Nota do autor: As personagens de Burst Angel não me pertencem.
O Kyo caminhava calmamente pelas diversas ruas movimentadas da cidade. Dirigia-se para a "casa" das quatro raparigas que lhe tinham dado emprego.
A Amy costumava gostar muito da sua comida. A Sei não falava muito com ninguém, mas também não era antipática.
Já a Jo parecia não gostar mesmo nada do Kyo. A Meg também parecia estar sempre a implicar com ele.
"Não deve gostar mesmo nada de mim." pensou o Kyo. "E eu que gosto tanto dela..."
Subitamente, de um do banco que havia perto de onde o Kyo estava, saíram três figuras encapuzadas.
"Ladrões!" pensou o Kyo.
As três figuras empunhavam armas e começaram a disparar em todas as direcções. A última coisa que o Kyo viu foi uma bala que veio na sua direcção e lhe acertou no peito. Depois desmaiou.
Na "casa" das quatro raparigas, a Amy estava a ficar impaciente.
"Ele nunca mais chega." disse ela.
"Tem calma, o Kyo ainda não está atrasado." disse a Sei.
"Mas eu quero provar a comida deliciosa dele o mais rápido possível." disse a Amy sorrindo.
"Hunf, ele não cozinha assim tão bem." disse a Jo.
A Meg estava prestes a abrir a boca para concordar com a Jo, quando a Amy ligou a televisão e apareceu uma notícia. As quatro raparigas fixaram o seu olhar no ecrã da televisão.
"Hoje houve um assalto no banco Ashmin no centro da cidade. Os assaltantes roubaram dez mil yens e quando iam a fugir alvejaram três pessoas. Duas delas morreram, a outra está no hospital, em estado grave. As duas vítimas mortais são Magdalene Ashley e John Yuko. A vítima em estado grave chama-se Kyohei Tachibana. Voltamos mais tarde com novas informações." disse o apresentador de televisão.
"Vo… vocês ouviram o que ele disse?" perguntou a Sei, um pouco confusa.
"Não era o nome do Kyo que eles disseram?" perguntou a Amy.
"Não, não pode ser." disse a Meg, começando a ficar terrificada.
"Foi o nome dele sim." disse a Jo. "Eu ouvi muito bem."
"Oh meu Deus!" gritou a Meg. "Tenho de saber em que hospital é que ele está."
A Meg correu para o telefone e depois de marcar um número pediu a informação de que precisava.
"Ele está no hospital Sazuki." disse a Meg.
"Vamos para lá agora." disse a Sei.
A Sei saiu da "casa" e entrou no seu carro. A Meg entrou a seguir, seguida pela Amy. A Jo foi a última a entrar e era a única que não parecia muito preocupada com o destino do Kyo.
Rapidamente elas chegaram ao hospital. A Amy e a Meg saíram a correr do carro, enquanto a Sei o ia estacionar. A Jo quis ficar para trás.
"Por favor, eu queria saber como está o Kyohei Tachibana." disse a Meg à recepcionista.
"Espere um pouco, tenho de procurar aqui no computador." disse a recepcionista.
"Ele é o rapaz que sobreviveu ao tiroteio que houve depois do roubo do banco Ashmin." disse a Amy.
"Ah, já sei quem é." disse a recepcionista. Ele já não está em perigo, mas ainda não foi transferido para um quarto."
"E quando é que ele vai ser transferido?" perguntou a Meg.
"Dentro de uma hora no máximo." respondeu a recepcionista.
A Meg e a Amy sentaram-se na sala de espera. Pouco depois a Sei e a Jo vieram ter com elas.
A hora passou rapidamente, mas para a Meg pareciam ter passado anos. Graças a Deus que o Kyo já não estava em perigo. Ela teria ficado destroçada se ele morresse.
Sempre o tratara mal, era um facto, mas não queria dizer que não gostasse dele. Era apenas a mania que ela tinha de implicar com algumas pessoas.
A Meg e as outras levantaram-se e perguntaram para que quarto é que o Kyo tinha sido levado.
"Ele foi transferido para o quarto 513." disse a recepcionista. "Mas ele ainda está sob observação, por isso não podem ir todas vê-lo, apenas uma de vocês."
"Então, quem é que vai?" perguntou a Sei.
"Não contem comigo." disse a Jo, saindo de ao pé delas, atravessando a sala de espera e saindo do hospital.
"Eu espero por outra altura para o ver." disse a Sei.
"Amy?" perguntou a Meg.
"Acho que tu estás mais preocupada com ele do que eu." disse a Amy. "Vai tu Meg."
A Meg sorriu-lhe com gratidão e começou a caminhar até ao quarto 513. Quando lá chegou, abriu a porta devagarinho.
O Kyo estava deitado numa cama, com um fio de soro a sair-lhe do braço e tinha o peito ligado com várias ligaduras. Nesse momento tinha os olhos fechados.
Sem fazer barulho a Meg fechou a porta do quarto e aproximou-se lentamente da cama. Puxou uma cadeira que estava a um canto e depois sentou-se perto da cama.
"Kyo, estás a dormir?" perguntou ela.
Lentamente, o rapaz de cabelos castanhos abriu os olhos.
"Estás bem?" perguntou a Meg.
"Estou numa cama de hospital, achas que estou bem?" perguntou o Kyo.
"Eu sei que não..."
"Então para que é que perguntas-te?" perguntou o Kyo.
"Olha, eu só queria saber se estavas bem." disse a Meg, levantando-se rapidamente da cadeira. "Não é preciso seres bruto. Vou-me embora!"
A Meg dirigiu-se à porta, mas o Kyo chamou-a.
"Espera Meg. Desculpa." pediu ele. "Fica aqui comigo."
Ainda zangada, a Meg acabou por voltar para trás e sentou-se novamente na cadeira.
"Desculpa." pediu mais uma vez o Kyo. "Mas deu-me uma raiva súbita. Eu ia tão descansado a andar na rua e acontece-me isto..."
"Eu sei que não é fácil, mas tem calma, vais recuperar." disse a Meg.
"Onde estão as outras?" perguntou o Kyo.
"A Sei e a Amy estão na sala de espera e a Jo... bem, não faço ideia de onde ela está." disse a Meg.
"Obrigado por se preocuparem comigo." disse o Kyo.
"Não é preciso agradecer." disse a Meg.
"Meg, ainda bem que eu não morri hoje." disse o Kyo. "Não gostava de morrer sem te puder dizer uma coisa."
"Que coisa?"
"Meg..." o Kyo respirou fundo. "Eu sei que não nos damos bem, é verdade e, para dizer mesmo a verdade, acho que a culpa é mais tua do que minha."
A Meg bufou, mas no fundo sabia que era totalmente verdade.
"Mas mesmo assim brigando muito, eu comecei a ver-te de forma diferente das outras." disse o Kyo. "E comecei a aperceber-me que gostava... de que gosto de ti. Muito."
"Kyo..."
"Gosto muito, mesmo muito de ti." disse o Kyo.
"Oh Kyo."
A Meg abraçou o Kyo, com lágrimas de felicidade nos olhos. Só o largou quando ele se queixou de que ela o estava a apertar demais e que assim ia acabar por matá-lo.
"Desculpa, esqueci-me que tinhas as ligaduras." disse a Meg.
"Não faz mal." disse o Kyo.
"Kyo... eu agora tenho de ir." disse a Meg. "Mas... mas... fica a saber que eu também gosto muito de ti e peço desculpa por todas as vezes que eu disse mal de ti."
Dito isto a Meg levantou-se, inclinou-se para o Kyo, deu-lhe um beijo rápido na boca e saiu do quarto. O Kyo sorriu.
No exterior do hospital, a Jo estava a atravessar a estrada quando de repente um carro apareceu do nada e a atropelou. A Jo caiu no chão com um estrondo.
E fim. Ok, fui mauzinho com a Jo no final da história, mas eu não gosto muito dela. Já teve sorte por eu não a ter morto. lol, ok mandem reviews por favor!
