Nada me pertence só peguei emprestado.
Capitulo Único
Ele saiu do escritório as 10 da noite, estava chovendo, mas resolveu andar até o metro. Quando chegou lá já estava molhado dos pés a cabeça.
Parado ele notou uma mulher lendo um livro a uns cinco metros de distância.
Ela é bonita. Ele a estava encarando.
Ela logo notou os olhos de um desconhecido em si, apenas tirou os olhos do livro e sorriu para o estranho.
Ele é bonito. Ela ficou envergonhada com o olhar dele então abaixou os olhos para o livro novamente.
Ele ficou encantado com ela não conseguindo tirar os olhos.
O trem parou na estação ela entrou, mas onde ele estava ficariam separados pelo vagão então deu alguns passos e entrou no mesmo vagão que ela.
Ele se sentou algumas poltronas a sua frente.
Ela percebeu que ele estava de alguma forma interessado.
Será que ele gostou de mim? Ela se perguntava enquanto fingia ler o livro.
Eu vou falar com ela. Ele não sabia se puxava assunto de onde estava ou se aproximava mais.
Bem que ele poderia puxar assunto. Ela sorriu com a possibilidade.
Não fale nada ela está gostando do livro, você só vai atrapalhar. Ele desistiu quando a viu sorrindo para o livro.
Qual será o nome dele? Ela estava formulando uma vida inteira para ele em sua cabeça. Talvez Tiago ou André, não deve ser algo mais diferente ele não faz o tipo de homem com um nome tão comum. Ela mordia os lábios pensando nas possibilidades.
Nossa ela é linda. Ele estava cada vez mais impressionado com a estranha. Fala com ela de uma vez.
- Você tem horas? – Estúpido como você vai tirar uma conversa de Você tem horas. Ele se martirizou depois que disse, mas continuou sorrindo para a estranha.
- 10 e 23 – Ela respondeu depois de olhar no relógio de pulso. Pergunta alguma coisa pra ele.
- Obrigado – Ele ainda sorria. Tira esse sorriso besta da cara ela vai pensar que você é um retardado.
Ele ficou sério de repente isso a deixou confusa. Será que ele pensou que me conhecia de algum lugar? E percebeu que não, então mudou a expressão?
- De nada – Ela respondeu já olhando o livro novamente.
Acho que ela não gostou de mim. Ele ficou confuso quando a viu olhando o livro séria. Pergunta mais alguma coisa, fala alguma coisa do livro que ela está lendo.
Acho que ele mudou de idéia quando ao que achou de mim. Ela pensou franzindo a testa ainda olhando o livro.
Senhores passageiros informamos que na próxima estação todos devem descer e esperar o próximo trem, este está enfrentando problemas técnicos. Uma voz falou no auto falante do vagão.
Os olhares deles se cruzaram quando estavam levantando.
Ela sorriu e dessa vez ele retribuiu.
Eu acho que ele gosta de mim sim.
Fala com ela agora que ela não está lendo. Ele pensou parando ao seu lado em frente a porta.
- É um bom livro? – Ele perguntou olhando ela pelo reflexo do vidro das portas.
Ela desviou os olhos para a capa do livro que estava em suas mãos.
- Acho que sim – Mas na verdade não tinha lido uma única linha. Ela o comprou antes de entrar no metro tanto que jogou a embalagem plástica na estação mesmo e desde que ele começou a encarar não conseguiu mais prestar atenção nas palavras.
- Você parecia bem concentrada – Ele falou depois se chutou mentalmente por ficar prestando atenção em uma estranha. Ela deve estar pensando que você é um psicopata.
Então ele realmente estava me olhando. Ela sorriu olhando para a frente.
Quando ele iria perguntar o que ela achou engraçado o trem abriu as portas. Ele fez sinal para ela sair primeiro e saiu logo depois dela.
Ela parou exatamente atrás da faixa amarela e esperou que ele parasse ao seu lado e continuasse a conversar, mas ele parou alguns passos atrás dela e ficou encarando sua nuca.
Droga. Ela pensou irritada e reabriu o livro para disfarçar.
Estúpido. Ele se xingou por não ter tido coragem suficiente para parar ao seu lado. Agora ela voltou a ler.
Pergunta alguma coisa pra ele. Ela pensava furiosamente. Mas se você for falar com ele vai ter que se virar e ele vai pensar que você está desesperada.
Ela é perfeita. Ele a olhava de cima a baixo e dessa vez sem se preocupar em ser pego em flagrante.
O trem substituto chegou e logo eles estavam dentro dele.
Ela se sentou e dessa vez deixou o livro no colo, ele sentou exatamente na sua frente.
Puxa um assunto. Ela pensou. Mas qual?
Fala do tempo, todo mundo fala do tempo quando não tem o que dizer. Ele estava tentando formular uma conversa.
Pergunta se ele leu esse livro, ele pareceu interessado, mas e se ele me perguntar em que parte eu esto,u vou ter que dizer que tenho simplesmente olhado o livro desde que entrei no metro. Ela logo deixou de lado o possível assunto.
Ela vai me achar um psicopata imbecil se começar a falar do tempo. Ele desistiu do assunto.
Ele deve ser compromissado e talvez só esteja querendo viajar tranquilo e eu aqui me insinuando. Ela descruzou as pernas e continuou olhando o nada.
Ela nem deve ter ido com a minha cara e só foi educada. Ela está muito desconfortável. Ele desviou o olhar para nenhum ponto especifico do vagão.
Pergunta o nome dele. Ela estava decidida.
- Eu
- Eu
Eles falaram ao mesmo tempo e sorriram.
- Você primeiro – Ele falou sendo educado.
- Tudo bem pode falar – Ela falou sem jeito.
- Eu insisto – Ele sorria para ela.
Mas antes que pudesse perguntar o trem diminuiu e foi anunciada sua estação.
Ela se levantou e sorriu.
- Tenha uma boa noite.
- Você também – Ele respondeu sorrindo.
Quando o trem parou e as portas abriram ela desceu e logo pensou bem e se virou.
- Eu queria saber o seu nome – Ela falou pra ele dentro do vagão.
- Jasper e o seu? – Ele respondeu sorrindo.
- Alice – Foi a única coisa que ela conseguiu dizer antes das portas se fecharem.
Bonito nome. Ele pensou quando o trem já saia da estação.
Bonito nome. Ela pensou subindo as escadas.
N/A: Olá a todos
Só uma pequena idéia que surgiu na minha cabeça durante uma viagem de metro. Me digam o que acharam.
Bjos até uma próxima leitura.
