As batidas na porta eram incessantes. Ritmadas, porém, incessantes.

E aquilo estava cansando.

As batidas continuavam.

Ele tentava esquecê-las.

Batidas na madeira.

Costas encostadas na porta. Mãos nos ouvidos.

Batidas e promessas falsas. Risadas estridentes. Desespero a flor da pele.

Ele não agüentava mais. Não agüentava as batidas. Não agüentava a situação.

Estava quase se entregando quando uma mão lhe foi estendida.

Uma mão. Mais uma vez.

- Co-como entrou aqui, aru?

Não houve resposta. Foi guiado pelo maior para longe da porta. Para longe do tormento.

Sentaram-se no jardim, o dia estava nublado – estava comum ver nuvens invés de sol. Escuridão no lugar de luz.

E ele estava no escuro.

Com medo.

Medo de fracassar e se entregar mais uma vez.

- Não sei mais o que fazer, aru. Eu só queria crescer, aru... – Suas palavras acompanhavam os gritos agora longínquos e as batidas não mais tão ritmadas em sua porta. Palavras, gritos e batidas no mesmo tom. – Estou com medo, aru...

Pausa. O constrangimento do menor não passou despercebido.

Ele estava com medo.

Não que ele se importasse. Não que aquilo fosse fazer diferença.

Nunca fazia.

Mas ele agora chorava. Quieto, deixava as lágrimas escorrerem.

- Por que medo? Eu estou aqui com você, não estou, da? Fui eu que comecei toda essa história. Fui eu que enfrentei a fúria dos que se diziam donos do mundo. Fui eu que te trouxe para o meu lado. Mas foi você que continuou...

A última frase saiu sem querer. O menor sabia o que significava.

- E você está ai, com medo. – O russo continuou, sarcasticamente sorrindo. – Esse idiota que bate na sua porta não passa de um fraco, um exibido que vive às custas de sua fama. Ele sim está com medo, da. E você é mais idiota ainda por temê-lo.

O chinês olhou para o russo e ponderou. Ele tinha razão, afinal.

- Por que está aqui, aru?

O maior abriu ainda mais o sorriso. Encarou o chinês com seus olhos violeta e depois saiu, deixando o asiático perplexo, ainda no jardim.

"Ele tem mais força do que imagina. Faça o que tem de fazer, é a sua vez de tentar, da ~ ".

Fim (?)

Olá pessoas o

Vamos às explicações (Não devem ter entendido bulhufas OO )

1°) Essa loucuragem toda nasceu de uma reportagem que li da revista Veja intitulada "O Sputnik chinês", falando sobre a preocupação americana com o atual crescimento da China nos setores da educação, tecnologia e etc. Como vocês sabem, os EUA enchem a boca para falar sobre sua supremacia nessas áreas e nosso querido Yao está "ameaçando" a fama dos americanos (sabem como Alfred é escandaloso...).

2°) Decidi colocar o Ivan ai porque... Bem, porque não consigo imaginar a China socialista sem a imagem imponente de uma certa torneira (isso ficou estranho OO) ao seu lado. Eu não sei, mas... Ah, tem uma lacuna enorme no meu aprendizado sobre isso /apanha por ler só sobre germânicos.

3°) As "batidas e gritos" na porta do Yao simbolizam o discurso do senhor presidente Barack Obama, que também li na Veja, prevendo mudanças para reverter essa situação. – Eu não sei onde a revista foi parar =S

4°) Espero que tenham gostado e se tiverem alguma dúvida, perguntem [professora de História mode on]

Reviews? =D