Enjoy the Show - Primeiro Ato
Cena 1 – Nature Boy
There was a boy. A very strange… enchanted boy. They say he wandered very far… Very far… Over land and sea. A Little shy and sad of eye, but very wise was he. And then one day, one magic day he passed my way. While we spoke of many things, Fools and Kings, this he said to me…
"The greatest thing, you'll ever learn, is just to love and be loved in return"
Aquele podia ser mais um dia tedioso na Rua dos Alfeneiros. O não mais tão pequeno Duda estava entretido com seu reality show preferido, como sempre; Tio Valter estava digitando algo de muito interesse próprio sobre brocas e sua esposa preparava o café enquanto esticava o pescoço, vigiando o chá de panela além da cerca dos fundos. Porém, para Harry James Potter, o dia estava particularmente feliz.
O menino dos cabelos castanhos rebeldes, dono dos óculos de aro redondo e dos olhos verdes vibrantes, descia a escada como um foguete ignorando completamente os avisos de sua Tia Petúnia. Por mais que tentasse, ele não conseguia conter seus músculos faciais de alargar seu sorriso satisfeito, mesmo quando as três cabeças se viraram para ele, encarando-o receosas.
"Ah... Então é hoje." disse Petúnia sem nenhum interesse voltando aos seus afazeres logo depois.
Duda voltou à televisão ignorando a presença de qualquer um ali, porém Tio Valter começava a esboçar uma pequena irritação por trás daqueles olhinhos miúdos escondidos pela enorme quantidade de pelos no seu rosto.
"Hm..." sibilou Harry enrolando a ponta das mangas compridas entre os dedos "Eu... Não pretendo voltar mais. Acho que... Deveria agradecer pela hospitalidade."
Apesar de se lembrar nitidamente que Harry nunca fora bem-vindo naquela casa, achou melhor no momento fingir que não estivera confinado no inferno durante todos os seus 17 anos de vida. Duda girou o pescoço com um olhar incrédulo.
"O Harry vai embora?" perguntou Duda desnorteado.
Um silêncio incômodo se alastrou pelo lugar. Tia Petúnia lançava olhares suplicantes para Tio Valter que parecia ponderar sobre como usar as palavras corretamente. Duda se levantou do seu assento pela primeira vez naquele dia, procurando findignado, a resposta na figura de seus pais. Ao perceber que não a conseguiria, dirigiu-se a Harry que em momento algum deixou de sorrir.
"Vou para a Universidade Britânica de Hogwarts e nos próximos verões vou para a casa do meu padrinho: Sirius Black."
A diversão parecia fazer os olhos brilharem mais por trás daqueles óculos redondos, deixando Duda cada vez mais perdido.
"Não... Não... Papai disse que você ia para o Centro St. Brutus para Meninos Irrecuperáveis assim que você completasse o colegial. Como você conseguiu...?"
"Ele, muito esperto, aceitou o convite para estudar nessa universidade." resmungou Tio Valter com desdém. "Parece que recebeu uma carta do próprio diretor perguntando se ele gostaria de estudar lá."
"Foram várias cartas, mas elas misteriosamente desapareciam antes de chegarem às minhas mãos."
Tio Valter bateu com força as mãos gordas no teclado à sua frente e se levantou indo em direção a Harry com uma veia saltando de sua testa.
"Escute aqui, seu verme ingrato. Nós alimentamos você, demos um lugar para você dormir e gastamos dinheiro com sua educação durante 17 longos anos. Depois de tanto tempo, conhecemo-nos o suficiente para julgarmos o que é ideal para você. Se não fosse aquele cão imundo do Black" os olhos de Harry se apertaram e ele trincou os dentes tentando se controlar como tantas outras vezes "o Centro St. Brutus seria seu único destino. Vândalos como você não merecem conviver com gente normal, é por isso que o mundo está como está hoje."
Mas antes que Harry conseguisse responder, o barulho de uma buzina que precisava urgentemente de alguns reparos ecoou fazendo com que toda aquela raiva dentro dele desaparecesse como se nunca tivesse existido. Harry se virou muito rapidamente, escancarando a porta com um único puxão.
Lá estava o Ford Anglia. O carro azul que abrigava quatro cabeças ruivas teve sua porta da frente aberta fazendo com que um dos ruivos se espremesse para fora dele.
"Harry!" gritou o ruivo de cabelos flamejantes, alto e de olhos azuis que corria para o moreno que já era tomado pelo mesmo sorriso de poucos minutos atrás "Já está pronto?" ele esticou-se um pouco para ver por trás de Harry, os Dursley o encarando de um jeito esquisito "Ah, prazer meu nome é Ronald Weasley, e vocês devem ser os Dursley."
"Ron, este é o meu Tio Valter, meu primo Duda e minha Tia Petúnia." Ron fez um aceno com a cabeça para cada um, mas foi friamente ignorado pelos três "Hã... Eu vou pegar o malão" Harry se virou e começou a subir as escadas.
"Deixa que eu... Hã... Te ajudo."
Ron subiu atrás de Harry e fechou a porta do quarto quando entrou. Deu uma olhada geral, era um cômodo pequeno, dava espaço para uma cama de solteiro enfiada de qualquer jeito num canto, uma escrivaninha embaixo da janela e um armário já velho e caindo aos pedaços. O quarto inteiro era em cor pastel que lembrava nitidamente um internato.
"Aquele seu primo Duda" disse ele ainda analisando o quarto "Parece um porco de peruca."
"É eu também sempre achei isso." Harry tirava com dificuldade o malão debaixo da cama, então Ron foi ajudá-lo.
"Huh? Harry?" uma terceira e quarta voz foram ouvidas atrás deles "Papai pediu para ajudarmos as mocinhas."
Os gêmeos Fred e George se colocaram ao lado do malão e de uma única vez tiraram-no debaixo da cama, jogando-o por cima dela. Harry percebeu um pouco de desgosto no rosto de Rony. Os dois eram um pouco maiores que Ron que ainda era consideravelmente maior do que Harry.
"Vocês precisam se apressar..."
"... Papai tem alguns compromissos sérios para resolver." completou George
O patriarca da família Weasley era um homem de certo atarefado, sempre com problemas no Ministério da Saúde para resolver. Arthur Weasley era alto, magro e estava começando a ficar careca, porém seu cabelo ainda era ruivo. Apesar de estar sempre com pressa, seu semblante de pai acolhedor e respeitado ainda permaneciam nele.
Harry jogou o resto de suas coisas dentro do malão e foi o tempo necessário para ouvirem um grito agudo no primeiro andar enquanto os gêmeos trocavam um riso baixo. Eles correram para o andar debaixo já com o malão nas mãos, mas Harry ao fechar a porta viu de relance Tia Petúnia tentar arrancar algo grudado nas calças de Duda enquanto Tio Valter corria para ele com uma cara nada feliz. Harry então bateu a porta e correu até o Ford Anglia, se esparramando dentro dele, rindo da ultima cena.
"Ah sim, seja bem vindo Harry" Fred disse com um sorriso.
"Ainda acho que com o Roniquinho foi mais engraçado" soltou George entre os risos, deixando Ron de cor púrpura.
"Calem a boca seus imbecis!" disse Ron em voz grossa.
"Não xingue seus irmãos, Ronald." disse o Sr. Weasley antes de arrumar o espelhinho do carro "Próxima parada, estação King's Cross." um sorriso paternal se esboçou em seu rosto e ele deu partida no Ford Anglia.
Então Harry sorriu também acompanhando o assovio descontraído do Sr. Weasley que logo virou uma sinfonia de sons quando Fred e George resolveram ajudar enquanto Ron... Bem, Ron não sabia assoviar.
Alguns minutos depois estavam eles na estação King's Cross. Com mais de 150 anos e bem conservada, a estação ainda sim mostrava o efeito dos anos em suas paredes de tijolos de uma tonalidade ocre já bem gasta. Porém ainda era imponente, com seus arcos de metal escurecido e um grande relógio apontando dez para as onze em números romanos. Já lá dentro, eles empurravam cada um seu carrinho enquanto o Sr. Weasley se guiava entre as placas que indicavam os lugares. Avançaram mais um pouco então Harry reconheceu o homem de cabelos castanhos ondulados e embaraçados que se seguiam até encostarem de leve nos ombros. O Homem sorriu ao vê-lo.
"Sirius!" suas bochechas já começavam a doer de tanto sorrir "pensei que não viria! Você disse que estava..." as mãos do homem se depositaram em cima do cabelo espetado do menor para bagunçá-los ainda mais.
"... E perder a despedida do meu afilhado preferido?"
"... Sou seu único afilhado, Padfoot."
"Mas a frase ainda continua bem clichê, você não acha?" os Weasley agora se aproximavam dos dois, Ron levava o carrinho abandonado por Harry lá trás "Ah, Como vão, Senhores Weasley?"
"As coisas estão indo muito bem, pelo menos. Depois de todos esses anos" suspirou Arthur "parecem estar menos tensas. Você já conseguiu onde morar?"
"Ah sim, fica a uns vinte minutos daqui, é um apartamento que pertenceu a minha família, foi fácil conseguir sua posse de volta."
"Onde está mamãe?" perguntou Ron fazendo todos os outros ruivos girarem a cabeça procurando por uma quarta pelagem flamejante.
"Está comprando sanduíches de presunto e suco de laranja em caixa para vocês se alimentarem no trem " Harry saltou pro lado como se tivesse visto um fantasma quando Gina apareceu de repente ao seu lado "Ah, olá Harry."
Harry ficou meio desconcertado, não fazia muito tempo que teve seus sentimentos rejeitados pela mais nova dos Weasley. Ela alegava a ele que "não queria se sentir ofuscado pelo seu brilho", quebrando o coração do menino de óculos. Apesar da distancia e da falta de contato que teve com a família Weasley desde o fato, seu coração ainda batia descompassado enquanto ela balançava seus longos e ruivos cabelos indo em direção ao pai dando-o um beijo em uma de suas bochechas.
Aviso: senhores passageiros do trem com destino à Universidade Britânica de Hogwarts, por favor, tomem seus lugares. O Trem irá partir em cinco minutos
A imagem de uma senhora baixa e gorducha vinha correndo até eles, logo puderam reconhecê-la pela forma desengonçada que segurava as sacolas de papel então Fred e George foram-lhe dar alguma assistência. Ela parecia ter corrido metros, pois bufava como um cavalo. Quando viu Ron, seu rosto ficou vermelho e ela desatou em lágrimas, apertando o garoto em seus braços.
"Roniquinho! Você está me abandonando também? Corri tanto para chegar a tempo!"
"Para mãe... Não me chame assim aqui!" disse ele sentindo uma de suas costelas quebrarem "eu volto no verão, prometo." Harry dava umas risadinhas.
"Vocês sempre falam isso! Fred e George disseram a mesma coisa no ano passado e só os vi...depois...depois... Não vou deixar você ir!"
Molly sentiu a mão de Sirius repousar sobre seu ombro, ele dava um sorriso calmo tentando passar o mesmo sentimento para a senhora.
"Sempre chega uma época da vida de um jovem que ele tem que amadurecer e sair dos braços da mãe, por mais carinhosa que ela seja. Senhora Weasley, isso também conta como amadurecimento para os pais. É doloroso, mas necessário."
"Foi o Moony que disse isso para você antes de chegar aqui não foi?" perguntou Harry desconcertando completamente o padrinho que lhe lançou um olhar ultrajado. Ele pigarreou e cruzou os braços "É, foi o Moony mesmo."
A senhora Weasley soltou Rony de seus braços e limpou o rosto com um lenço já usado. George já comia seu lanche e Fred estendia o do Ron para o dito cujo.
"Pelo menos, ainda tenho um ano inteiro com a Gina." ela sorriu para a garota ainda com os olhos marejados "acho que estou muito sensível no momento. Vocês dois, cuidem bem do seu irmão ou vou eu mesma à escola para dar um puxão de orelha em vocês."
"Universidade, mãe." disseram os dois gêmeos juntos.
"Ah! Eles crescem tão rápido!" o rosto dela começava a avermelhar-se novamente, abraçou o marido e no colo deste abafou seu choro.
O primeiro apito do trem foi ouvido por todos da plataforma, beijos e abraços apressados foram trocados e então os quatro estudantes dispararam para dentro antes que as portas se fechassem. Fred e George logo foram abordados pelos seus colegas e desapareceram. Harry e Rony começaram então a busca por uma cabine vazia, olharam uma a uma, conforme andavam, aparentemente o numero de pessoas no corredor aumentava. Girada de pescoços e olhinhos curiosos por trás das janelas das cabines começaram a se tornar constantes. Não demorou tanto tempo para Harry concluir que o motivo de toda aquela curiosidade era ele próprio.
"Ah... Não" ele encolheu os ombros como se pudesse esconder-se entre eles "Aqui também não..."
O fato era que Harry Potter se tornara famoso desde quando era apenas um bebê. James Potter e Lilian Evans Potter eram pessoas famosas e de boa índole que numa época de guerra se uniram a uma organização revolucionária chamada Ordem da Fênix, para lutar contra o que se intitulava Voldemort: o Lorde das trevas. Líder do outro grupo chamado de Comensais da Morte. Depois de três afrontamentos contra ele, sentiram que seu filho Harry James Potter, poderia ser um alvo fácil então decidiram se refugiar em Godric's Hollow, comunicando-se com seus amigos somente por cartas. No entanto, Voldemort descobriu o local e matou os dois num grande incêndio. Quando os bombeiros enfim chegaram ao local, viram os corpos praticamente carbonizados, porém o filho dos dois foi encontrado ainda vivo em volta de vários estilhaços de vidro, chorando com somente uma cicatriz em formato de raio na testa. Voldemort desapareceu e a identidade dos comensais da morte nunca foi descoberta. Harry desde então foi chamado por vários jornais como "O menino que sobreviveu".
"Parece que as pessoas não se esquecem" disse ele num sussurro para Rony "eu era só um bebê, nem eu lembro direito do que aconteceu."
"Isso não muda o fato que você, para melhorar, é bom em tudo o que faz." Rony disse com um pouco de dificuldade.
A História de Harry não acabava por ali, desde pequeno sempre teve uma enorme facilidade com diversas coisas. Um talento universal que o deixava fazer tudo com uma facilidade inacreditável. O talento também poderia ser maléfico, além de estar completamente perdido na sua escolha profissional, ele tinha aversão pela atenção extrema que as pessoas lhe davam. O problema era que todo esse brilho que ele possuía, acabava por afastar as pessoas dele, sempre o tratando de forma especial ou invejosa como se ele estivesse em algum patamar superior. Casos como o de Gina se tornaram comuns em toda sua adolescência.
"Quer trocar? Eu daria tudo para ter um dia norm-!"
"Hermione!"
Harry virou a cabeça e foi logo atrás de Ron que corria como se sua vida dependesse daquilo. No final do corredor estava parada, conversando com alguém de dentro da cabine, parecia estar analisando alguma coisa, com as sobrancelhas juntas e um rosto sério. Ela já estava usando o uniforme feminino da Universidade, que era composto de uma saia curta de prega de tons cinza de xadrez, uma blusa branca social com um laço cinza e xadrez como a saia substituindo o local da gravata, por cima da blusa um colete de lã cinza e nos pés sapatos pretos de boneca com longas meias brancas que alcançavam o joelho.
"Ron, Harry!" ela disse ao ver ambos correndo para ela "Como vocês estão?"
Hermione apesar de mais velha não parecia ter crescido tanto, continuava com seus cabelos castanhos em ondas, menos armados de quando eram crianças e se divertiam brincando no parque. Os olhos castanhos amendoados pareciam brilha e seu sorriso foi suficiente para fazer Ron parar de repente encarando-a com uma vermelhidão que ia de seu rosto até suas orelhas. Ela ficou também vermelha e desviou o olhar, até se concertar e apresentar a pessoa com que conversava.
"Ah, sim. Esse aqui se chama Neville Longbotton. Conhecemos-nos nas provas eliminatórias, ele pretende cursar Botânica. Neville este aqui é Ronald Weasley e o de trás se chama Harry Potter." ela indicava cada um com a mão delicada de unhas pintadas de cores claras, quase transparentes.
"Ah, é um prazer, finalmente conhecê-lo senhor Potter" Neville que tinha um rosto redondo e cabelos castanhos claros, pareceu tremer enquanto estendia a mão para Harry "Hm... Também é um prazer conhecê-lo senhor Weasley." e deu um sorriso meio nervoso, para depois encarar o chão corando furiosamente.
Neville parecia também usar o uniforme, só que ele parecia estar usando um numero menor. Os botões da blusa pareciam fazer uma enorme força para se segurarem em suas casas e aparentemente ele não sabia dar um nó numa gravata que era cinza xadrez. As calças de linho cinza pareciam precisar de alguns reparos, mas era a coisa que caia melhor nele, nos pés ele usava um antigo par de sapatos pretos.
"Ahm... Podemos sentar com vocês?" perguntou Harry tentando ser o mais amigável com Neville que ainda encarava o chão.
Ele levantou a cabeça de repente e meneou rapidamente, saindo da frente da porta da cabine deixando todos se instalarem nela. Após deixarem os malões seguros sobre suas cabeças, começaram uma animada conversa. Neville foi se soltando conforme o tempo passava, mas ainda era fortemente intimidado pelos olhos de Harry.
"Ahm, vocês já tem alguma idéia do que vão cursar?" Harry coçava a cabeça meio receoso.
Hermione abriu os olhos assustada, para depois admitir um tom autoritário e ralhar com Harry.
"Como assim você conseguiu chegar até aqui sem ao menos saber o que vai cursar? Isso é um absurdo, Harry! Pensei que você era mais responsável do que isso."
"É que... Eu não sei exatamente o que eu quero... Não parece que tenha nada que me impressione."
"A Universidade disponibiliza um período de um mês para os alunos ainda indecisos experimentarem um pouco de cada curso, para ajudar eles em sua escolha" respondeu Neville nervoso "Só é preciso que você tenha alcançado as notas necessárias para cada curso."
Rony soltou um "hunf" seguido de um sorriso sacana, Harry entendeu logo em seguida junto com Hermione.
"Como se isso filtrasse alguma possibilidade" disse Ron sarcástico.
"Mas o que vocês pretendem fazer?"
"Vou entrar para o time da escola de Hóquei, assim só vou precisar ir às aulas normais."
"Mas caso você não consiga manter suas notas você também não joga." disse Hermione o encarando séria.
"Eu sei" ele cruzou os braços "mas pelo menos eu só vou ter as aulas básicas voltadas ao curso. Não vou precisar me estrepar com química avançada."
"Eu pretendo cursar medicina" fez-se silencio e todos encaravam Hermione "serei clinica geral."
"Eu não esperaria menos. Desejo-lhe sorte, Mione." Apesar de Harry aceitar, Ron ainda estava boquiaberto como quando encarava um problema de matemática impossível de se resolver.
A conversa continuou a fluir fazendo o tempo passar e aparecer um crepúsculo do outro lado da janela. A paisagem já mudara, demonstrando o quão longe eles estavam de casa. Foi muito falatório, mas quando um carrinho cheio de guloseimas e coisas pecaminosas bateu-lhes a porta, todos ali se puseram de pé para comprarem de tudo um pouco. Logo, a conversa continuou, com mais risos e descontração. Neville já podia ser considerado um amigo de longa data quando eles ouviram os alto-falantes anunciarem que estariam a poucos minutos da Universidade. Ron e Harry pediram alguns minutos para Hermione que deu uma passada no banheiro enquanto eles colocavam o uniforme.
O trem parou e eles viram de relance uma cidadezinha cuja entrada anunciava "Hogsmade". Ao desembarcar, eles perceberam assombrados a quantidade de pessoas que também estavam ali. Juntaram-se e foram atrás de Hermione que ia à direção de um grande quadro que protegia um mapa do mesmo tamanho. Ela demorou-se alguns segundos encarando as instruções enquanto Ron cutucava Harry com o cotovelo.
"Ela... está diferente né?" sussurrou o mais alto "parece mais..."
"mulher?" Harry riu baixinho da cara de assombro de Rony.
"Então você também notou?"
Não puderam conversar mais porque o alvo da conversa tinha se aproximado.
"Parece que primeiro temos que pegar as chaves dos nossos apartamentos com o Sr. Filch, o zelador. Depois seremos guiados até o teatro que também é usado como auditório para ouvirmos as boas vindas do Diretor então nos levaremos de ônibus até os nossos respectivos aposentos."
Ela então andou em direção a um balcão cheio de universitários eufóricos, empurrando uns aos outros para serem atendidos. Harry ao se aproximar do local, sentiu ser observado por alguma coisa, virou-se um pouco para a fonte que achava ser do olhar.
Entre as pessoas que andavam de um lado para o outro tentando encontrar seus caminhos, num lugar isolado estava um garoto alto e magro com proporções dignas de um príncipe. Os cabelos loiros eram de cor de palha, a pele de pergaminho e olhos de cor acinzentada, encaravam-no com certa curiosidade. Harry demorou-se um pouco o encarando de volta, ele podia ver o mercúrio líquido dentro dos olhos do loiro, se retorcer como se o desafiasse. Pessoas cruzaram seu caminho algumas vezes antes do príncipe desaparecer, desconectando seus olhares. Harry retornou ao seu caminho começando a se perguntar por que encarara o garoto tão intensamente.
Ele, porém nunca obteve sua resposta.
N/A: Esse é um projeto, relativamente longo que eu tenho em mente. O nome "Enjoy the Show" será explicado no decorrer da fic, mas para os curiosos eu devo 'deixar escapar' que é de uma música chamada The Show da cantora Lenka. Eu inicialmente iria colocar somente The Show, ou And Just Enjoy the Show, mas no primeiro caso achei muito no curto enquanto no segundo achei longo demais. Por um carinho especial pela palavra Enjoy resolvi adicioná-la no título e assim ficou o produto final.
O fragmento que foi utilizado no inicio foi retirado de um musical muito famoso conhecido como MOULIN ROUGE. Eu particularmente amo esse filme e garanto que não sou a única a dividir essa opinião. Eu escolhi esse fragmento porque quis relacionar o Harry com o garoto da música. A tradução seria mais ou menos assim:
Havia um menino, um estranho e encantador menino. Eles diziam que ele vinha de muito longe...muito longe...Além da terra e mar. Um pouco tímido e os olhos tristes, mas muito sabio ele era. E então, um dia, um mágico dia ele cruzou o meu caminho. Enquanto nós falávamos tolos e reis, uma coisa ele me disse ele me disse:
"A coisa mais importante que se pode aprender é apenas amar e em troca ser amado"
Nessa fic, não existe nada de mundo mágico, por mais que exista algumas relações, tudo ocorre no mundo trouxa. Inicialmente o capítulo seria maior do que este, mas resolvi parar com essa deixa. O resto ficou para o próximo capítulo.
Ultimos avisos: a fic é PINHÃO (Harry ativo e Draco passivo), porém existirá também outros casais. Não sou dona de nenhum dos personagens escritos aqui, mas apenas uma leitora que se sentiu encantada pela história original. Queria agradecer à Isadora por me adcionar nesse mundo, obrigada.
Aliás, estamos escrevendo uma fic juntas chamada "Cactus" e ela escreve uma das minhas fics preferidas "Je suis Jaloux" é interessante dar-se uma olhada nelas.
Eu particularmente adoraria saber a opnião de cada um de vocês leitores sobre este capítulo, eu me sentiria revigorada e teria alguma noção do que concertar e melhorar. Prometo ir com esse projeto até o fim, mas também preciso de algum impulso e suas reviews ajudam muito.
Beijos, Aiki.
