Parecia que havia sido ontem que ela havia se mudado, parecia ontem que ela havia tomado o meu coração. Mas não, fazia apenas quatro anos, sim. Meu sonho era apenas de mudar para Nova York e seguir minha carreira de pintora, mas isso não foi possível, não havia mais dinheiro para pagar a faculdade que adorava, então teria de me arranjar com qualquer coisa e foi o que fiz. Era apenas uma adolescente que teria que sobreviver em Nova York. E ela? Ela era apenas uma adolescente tentando não depender mais dos pais, tentar seguir com a faculdade que havia escolhido e criar uma vida em Nova York. É me apaixonar por ela não estava em meus planos, na verdade ainda estava namorando quando a conheci, Gabriella era uma garota legal, mas, ela acabou se apaixonando pelo meu vizinho, Troy Bolton e bem, me deixou. Mas não me importou, quando vi Michelle meu coração pegou fogo e não consegui tirar mais os olhos da garota.

Gabriella estava sentada no sofá e fitava a televisão, estava assistindo algum programa de fofocas como era de costume, não me importei em registrar o nome. Peguei o vidro de picles e me sentei ao seu lado, iria assistir mesmo não me interessando muito, abri o vidro e coloquei o picles em minha boca. Fitei Gabriella que ainda estava ofegante depois do sexo matinal, desta vez Alex JR. realmente havia deixado-a cansada. Sorri lembrando do meu feito.

Ouvi o som das batidas na porta e me levantei para ver quem era, mesmo não sendo comum alguém bater na minha porta em um sábado de manhã. Abri a porta sem me importar em olhar pelo olho mágico, uma garota de cabelos pretos e olhos castanhos estava do outro lado, cogitei a ideia de poder ser uma bandeirante, porem não estava de uniforme e também era velha demais para ser uma, cogitei a ideia da mesma ter dezoito anos, fitei suas roupas e reprimi o gemido. A calça jeans skinny que estava mostrando bem as curvas, a blusa apertada e preta com a estampa do Paramore e as luvas pretas. Subi meus olhos para fitar o rosto da garota e notei o sorriso aberto. Realmente nunca havia visto ela ou alguém tão bonito quanto.

- Hey. - Ela disse ainda com o sorriso mostrando os dentes brancos e perfeitos.

- Olá! - Respondi educadamente limpando o suor de minha testa. - Por que devo a honra da visita de uma garota tão linda? - Sim eu havia flertado com uma completa estranha, não me importei que Gabriella ouvisse.

Ouvi a risada gostosa sair da garganta da garota desconhecida. - Obrigada. - Sorriu timidamente. - Me chamo Mitchie. - Estendeu a mão.

- Sou Alexandra Russo, mas me chame de Alex. Seu nome é apenas Mitchie? - Apertei a mão da garota de pele alva.

- Michelle Torres. - Completou. - Me mudei do Texas a pouco e não sei muito os caminhos do prédio, estou precisando de uma informação por isso bati. - Explicou.

- Quem é, amor? - Ouvi a voz de Vanessa e logo senti ela do meu lado. - Quem é essa?

- Essa é Michelle, ela acabou de se mudar para o prédio, esta pedindo informações. - Respondi para a morena ao meu lado sem tirar os olhos de Michelle.

- Michelle Torres. - Disse estendendo a mão para Vanessa cumprimenta-la.

- Gabriella Montez , sou namorada da Alex. - Gabriella disse passando meu braço em sua própria cintura. - Então qual o numero do seu apartamento?

- 345. - Respondeu. Levantei uma sobrancelha.

- Mas esse prédio só vai até o 213. - Disse confusa. - Acho que você errou o prédio. - Disse com uma risada.

- Oh droga! Sabia que Dallas havia me informado errado. - Disse em um sussurro. - Mesmo assim muito obrigada. - Sorriu.

- Até mais, vizinha. - Sorri dando um beijo em sua bochecha.

- Até mais, Alex. - Ela disse também depositando um beijo na minha bochecha, se virou e foi embora.

Fechei os olhos e a porta, me virei e ouvi Gabriella coçar a garganta. Ela me olhava com as sobrancelhas arqueadas e com as mãos na cintura.

Olhei meu relógio ao lado da cama, 19:30. Ela havia chegado no corredor, sempre na mesma hora, sempre pontual. Os cabelos pretos carvão lisos e ondulados nas pontas faziam perfeito contrate com a pele alva, os olhos escuros poderiam hipnotiza-lo facilmente, ela é a garota que sempre tem assuntos interessantes para falar, o sorriso sempre estampado nos lábios carnudos. Ouvi os passos se aproximarem, o som da porta sendo fechada me fez levantar da cama e corredor o mais rapidamente para a sala, as cortinas estavam fechadas e a sala estava escura como o de costume. Logo localizei o telescópio que usava para admira-la, sim eu fazia isso, digamos que é o meu hobbie preferido. Tirei certa parte da cortina da frente da lente do telescópio, sorri antes de observa-la.

Ela estava falando no celular com alguém, sua expressão era raivosa e ela não estava serena como de costume, ela realmente estava brigando com a pessoa do outro lado da linha.

- Você é um idiota, Shane! - Ouvi o grito estridente da Torres, ela não costumava gritar, mas acho que el fez algo muito ruim para ela estar assim. - Eu não quero saber, Shane, já disse que esta tudo acabado, A-C-A-B-A-D-O! - O silêncio predominou a sala por pouco tempo. - Agora eu sou a ridícula? Eu não acredito como você consegue ser tão cruel e grosso! Eu mesma vi você beijando ela, Shane! - Ela bufou. - É eu sou muito ridícula mesmo por namorar você, e sabe o que mais? Pode dizer para a Ashley te encontrar por que eu não sou mais sua namorada, não precisa mais fingir e nem me ver, adeus! - Ela disse desligando o celular e se jogando no sofá.

Esse Shane era realmente um imbecil, Michelle e ele sempre brigaram, nunca concordaram com nada e ele sempre a estressava com seus comentários sujos e "sem fundo". Já havia visto Shane algumas vezes em lugares públicos beijando ou de mãos dadas com uma garota de cabelos castanhos ou até mesmo no trabalho flertando com as funcionarias, desculpe esqueci de dizer que trabalho na revista Greys Magazine. Ele não é o melhor chefe do mundo e nem o melhor "vizinho", mas fico feliz - Radiante na verdade - que a Michelle tenha terminado com ele.

Notei que Michelle estava se levantando e indo para dentro, peguei o telescópio e corri para o quarto, provavelmente ela iria compor agora, quando estava pensativa ela sempre fazia isso, ela dizia que isso a acalmava e creio que agora é o que ela mais precisa no momento neste momento. Coloquei o tripé no chão e em cima dele o telescópio em cima do mesmo. Observei que ela havia acabado de pegar o violão e se sentado em cima da cama. Michelle começou a dedilhar as notas no violão.

It's probably what's best for you

I only want the best for you

And if I'm not the best, then you're stuck

Senti o tom frágil em sua voz, oh não, ela não esta triste por causa daquele idiota, não é mesmo?

I tried to sever ties and I

Ended up with wounds to bind

Like you're pouring salt in my cuts

And I just ran out of band-aids

I don't even know where to start

'Cause you can't bandage the damage

You never really can fix a heart

A voz de Michelle estava ficando cada vez fraca, mas mesmo assim ela não parava de cantar, a sua voz melodiosa estava ficando afetada por causa da fraqueza em sua voz. A mais bela voz que já ouvi em minha vida.

Even though I know what's wrong

How can I be so sure

If you never say what you feel, feel

I must have held your hand so tight

You didn't have the will to fight

I guess you needed more time to heal

Baby I just ran out of band-aids

I don't even know where to start

'Cause you can't bandage the damage

You never really can fix a heart

You must be a miracle

Walk up, swearin' up and down

You can't fix what's been broken

Please don't give my hopes up, no no

Baby, tell me how could you

Be so cruel

It's like you're pouring salt on my cuts

Baby, I just ran out of band-aids

I don't even know where to start

'Cause you can't bandage the damage

You never really can fix a heart

Baby, I just ran out of band-aids

I don't even know where to start

'Cause you can't bandage the damage

You never really can fix a heart

Oh no no no no

You never really can fix a heart

Oh no no no no

You never really can fix heart

You never really can fix my heart

Aquela musica era tão sentimental e com um significado forte, Michelle conseguiu realmente superar-se desta vez, ela sempre escrevia musicas ótimas e essa era a melhor delas, mesmo sendo feita para o idiota do Grey. Queria poder estar ali secando as lagrimas que estavam borrando a maquiagem preta dela. Suspirei me encostando na cortina da janela do meu quarto, faria qualquer coisa para poder ter a atenção dela...

A cortina não aguentou meu peso e partiu me fazendo cair apoiada no tripé.

- Merda de cortina de loja de 1,99. - Rosnei para mim mesma.

Olhei para a janela e lá estava Michelle me encarando com um sorriso divertido no rosto, será que ela notou que estava "bisbilhotando"? Ela me deu um aceno e um sorriso brincalhão como o de sempre, olhei para baixo envergonhada sentindo me rosto ruborizar fortemente.


Já se passaram uma semana desde que aconteceu o "acidente", fiquei com medo e constrangida de que Michelle tentasse conversar comigo ou a mais plausível que seria ligar para a pólica. Mas a segunda alternativa não aconteceu - Graças a Deus! - a três dias ela tentou falar comigo quando havia ido ao mercadinho, mas decidi ignora-la e sair o mais rápido dali antes que acontecesse algo constrangedor porém para meu azar não havia sido o que tinha acontecido.

- Taylor não ria. - Pedi em muxoxo para a loira do outro lado da linha. - Eu quase fui pega!

- Ha, ha, ha. - Revirei os olhos. - Me desculpe Alex, mas não da para não rir. Por quê ao invés de fazer tudo isso você só não a chama para sair? É mais fácil já que ela esta solteira agora. - Taylor disse me fazendo soltar um suspiro.

- Olha não é tão fácil assim, ela ainda o am... - Senti meu estomago revirar, não iria conseguir completar a palavra. - sei lá, ela ainda gosta dele. Ela escreveu uma musica para ele, Taylor, eu não posso competir com isso? É claro que eles ainda irão voltar... Como sempre. E além do mais eu sou uma garota, não é muito provável que ela goste de garotas... - Terminei com um suspiro.

- Ou talvez ela decida realmente seguir em frente, o que é mais logico do que voltar para aquele babaca! - Ri. - Olha tenta só uma vez, se você não tentar não vai saber nunca, dê uma chance para o seu...

Parei de ouvir o que Taylor falava no mesmo instante que a vi na entrada do mercadinho. Engoli em seco rezando para que ela não me visse. Apressei meu passo o mais rápido que pude para tentar chegar ao caixa e sair dali. As compras que estavam carrinho eram pesadas demais o que fazia o carrinho ficar ainda mais lento, oh droga! Fitei ela mais uma vez tentando ter certeza que ela não havia me visto ali, mas nossos olhares se cruzaram e ela sorriu para mim me deixando totalmente ruborizada, rezei internamente para que ela não se aproximasse de mim, mas por ironia do destino ela deu passos largos até mim. Decidi apenas ignorar, quem sabe ela não desistisse e fosse embora? Mas não, o sorriso brincalhão apenas aumentou em seu rosto.

- Tay eu preciso desligar... Ela... - Engoli em seco. - Ela parece que quer conversar comigo...

- Aproveita e convida ela para sair. Beijos Alex! - A linha ficou muda.

Guardei o celular no bolso e dei uma olhada discreta para trás, ela continuava na minha cola. Droga Michelle, por que você tinha de ser tão insistente? Suspirei fundo e continuei andando rezando para que ela desistisse.

- Ei Alexandra! - Ela havia me chamado, tinha duas opções: a ignorava e saia dali ou parava agora, falaria com ela e possivelmente pela primeira e ultima vez.

Optei pela primeira, era mais pratica e se ela batesse na minha porta para tentar conversar comigo novamente poderia dar a desculpa de que não tinha ouvido ou que estava muito ocupada e não poderia conversar naquele momento, algo assim para tentar...

- Alexandra o chão molhado! - A voz de Michelle havia me tirado de meus devaneios.

Escorreguei e acabei soltando o carrinho e caindo no chão, minhas costas doíam como nunca havia doido, fechei os olhos tentando de alguma forma amenizar minha dor, mas não surgia efeito algum. Senti mãos pequenas e macias tocarem meu rosto e minha cabeça ser colocada contra algo fofo.

- Oh meu Deus! Vamos Alexandra acorda! - A voz de Michelle novamente. Havia pagado um mico, mas ele havia valido a pena.

E depois disso não havíamos trocado mais nenhuma palavra, continuamos nossa rotina. Ela indo para a escola onde lecionava e eu continuei a minha obsessão por ela. No trabalho Shane estava pior do que nunca, ele estava realmente sendo um pé no saco e um idiota mais do que ele já era! Me fazia de escrava 24 horas por dia o que quase não me deixava tempo para conseguir observar Michelle.


Olhei a papelada em cima da minha mesa, Shane tinha me pedido para fazer um resumo sobre a ultima semana do desfile que a revista promovia todo o ano e aquilo era difícil de se fazer quando a única coisa que se passava pela minha cabeça era apenas um: Michelle.

- Ei Russo. - Ouvi a voz do Grey mais novo. - Já terminou o resumo? Já temos que ir embora. - Ele disse colocando as mãos na mesa.

- Ainda não Nate. - Suspirei cansada. - Sem ofensas mais seu irmão é um imbecil. - Disse ouvindo o riso do Gey mais novo.

- Você pode não acreditar, mas ele é muito pior. - Ri da piada do Grey mais novo, por que era verdade, ele era muito pior.

- O que é tão engraçado, Russo? - Ouvi a voz enjoada do Grey do meio, não havia o visto entrar na minha sala. - Vamos estou esperando uma resposta, quero saber, realmente estou precisando rir.

- Precisa de senso de humor também... - O Grey menor sussurrou quase inaudivelmente.

- Como Nate? - Ouvi o tom duro do Grey do meio. - Mas deixe para lá, terminou o resumo, Russo?

- Shane todos já foram deixe ela ir para casa. - Nate tentou contradizer o irmão.

- Tudo bem. - Suspirou vencido. - Mas vou querê-lo amanhã de manhã e sem falta. - Ele disse batendo a porta.

- Desculpe por ele... Ele ainda não superou muito bem o fato de ter levado um fora da Mitchie. - Arqueei uma sobrancelha confusa. - Michelle Torres, não se faça de desentendida, Alex.

- O-o q-que? - Gaguejei ouvindo o riso nasal do Grey mais novo.

- Você sabe do que estou falando. - Revirou os olhos. - Mas conversamos amanhã. - Ele deu um beijo em minha bochecha e seguiu caminho até a porta. - Até amanhã, Alex. Boa sorte para que o Shane não coma seu coração. - Segurou a maçaneta da porta e olhou para mm. - E tente não brincar com o Alex JR pensando nela. - E a porta havia fechado.

Meu rosto estava ruborizado e confuso. Como diabos ele sabia disso?


Tentei equilibrar os papeis em minhas mãos enquanto abria a porta. O fato de que teria que ficar a noite toda acordada tentando fazer este maldito resumo estava deixava totalmente nervosa, se não conseguisse fazê-lo teria de procurar outro emprego e isso não esta em meus planos. Abri a porta e continuei tentando não deixar os papeis caírem no chão. Fechei a porta e me encostei na madeira fria, deixei um suspiro sair de meus lábios, me acalmar agora é o que preciso.

Caminhei para meu quarto com os papeis empilhados, o quanto mais rápido começar mais rápido poderei ir dormir e isso é o que preciso, meu cansaço estava começando a me chatear. Coloquei os papeis em cima da mesa organizadamente, puxei a cadeira e armei meu notebook em cima da madeira me preparando para começar este maldito trabalho. Fitei as teclas do notebook e não fazia a mínima ideia do que escrever, não por preguiça e sim por que não havia passando nada pela minha cabeça. Exceto Michelle. Balancei a cabeça tentando tira-lá de minha cabeça. Preciso de concentração, apenas! Disse para mim mesma, porém foi em vão, ela novamente passou pela minha cabeça. Suspirei fundo, o vento que entrava pela janela me deixava ainda mais irritada, tentei me concentrar novamente nas teclas do notebook, mas o vento que entrava ficou ainda mais forte fazendo a recém colocada cortina se mexer. E aquela foi a gota d' água, me levantei da cadeira e segui para a janela, iria fecha-lá para pelo temos ter silêncio. Fechei a janela, mas algo tomou minha atenção por completo, Michelle. Não ela não estava compondo ou apenas assistindo televisão como de costume, ela estava tirando a blusa. Meus olhos arregalaram-se com a visão de suas costas nuas, ela se aproximou da cama e se deitou nela. Oh, não! Ela não vai mesmo fazer o que estou pensando? Ainda na janela esperei para ter total certeza e ouvi o primeiro gemido. Minha boca se abriu totalmente, senti meu amiguinho se animar com o som, e novamente outro gemido. Abri ainda mais a janela e me sentei na cama. Havia duas opções: poderia ignorar o barulho e voltar a trabalhar, ou poderia aproveitar e brincar com Alex JR. Ouvi o terceiro gemido, contudo mais forte desta vez e não resisti. Levei as minhas mãos ao botão da minha calça jeans e a tirei juntamente com minha cueca boxer no mesmo instante.