UM ELO CRUEL


Um elo.

Um elo e um vazio

Um elo,

E um calor que hoje é frio


Um elo cruel

Que ao vazio atou a solidão

Um dia deu-me do céu

Amor em nuvens de algodão


Oh, pois, pobre sou!

Tal elo amargurado

Meu doce mel tirou

Ferido e machucado

Sem o seu amor estou


Chupa forte meus lábios

Com timidez me pede abraços

Me acerco a um colapso

Não sabes que são nossos laços?


Machuca uma e outra vez

Pede desculpa,

Já sabes que sou seu freguês

Me fala de culpa

Sabendo que nem me culpo talvez


Te afastas com teus lamentos

Pois sabes que rosas a ti jogarei!

E vem e me pede mais beijos

Pois sabes que amar a ti te jurei

Brincas comigo há tempos

Mas não hoje te direi "Me cansei"


Sente-se aí

Já não podemos

O mundo cai

Já não queremos

Você se vai

Já não faremos!


Por que?


Pois no inferno é nossa vaga garantida

Mas o que sentiste foi erro censurar

Diz que faço agora dessa minha vida?

Pois tarde percebo que sua alma coibida

Não deixou seu choro transbordar


Um elo...

Um elo, uma dor.

Um elo,

Um elo, um amor


Amor que se foi

Amor que jamais voltará

O muito que doi

Como eu ninguém saberá