Oi!!!!! Dessa vez...resolvi fazer uma coisa meio...louca. Ehehehehhe, é isso, nem sei como descrever, apenas espero que gostem. Boa leitura!

Capítulo 1: Perturbações e ataques
- Nome e identificação, por favor?

- Suuichi Minamino. Aqui está minha identificação.

- Muito bem. Pode entrar doutor, seja bem-vindo.

- Obrigado.

Kurama foi acompanhado pelo guarda até o imenso jardim. No meio dele se encontrava um imenso prédio, onde no topo se lia: "Hospício Kinomoto". Ele se separou do guarda e foi caminhando até a entrada do edifício. Ao longo do caminho, o youko observava vários doentes tomando sol. Kurama tinha pena deles, imersos nas suas mentes distorcidas e perturbadas. Na verdade, esse era seu primeiro "trabalho" de verdade desde que tinha se formado na faculdade de medicina.

Porque tinha escolhido isso? Bem, era uma boa pergunta. Podia ter escolhido qualquer coisa, como crianças, ser um cirurgião, um ginecologista, mas preferiu trabalhar com loucos. Não sabia bem ao certo, mas aquele lugar lhe dava uma paz que só sentia nos braços do seu koorime. Estranho não? Mas talvez trabalhar com aquelas mentes perturbadas lhe dava a oportunidade de viver coisas que já tinham acontecido com ele. Ele deixou suas divagações para outra hora quando parou em frente do escritório do diretor do lugar. Bateu levemente. Após alguns segundos, um homem aparentando uns trinta e cinco anos abriu a porta. Ele tinha o cabelo cinza prateado e aparência calma.

- Olá, o que deseja?

- Meu nome é Suuichi. Sou o novo médico contratado.

- Ah, claro!!! Entre por favor.

Kurama entrou na sala. Ela era pequena, mas bem aconchegante. Uma coisa que chamou sua atenção é que havia vários porta-retratos por toda sala. Na maioria deles havia uma garota de olhos verdes e um homem de cabelos escuros. Ah, e é claro, um bichinho de pelúcia amarelo.

- Parentes? - perguntou Kurama tentando puxar conversa.

- Ah. Digamos que sim... - o homem por um momento teve um olhar triste - A propósito, meu nome é Yukito Tsukishiro. Sou o diretor e fundador desta clínica.

- Há quanto tempo ela existe?

- Há cinco anos. Quero saber de algo: porque um recém-formado quis trabalhar com pacientes nesse estado?

- Não sei...mas sinto que os ajudarei de alguma forma.

- É claro. Parece-me ser bem calmo e maduro para sua idade.

- É o que dizem. Falam até que pareço ter muito mais idade que aparento. - Kurama sorriu. O que não deixava de ser verdade.

- Muito bem. Começaremos agora mesmo. Creio que darei a você meu caso especial.

- Especial?

- Sim. É uma mulher de vinte e oito anos. Acompanhe-me.

Eles saíram da sala e foram caminhando por um longo corredor. Enquanto isso, Yukito ia explicando tudo a Kurama.

- Creio que já deve ter ouvido falar da família. Seu nome é Meiling Li.

- Do clã dos Li de Hong Kong?

- Exatamente. Há cinco anos ela perdeu toda a família numa tragédia terrível. Para ela foi um choque terrível, pois além de tudo acusaram-na de ser a assassina. No entanto, mesmo provando sua inocência sua mente nunca mais foi a mesma.

Kurama ia ouvindo e lembrando-se aos poucos do noticiário que tinha visto na TV sobre o assassinato de um dos mais importantes clãs da China.

- Há dois anos atrás, ela foi transferida para cá.

- Quais são os sintomas?

- Depressão, agressividade e tendências suicidas.

- Creio que será meu primeiro e grande caso.

- Com certeza. Bom, ela se encontra naquela ala - disse Yukito apontando para um portão de ferro - Basta passar seu cartão de identificação que o sistema de segurança se abrirá. Depois fale com o segurança, tudo bem?

- Certo. - Kurama estava pasmo. Precisava tanta segurança assim?

- Até logo Doutor Suuichi. E boa sorte.

- Até logo.

Depois de falar com o segurança, Kurama foi levado até um quarto escuro. Nele, se podia ver uma mulher de longos cabelos negros. Vestia uma calça cinza e uma blusa branca. Ela olhava para a janela e parecia nem ter notado a entrada de Kurama. Ele se sentou na cama. Resolveu começar.

- Bom dia.

Ela nem se moveu.

- Sou seu novo médico.

Nem uma palavra. Kurama suspirou. Quem disse que seria fácil?

- Meu nome é Suuichi Minamino.

Aquilo parecia ter causado efeito na mulher que se virou e o encarou com seus olhos cor de tijolo.

- Então...o outro cara desistiu? - ela disse pausadamente - Daí mandaram você?

- Sim...ao que parece ele pediu demissão. - Kurama sabia o que tinha acontecido. O outro médico sofreu lesões graves num dos ataques de agressividade da paciente.

- Era um tolo...- disse voltando-se para a janela novamente.

- Não quer conversar?

- Sobre o que?

- Qualquer coisa. Escolha o assunto.

- Gosta de ciências ocultas, Dr. Suuichi?

- Como assim?

- Magia, ki, encantamentos, almas...

- Porque pergunta isso?

- Vai responder ou não?

- Não muito. Acho tudo isso uma grande lenda antiga. - mentiu Kurama. Afinal, ele sempre tinha visto os grandes médicos não acreditarem nessas coisas. Ninguém precisava saber que ele acreditava. E vivia com isso todos os dias de sua milenar existência.

- Está mentindo.

- É claro que não.

- Eu sei que sim. Posso sentir. Mas, vamos mudar de assunto. Já ouviu falar de um mago chamado Red Clow doutor...Kurama?

Dessa vez o youko fora pego de surpresa. Como ela sabia? Ali tinha alguma coisa.

- Do que a senhorita me chamou?

- Você sabe muito bem do que estou falando... - ela se aproximou dele - youko. Conhece esse mago? Não precisa mentir para mim.

- Ouvi falar... - disse Kurama meio receoso. Ainda queria saber como ela sabia da sua identidade de youko.

- Então...conhece o criador daquilo que matou minha família... - Meiling pôs a mão em seu cabelo ruivo. Não sabia porque, mas um arrepio de nervoso correu sua coluna - Tem os cabelos bonitos doutor... - rapidamente ela apertou sua nuca. Kurama sentiu a visão escurecer. Em questão de segundos, ele caiu no colchão desacordado. Meiling rapidamente tirou seu cartão de identificação.

- Não pensei que fosse tão descuidado...Kurama. Fique dormindo enquanto cuido da minha pequena vingança. - Ela apertou a esfera de cristal que trazia no pescoço - Yukito...não vai mais me impedir...
Algumas horas mais tarde, Kurama acordou num quarto branco e vazio. Sua mente estava meio confusa. Num turbilhão, tudo voltou a sua memória, inclusive...que ela o tinha nocauteado.

- Que bom que acordou.

Kurama olhou ao seu lado e viu o semblante calmo de Yukito.

- Me perdoe... - disse ele se recostando na cama - Onde estou?

- No meu escritório.

- Meiling?

Yukito suspirou.

- Fugiu.

- Como? Me desculpe, ela me nocauteou, não sei o que houve...

- Não precisa se desculpar. Não será nem o primeiro nem o último que foi enganado por ela. O que ela fez exatamente?

- Ela passou a mão por meus cabelos...então senti um aperto na nuca e depois...tudo escureceu.

- Hun. Ela apertou um de seus pontos vitais. Isso poderia ter deixado você em coma, mas ela só apertou o suficiente para o doutor desmaiar.

- Porque ela faria isso?

- Não sei ao certo. Ela poderia ter feito com algum dos médicos anteriores, mas porque você...não sei.

Kurama pensou no que ela havia dito: "Então...conhece o criador daquilo que matou minha família...". Será que seria algo com Clow?

- Bom... de qualquer forma...é melhor você ir para casa. Depois ligarei se tivermos notícias.

- Certo.

Depois que Kurama saiu, Yukito sentou-se na sua poltrona e começou pensar. Será que? Não, era impossível. Meiling saberia dos riscos. Mas...ela sempre fora impulsiva e também estava perturbada...num segundo, ele levantou-se e pegou um livro rosa na estante. Na frente havia vários símbolos. Estava escrito também: The Sakura. Ele suspirou.

- Não há outro jeito...Kerberos, saia daí!!

Uma luz invadiu o lugar e de dentro do livro saiu um bichinho de pelúcia amarelo.

- Hã...Sakura...aaaaaahhhhhhh!!! Yue, o que faz aqui?

- Creio meu amigo, que você dormiu demais...

- Porque? Onde está Sakura?

- Lhe explicarei tudo...

Após alguns minutos...

- Então...isso aconteceu... - Kero abaixou a cabeça - Porque não me despertou? Poderíamos ter feito algo.

O guardião da Lua olhou-o tristemente.

- Mesmo que despertasse...seria tarde demais. Além disso, todo o perigo ainda não acabou.

- Como assim?

- Todos esses anos, venho protegendo os únicos sobreviventes: Touya e Meiling. Mas agora...ela fugiu. Foi a mais perturbada, quer vingança.

- Vingança? Aquela pirralha é uma tonta.

- Ela já tem vinte e oito anos!!!

- Continua sendo uma pirralha.

- De qualquer maneira...você tem que ir atrás dela.

- EU?!?!?!

- É você. Eu tenho que ficar aqui...e... - Yue sorriu do que ia falar, um dos raros sorrisos que aparecia em seu rosto - ...um bicho de pelúcia chama menos atenção que um homem.

- BICHO DE PELÚCIA????????????????? YUE, VOCÊ VAI VER UMA COISA.........

- Calma!!!! Preciso da sua ajuda!

- Certo...tome cuidado. - Kero saiu pela janela - Bicho de pelúcia....

Depois que Kero foi embora, Yue voltou a forma de Yukito. Ele saiu do escritório e foi a uma das várias alas do hospício, com exceção que nessa estava escrito: Entrada proibida. Ele passou o cartão, e a grade se abriu. Foi andando até parar em um dos quartos. Entrou nele.

Tudo estava escuro, só se via um vulto encolhido num canto. Yukito sorriu.

- Touya...

- Yuki? - o vulto sorriu e virou-se para ele - Entre, mandarei Sakura fazer um chá para nós...você ouviu monstrenga??? - ele apertou um minigravador na mão. Ouvia-se: "TOUYA!!!! EU NÃO SOU MONSTRENGA!!!!!!!"

Ele repetiu a frase cada vez mais.

- Não precisa...quero apenas ficar aqui com você... - Yukito agachou-se e abraçou-o ternamente. Touya retribuiu o abraço enquanto dizia:

- Promete que vai ficar comigo para sempre?

- Prometo... - Yukito beijou seus lábios levemente - Prometo...
No outro dia...

Kurama nem esperou muito. Logo acordou e foi para o templo da mestra Genkai. Tinha chamado todos para uma reunião. Quando chegou, todos já estavam lá, com exceção é claro, de Yusuke.

- Olá...

- Espere!!!!!!! - Yusuke parou para recuperar o fôlego - Ch-egu- ei...arf...arf...

- Bom.Preciso contar algo sério para vocês.

- O que foi? - perguntou Kuwabara.

- Ontem comecei a trabalhar num hospício...nada demais até conhecer o diretor...

- O que isso tem a ver com a gente? - disse Hiei no seu mau-humor típico.

- Primeiro: o diretor tem um ki forte, não deve ser um humano comum - disse Kurama fuzilando-o com o olhar, dizendo em telepatia: "Falo com você à noite".

- Segundo: A minha paciente sabe quem eu sou.

- Como assim? - disse Genkai.

- Ela sabe que meu nome é...Kurama.

Todos se levantaram, inclusive Hiei.

- Mas...como?

- Não sei...mas tem algo muito estranho nessa história...

De repente, um vento forte começou a surgir. Todos foram para o pátio, pois sentiam uma energia estranha. Um raio fez eles se assustarem e olharem no local. De lá surgiu um tigre, em forma de pura energia. Uma menina de cabelos azuis e roupas estranhas estava montada nele. Atrás deles, uma criança de vermelho sorria ternamente. Uma voz ecoou por todo templo.

- Onde está ela?

- Quem é? Do que está falando? - Yusuke gritou.

- Onde está ela?

- Não sei de quem está falando. - Kurama se adiantou com a rosa nas mãos - Apareça!!

- Inúteis... - a voz sibilou - Matem-nos.
Fim da primeira parte
E aí? Espero que tenham gostado do primeiro capítulo!! Críticas, xingamentos, elogios, condecorações, ameaças, qualquer coisa é só mandarem um e-mail!!!!

Mystik