Título: The Will of the Force
Autora: Naylas2
Beta: Kass. Obrigada por tudo, amor.
Categoria: Essa fic é tão, completamente, bizarramente UA, que depois não digam que eu não avisei. kkkk
Classificação: PG-13 por enquanto
Completa: [ ] Sim [X] Não
Resumo: Depois da ascensão de Darth Vader, os jedis que conseguiram sobreviver lutam para reagrupar-se e destruir o império. Então Obi-Wan é dado a oportunidade de corrigir tudo. Mas a que custo? Fic de viagem no tempo
N/A: Aaaah, essa é a minha fic do obi-wan badass Sim, ela é UA por causa da viagem no tempo mas também por causa da personalidade do Obi-Wan que está toda distorcida Eu vou explicando conforme a fic, tá? Não se assustem. E mais... Yoda conseguiu salvar alguns iniciantes e os levou para Dagobah para treiná-los e sobraram mais ou menos 1 dúzia de jedis, Eu sempre achei tosquinho o fato dos jedis terem sido exterminados tão facilmente.
N/A 2 minha primeira long de SW. Será que eu dou conta? Enfim, agradecimentos a mana mi, a quem eu fiquei explicando a história inteira de SW no msn. Não sei como ela me aguenta.
N/A3: Ok, here we go.
The Will Of The Force
- Zaphilyr !
Um garoto de onze anos largou imediatamente as ferramentas e correu até onde o dono da voz se encontrava.
- Sim, mestre.
Um ruivo gordo emitiu um som que o garoto não conseguiu identificar se era uma gargalhada, uma tosse ou seu estômago clamando por comida. Esperou pacientemente até que seu mestre se recomposse.
- Ah, Zaph! - O homem pegou-o pelos ombros, colocando-o em frente de um outro homem. - Nós temos um convidado. - Zaphilyr balançou a cabeça para cumprimentá-lo mas não o olhou nos olhos. - Vá nos trazer algo.
- Qual o seu desejo, senhor?
- Meu desejo é não olhar nunca mais na sua cara! Vá!
Zaphilyr virou-se preparando-se para apanhar independentemente da bebida que traria. A adega ficava no cômodo ao lado e ele ainda pôde ouvir as vozes masculinas conversando animadamente.
- Eles se acham tão espertos!
- Senador Organa vai pagar pela traição. E aquele Wookie que ele chama de mulher!
- Ele devia saber que nada escapa ao Imperador.
- Sim, o lixo jedi não vai resistir muito tempo assim que nos livrarmos do Senador.
Jedi. Havia um tempo em que essa única palavra era o suficiente para iluminar o rosto de Zaphilyr. Ele tendia a dar umas escapadas do trabalho para ver as outras crianças brincando na rua. Quem você quer ser? Kenobi ou Skywalker? Claro que essa pergunta nunca lhe fora direcionada e ele nunca se viu obrigado a respondê-la mas na verdade tanto fazia. Ser um jedi significaria ser livre, forte e decidido. Jedis não choram toda noite e muito menos chamam por pais que nunca conheceu durante um castigo. E então ele só conseguia conseguia sonhar com mundos distantes e necessitados de ajuda, batalhas de vida ou morte, missões honrosas, pessoas inluentes e sábias... um futuro que não se realizaria nem para ele nem para o resto da galáxia. Os Jedis não vieram, eles foram. Para onde Zaphilyr não tinha certeza e não fazia muita questão de saber. Uma vez ou outra ele captava algumas conversas sobre o Imperador, Ordem 66 e extermínio. Ele não sonhava mais, afinal magoava-o ter que acordar no dia seguinte. O nome jedi virara o novo Tabu e as crianças agora não brincavam fingindo ser eles...elas ainda brincavam? Sinceramente, o garoto não sabia se era uma coisa boa ou não. Ele não se sentia mais tentado...e sim, morto.
- Você é bom, muito bom lutador. - Ouviu meu mestre dizer.
- Talvez eles é que sejam ruins. - O outro respondeu. - E eles são ruins, são péssimos para falar a verdade.
- Doze lutas consecutivas e você ainda está de pé. Impressionante !
Zaphilyr sabia do que eles estavam falando: os torneios. De semestre em semestre, os mercadores de escravos mais ricos escreviam seus mais fortes homens nele para que se gladiassem até a morte. O valor do grande prêmio para o sobrevivente era astronômico uma vez que acumulava os prêmios passados e não existia história de um vencedor desde que o garoto se conhecia por gente, o que não era uma referência muito boa... Mas parece que seu mestre estava disposto a mudar isso esse ano com esse convidado especial. Zaphilyr nunca fora chamado para competir antes por ser "um imprestável covarde" e ele tampouco sabia se isso era uma coisa boa ou ruim.
- Você não estaria disposto a competir?
- Gosto muito de viver, muitíssimo obrigado. Está tentando me comprar, por acaso?
- Você está tentando se vender?
- Depende do quanto estamos falando.
O ruivo soltou mais uma gargalhada - essa parecida com um uivo.
- Sabia que eu gostava de você por uma razão... - Parou, ao perceber que não sabia com o outro se chamava.
- Meu nome é... - O homem começou, detectando a dúvida do outro.
- Ben.
- Ben? - O homem ergueu uma sobrancelha.
- Ben era como meu gato da areia se chamava. Parece apropriado. Combina com você.
A resposta que recebeu foi uma risada.
- Ele morreu a um ano atrás por...desobediência. Espero que seu futuro seja melhor.
O silêncio que seguiu apenas reforçou a ameaça e só foi quebrado pelo barulho da garrafa tocando a mesa onde os dois homens se encontravam e, no minuto seguinte, pelo barulho desta se quebrando ao colidir com a parede.
- Seu imprestável! Nunca vai aprender? - O hálito de bebida não surpreendeu Zaphilyr pois seu mestre raramente voltava sóbrio de esses encontros e o garoto apenas fechou os olhos, esperando. Mas nada veio. Abriu-os relutantemente para encontrar o convidado esvaziando a outra garrafa que ele havia trazido e seu mestre parecendo tão surpreso quanto ele.
- Mais. - O homem simplesmente respondeu mas Zaphilyr não conseguiu se mexer. Essa era nova. Como ele deveria reagir?
- Vá, inútil, vá! - Seu mestre berrou, fazendo-o com que ele se movesse e se retirasse da sala.
- Como estávamos dizendo...
Os grande olhos azuis de seu convidado brilharam e ele apoiou os cotovelos na mesa.
- Eu sou um jedi.
A risada veio imediatamente de ambos os presentes na sala e o anfitrião logo a substituiu por um ataque de tosse ao engasgar. Lágrimas vieram aos seus olhos e ele balançou a cabeça assim que recuperou o fôlego.
- Saia que gostava de você por uma razão, Ben.
- Essa reação é nova. - O visitante abriu um largo sorriso e então de repente tudo ficou preto. E azul.
Zaphilyr que de nada estava entendendo, correu de volta para sala, se dirigindo rapidamente ao gerador e ligou-o. As luzes voltaram automaticamente. E então havia vermelho. Muito vermelho no meio do peito de seu mestre e também em sua boca. Sentiu imediatamente a bile subindo por sua garganta mas conteve-se e vagarosamente escorregou para trás do balcão, não atraindo a atenção do outro ocupante da sala.
O jedi, crente que as luzes se acenderam automaticamente, pegou seu comlink e levou-o a boca.
- Reeft.
- QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ PENSANDO? - Uma voz gritou do outro lado.
- Eu me infiltrei no mercado de escravos de Tatooine...
- Não me interessa o que você...
- ...O torneio continua em plena atividade e cada...
- ...Faz ou deixa de fazer, mas hoje...
- ...Vez atraindo mais gente. Rotyen Tolkit, um dos competidores
- ...É importante, DEVERIA ser...
- ...Acabou deixando escapar o plano de matar Bail.
- ...E....espera? O quê?
- Agora você está ouvindo?
- Cale a boca.
- Decida-se, quer saber ou não?
- Pare com a brincadeira.
- Amanhã as 15 horas a nave que transporta ele e sua mulher vai explodir. A acusação: Traição.
- Mas eles não tem provas!
- Desde quando eles precisam de provas?
- Não deixaremos isso acontecer. Como você está?
- Não tão bem quanto Tolkit.
- Você o matou, não foi?
- Sim.
- Onde você está agora?
- Hum...na casa dele.
- Diga-me, pelamordedeus, que você tem um plano.
- Eu tenho um plano?
- Como você pretende sair daí?
- Do mesmo jeito que entrei?
- Eu não sei se rio ou se choro.
- Eu luto com os guardas.
- E acaba morrendo. É isso que você quer, não?
- Reeft...
- O funeral de Garren era hoje.
- Eu sei.
Ele não precisou estar vendo o amigo para saber que ele abrira um triste sorriso.
- Você mudou.
- Eu sei. E você não mudou nada.
- Eu te invejo.
- Não, eu te invejo.
- Por favor...
O jedi fechou os olhos.
- Por favor. - Reeft continuou como se estivesse reunindo forças para terminar a frase. - Eu não...eu não posso...não de novo.
- Eu sei.
De novo, ele quase podia visualizar aquele sorriso triste alargando-se.
- Me desculpe. - Ele não esperou uma resposta do amigo.
- Acho que devo me considerar sortudo...é a primeira vez que eu ouço você pronunciando tais palavras. - Ele tentou amenizar o clima. - Apenas... tenha cuidado.
- Terei.
- Que a força esteja com você.
Agora aquele mesmo sorriso triste formou-se em seu próprios lábios. Talvez fosse contagiante.
- E com você. - Ele estava prestes a desligar o comelink quando um barulho de vidro se quebrando lhe chamou a atenção. - Tenho que ir, Reeft.
Zaphilyr deixou o sangue escorrer do corte na mão que adquirira ao tentar impedir a queda do copo. Tremeu. Um único pensamento passava em sua cabeça a velocidade da luz: Ele ia morrer.
Não é como se ele nunca tivesse pensado ou falado em morte. A primeira vez foi revolta: Eu prefiro morrer do que trabalhar para você! A segunda foi uma constatação: Esse homem vai acabar me matando. E a terceira foi uma tentação. Levaria toda a dor embora. Apenas dormir e nunca mais acordar. Então Zaphily já tinha pensado, cogitado e até desejado a morte. Mas agora, que ela estava tão perto... Ele não a queria. Não, não, não, não, não. Por favor, não. Ele levantou-se e começou a correr ao ver o homem caminhar em sua direção. Ele tinha que fugir. Pra onde não era importante, apenas sair daquele lugar, de perto do jedi, salvar a sua vida. As lágrimas vieram no mesmo instante que seu braço foi agarrado. Virou-se rapidamente, fazendo um movimento com o outro para se soltar. O grito que estava preso em sua garganta foi interrompido pelo barulho de maios vidro quebrando-se. Os copos de cima da mesa haviam sido completamente despedaçados.
O jedi segurou-lhe o braço com mais força e fez uma pressão, forçando o garoto a cair sentando no chão. Ele odiava situações como essa em que simplesmente a vítima não fizera nada além de estar no lugar errado, na hora errada para presenciar coisas erradas. Diante dele o garoto soluçava e chorava desesperadamente...ele era só uma criança. Entretanto...até crianças poderiam ser perigosas, especialmente as que podem te delatar para os inimigos.
- Você não...não pode me matar. - O garoto falou tão baixo que quase passou despercebido.
- Por quê?
- Você é... um jedi-i. Jedis não... ma-a-tam...
E olha no que isso resultou.
- Por favor...senhor...eu... por favor...
O jedi olhou ao redor da sala e seu olhar fixou-se nos copos quebrados. Coincidência?
- Faça aquilo de novo.
- Hã? - O garoto apertou os olhos, já vermelhos de tanto chorar.
- Derrube aquele outro copo ali.
- Como...?
- Faça ou eu te mato.
Zaphilyr fechou os olhos desesperadamente e imaginou mil e umas formas do copo se quebrar, procurando se concentrar. Não ouviu barulho nenhum. Já sabia o que esperaria por ele se abrisse os olhos. Apertou-os com mais força ainda. Nada.
- Qual é o seu nome?
- Z-Zaphilyr.
- Zaphilyr significa força. Inapropriado para uma pessoa que está tremendo de medo.
- É só...mais uma coisa...onde meus pais erraram.
- Onde estão seus pais?
- Não sei.
- Não se mova.
O garoto prendeu a respiração preparando-se para a dor mas tudo que sentiu foi uma comichão na mão. Abriu os olhos relutantemente para ver o jedi mexendo em um pequeno aparelho.
- Passou raspando.
- O-o quê?
O jedi começou a explicar mas Zaphilyr não ouviu uma palavra. As batidas de seu coração estavam tão altas e rápidas que o ensurdecia completamente.
- ...Normais não te aceitariam mas eu não sou o que possa se chamar de normal. - Foram essas as únicas palavras que ele conseguiu discernir.
- Senhor... vai...vai me matar?
- Você quer morrer?
- Na-
- Deixe-me terminar antes. Você tem a força... Não muita mas o bastante para ser treinado, acabei de testá-lo. A escolha é sua.
- Você está perguntando se eu quero morrer ou viver? - Zaphilyr perguntou incrédulo.
- Não, estou perguntando se você quer morrer agora ou depois. Tornar-se um jedi é uma sentença de morte, garoto. Principalmente nesses tempos. Escolha com sabedoria.
- Eu vou me tornar um jedi? - Seus olhos brilhavam.
- Você...
- Eu quero !
- Pense antes de responder. Você não será dado essa chance outra vez.
- Ok. - Ele pausou, sem saber o que fazer. 10 segundos depois, voltou a falar. - Eu quero.
- Crianças...
- Senhor?
- Pode me chamar de mestre, agora.
- Não posso. - Respondeu, olhar fixado no cadáver. Mestre era ruim, nervoso, malvado, torturador. Um jedi nunca poderia ser seu mestre.
O jedi assentiu com a cabeça, compreendendo o que se passava pela cabeça do garoto e perdeu-se em seus pensamentos por um momento, feliz com a resolução do garoto. Essa palavra ainda o machucava. Quando voltou a realidade encontrou Zaphilyr olhando-o diretamente.
- O que foi?
- Você se parece com o gato da areia do mestre. - Ao receber uma levantada de sobrancelha, o menor continuou. - O pêlo dele era loiro também.
O jedi riu.
- Nesse caso... eu sou Ben, Ben Kenobi.
