Alice estava em seu quarto, novamente agarrada com seu coelho de pelúcia, que já estava muito sujo e velho. A moça do orfanato tinha acabado de lhe dar um remédio para dormir, como ela fazia todo dia, mas o remédio parecia não fazer efeito. Pois a cada segundo que se passava Alice ficava mais acordada. Seu psicólogo havia dito que isso era normal para uma adolescente que havia perdido a família inteira tão cedo. Mas ela sabia que era mentira, que todos aqueles ratos malditos daquele hospício chamado orfanato queriam ela morta, que todos aqueles covardes hipócritas tinham medo dela levantar de sua cama e matar todos eles. E era essa a sua vontade, matar todos, desde seu psicólogo até a moça do orfanato. Ninguém era bom com ela, era ela humilhada e ridicularizada naquele orfanato.

- Se eu tivesse um mundo... Tudo seria louco. Nada seria o que é porque tudo seria o que não é. – Ela disse percorrendo o quarto com seus enormes e brilhantes olhos verdes.