Prólogo
O mundo esta mudado. Isso pode ser notado na água, na terra, no ar... Pode ser notado nas estrelas. Algumas coisas que não deviam ter sido esquecidas, se perderam.
A verdade tornou-se lenda.
A lenda tornou-se mito.
Durante mais de duas mil eras terrestres o derradeiro mal ficou esquecido até que finalmente surgiu a oportunidade e seduziu um novo humano ao poder.
Descendente de uma nobre linhagem de bruxos, Morgoth Bauglir percorreu os caminhos mais tortuosos da magia aperfeiçoando e refinando-a de uma maneira que até mesmo os mais terríveis seres que habitavam o submundo tivessem repulsa de sua alma tão maculada.
Alguns o idolatravam acima de tudo, alguns tinham certeza que ele era um Deus do inferno, aquele que traria liberdade ao povo que havia sido condenado a viver na escuridão do mundo por perturbar a paz que reinava naquele lugar.
Com ele, várias guerras começaram, reinos inteiros foram destruídos, reduzidos a cinzas. Milhares de pessoas, bruxas e não-bruxas, foram mortas. Criaturas divinas foram mortas em busca de mais destruição e poder.
Porém, ninguém é mais sábio que a natureza e ao mesmo tempo em que um mal tão grande crescia e dominava o mundo, um novo bruxo nasceu para equilibrar a balança entre o bem e o mal.
Ainda jovem, quando ele começou a mostrar sinais de quão grande seria o seu futuro, a guerra chegou a sua aldeia e como sempre a destruição veio junto.
Ele tentou de tudo para ajudar a defender aquele lugar onde nasceu, lutou bravamente como um verdadeiro guerreiro em uma batalha. No entanto, sua ajuda apenas atrasou um pouco os planos de Morgoth, além de chamar uma grande atenção para si mesmo.
Logo que despertou sentindo grossas gotas de água pingando sobre seu rosto, levantou-se rapidamente e pode ver que havia muitos corpos no chão, todos ali eram seus amigos e todos estavam mortos.
Lembranças do que havia acontecido começaram a aparecer rapidamente em sua mente e desesperado ele começou a correr sem direção, até que uma coisa chamou sua atenção. Os corpos de seus pais estavam no meio daquilo tudo rodeado por algum desenho estranho que mesmo com a chuva não se apagava.
Deu um passo para frente, mas algo o impediu de chegar até eles. Tentou mais uma vez se aproximar deles, e mais uma vez sem sucesso. Todavia, dessa vez aqueles desenhos emitiram um brilho negro forte que o afastou um pouco e ele pode ver seus pais se levantarem e abrirem os olhos como se tivessem acabado de acordar.
Olhou para os olhos tão azuis de seu pai e os tão verdes de sua mãe e pode apenas ver sua mãe mexer os lábios dizendo alguma coisa como "Nós amamos você", antes de escutar o grito de dor dos dois enquanto seus corpos começavam a ser desintegrados e aquela luz brilhar mais e mais forte.
Tudo ao seu redor começou a girar, girava cada vez mais rápido, até que tudo não passava de apenas uma mancha negra e gritou. Gritou com toda a força que havia em seu peito. E jurou, jurou que acabaria com tudo aquilo por seus pais, por seus amigos, por todos.
Com esse pensamento em sua cabeça, ele se afastou de tudo e todos e começou a treinar incansavelmente, sua magia começou a ficar maior e mais forte. Começou a receber ensinamentos de alguns seres que nem sabia que existiam.
A esperança para que aquela guerra terminasse caiu sobre ele e, por mais que aquilo se tornasse mais difícil de aguentar, ele treinou por vários anos esperando finalmente cumprir o seu destino.
Gandalf X Morgoth.
Bem X Mal.
A batalha era brutal. Feitiços dos mais poderosos e mortais cruzavam por seus corpos, faíscas saiam de suas espadas quando se encontravam...
Durou dias, os dias mais longos que toda a humanidade jamais viu até que finalmente o bem sobrepujou o mal e aqueles anos de trevas finalmente haviam acabado e anos de paz estavam para começar.
O que ninguém esperava é que antes que desse seu último sopro de vida, ele profetizasse que, um dia ele retornaria ao mundo e terminaria o que havia começado.
Isso preocupou Gandalf e com medo de que isso viesse acontecer, tentou destruir aquela profecia, contudo o máximo que conseguiu fazer foi alterá-la para que quando houvesse o retorno de Morgoth Bauglir ao mundo, houvesse a chance de decidir se lutaria pelo bem ou pelo mal e que isso seria decidido pelo treinamento que ele teria para dominar seus poderes.
O esforço foi tão grande que sua caminhada na Terra foi encurtada e o registro de seus feitos foi apagado da memória de todos.
E, mais uma vez, o que não deveria ter sido esquecido, foi esquecido, por medo de todo o caos que haviam passado e não queriam lembrar, talvez.
Porém o círculo maior, como era chamado os cinco grandes magos daquela época, se reuniu uma semana depois do final da guerra e lançaram o maior encantamento que se tem ouvido na história, dividindo o mundo de antigamente, em vários outros universos forjados exclusivamente para banir as criaturas que ajudaram Bauglir a conquistar aquele reinado de trevas e também para dificultar que o terror não se espalhasse novamente tão feroz como daquela vez.
Para manter a paz reinando e temendo que algum outro bruxo tentasse subir ao trono de Deus do inferno, Os Cinco, secretamente, modificaram a mente de todos habitantes que haviam ficado naquele mundo e se esconderam em um castelo no meio de uma vasta floresta protegendo a civilização de todo mal que tentava começar a reerguer.
O tempo foi passando e Os Cinco foram envelhecendo cada vez mais, ficando cada vez mais difícil naquela jornada dura que haviam marcado para eles mesmos.
Antes que deixassem o plano terrestre, entretanto, eles escolherem os cinco jovens bruxos mais promissores no ramo da magia e ensinaram tudo o que sabiam durante vários anos e, finalmente, quando decidiram que a hora havia acabado, que o último grão de areia estava para cair, foi revelado o segredo que estava guardado durante séculos.
Foi um choque para os novos protetores, mas eles honraram o que havia sido imposto para eles e continuaram naquela luta incansável quando os outros partiram.
Os Cinco se foram, outros tomaram o lugar deles por vários séculos e outros continuaram a batalha deles que também foram substituídos até que finalmente chegou aos dias de hoje.
_____ BS _____
Na mais alta torre do castelo de luz, em uma sala que estava lacrada magicamente há vários e vários anos, uma luz intensa marrom surgiu do nada preenchendo cada pedaço daquele local e lentamente começou a se contrair ganhando uma forma a cada instante que se passava.
A luz se dissipou e um homem de cabelos brancos de feição calma e jovem, deitado no chão onde, antes, a luz havia surgido, desorientado olhando tudo ao seu redor.
Lembranças boas e tristes começaram a reaparecer no momento em que ele se sentou no chão olhando para todos os lados daquele cômodo.
Depois de vários anos tentando decifrar as lacunas que existia em sua mente, ele finalmente havia conseguido preenche-las tornando tudo mais claro.
Despreocupadamente, ele se levantou com um sorriso iluminando sua face e abriu a porta que levava para a sua parte favorita do local e ficou observando o sol surgindo lá no horizonte, no final da floresta que circulava todo o castelo.
As árvores que estavam à sua frente eram muito antigas, algumas, diziam uma lenda pouco conhecida pela maioria das pessoas, foram as primeiras que surgiram pouco depois da criação daquela terra, há tempos incontáveis. Elas tinham um ar de sabedoria e poder que havia sido guardado por todos os anos.
Existiam todos os tipos de animais naquele imenso labirinto natural. Desde as criaturas mais puras até as mais sórdidas possíveis.
- Finalmente em casa... – ele murmurou.
Ficou olhando para fora mais um tempo, até que sentiu que alguma coisa estava começando a mudar e seus olhos se fixaram onde um vento diferente começava a mexer as folhas de cima das árvores.
O sorriso havia sumido de seu rosto por um instante.
Depois de tanto tempo, finalmente a profecia começava a se realizar.
Sua atenção voltou-se para o barulho, cada vez mais alto, de alguma coisa se chocando com a porta e o sorriso que havia sumido, apareceu novamente percebendo quem era.
Com um suave balanço de cabeça, a porta se abriu e um vulto moreno passou correndo pela porta chocando-se com a mesa e um último barulho de alguém caindo no chão, gemendo de dor.
- Vejo que não mudou nada nesse tempo em que estive fora, não é verdade, Tei? – o jovem de cabelo branco perguntou sorrindo, ajudando o amigo a se levantar.
- É claro que eu mudei! – o moreno respondeu abraçando o outro. – Você não imagina o quanto de tempo eu passei enfurnado naquela porcaria de biblioteca tentando achar um meio de te trazer de volta.
Os dois se afastaram um pouco se encarando e depois começaram a rir sem parar.
- Quem diria que Tei Rahir iria passar algum tempo dentro de uma biblioteca...
- Desse jeito que você fala, Alvo, até parece que eu nunca entrei numa bibliote...
Tei parou de falar olhando para o outro que levantou uma sobrancelha, depois, com um suspiro, continuou:
- Tá! Tá! Tá! Nem para estudar eu ficava lá, mas isso não vem ao caso. Agora me conta, como você conseguiu voltar?
Soltando o ar de seus pulmões lentamente e encarando a floresta outra vez, disse com uma voz calma:
- Eu morri...
- Mas...
- Teremos tempo para falar disso outra hora. – Alvo falou assumindo uma posição séria. – Mande os generais a O Um o mais rápido possível e peça para eles trazerem essas pessoas aqui.
Enquanto falava, pegou um pedaço de pergaminho que estava em cima da mesa e começou a escrever rapidamente vários nomes neles e entregou ao amigo.
- Vá com eles e, por favor, tome cuidado dessa vez!
- Pode deixar, chefinho!
O moreno falou saindo rapidamente da sala gargalhando ao escutar o barulho de alguma coisa se partindo contra a parede.
Finalmente as coisas haviam voltado ao normal naquele castelo.
_____ BS _____
Em uma sala completamente tomada pelas sombras, a única fonte de luz vinha de uma densa chama verde, dentro da lareira ornamentada de ossos e caveiras ao lado de uma espaçosa janela que no momento se encontrava fechada.
Uma forte ventania vinda do meio do oceano que banhava a ilha na qual a enorme fortaleza das trevas se erguia, abriu a janela atraindo a atenção de Maléfico, que olhou para a chama da lareira que começou a variar de cor.
Irritado, ele não pensou duas vezes e gritou assustadoramente alto:
- Nãããããããããão!
Ele respirou fundo algumas vezes, tentando se acalmar.
- Não pode estar acontecendo de novo. Ainda existem quatro vivos... A não ser... – Ele sussurrava para sim mesmo e com um sorriso nos lábios falou em voz alta – RAVIL!
Em menos de dez segundos, a porta abre-se de repente fazendo um ser branco entrar na sala se curvando no centro dela.
- Aqui estou, meu estimado, idolatrado, o pior ser, o chefe mais temível, o verdadeiro mal de todos.
- Eu quero o meu melhor esquadrão aqui... AGORA!
Ravil fez mais uma exagerada reverência e saiu rapidamente da sala.
Alguns longos instantes depois, a porta da sala foi aberta de repente e por elas entraram dez seres com vários aspectos diferentes, todos usando grandes armaduras negras, carregando diferentes tipos de armas.
Depois da reverência, o chefe do esquadrão se adiantou e começou dizendo:
- Aqui estamos, meu esti....
- Ta bom, eu já sei. - Ele interrompeu a saudação com um gesto de mão. – Vão a O Um e destruam o que acabou de passar pelo despertar. Matem todos os que tentarem impedir.
- Sim, senhor!
O esquadrão exclamou fazendo uma reverência antes de saírem da sala, enquanto Maléfico voltava a pensar no que estava se iniciando a partir daquele momento.
_____ BS _____
Uma luz dourada flutuava por um local de um branco muito claro e neste local não havia divisão nenhuma, nem porta, nem janela, nem móveis, nada.
- Finalmente as peças foram postas em seus verdadeiros lugares. – Uma voz que vinha da luz falou. – Agora as coisas realmente começam a ficar mais interessantes.
Uma cadeira ornamentada de ouro e outras pedras preciosas apareceu no meio da sala no mesmo momento em que um tabuleiro de xadrez aparecia em frente à cadeira.
A luz começou a se mover em direção a cadeira onde se transformar em uma pessoa envolta por uma capa também branca, que falou encarando um movimento feito no tabuleiro:
- E as brancas começam.
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N/B: Uou, cara. Esse capítulo fala tanto, mas não diz nada. Eu quero o próximo logo *-* João, você está de parabéns, super bem bolada a história, eu amei. Bjss, Marininha Potter.
N/A: Voltei! Espero que vocês tenham gostado desse novo prólogo.
Tenho planos para postar o capítulo um até domingo, mas não é certeza.
Comentem e façam um autor feliz!
James V Potter
