"Às vezes, um acontecimento trágico pode mudar para sempre a essência de alguém e junto, mudar tudo ao seu redor"
Galera, esse primeiro capítulo é pequenininho porque é apenas o prólogo. os próximos serão maiores. Prometo que não vou demorar a postar os capítulos vindouros. Pretendo colocar um a cada três ou quatro dias. Sei o quanto é horrível ficar esperando por capítulo novo que nunca vem.
Espero que gostem e, se possível, read and review.
Everything is gonna change
Diálogo?
Harry finalmente fechou o pergaminho e saiu da biblioteca. Já devia ser quase dez da noite e ele não conseguira terminar toda a sua redação de Poções. Snape, além de cada vez mais intragável, estava se tornando insuportavelmente exigente, devido à proximidade dos N.O.M.s. Quando estava chegando ao fim do corredor, uma voz o fez parar.
- Hei, Potter!
Ele se virou, reconhecendo aquela voz tão odiada.
- Não enche, Malfoy. Já tenho muito com o que me preocupar pra ficar te dando idéia.
- Quanta hostilidade para um grifinório!
- Vai à merda!
- Oh, calma, Potter, eu não quero brigar, está bem? Será que dava pra gente conversar um pouco?
Harry considerou fortemente a hipótese de estar louco. Ele não podia acreditar no que seus ouvidos lhe diziam. Malfoy querendo conversar? Que diabos era aquilo?
- O que é? Fala logo!
- Aqui não. Será que poderíamos ir a um lugar mais reservado. Não quero que ninguém nos interrompa. Além disso, já são quase dez horas e se continuarmos por muito tempo assim à vista nos corredores, vamos nos encrencar.
- Não. Não vou a lugar algum. Seja lá o que for que você tem a dizer, diga aqui mesmo. – Harry não achava Malfoy nem um pouco confiável para ir com ele para um lugar deserto. Não que ele o temesse, mas preferia evitar maiores problemas.
Malfoy fitou Harry nos olhos durante alguns segundos e depois de uma expressão que parecia representar um grande esforço, disse:
- Será que você não poderia largar seu orgulho nem por um momento? – e depois de mais alguns segundos de aparente esforço acrescentou: - Por favor?
- Está bem então, Malfoy, mas é bom que não tente nenhuma gracinha.
- Não é o que eu pretendo. – o loiro disse isso com uma expressão incompreensível nos olhos – não hoje.
Os dois seguiram até encontrar uma sala vazia no final do corredor do terceiro andar. A luz do luar inundava o aposento, tornando-o prateado. Harry se sentou em uma mesa com a mão dentro do bolso, apertando a varinha. Malfoy parou em frente a ele.
- Vamos ficar aqui até amanhã? – Harry perguntou.
Malfoy colocou a mão nos bolsos. Harry apertou com mais força sua varinha. Mas Malfoy simplesmente abaixou a cabeça e começou a falar.
- Sei que não fui legal com você nem com seus amigos durante todo esse tempo. Ou melhor, desde a primeira vez que nos vimos.
- Espera aí. Você me chamou aqui para fazer uma retrospectiva das suas babaquices? – Harry se levantou da mesa – Ou você acha que eu não me lembro do que você sempre fez conosco?
- Não comece com seus ataques histéricos, Potter. Espere eu terminar. Eu...eu não sei por onde começar, o.k.? Não é muito simples pra mim também. Minha família sempre...
- Sua família sempre foi uma escória de seguidores de Voldemort – Harry se lembrou de Lúcio malfoy no cemitério no final do ano anterior e uma sensação de ódio lhe subiu pela garganta – e, sinceramente, eu não sei o que eu...
- Minha família estava errada! – A frase fez Harry parar e arregalar os olhos para Malfoy. – Eles erraram quando se juntaram a Você-Sabe-Quem. E eu também, er, estava errado. – Draco gaguejava como se, embora quisesse dizer aquilo, as palavras saíssem com muita dificuldade. – Eu não quero segui-los. Não é certo. Não é seguro. Não é inteligente. Não me tornei um fiel de Dumbledore, nem muito menos mudei meus pensamentos sobre o mundo inteiro, Potter, mas definitivamente eu não sou um Comensal da Morte. E não quero ser. Achei que depois das inúmeras vezes em que nos desentendemos, eu deveria falar com você e tentar...
- O que você espera que eu faça agora, Malfoy? Te dê um abraço? Confraternize com você e sua família? Aceite suas palavras?
- Não lhe pedi para fazer nenhuma das opções que você acabou de oferecer, Potter. Você nem sequer esperou eu terminar de dizer o que comecei.
- Sinceramente, não acho que haja nada a ser dito e, se você já acabou com a encenação, eu preciso ir embora.
Seguiu-se um silêncio constrangedor. Draco abriu a boca para dizer algo, mas voltou a fechá-la, simplesmente arqueando a sobrancelha esquerda. Como o silêncio não se extinguia, Harry falou:
- Passar bem, Malfoy!
E com um baque surdo, Harry bateu a porta e saiu da sala. Malfoy permaneceu lá, em silêncio. Havia fracassado nessa tentativa. Mas sabia que não seria assim tão fácil. Encostou-se na parede, fechou os olhos. Puxou um maço de cigarros do bolso e acendeu um, com a ponta da varinha.
Não seria assim tão fácil.
