Capítulo 1 O Expresso de Hogwarts

Harry Potter, o menino que sobreviveu, depois de passar por várias situações finalmente chegou à plataforma 9 e 3/4.

Com a ajuda de gêmeos ruivos, Fred e George Weasley, ele entrou no trem e conseguiu instalar-se em um dos compartimentos.

Antes que a máquina começasse a mover, uma garota mais velha e já com as vestes de Hogwarts, entrou na cabine.

- Olá! Enfim o primeiro ano não é? – ela perguntou de forma educada.

- Sim. Eu sou Harry Potter. – ele ofereceu a mão para cumprimentá-la, apesar de estar corado.

Harry é um garoto bastante tímido e inseguro, mas após esta viagem sua vida iria sofrer uma grande reviravolta, apesar de ele não ter percebido ainda.

A garota sentou à sua frente, ofereceu um sorriso tranqüilizante e aceitou a mão ofertada, que recebeu entre as suas de maneira delicada, mas demonstrando firmeza.

- Mayumi Potter-Shinomori! – ela se apresentou, apenas esperando a reação do garoto.

- Desculpe, mas você disse Potter? – neste momento Harry apenas queria acreditar que ouvira certo.

- Ouviu corretamente, Harry. E respondendo a sua próxima pergunta, nós somos parentes.

- Mas me disseram que os Dursley são meus únicos parentes vivos. – sua face estava pálida.

- Veja, Harry, até sete anos atrás meu pai não sabia de sua existência e Dumbledore não sabia da minha.

- Como?

- Minha mãe morreu em um ataque, ainda durante a primeira Guerra. Eu estava na casa de meus avós paternos. Depois disso, meu pai me escondeu, desde que Voldemort estava caçando todos os Potters. Fomos para o Japão e só voltei em meu primeiro ano de Hogwarts.

Ele observava a garota, um familiar e talvez algum tipo de esperança. Ela era alta, de pele clara, olhos ligeiramente puxados de uma cor azul pálida e fria, cabelos longos e negros.

- Qual é nosso grau de parentesco? – ele ficou curioso por saber.

- Minha mãe era prima de seu pai. Somos primos em terceiro grau. – ela respondeu com um pequeno sorriso. – E quanto ao fato de não saber que tinha parentes além de seus tios e primo... Bem, isso é um assunto delicado.

- Pode me explicar?

- Veja, Harry, meu pai vem tentando obter sua guarda pelos últimos sete anos. Mas Dumbledore tem sido contra. – ao ver que ele estava pra fazer-lhe algumas perguntas ela logo emendou. – Os detalhes, Harry, vamos tratar depois. Não é bom ter uma conversa de assuntos delicados em um ambiente onde podemos ser ouvidos.

- Entendo! – Harry estava começando a sentir-se em um daqueles filmes de espiões que tia Petúnia assistia as vezes, enquanto ele fazia as tarefas em casa.

- Vamos falar de coisas mais amenas. O que pode me contar sobre você, Harry? – ela falou, sabendo que mesmo assim não era realmente um assunto mais ameno, não em sua totalidade.

- Bom, vivo com os Dursley desde que tinha um ano. Não sabia que era um mago até mês passado. – e neste ponto ele parou, tentando lembrar-se de algo mais que poderia contar a sua recém descoberta prima.

- Quem foi lhe buscar para instruí-lo sobre Hogwarts e o mundo bruxo?

- Hagrid. – ele apenas ofereceu o nome, sabendo que ela estudou na escola e provavelmente o conheceria.

- Suponho então que não tenha lido os panfletos sobre as diferenças entre os costumes trouxas. – não era uma pergunta.

- Como sabe? – ele estava deixando a curiosidade falar mais alto.

- Você ofereceu-me a mão para um aperto. – ela simplesmente falou e sorriu.

- Mas não é o costume?

- Trouxa sim. Entre os bruxos requer um pouco mais de cautela.

- Existem regras para apertos de mão?

- Entre muitas outras regras de comportamento. Veja, nunca ofereça a mão para alguém mais velho, espere que eles o façam. Aceite sempre o cumprimento, a menos que seja declaradamente inimigo desta pessoa. E nunca ofereça a mão a uma dama. Nestes casos deve-se apenas inclinar a cabeça respeitosamente e verificar se ela lhe oferece a mão, onde deve apenas roçar os lábios levemente.

- Se isso são apenas regras para cumprimentar, sei bem menos do que imaginava sobre o mundo bruxo. – ele parou por alguns momentos e começou a pensar. – Mayumi, tenho medo de falhar em Hogwarts e...

- Ter que voltar a ficar com seus parentes. – Ela completou mostrando que não estava contente. – Entendo sua preocupação e tenho uma proposta a lhe fazer.

- Diga. – era notável o quanto ele estava ansioso.

- Eu posso lhe ensinar.

- Como em aulas de reforço?

- Não exatamente. Harry, uma das coisas que você deve compreender desde agora é que você é o único herdeiro direto da família Potter e que isso traz uma posição política a você, que deveria ter sido ensinado desde cedo sobre estas coisas. Isso somando ao fato de que é um garoto famoso pela queda de Voldemort traz-lhe uma grande responsabilidade.

- Porque eu nunca fiquei sabendo disso? – Harry chegava ao quase desespero.

- Este é um daqueles temas delicados que vamos discutir depois. – ela olhava-o com o que parecia ternura, ou máximo que seus olhos pálidos poderiam demonstrar. – Mas acalme-se, vou ajudá-lo. É para isso que fiquei em Hogwarts esse ano.

- Você não é mais aluna. – ele apenas constatou o fato. – Mas, se não estuda mais em Hogwarts, porque está na escola esse ano? Não acho que deixariam ficar só para me dar aulas que eu já deveria ter recebido em todos esses anos que passaram.

- Uma boa conclusão. E correta, também. – ela ofereceu-lhe um sorriso de aprovação – Não, sou aprendiz da professora Bathsheba Babbling, de Runas antigas. Vou passar os próximos dois anos terminando meu aprendizado e depois substituí-la em Hogwarts. Nesse tempo, vou organizar nossos horários para que eu possa instruí-lo no que precisa aprender sobre a sociedade bruxa.

- Entendo. – ele sorriu discretamente. – Acho que posso fazer isso.

- Mas não vou aceitar nada a menos que o melhor vindo de suas aulas regulares.

- Eu gosto de estudar. Só nunca me permitiram ser um bom aluno. – ele falava tão baixo que Mayumi quase não poderia escutar.

- Bem, isso vai ser diferente agora. Vou cobrar-lhe um desempenho excelente, em qualquer área. Lembre-se Harry, a casa Potter nunca teve representantes medíocres. Fora que você tem o potencial, basta apenas usá-lo.

- Vou conseguir. Por meus pais e por mim. – era quase possível ver uma aura incandescente ao seu redor.

- Bom. Tivemos um bom começo. – ela sorria abertamente agora. – Mas preciso lhe contar mais algumas coisas importantes antes de chegarmos em Hogwarts.

- Bem, acho que ainda consigo acompanhar um pouco mais de história hoje.

- Meu pai deve estar falando com seus tios por agora. Se já não tiver resolvido a questão.

- Que tipo de questão?

- Ele quer que eles assinem os documentos para que se torne seu guardião. Digamos que meu pai finalmente conseguiu dobrar o velho Dumbledore.

- Quer dizer que possivelmente não precisarei mais estar com os Dursley?

- Isso mesmo. E temos um bom argumento.

- O que?

- Teremos tempo depois para falar sobre isso.

- Entendi. Assuntos delicados. – ele sorria.

Mayumi parecia buscar um motivo para mudar de assunto e logo encontrou um. Ao olhar para o garoto quase não poderia acreditar em que tipo de roupas ele estava vestido. Eram peças grandes, possivelmente umas quatros vezes mais do que o tamanho apropriado.

- Harry, desculpe perguntar, mas que roupas são essas?

Ele parecia autoconsciente naquele momento, pois corou antes de responder em uma voz praticamente inaudível.

- São as sobras de meu primo Duda.

- E suas próprias roupas?

- Bem, as primeiras roupas compradas apenas para mim são o meu uniforme de Hogwarts.

- Bom, vamos ter que remediar isso.

Ela logo buscou um catálogo em sua bolsa e folheou rapidamente as páginas em busca da seção masculina dele. Com a varinha ela fez marcações em várias roupas, de todos os estilos. Logo ela transfigurou um lápis em uma fita métrica e antes que Harry pudesse pensar ele estava sendo medido e os números eram anotados no pergaminho que seguiria com o pedido que sua prima estava fazendo.

- Mayumi, não acho que deveria fazer isso. De verdade, não me sinto tão mal como estou. – ele tentava em vão parar a sua prima recém descoberta de dar a ele um novo guarda-roupa.

– Além do mais, não tenho dinheiro para tudo isso.

- Ah...esse é o problema? – ela sorria

- Bem...algo assim. Acho que devo guardar meu dinheiro enquanto estou na escola.

- Harry, aquele cofre que você viu é o seu cofre de confiança. Ali está o seu subsídio anual e será reabastecido ao final deste ano letivo.

- Eu não sabia.

- Percebi. E não se preocupe. Isto será um presente por todos os aniversários e natais que não passamos juntos. Sabe, seu pai era meu padrinho, então acho que passaríamos muito tempo juntos se as coisas tivessem saído como ele e minha mãe pensavam.

Os dois pararam por alguns segundos pensando no quanto a situação poderia ter sido diferente. Ela pediu a ele Edwiges, que sentiu-se feliz por ter uma entrega a fazer, e despachou o pedido. Logo eles estavam mais uma vez entretidos com uma conversa amena. Conheciam-se melhor a cada minuto que passava.

Na hora do almoço Mayumi dividiu com Harry o lanche que trouxera e disse-lhe que assim que ele fizesse um checkup médico ele entraria em uma nova dieta. Mas permitiu que ele comprasse uma variedade de doces bruxos, da senhora do carrinho, para que ele os conhecesse.

Ele trocou-se antes de chegar em Hogwarts e ela disse-lhe para não se preocupar com a seleção, desde que ele não teria que demonstrar nenhum tipo de conhecimento hoje. O que o deixou feliz, pois não sabia se conseguiria responder a nada, mesmo tendo lido os livros recomendados para o ano.