
não cair, o reino das sombras abaixo dela. Uma mão a segurou.
Sentiu o perigo se aproximando. Ela olhou para cima para ver quem era
o pessoa que estava segurando-a.
"Kisara..."
Eles
fecharam os olhos. O rosto dele era reconhecível agora. Viu as
feições dele assumirem uma expressão de surpresa.
Um
enorme poder a engolfou. Um dragão branco apareceu ao redor
deles.
*Fim do flashback*
Sara chorou um pouquinho quando
voltou a realidade. Ela estava se sentindo tonta. Tentou segurar-se
no sofá, mas jeus joelhos desabaram. Ouviu um barulho alto quando
tocou o chão.
Seto acordou bruscamente quando ouviu o barulho.
Olhou apressadamente ao seu redor. Seus olhos estavam meio fechados
para se acostumar com a luz. O abajur próximo ao sofá tinha caído
e se quebrado.
Escutou um fraco murmúrio. Ele se levantou e viu
White caída no chão.
Foi até ela rapidamente e tentou
acordá-la. Levou sua mão até a face dela e a sacudiu devagar.
"Kisara?"
ele sussurou, ainda se sentindo tonto de sono. Ele a tomou em seus
braços e a carregou até o sofá. Ela tinha se recuperado, mas ainda
estava desmaiada.
Seto olhou para a tela do computador. Permaneceu
assim por um momento, então fechou o laptop e o colocou sobre a
mesa.
Ele olhou para Sara, que o estava observando. "O que
você está fazendo aqui?" ele perguntou numa voz fria.
Ela
fechou seus olhos por alguns segundos e murmurou "Eu estava com
sede."
"É pra isso que tem os empregados."
"São
quatro horas da manhã."
"Isso não impediu você de vir
até aqui, no seu estado."
"Eu não queria acordar
ninguém." Ela disse, não olhando para ele em momento
algum.
"Eu estou acordado, não estou?"
"Bem,
não acorde os outros também" ela pediu.
Ele a fitou e se
levantou com um sarrilho. Então saiu. Ela o olhou saindo e se
perguntou aonde ele ia. Logo ele voltou com água.
"Você
pode andar?" ele perguntou rudemente a ela depois que ela
terminou de beber.
"Eu não estou paralisada." Ela se
levantou lentamente e se dirigiu às escadas pra ir ao seu
quarto.
Ele ficou parado e a observou, para o caso de ele cair
novamente. Ela tremeu um poquinho por um momento. Ele pensou que ela
iria cair e fez menção de ir até ela, mas ela permanceu em pé e
continuou andando.
Na manhã seguinte, na Kaiba Corp, o jovem
presidente estava digitando tão forte, que sua secretária na sala
ao lado conseguia ouvi-lo.
Um grande sentimento de inquietação
misturado com raiva se apossou dele.
Como ela tinha falado com ele
daquela maneira? E mais importante: como ele tinha deixado aquilo
desse jeito?
Tirando o fato que a chamou de... daquilo. Droga.
Esperançosamente, ela não o tinha escutado. Um dia desses, ele
ainda iria matar a patrulha da bobeira por todas aquelas
besteiras.
Seus pensamentos assassinos foram interrompidos por uma
batida na porta.
"Entre." Ele disse, irritado.
A
porta se abriu e ela entrou. Ele ficou sem palavras por um momento,
mas se recobrou rapidamente.
"Bom dia." Disse Sara.
"O
que você está fazendo aqui?" ele perguntou numa voz surpresa,
mas ainda sim, fria.
"Eu estou me sentindo bem esta
manhã, então pensei em deixá-lo em paz. Vim até aqui apenas para
agradecer sua hospitalidade. Vou te retribuir algum dia."
"Você
não tem que fazer isso." Ele disse a ela arrogatemente.
"Eu
vou. Não é todo mundo que faria o que você fez."
Ele olhou
para ela. Sabia o que ela queria dizer. "Ah, e eu acho que nós
não fomos apresentados formalmente. Eu sou Sara White." ela
ofereceu sua mão a ele.
Ele retribuiu o gesto, mas estava
incerto. O que ela pretendia com aquilo?
"Seto
Kaiba."
"Obrigada de novo, Seto." Eles fecharam
seus olhos por um segundo. "Então, eu preciso ir, eu não vou
mais disperdiçar seu tempo. E cumprimente o Mokuba por mim, porque
eu ainda não o vi."
"Oi,
Sara. O que você está fazendo?"
Ela escutou a voz de
Daniel. Sim, o senhor Graham tinha virado Daniel depois de alguns
semanas se encontrando com ele no museu e estudando juntos. Ela
descobriu que era realmente interessada em arqueologia. "Sendo
popular" ela disse sorrindo". Os dois riram.
Daniel
sentou-se perto dela num banco no pátio da Faculdade Domino. Sara
sabia que não era popular entre seus colegas, então não se
incomodou com o que eles iriam pensar ou falar.
"As
novas exibições no museu - você sabe, os objetos descobertos na
tumba do faraó Seto- *Sara ficou tensa* estão voltando para o
Egito. Ichizu e eu vamos até lá para estudar o restante dos
pertences, junto com outros cientistas, e você também está
convidada.
"Mesmo?" ela disse animada.
"Sim.
Ichizu insiste que você deveria vir. Desde que nós vimos que você
é tão ansiosa para aprender, nós pensamos que isso seria uma boa
chance de você adquirir alguma experiência nesse campo.
"Mas
eu estou estudando economia e administração."
"Não
importa. Meus pais me fizeram prestar direito. Então, você vêm?
Seria uma boa chance de fazer turismo também. Durante a nossa
estadia haverá um campeonato de monstros de duelo. Você sabe,
aquele jogo popular? Vão haver muitas pessoas lá.
"Eu vou
pensar sobre isso" ela disse pensativa.
"Tá certo,
então. Tenho que ir, tenho aulas para dar, vejo você depois."
Ele a
deixou sozinha com seus pensamentos. 'Campeonato de monstros de
duelo, hein? Garanto que o campeão também vai estar lá. Era
loucura aquilo a incomodar tanto, já que ela o via quase todo dia na
faculdade. Bem, aquilo não estava exatamente a incomodando, na
verdade quando ele não vinha, ela sentia-se como que... desapontada?
Ela poderia ter desenvolvido uma atração por ele? Aquilo seria
estúpido para dizer o mínimo.
Mas desde aquela noite em que ela
teve aquele sonho ou visão, o que quer que aquilo fosse, ela veria
mais daqueles sonhos estranhos. Muitos deles incluiam ele - quase
todos - mas ela veria outras coisas também. Era como se seus sonhos
mostrassem outra vida dela, que tinha muitas características em
comum com sua realidade. Toda vez ela via que estava no Antigo Egito
e que ela se sentia como uma total estranha lá, como ela se sentia
na vida real também. Freqütemente tinha pesadelos onde era
perseguida em todo lugar que ela ia, pedras eram atiradas nela e
ele... tinha a salvado.
Havia uma explicação lógica,
entretanto. Primeiramente, ela estava trabalhando num projeto sobre o
antigo Egito com Ishizu e Daniel quase todo dia; e depois, o que ela
estava experimentando em sua vida social era refletido em seus
sonhos. Simples assim.
Ela iria para o Egito. Era ridiculo hesitar
por causa de um sonho bobo.
Sara fechou seus olhos bem apertado,
quando ela saiu de um comodo escuro e apertado de um recém
descoberto templo egípcio que ela tinha ficado por bastante tempo,
estudando uma inscrição esculpida numa pedra calcária na luz fraca
de uma lâmpada.
Os últimos dois dias que tinha passado no Egito
foram um dos melhores de sua vida. Ela tinha conhecido muitas pessoas
interessantes, cientistas, que a respeitavam e a tratavam como um
deles. Além disso, tinha se tornado muito próxima de Daniel e
Ishizu, desde que eles estavam na casa da mulher egípcia.
Sempre
disse a si mesma que não precisava de amigos, que estava bem
sozinha. Mas estava muito feliz pois pela primeira vez sentia que
pertencia a algum lugar.
Entretanto,
ela ainda encontrava dificuldades em falar com seus novos amigos
sobre seus pensamentos mais profundose as coisas que tinham
acontecido em sua cabeça nas últimas semanas.
A situação tinha
ficado insuportável desde que ela tinha chegado lá. As visões
tinham ficado muito vívidas e os sentimentos que as acompanhavam
muito intensos.
Ela esperava que pudesse manipular a situação
para sair dessa.
"Kisara." Ishizu veio até ela. Ela
estava chamando-a assim desde a primeira vez que se encontraram, o
que não gostava muito, mas já tinha se acostumado a isso.
"Nós
vamos sair esta tarde. Meus amigos não chegaram hoje para o
campeonato de Monstros de Duelo. Vamos encontrá-los lá."
"Tudo
bem. Vai ser legal." Era melhor estar ao redor das pessoas, ela
concluiu.
Um jato com o formato de um dragão estava sobrevoando a
parte sul da Ásia, destino: Egito. O piloto estava olhando
carrancudamente para os dos relativos à rota.
Escutou seu
co-pilto soltar um longo bocejo. Ainda não conseguia imaginar o
motivo de ter aceitado ir ao torneio.
*Flashback*
"Então,
nós vamos ao Egito de novo? Juntos dessa vez?" perguntou seu
irmão de doze anos com os olhos arregalados.
"Você pode ir
se quiser." Disse Seto não em um tom desagradável.
"Você
não vai?"
"Eu estou muito ocupado, Mokuba." 'E um
campeonato de monstros de duelo no Egito é a última coisa de que
preciso.'
"Você sempre encontrou tempo para campeonatos de
monstros de duelo."
"Bem, agora não."
"Você
nem carrega mais seu baralho com você. Você sabia que sua ausência
do jogo tem sido comentada pela mídia?"
*Fim do
flashback*
Ele sabia que possivelmente iria encontrar a patrulha
da bobeira lá. E Ishizu também. Tinha escutado que a exibição
dela tinha terminado. Provavelmente, todos eles iriam ficar com
aquele papo de coração das cartas, conexões espirituais e toda
aquela baboseira que eles tinham enfrentado por infinitas vezes desde
que ele os conhecera.
Mas
ele queria provar que todas aquelas bobagens estavam erradas. Talvez
quisesse provar a si mesmo que estava errado. Bem, se quisesse provar
que não estava acontecendo nada com relação à vidas passadas e
coisas do destino, deveria ir. Não seria impedido por um grupo de
pessoas, por quem não tinha o mínimo respeito, fazendo uma das
coisas que ele mais apreciava.
Esperançosamente.
"Ei,
Ishizu!"
Várias vozes alegres foram ouvidas na povoada arena
onde o campeonato de monstros de duelo estava tomando lugar.
A
mulher de pele cor de oliva viu seus velhos amigos correndo para ela
para se juntar à sua companhia.
Sara e Daniel viram abraços
apertados e sorrisos seguidos da reunião. Ishizu se sentiu muito
feliz pela vinda deles. Dessa maneira, teria ajuda com a outra pessoa
que estava esperando.
"Eu gostaria que vocês conhecessem
Daniel e Kisara, meus parceiros e amigos. Estes são Yugi, Téa,
Joey, Tristan e Bakura."
"Olá." Eles todos
trocaram saudações.
"Ela não parece familiar?" disse
o garoto de cabelos louros olhando para Sara.
"É, nós não
tínhamos nos conhecido antes, Kisara?" perguntou a garota.
"Eu
acho que não, eu iria me lembrar." ela disse, olhando para a
excêntrica para dizer o mínimo, companhia.
"Ishizu, ela se
parece com a garota que nós vimos no mundo das memórias."
Disse Yugi. "Aquela que foi atacada pelos camponeses."
"Aquela
que foi salva pelo Kaiba!" Exclamou Joey.
"Bem, aquele
era o Kaiba do passado." disse Téa.
Sara levantou as
sobrancelhas surpresa. O que estava acontecendo? Que mundo das
memórias? Como eles podiam saber o que ela viu em seus sonhos e
visões?
A garota de cabelos brancos olhou para Ishizu com um
olhar surpreso em seu rosto procurando por uma resposta.
O céu
escureceu como se uma imensa nuvem viesse sobre o local do torneio.
As pessoas ao redor olharam para cima para ver o que estava pairando
em cima delas.
O céu
escureceu como se uma nuvem escura tivesse vindo por cima deles. As
pessoas ao redor deles olharam para cima parta ver o que estava
pairando acima deles. Um jato com o formato de um dragão branco de
olhos azuis aterrissou em um espaço vazio da arena.
Ishizu
sorriu. 'Ele veio.'
Seto Kaiba e seu irmão salataram do veículo
e foram até o local onde a audiência estava, bem em frente ao grupo
de pessoas que ele desejava fervorosamente evitar.
"Olá,
Kaiba." Ishizu o cumprimentou com uma voz amigável. Yugi e Téa
fizeram o mesmo. Ele olhou penetrantemente para eles, depois voltou à
frieza de costume e não disse nada.
"Olá, Sara." Disse
Mokuba que estava seguindo seu irmão e sorriu ao notar a garota de
cabelos brancos. "Olá, Mokuba." Ela retribuiu o
sorriso.
"Ei, Kaiba. Eu não esperava que você viesse. Tudo
mundo pensou que você tinha parado de duelar." Disse Joey numa
voz provocativa.
Seto parou de andar e virou-se, olhando para Joey
com um olhar mortal.
"Eu, por outro lado, pensei que
cachorrinhos assustados como você não duelavam" silvou o
empresário.
Joey fez uma careta zangada. "Eu vou vencer
desta vez, você verá."
"Em seus sonhos, Wheeler."
Ele sorriu sarcasticamente.
"Então, você ainda duela?"
perguntou Ishizu.
"Claro, e dessa vez vou reconquistar meu
título de campeão." Ele declarou com determinação.
'Vamos
ver se você realmente pode vencer desta vez' pensou Ishizu assim que
Kaiba saiu.
O torneio iria começar normalmente, Seto tinha
certeza que iria progredir perfeitamente. Mas, mesmo assim, estava
muito ansioso. Nunca tinha se sentido tão estressado antes de um
duelo. Tinha feito muitas simulações de duelos nos quais não tinha
usado o Olhos Azuis. Não queria ter outra visão durante um duelo
especialmente com aqueles tapados olhando.
E ela parecia estar se dando muito bem com eles (alguém está pensando no msm q eu?). Não tinha falado com ela sobre os eventos daquela noite, eventualmente. Talvez fosse melhor assim, vendo com quem ela estava fazendo hora.
Ele
pressionou seus lábios um contra o outro e suspirou com ruído, em
desaprovação. E fúria. Tinha estado muito irritado
ultimamente.
"Por que você não disse oi para a Sara?"
perguntou Mokuba, que estava sentado atrás de seu irmão.
"Nós
não somos exatamente amigos." Ele respondeu firmemente, fazendo
disso o fim da conversa entre eles sobre a garota. O garoto, perdendo
seu ânimo para conversar, saiu.
Seto checou a tela de seu
computador para ver quem seria seu oponente. Pressionou os botões
como se quisesse quebrar o teclado. Suas sobrancelhas se apertaram.
'O que?'
"Então, Kisara, de onde você conhece o irmão mais
novo do Kaiba?" perguntou Ishizu, curiosa.
Ela abriu sua boca
para falar, mas não sabia por onde começar. "É uma longa
história."
"Estou escutando."
Kisara explicou o
que tinha acontecido, deixando de fora os detalhes relacionados às
suas visões. Depois disso, a mulher egípcia procedeu, perguntando
sobre o irmão Kaiba mais velho e Kisara contou a eles tudo sobre o
encontro deles e sobre o comportamento - para eles, inexplicável -
dele.
Ela não esperava as reações que conseguiu, mas os garotos
ficaram de boca aberta quando lhes contou sobre as ações de Kaiba
no colégio.
"Por que não me contou sobre isso?"
perguntou Daniel preocupado, referindo ao que a gangue de elite tinha
feito a ela.
"Bem, não era importante. Nada aconteceu depois
disso."
"Nada? E isso faz com que esse ataque não seja
importante?"
"Eu estou mais surpreso pelo fato de o
Kaiba realmente ter se importado com alguém." Disse
Tristan.
"É, aquele mauricinho não se importa com nada nem
ninguém, a não ser consigo mesmo." disse Joey bem alto, sem
tentar esconder seu aborrecimento com o empresário.
"Bem,
ele não é assim tão mau..." disse Kisara timidamente.
"O
que? Tá legal, é isso, agora já escutei de tudo." Exclamou
Joey levantando suas mãos.
"Vamos lá, Joey, você sabe que
ela está certa. Kaiba nos ajudou várias vezes." Disse o garoto
baixinho com um corte de cabelo estranho.
"É, e ele se
importa com seu irmão." Argumentou Téa
Naquela
hora, Seto Kaiba anunciou o início do torneio.
Era começo da
noite e era hora de o organizador do campeonato de monstros de duelo
jogar finalmente. Seto andou calmamente até seu lugar, enquanto
escutava seu nome sendo anunciado. Ele olhou seu oponente diretamente
em seus olhos.
Marik sorriu e o cumprimentou amigavelmente.
Kaiba
sabia que isso estava planejado desde o começo, a partir do momento
em que Ishizu foi ao seu escritório. Obviamente, a família Ishtar e
a patrulha da bobeira estavam com problemas e precisavam dele
novamente. Talvez eles não conseguiram seus itens do milênio de
volta ou sabe-se lá o que. Não iria cair nessa armadilha desta vez,
entretanto.
"Hora do duelo!" eles disseram.
Enquanto
isso, Mokuba tinha se juntado à companhia de Kisara e tomaram seus
assentos na primeira fila, para assim terem uma vista melhor.
Seto
estava suando. Marik continuava a destruir suas cartas. Um terrível
sentimento de angústia se espalhou pelo homem de cabelos castanhos,
não tanto pelo destruição de seus melhores cards, mas porque sabia
que só havia um modo de vencer.
Marik e Ishizu estavam observando
Kaiba com grande atenção.
Seto tinha examinado as vantagens e
desvantagens do movimento que iria fazer e sem pensar muito, jogou
seu próxima carta. Cerrou seus punhos e disse vigorosamente:
"Eu
invoco o Dragão Branco de Olhos Azuis."
Seu primeiro
pensamento - que ele tentou afastar - foi a reagão dela.
No
momento em que a fera apareceu no campo, Kisara se sentiu um pouco
estranha, como se sua respiração tivesse sido tomada por uma fração
de segundo. Ela não percebeu, entretanto, quantas pessoas estvam
conscientes disso.
Seto ativou uma carta mágica que aumentava o
poder de seu dragão e ordenou ao olhos azuis que atacasse. Claro que
o monstro de Marik foi destruído.
"Bom movimento, Kaiba, mas
vamos ver o que você vai fazer com esta carta. Controle do inimigo!"
disse Marik.
"O que?!"
"Agora eu destruo seu
Dragão Branco de Olhos Azuis." a platéia ofegou com isso.
"Não." Mokuba disse tristemente.
"E
agora eu ativo Monstro que Renasce..." o Dragão apareceu ao
lado de Marik. "Aqui está." Marik terminou sorrindo
satisfeito.
Todos olharam admirados para o jovem empresário, que
estava com se tivesse desistido, com seus olhos fechados
apertados.
"Seto." Mokuba se levantou para olhar
melhor a arena. então viu que Kisara parecia desanimada também.
"Está tudo bem, Kisara?"
Os companheiros se viraram
para olhar melhor para ela, ao escutar a observação do
garoto.
"Sim, Mokuba. Eu sou estou um pouco... tonta."
"Você
quer que eu te leve para casa?" perguntou Daniel,
preocupado.
"Não, eu vou ficar bem."
"É claro
que vai." disse Ishizu simpaticamente, colocando um braço no
ommbro da garota pálida.
'Eu sei o que você está enfrentando.
Coragem.' Kisra pensou que tivese ouvido a voz de Ishizu. Ela não a
viu mover seus lábios entretanto. A garota olhou para a mulher de
cabelos pretos com um olhar quase desesperado, como se estivesse
dizendo 'Eu estou ficando louca?'
Ishizu deu um olhar carinhoso a
ela e voltou sua atenção à partida novamente.
"O que tem
de errado com o Kaiba?" perguntou Yugi. "Ele não parece
bem."
"Ele está provavelmente abatido porque Marik
tomou seu Dragão Branco idiota. Ele ficou assim quando eu fiz o
mesmo movimento a ele, lembram?"
*Flashback*
"Você
cometeu um grande erro tomando meu Dragão Branco de Olhos Azuis.
Agora, está na hora de terminar esse duelo." Kaiba grita para
Joey.
"Isso é inaceitável. Não vou permitir que um
duelista de quinta categoria como ele use meu Olhos Azuis."
Kaiba se zanga e sacrifica outro Dragão Branco de Olhos Azuis. "O
que achou disso, idiota? Afgora, você já era!"
*Fim do
Flashback*
"Eu não entendo a obsessão dele com essa carta!"
Joey concluiu.
"Kaiba tem uma ligação especial com seu
Dragão Branco de Olhos Azuis. Assim como... er, Yugi tem com seu
Mago Negro." Ishizu explicou.
Kisara olhava para o chão,
memórias de suas visões a desanimavam.
Kaiba
finalmente levantou sua cabeça, cerrando os dentes e esbravejando.
Cruzou os olhos com seu oponente, que tinha uma expressão divertida
em seu rosto.
"Está tudo bem aí, Kaiba?" perguntou
Marik inocentemente.
Seto ficou de pé e soltou um longo suspiro.
Ele jogou uma carta num rápido movimento e disse em voz alta: "Eu
ativo monstro que Renasce e trago de volta o meu Olhos
Azuis.
então sacrificou outro monstro que tinha no campo e
invocou o Dragão Supremo de Olhos Azuis. Terminou a batalha
vitorioso.
"Para
onde estamos indo?" Perguntou Seto Kaiba, furioso, para o
motorista da limosine mandada para ele por um parceiro de
negócios.
"Nós vamos chegar logo, mestre Kaiba. Eu disse
que o meu mestre reside num oásis no meio do deserto."
Kaiba
suspirou, irritado. Sempre odiou perder seu tempo. Também sempre foi
capaz de lidar com seus própprios pensamentos miseráveis. Mas
agora, quanto mais ele tentava afastá-los mais voltavam e com mais
intensidade.
Pensou que discutindo sobre negócios, tiraria tudo
aquilo de sua cabeça mas até... 'OK', ele pensou. 'Foi apenas uma
imagem estranha'. Bem, não exatamente uma imagem. Ele não a viu
claramente. Era como se tantos pensamentos passassem tão rápido por
seu cérebro que seus nervos não tiveram tempo de projetá-los em
seus olhos.
Mas a coisa mais estranha - se pudesse have algo mais
estranho depois de tudo - foi que ele viu, bem, tinha a sesação de
ter visto seu professor do colégio, Graham. Sua presença era... uma
ameaça? Mas por que?
E isso aconteceu no momento exato que Marik
invocou seu Dragão Branco de Olhos Azuis, ele se lembrava com
raiva.
Ele sempre fora possessivo com seu Olhos Azuis. Era o único
que era digno de usar aquela carta. Não podia continuar
lutando contra ela. Desde o primeiro momento em que a viu... era
apenas um garoto. Um rápido flashback envolvendo uma vila se
queimando entorpeceu seu cérebro por um segundo. Novamente aquele
sentimento de agonia. Ele tentou superá-lo.
Ele não podia ser...
ciumento. Não com aquele perdedor. Simplesmente não podia. Isso
seria completa e totalmente patético.
Apesar de não admitir, se
sentia aborrecido, pra dizer o mínimo, quando estava perto dela,
conversando com ela. Isso o incomodou a partir do momento em que ela
pisou na sala, apesar de não a ter conhecido antes.
Suspirou
novamente, ignorando que ele tinha considerado - e quase admitido -
que era ciumento, o que significava a existência de algo que ele não
tinha ainda experimentado.
"Está tudo bem, mestre
Kaiba?"
"Sim, está tudo bem."
Depois
de um tempo, a limosine parou. seto olhou através da janela e não
havia nada. Nem resort, nem casa, apenas areia.
"Por que você
parou?" ele perguntou.
"Nós temos que continuar à pé
a partir daqui, mestre. Não é longe." O motorista saiu do
carro e abriu a porta de trás.
"E por que isso?"
"A
terra em que vamos caminhar é sagrada para nós. Nós temos que
andar."
Seto saiu do veículo bufando e eles começaram a
caminhar. Ele foi cuidadoso numa possibilidade de ser atacado
novamente, apesar de logo ter rejeitado esse pensamento.
De
repente um vento forte veio e areia começou a borrar a visão dos
dois homens.
"Continue seguindo em frente, mestre Kaiba."
Gritou o homem o egípcio para ser ouvido apesar do barulho do vento.
Seto cobriu sua bocae nariz para não inalar areia e fez como ele
disse.
Depois de um tempo, o homem de cabelos castanhos deu uma
topada em algo duro, que depois descobriu ser escadas. Sentiu o ar
diminuindo devagar. Se levantou e desceu as escadas. Pelo pouco que
podia ver, estava num templo antigo. Havia grandes colunas ao redor e
pelo o que ele podia ver, era uma construção. Que inferno! Tudo
parecia tão terrivelmente familiar.
Assim que o vento parou e a
areia estava diminuindo, Seto percebeu a silhueta de uma pessoa
vestida num manto branco se aproximando dele. Quando a figua chegou
mais perto, ela tirou seu capuz.
Os olhos de Seto se arregalaram.
"Você?"
Assim
que o vento parou e a areia estava diminuindo, o homem de cabelos
castanhos conseguiu perceber a silhueta de uma pessoa vestida em um
manto branco se aproximando. Assim que a figura chegou mais perto,
ela tirou seu capuz.
Os olhos de Seto se arregalaram. "Você?"
Uma
certa meulher egípcia sorriu satisfeita. "Estou contente que
tenha aceitado meu convite."
"Eu não estava ciente de
que tinha sido convidado por você." Ele disse a ela asperamente
e se virou de costas para ela para sair.
"Posso saber onde
você está indo?" ela perguntou agradavelmente. "Sabe que
não pode sair. Vai se perder no deserto." Ela disse, mas não
obteve nenhuma resposta. Seto parou de andar e suspirou, amaldiçoando
a situação. Virou-se rapidamente para encará-la. Viu se mais
pessoas se aproximavam. A patrulha da bobeira, Marik, Graham e
Kisara.
"Sua bruxa pretenciosa! Você esteve planejando isso
desde o início." Ele disse, furioso.
"Na verdade, não.
Eu planejei isso há algumas horas. Era o unico jeito."
"O
que você quer de mim? Apenas diga e me deixe em paz. é dinheiro? O
que?"
"Tudo o que eu quero é que você me escute."
Seto
suspirou exasperado. "Já escutei suas história umas mil vezes.
Nunca acreditei nelas e nunca vou." Ele declarou.
"Eu
sei que sua mente cética e analítica precisa de evidências mais
palpáveis para acreditar em alguma coisa. E é por isso que eu te
trouxe aqui. Dragão Alado Guradião da Fortaleza!" Ishizu
gritou.
Um mostro apareceu acima da morena. Kaiba ficou de mau
humor. "Você acha que seus truques baratos Vão me fazer
acreditar em toda essa besteira que você prega?" De pepente, o
monstro atacou e machucou o braço de Seto. Ele gritou de dor.
"Você
acha isso mais plausível?" Disse Ishizu, piscando um olho.
Seto
apenas olhou para seu braço sangrando e então para o monstro.
"Como..."
Você ainda não viu nada. Dragão Alado,
ataque!"
Seto viu o monstro indo em sua direção para
matá-lo. Naquele momento, ele não enterndeu nada com exceção de
barulhos estranhos e o fato de o Dragão Alado ter sido destruído
por
uma
rajada branca. Olhou para o local de onde veio a rajada. Ele quase
tinha certeza. O Olhos Azuis o tinha salvado mais uma vez.
Quando
ele voltou a realidade novamente, viu Ishizu curvada pressionando o
peito dela, os tapados olhando para Kisara, que parecia quase como se
tivesse sido hipnotizada.
"Tente relaxar, Kisara." Marik
dissse a ela, segurando seus ombros. Então Ishizu foi até ela e
sussurou algo em seu ouvido. A garota pálida parecia ter se
acalmado. O dragão pousou no chão.
Seto apenas olhou para o
dragão, respirando muito rápido. Havia apenas um modo de saber.
Andou até a criatura e a tocou.
O
monstro de Akhnadin lançou uma rajada em Seto através de seu olho.
Kisara saltou na frente dele e levou o golpe diretamente em seu
peito. Ela caiu nos braços dele soltando um grito.
"Não!
Kisara!" Seto gritou. "Kisra, por favor, acorde!"
Ela
abriu seus olhos lentamente e um sorriso fraco se formou em seus
lábios. Ela levantou sua mão e acariciou sua face.
"Não
é sua culpa." Os poderes dela a abandonaram. Ela sentiu-se
desfalecer.
Kisara White acordou sentindo uma dor horrível
queimando seu peito. Ela tentou se levantar gemendo em dor, mas se
atrapalhou e caiu.
Talvez ela devesse ter escutado Marik e
Ishizu. Tirou isso da cabeça. Escutar o que? Que ela tinha que
aprender a controlar seu "ki"? Lutar numa batalha contra um
maníaco que queria contrlolar o mundo com o poder dela? As pessoas
eram insanas.
Encostou-se contra a parede do quarto, esperando q a
dor fosse embora.
*Flashback, misturado com tempo normal*
'Seto
carregou o corpo de Kisara em seus braços e a deitou na frente da
tábua com a figura do Dragão Branco.
"Seu espírito agora
vive dentro do Dragão Branco, Kisara." Suas lágrimas caíam
pela sua face.'
Seto Kaiba forçou-se a abrir seus olhos.
'Ele
desejou que pudesse haver uma maneira de acordá-la, de apagar o que
aconteceu.'
Kaiba rangeu seus dentes, as palpebras úmidas.
'A
garota pálida parecia ter se acalmado. O dragão pousou. Seto andou
até a criatura e a tocou.'
'Não pode ser real. É tudo apenas um
truque'
'"Descanse aqui, Kisara. Eu volto para te ver
novamente."'
Finalmente, Kaiba, após muito esforço, acabou
acordando com um engasgo. Apertou os lençóis com uma mão e trouxe
a outra em frente a seus olhos, pressionando sua têmporas, quase
esmagando-as. Apoiou-se nas paredes, tentando não perder seu
equilíbrio, ainda tonto do sono.
Estava respirando fortemente.
Uma pergunta estava corroendo sua mente: 'Por que isso está
acontecendo comigo?' murmurou, jogando na chão todos os objetos que
estavam na mesa ao seu lado, ouvindo eles quebrarem, satisfeito.
Ele
não sabia por quanto tempo esteve andando. Não lhe importava. Nem
se incomodava em olhar ao seu redor. Seus olhos estavam fixos na
areia que tinha pisado.
Seto se sentiu prestes a desistir.
Desistir de tudo. Sua negativa, todos aqueles pensamentos que o
estiveram assombrando nos últimos anos, as pessoas que o rodeavam o
tempo todo. Ele só queria ficar sozinho. Estava cansado de todos
perguntando por ele.
Se sentia miseravelmente cansado.
Na
última vez que tinha se sentido assim foi durante os horríveis anos
de sua infância. Todo aquele abuso mental - não apenas por causa de
seu padrasto - tinha o deixado cansado como humano. Entretanto, ele
tinha que continuar por causa do seu irmão. Durante a vida inteira,
ele teve que viver por aquela criança. Acabou esquecendo de viver
por si mesmo.
E agora essa sombra de uma vida que ele tinha vivido
tinha começado a cansá-lo também.
Ele estava lá. Tinha deixado
seus olhos perambularem pelo lugar. "Um templo
recém-descobertonão deveria ser guardado?" ele levantou uma
sobrancelha. Sabia quem estava por trás de tudo aquilo. Por outro
lado, eles não poderiam fazer uma 'exibição' do conto de fadas
deles para ele.
Seus olhos se focaram num ponto específico. Andou
até aquele local, suas mãos em seus bolsos. Quase podia ver a tábua
de pedra com a gravura do dragão acima dele.
Ele se ajoelhou.
Colocou suas mãos no local onde o corpo dela tinha descansado uma
vez. Estaria ele começando a acreditar em todas aquelas estórias?
Ele riu, meio melancolicamente, meio ironicamente, com uma fraca
contração de um músculo da face.
Ele ficou assim por vários
minutos, quando sentiu uma presença atrás dele. Nem precisou virar
para saber quem era.
"O que você está fazendo aqui?"
uma voz feminina quebrou o silêncio.
Ele não respondeu
imediatamente. Lentamente se levantou e olhou para ela. "Eu te
pergunto a mesma coisa."
Kisara não esperava que ele fosse
responder. Ela pensou que ele possivelmente iria jogar uma resposta
rude e sair com suia maneira arrogante.
Mas ao
invés disso, ele tinha uma expressão indecifravel no rosto e falou
com ela com um tom de voz quieto e incomum.
Agora era ela quem não
conseguia encontrar nada para dizer a ele. Ele esperou alguns
segundos e passou por ela. Ela não queria terminart o enocontro
deles daquela maneirs.
"É esse o lugar." ela disse numa
voz instável, quase trêmula. "Não é?"
Seto parou de
andar e olhou para a garota, franzindo as sobrancelhas. "Que
lugar?"
"O lugar onde a placa que absorveu o dragão
branco estava"
"O que você está tentando me
dizer?"
"Nada que você já não saiba."
"Você
está perdendo seu tempo se acha que vai me fazer considerar por um
segundo que esse conto de fadas que seus amigos vão atrás e
acreditam é real. Então pode ir parando por aí."
"Eles
não são meus amigos. E eu também não acredito nessas
estórias."
"Então por que estava se referindo a essa
tábua?"
"Eu não sei. Me pergunto de novo o que você
estava fazendo aqui." ela disse com um traço de ironia,
virando-se para encará-lo. Eu acho que você veio para ver se há
algum projetor de hologramas, ou... sei lá, gases alucinógenos ou
algo assim?"
"Pare de ironizar. Eu já estive em
situações estranhas com seus amigos e nada que eles já me
mostraram foi suficiente para me persuadir."
"Eu não
disse que acreditava neles, tá? Eu sei que é loucura."
Eles
ficaram parados lá, evitando o olhar um do outro. "Seto..."
Kisara disse cansada. Ela suspirou e decidiu falar. "A mesma
coisa aconteceu naquela noite que você disse que foi atacado. Quando
você me levou até sua casa."
Seto suspirou desconfortável
virando sua cabeça para o outro lado. "Por que não me deixa em
paz?" e foi até uma coluna, batendo sua cabeça,
enfurecido.
"Não faça isso." ela o repreendeu.
"Se
eu me lembro corretamente,- e eu lembro - você me disse que queria
que a gente sobre alguma coisa. Era sobre o incidente daquela noite,
estou certa?" ela continuou.
Vendo que o homem não fez um
movimento que sugerisse que ele estava prestando atenção ao que ela
dizia, se sentiu desapontada.
"Você
estava dizendo algo?"
Seto não gostava do local onde essa
conversa levava, mas ele queria ver o que ela iria concluir.
Sentou-se entre duas colunas encostando-se em uma delas.
Kisara
andou até lá e olhou para ele. Se perguntou se ela tinha
sentimentos por ela por causa dessas visões, porque algum destino os
juntos.
Não. Ela sabia que era porque ele era a única pessoa que
já se importou com ela. Um movimento que era contra sua pose
arrogante e indiferente. Sentiu como se de algum modo ela o entendia.
Eles eram como um. Eram ambos sozinhos, passaram por momentos
difíceis. Tinham experimentado a rejeição. Eram sozinhos por causa
disso. A pose deles era apenas uma pose contra o mundo.
Ela se
sentou lá também, no lado oposto ao dele, deixando suas pernas
pendendo no canto da construção, sua cabeça estava lateralmente à
coluna próxima a ela.
Seto estava sentado de tal modo que a
estava encarando, mas tentava evitar olhar para ela. Estavam ambos
olhando para a paisagem noturna.
Kisra decidiu ser honesta.
"Eu tive uma visão sobre esse lugar. É por isso que vim pra
cá." Ela suspirou. "No fim da visão eu morro. Sempre
acontece isso."
Seto se lembrou da maneira como tinha
acordado há algumas horas atrás. Será que teve o mesmo sonho?
Queria acreditar nela. Deveria dizer a ela que estava passando pelas
mesmas coisas? Depois de tudo, não podia negar a existência delas.
Essas visões sempre estiveram lá, por trás de sua mente, prontas
para passar por seus olhos.
Ele a observou com o canto do olho.
Ela era realmente bonita quando olhava melancolicamente para o céu.
A escura luz da lua fez o cabelo branco e a pele pálida dela
brilharem.
"Eu tive... visões como essas também." Ele
falou em seu tom usual, não acreditando que tinha se escutado
falando aquilo. "Mas eu acredito que é apenas um truque da
mente que eles fizeram comigo. Isso é tudo. Não é agradável nem
nada desse tipo." Ele tentou se justificar - pelo o que ele não
sabia. Ele sabia que ela estava olhando para ele e ele tentava manter
seu olhar firme.
Por
uma razão estranha, toda vez que sentia os olhos dela nele se sentia
tremendo. Era como se ela pudesse ver através dele, como se ela
soubesse o que ele estava pensando.
"Eu estou com medo."
Ela declarou expressivamente.
"De que?"
"Ishizu
e Marik insistem que estamos sendo ameaçados por... possivelmente
pelos homens que o atacaram naquela noite. Disseram que vão nos
ajudar a lutar contra eles... ele."
"Ele?"
Ela
levou algum tempo para responder. "Eles disseram que ele é o
homem que me mata nessas visões."
Ela ouviu ele rir
ironicamente e murmurar algo como 'Isso é ridículo'. "E como
exatamente ele faz isso?" Ele perguntou tentando parecer
indiferente, sua curiosidade o matando.
"Primeiro,
ele..." ela hesitou "faz um círculo ao redor do pescoço
do dragão e o colca para dentro da pedra..."
Seto piscou.
Como ela poderia saber daquilo? Não havia ninguém com ele quando
ele testemunhou
o assassinato.
Tudo começou a se tornar claro. Aquele maníaco
estava tentando... 'Droga!' Ele poderia estar colocando seu olho do
milênio em Seto? E a adaga. Deve ter sido a haste. Tirando o fato de
que ele estava o chamando de 'filho'. Os olhos de Seto se arregalaram
ao perceber o que estava enfrentando. Talvez tivesse alguma verdade
no que Ishizu tinha dito a ele. Deveria ser uma conspiração.
Perdido em seus pensamentos, a próxima coisa que percebera foi um
calor em seu ombro. Sua respiração foi cortada.
Kisara
tinha encostado sua cabeça nele. Ela não sabia de onde tinha tirado
coragem, sendo a garota tímida e introvertida que era. Nunca tinha
feito um único movimento próximo a ninguém. Mas alguma coisa no
homem perto dela a fez querer estar com ele, tocá-lo.
A
noite estava fria e ela apreciou o calor vindo do seu corpo. Ele não
fez nenhum movimento para se livrar dela. Nem se moveu. Moveu sua
cabeça para baixo, acima de seu coração. Não podia ajudar, mas
sorriu contra o tecido de sua roupa. Estava disparado.
Seto, após
o primeiro choque, estava simplesmente tentando respirar quieto.
Aquilo era totalmente inesperado
Não
que não tivesse estado com uma garota antes, mas provavelmente era a
primeira vez que se sentia assim.
Ele ficou lá percebendo e
finalmente adimitindo alguns sentimentos que haviam nele há muito
tempo. Ele se odiava por não conseguir responder a eles com qualquer
outra pessoa faria.
Kisara estava feliz em seu recém-encontrado
espírito. Ela tinha, provavelmente, pela primeira vez em sua vida,
expressado seus sentimentos e seus pensamentos. E estava confiante
que eram mútuos.
Memórias de suas visões a esmagaram mais
uma vez. Ela se lembrou como se sentiu quando estava perto dele em
seus sonhos. Lágrimas encheram seus olhos. Não estava certa de que
teria forças para protegê-lo, como tinha feito naquele reino das
sombras. Mas o que era aquela criatura que tinha visto mais cedo
naquele dia?
Ela estava tão confusa. Juntos eles poderiam
enfrentar tudo aquilo, não tinha dúvidas com relação a isso.
Seto
de repente se moveu, lentamente a afastando. Ela estava pasma. Ele se
levantou.
