Capítulo 1- "Que seja eterno enquanto dure..."

Helen estava debruçada na amurada do Flying Dutchman. O convés estava silencioso, e não havia ninguém até aonde ia a vista. Apenas o mar. Seu companheiro mar. Seu amigo mar.

Bom, supõe-se que um ano depois de você se dedicar a alguma coisa, você possa compreendê-la ou dominá-la. Mas com ela estava sendo diferente. Há um ano ela estava tentando dominar seus poderes, e até agora... Nada. Bem, até conseguia controlar algumas ondas, mas todo o resto... Ela mesma não entendia como pode abrir o mar uma vez. Pois agora nem com todo o esforço conseguia repetir o feito.

Mas foi como se uma voz invadisse o convés naquela hora. A voz era cortante e fria, e lhe dizia insistentemente a mesma coisa, por segundos que lhe pareceram uma eternidade:

"Está obcecada por mais poder... e logo vai terminar como todos..."

A voz perturbou-a durante algo que não passou de 20 segundos, mas ao fim seus olhos já escorriam lágrimas. Levou as mãos aos cabelos loiros, dourados como ouro, e entrelaçou-as, desesperadamente. Os pés descalços estavam inquietos. A garganta não conseguiu sufocar o grito de desespero que estava entalado como um nó. Um silvo agudo invadiu o navio, o que de imediato acordou o capitão William Turner, que até segundos passados dormia tranqüilo em uma cama de casal que já não estava ocupada por um casal. O moreno abraçava o travesseiro ao seu lado, no local ainda revirado e aquecido no qual Helen havia dormido horas antes. Agora ele estava de pé, e enfiava-se desajeitadamente em suas calças. Não passaram mais 20 segundos e ele já estava no convés, abraçando a loira pelas costas:

"Len?! O que houve?! Está tudo bem?" perguntava ele aflito, enquanto tentava virar o rosto da loira para si, lutando contra a relutância dela em se virar para ele. Quando finalmente venceu a pequena batalha corporal que estavam a travar, constatou que seu pequeno tesouro estava em prantos. Apoiou o indicador e o polegar no queixo dela enquanto sua testa encostava-se à dela. "Len... o que houve?"

Mas pelo que parece Len não se contentou simplesmente em ter o apoio dos dedos dele e da testa, pois no instante seguinte ela já se atirara nos braços dele, soluçante, sacudindo não só o próprio corpo mas também o dele. Ele tratou de abraçá-la forte. Conhecia ela. Precisava se sentir segura, como se nada pudesse tirá-la dele. Só que isso só acontecia agora. Que diabos deu na cabeça dela?

Minutos de choro silencioso se passaram, e ele agradeceu muito pelo silencio. Pietro dormia ainda em uma das cabines. A tripulação deveria estar dormindo também. E digamos que os gritos de Len eram bem agudos. Depois de alguns apertos ele tentou de novo:

"Hein?!Não vai me dizer o que houve?"

(funga) "Will... acha que estou ficando obcecada com esse negócio do Selo de Calypso?"

O moreno não teve outra reação após ouvir a pergunta senão sorrir. Mas logo viu que o sorriso não bastava para ela se contentar. E achou melhor começar a dar sua opinião:

"Len...é claro que não está obcecada por nada...é natural que você queira descobrir seus poderes..." disse ele enquanto a encarava gentilmente e deslizava os dedos por entre seus cabelos. "Só acho que você pode dar um tempo vez ou outra, para não acabar desmaiando como da última vez... preocupou todos nós..." disse ele, ainda sorrindo. Mas logo ele parou com o sorriso, algo estava estranho. De onde surgira essa conversa? "Diz de onde você tirou essa idéia absurda..."

A loira mordeu os lábios desconcertada, e olhou um pouco para o céu. Como ela iria explicar que simplesmente ouviu uma voz dizer-lhe isto?!

"Sabe quando parece que algo te diz pra você fazer ou dizer alguma coisa? Então, foi mais ou menos assim..."

Ele levantou uma das sobrancelhas, o que mostrou que ele não estava muito confiante na resposta que recebera, mas que também não iria questionar. Apertou a mão dela firme.

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"Jack, venha ver!!!" berrou um Dean mais do que animado, totalmente sem noção. E é obvio, que ele fora tolo. Acabara de amanhecer, Jack divide cabine com Amanda. Será que o nosso amado Dean espera mesmo que o pai esteja acordado?

Dean estava debruçado sobre uma mesa um tanto bamba. Sobre ela haviam diversos papéis e um mapa, ao lado de uma vela já muito gasta, que indicava que o moreno passara a noite estudando aqueles papéis. O mapa estava escrito em uma língua um tanto incomum. Mas Dean a reconhecera. Era grego antigo.

Estivera na Grécia ainda enquanto criança. Um local que não se desenvolveu o bastante. Os antigos costumes ainda prevaleciam. Em uma de suas mais antigas regiões havia o templo de Apolo, sem dúvida o maior de toda a Grécia. E na entrada dele, estampado em um dos portais a marca do deus Apolo: um pequeno sol.

Sacudiu a cabeça e novamente voltou o olhar cinzento ao mapa. A mesma marca estava ali naquele mapa. O mesmo sol. O segredo para encontrar o tesouro do templo de Apolo.

'Ja-a-ack!" berrou ele lentamente, na esperança de que o pai acordasse. Bom, desta vez produziu efeito. Minutos depois o pai estava de pé, mas a sua cara indicava que o humor não estava dos melhores:

'Que houve garoto? Acaso o Kraken despertou novamente e está atrás de nós?" falava isso num tom de voz bem alterado.

"Eu encontrei o caminho. Eu encontrei o caminho!" falava isso com os olhos de uma criança que recebeu um belíssimo presente do papai-noel.

"O caminho pra que doninha saltitante?" perguntou Amanda, tentando disfarçar debaixo de seu habitual tom sarcástico a raiva que estava do enteado por este tê-la tirado de tão belos sonhos ao lado de Jack.

"O caminho para o templo de Apolo. Para o maior tesouro que se pode imaginar..."

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Cabelos loiros voavam ao vento e refletiam de maneira surreal a luz do sol. E o dono desses cabelos parecia ser o sol em si.

Alto, com um corpo muito mais do que bem definido. Se as pessoas nessa época não fossem tão atéias elas acreditariam que aquele homem era um deus. Pois bem parecia.

Estava descendo as escadarias do que parecia ser o maior templo já visto. As colunas eram imensamente altas, e estampado em um dos portais havia uma marca. Um pequeno sol. Um selo.

O loiro descia as escadas quase que pulando de tão rápido. O semblante era sério, e a julgar pelo seu olhar, era sempre assim. Uma garota esperava-o aos pés da escadaria. Era morena, e os cabelos eram castanhos e ondulados. Ela estava encarando aqueles olhos azuis bem fundo. E por mais que procurasse a parte mais profunda daqueles orbes azulados, eles pareciam não ter um fim.

"Então Diego? Pra onde nós vamos agora?" perguntava ela num tom de voz muito baixo, os olhos azuis como os do irmão encarando o chão. Era alta como ele, porem seu corpo não era tão bem definido. O loiro voltou o olhar para ela, revelando todo o seu rosto, que como era de se imaginar, também era mais do que perfeito. O nariz era alinhado e perfeitamente reto, o queixo era largo e tudo nele tinha um ar divino, parecendo estar envolto em uma nuvem dourada.

"Acalme-se Ly. Daqui a pouco você vai saber... acha que as condições estão boas para navegar?" perguntou ele, quando finalmente estava ao pé da escadaria, olhando distraidamente para o céu. A irmã estava em seu encalço, e seus olhos azuis se turvaram ligeiramente antes dela dizer:

"Não vejo problema algum em navegar, talvez durante uma semana. A maré há de estar boa."

"Espero que não enfrentemos a fúria do mar... Espero não encontrar nenhuma sereia rebelada em meu caminho..."

"Como assim?" perguntou a outra encarando o irmão, que simplesmente sorriu gentilmente antes de responder: "Nada. Só disse isso pois as vezes o mar é revolto e incerto como uma mulher. E suas ondas podem ser tão belas e perigosas quanto as curvas de uma linda mulher."

"Di..." perguntava a morena pra ele.

"Sim?!"

"Diz a verdade...tem a ver com essa marca né?" perguntou nervosa, apontando para a lua que ela trazia em sua nuca. "Fala, tem a ver com a minha e com a sua marca né?"

"Ly, acalme-se. Ta, tem a ver sim, mas por enquanto não sabemos nada...quase nada..." disse virando-se para a irmã e apertando sua mão gentilmente. "Só o que sei é que a guardiã do Selo de Calypso é uma mulher, filha da própria Calypso. Afora isso, só sei eu está nos mares caribenhos."

"Então é pra lá que nós estamos indo, não é? Pra região do Caribe?"

"Sim, Lithium. È pra lá que vamos. Achar a tal mulher. E pegar o Selo que está com ela."

"Mas...isso não seria matar? E quanto a respostas? Talvez ela tenha respostas que nós não tenhamos, talvez ela possa ensinar muitas coisas..."

"Você acha?" perguntou ele, olhando para o céu, distraído.

"Acho que sim, mas eu sei que você já deve estar sabendo da verdade..."

"Pra falar a verdade ainda não..." sorriu ele, de forma recatada.

"Mas e seus poderes?"

"O futuro é algo que não deve ser mudado. Cada um de nós tem direito de fazer escolhas, e tentar medir mentalmente quais serão as conseqüências delas...É isso que define nosso caráter. E eu sei que você está certa, não, não planejo matá-la até ter as respostas para as coisas que quero saber."

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Primeiro cap curto eu sei, me perdoem!!!!

Espero q o final tenha posto um pouco de tensão, agora me digam...Diego num eh um gato???

Rsrsrs, agradeço a Mah q providenciou o sobrenome dele, q ainda serah citado, e o nome da irmã dele, a Lithium(mais conhecida como Ly), ou seja, ela eh a madrinha deles!!!!

Curtam bastante genteee!!!

Bjaum, obrigada tbm a maninha, a Ieda, a Taty e a Lara

Bom fds pra tds!!