Prólogo
A vida feita de incertezas tem, afinal, algo de certo: a morte! Algo a que ninguém pode fugir, o sono eterno, que nos leva para sempre para uma escuridão sem fim. Um mar que os vivos não ousam navegar pois se o fizerem, nunca mais iram voltar.
Nem mesmo ela foi capaz de fugir. Até ela, um dia, teve de sucumbir perante as malhas do destino sendo também ela arrastada para esse mar de escuridão eterna. As ondas da morte engoliram-na, não a libertando da angústia e sofrimento que acompanharam a sua alma durante os séculos que se foram passando. Mas uma alegria a reconfortava, tinha morrido a proteger uma das coisas que mais amara em vida e não se arrependia de nada do que havia feito naquele instante.
A sua alma abriu as asas e rumou em direcção ao planeta azul, onde a continuação da sua missão a esperava, onde a ânsia de uma nova oportunidade de viver a aguardava…
***
O som dos seus passos ecoava na noite escura, onde o firmamento era iluminado pela intensa luz prateada de uma enorme e redonda lua cheia.
A luz do luar reflectia na estrela prateada do seu peito enquanto corria pela noite. Corria, em busca de algo que nem mesmo ela sabia o que era, muito menos onde encontrar, apenas sabia que tinha de a encontrar e continuar a correr.
Uma gargalhada rasgou a noite fazendo-a interromper a sua marcha.
- Parece que encontrei!
- Não, eu é que encontrei. – a voz desconhecida e vinda de parte incerta era fina, tornando-se histérica quando equiparada com a doce e calma voz da rapariga. – Encontrei uma diversão para esta noite.
