Jesse não conseguia entender o que ela via em um garoto como ele.

Finn. Até o nome soava, de alguma forma, estúpido.

Finn não conhecia Rachel como ele, não reconhecia o talento dela como ele, não sabia, tanto como ele, do que ela era capaz.

Finn não sabia de nada. Não era nada. Apenas um garoto que conseguiu o perdão de Rachel por várias vezes. Perdão esse, que pertencia apenas a Jesse. Porque ele, diferente de Finn, não cometeria o mesmo erro tantas e tantas vezes; ele sim correu atrás desse perdão.

Mas chegou atrasado.

E Jesse ficava ali a observando de longe ao lado dele, vendo como o tempo passara rápido demais. E imaginando se alguma dessas coisas pudesse mudar o fato de que ela não o quer.

Porque até ele conseguia ver que a cada música cantada, o coração dela gritava por Finn. Finn. Finn. Finn. Sempre Finn.

Mas Jesse sabia – e se torturava todo fim de noite por isso – que a tinha perdido por que quis. A culpa era sua. E culparia as mentiras se pudesse, culparia o idiota do Finn Hudson, culparia seu cérebro que mandou comandos ao coração o fazendo pulsar daquela maneira exagerada; culparia tudo de mais fácil acesso, apenas para arrancar a culpa que pertence única e exclusivamente a ele.

E agora ele a via cantar. Cantava com tanto gosto, com tanto carinho, cuidando de cada nota, como se fosse para salvar a vida de alguém. Não era apenas para conseguir entrar em NYADA, Jesse enxergava, era para conseguir sobreviver. Cantar fazia parte dela. Era seu oxigênio. Sua essência. E era tão lindo.

Não tinha como não olhar, não tinha como não sorrir. Ela era, de fato, a pessoa mais talentosa que ele já conhecera.

Ele só esperava que o idiota (estúpido e babaca) do Finn Hudson conseguisse enxergar tudo isso também.


Glee agora me parece um passado bem distante.

Sem fins lucrativos, aliás.