put the money where your mouth is
Ela havia ferido seu orgulho antes mesmo que a conhecesse.
Os anúncios sussurrados de que finalmente alguém iria destituí-lo do título de invicto o perseguiram desde o porto e por todas as vielas que atravessara para chegar a taverna. Era conhecido pelos sete mares por suas vitórias em todos os tipos de jogos que alguém ousasse desafiá-lo. Podia não ser reconhecido como um grande pirata, mas neste assunto ninguém duvidava de que fosse o melhor. E então, de repente, havia um adversário a sua altura – e não bastasse a estúpida presunção que levava todos a acreditar em sua derrota certa, ao chegar ao local descobrira que aquele que deveria ser melhor do que ele tratava-se ainda de uma mulher.
Blaise Zabini riu antes de dizer qualquer coisa. Desdenhoso, achou que havia duas hipóteses para o que acontecia ali, e em ambas aquilo não poderia passar de uma piada. Ou todos estavam sendo irônicos quanto a chegada do dia em que Capitão Zabini perderia sua posição, ou que aquela a sua frente não era de fato a pessoa a quem se referiam. Ela armou um sorriso sarcástico, porém, e com um meneio de cabeça lhe indicou uma cadeira. Ele hesitou, ainda rindo. Passado tempo o suficiente sem que ninguém se manifestasse para desfazer aquela brincadeira, teve de dar-se por vencido e se sentou.
Pansy Parkinson, ela disse se chamar. Supôs, e colocou sua suposição em palavras, que ele dispensava apresentações. Ela novamente sorriu de lado e disse que realmente não era necessário. O jogo foi escolhido e as cartas foram dadas, e foi preciso apenas uma partida para Blaise perceber que as aparências enganam. Cinco para que seus bolsos ficassem vazios e seu orgulho mais ferido ainda.
O sorriso dela, porém, permanecia intacto.
