- Myoga vai aparecer aqui que horas? - Um rapaz de longos cabelos prateados perguntou enquanto secava um copo.

- Ele não vai trabalhar hoje... – O moreno que limpava o balcão respondeu cansado. - Não viu na tabela de funcionários de hoje?

- Se eu estou perguntando é por que não sei. – Respondeu rispidamente. - Quem vai ficar encarregado hoje?

- Por que é assim toda vez que você trabalha? – Passou mais windex no balcão.

- O que você quer dizer?

- Inuyasha, você sabe ler? – O homem o encarou seriamente.

- É LÓGICO QUE SIM! TA ME CHAMANDO DE ANALFABETO? QUAL É O SEU PROBLEMA?

- Takigawa. - O moreno respondeu com um sorriso sacana.

- O que o Takigawa tem a ver com tudo isso?

- Ele vai ficar encarregado hoje. – O sorriso aumentou ao ter conseguido confundir o rapaz.

- E quem vai ficar no lugar de Miuki hoje?

- Pelo que vi na tabela, como todos os outros funcionários fazem-, hoje é a Rin. – O moreno limpando o balcão falou decepcionado.

- Qual é o problema com Rin? – O rapaz tornou a perguntar. – Ela trabalha bem, é simpática...

- Mas toda vez que ela trabalha, as garotas vão embora. As mais bonitas tentam competir com ela, mas sempre desistem...

- Você não muda mesmo Miroku. Vamos ter que usar a plaqueta com os descontos hoje, certo?

- Certo, não que isso vá resolver alguma coisa. Elas entram, não recebem atenção e somem... – Miroku suspirou desanimado. - Ao menos eu posso ficar observando uma mulher bonita à noite toda. – Viu o outro rapaz rindo.

- Como se você tivesse alguma chance com ela. – Guardou o copo e caminhou para fora do salão.

- Ei! Inuyasha! É lógico que eu tenho uma chance!

Apenas ouviu uma gargalhada vindo da cozinha.

- Ao menos eu sei ler... – Miroku suspirou irritado, antes de ser acertado por uma panela que voou da cozinha.


Modern Love

By: Juuuubbs


Bottoms Up

Eram cinco horas de uma já escura tarde. Odiava o inverno, era como se o dia não tivesse horas suficientes para conseguir fazer tudo o que precisava, parecia que – durante aquela estação – passava a maior parte do tempo correndo. Se despediu das garotas da lanchonete e correu para pegar o ônibus para o centro da cidade. Odiava o fato de que necessitava de três empregos para sustentar uma vida miserável, mas o que ela podia fazer? Voltar para casa e admitir que seu pai realmente estava certo? Nunca.

Conseguiu pegar o tão sempre pontual ônibus e, pela próxima meia hora, poderia se sentar e descansar um pouco, isto é, se o ônibus não estivesse sempre lotado. Ao menos conseguiu tirar os fones de dentro da mochila e ligou o pequeno aparelho, a música estava alta o bastante para não ouvir os murmúrios dos passageiros e eles não se incomodarem com o pesado som da guitarra, baixo e bateria.

Logo estava descendo na frente de uma sorveteria lotada de crianças com os pais. Lutou para sair do ônibus e, por poucos segundos, quase ficou presa entre as pessoas. Mas conseguiu e logo estava correndo novamente pelas ruas, pulando sobre o gelo e os montes de neve, rotina. Finalmente parou, um pouco ofegante, em frente a um bar com a plaqueta de fechado e com os horários em que abria e fechava, estranhamente, na janela, tinha uma placa com desconto para o publico feminino. Girou a maçaneta e, por sorte, os meninos não tinham esquecido de deixar a porta destrancada.

- Miroku! Inuyasha! – Chamou docemente enquanto andava por entre as mesas até a pista de dança. – Por que toda vez que é o meu turno, tem desconto?

- Pergunta isso pro gerente. – Inuyasha falou mal-humorado enquanto saia da cozinha.

- Não sei por que ele ainda tenta, isso mais parece um bar gay. – Ela falou tirando a mochila das costas. – Nunca vi tanto homem junto...

- Mas eles não ficam dando em cima de você? – Era a vez de Miroku surgir no salão.

- Acho que é uma forma de disfarçar a homossexualidade deles. – Ela riu enquanto os rapazes a olhavam com um sorriso amarelo. – Vou me trocar. O resto do povo já chegou?

- Já sim, estão nos fundos pegando as bebidas e os cozinheiros estão esquentando as chapas. – O moreno falou, agora com um suave sorriso. – Myoga não virá trabalhar hoje.

- Myoga não presta mesmo. – Ouviram um sussurro divertido dela. – Então quem esta no comando hoje?

- Takigawa. – Inuyasha e Miroku responderam em uníssono.

- Isso vai ser engraçado. – Ela sussurrou entrando no vestiário dos funcionários.

30 minutos depois

Rin saiu do vestiário, depois de uma ducha tomada, com a maquiagem pronta, botas altas com um leve estilo de pirata, uma saia jeans, a camisa do bar encurtada e o avental com o bloco para pedidos. O salão já continha uma dúzia de pessoas com ternos para o happy hour, Rin logo prendeu os cabelos em um coque, usando um hashi que estava em seu avental. Ajeitou-se confortavelmente e rumou para a sua seção, onde um grupo de seis homens – vestindo caríssimos ternos – haviam acabado de se sentar.

- Boa tarde senhores. – Falou animadamente com um doce sorriso nos lábios. – Meu nome é Rin e estarei servindo os senhores esta noite.

- Ah Rin-chan! – Um senhor beirando seus 40 anos falou surpreso.

- Bokuseno-sama! – Ela respondeu igualmente surpresa. – E eu achando que o senhor só vinha às quartas-feiras para me visitar!

- Perdão, Rin-chan. – Ele sorriu animadamente. – Mas meus colegas insistiram em me arrastar aqui esta noite! Nunca a trairia desse forma!

Ambos riram e logo o senhor a apresentou para os outros cinco homens ali presentes. Após todas as convenções sociais realizadas, ela anotou os pedidos e se afastou da mesa, respondendo aos gracejos de Bokuseno com sarcasmo. Rin o adorava, afinal, ele sempre deixava boas gorjetas. Deixou o pedido na cozinha e, quando ia se retirar para analisar se tinha mais pessoas em sua seção, o celular tocou. Olhou o nome que piscava e suspirou cansada.

- O que foi agora? – Falou baixamente.

- Harumi está com febre. – Ouviu a voz impaciente do rapaz.

- Ela esta só quente ou você realmente checou a temperatura? – Respondeu irritada.

- O que você acha? – A voz dele ia se elevando. – Venha buscá-la e levá-la ao hospital!

- Você realmente acha que eu vou sair agora? Eu já não trabalho de sexta-feira pra você poder sair à noite e procurar uma nova mulher para torturar, e sexta eu ganho muito mais do que no resto da semana. Quer saber? Você é o pai dela, e não me importo se hoje uma nova boate abriu, você vai pegar o seu carro de merda e vai levar Harumi ao médico, vai ficar ao lado dela e cuidar dela até eu chegar.

Nem mesmo esperou resposta, apenas desligou o celular. Levantou os olhos e encontrou os olhos castanhos do garçom encarregado aquela noite. Sorriu cansadamente e foi preparando uma desculpa, mas ele a cortou sutilmente.

- Eu entendo que você tenha problemas em casa, Rin, mas se Myoga estivesse aqui, você estava despedida. Tome mais cuidado.

Não soube o porquê, mas abraçou o homem, sussurrando um pedido de desculpas. Afastou-se da cozinha e se aproximou do bar no meio do salão, Miroku e Inuyasha conversavam sobre qualquer besteira, e, como não tinha mais ninguém na seção de Rin, ela se sentou em um dos banquinhos do bar.

- O movimento vai ser baixo hoje? – Perguntou apenas como pretexto.

- São apenas seis horas ainda, Rin. – Inuyasha respondeu mal-humorado.

- Mas o happy hour começa agora, este bar deveria estar lotado. – Ela respondeu igualmente mal-humorada.

- As pessoas estão saindo do trabalho ainda, querida. – Miroku logo tomou as mãos dela e as beijou, deixando Rin sem graça. – Logo logo o movimento aumenta.

Apenas concordou, tentou sorrir, mas estava cansada demais para aquilo, retirou suas mãos por entre as mãos de Miroku. Observou o salão e percebeu o pedido pronto na cozinha. Se levantou e finalmente conseguiu sorrir.

- Miroku, pega pra mim seis chopps?

- Você só vai levar as bebidas só agora? – Inuyasha perguntou surpreso.

- Na verdade, eles já estão com as bebidas, mas falaram que quando eu voltasse com a comida, levar mais. – Riu animada. – Sou eficiente, okay?

Saiu com um sorriso vitorioso, pegou a comida na cozinha, parou no bar e equilibrou tudo em uma bandeja, e ainda andava com classe por entre as pessoas que entravam no bar. Mas, para os rapazes atrás do balcão, ela não parecia tão feliz naquela noite.

- Será que aconteceu alguma coisa? – Inuyasha perguntou preocupado, enquanto servia uma dose de vodka.

- Problemas com Hakudoushi, é sempre assim... – Miroku respondeu, mas logo deu as costas para o amigo. – Boa noite, a senhorita gostaria de ser a mãe dos meus filhos?

- Não, mas eu quero duas margueritas. – A morena respondeu com um sorriso sarcástico. – Rin está trabalhando hoje?

- Se eu falar que sim, você vai fugir?

- Por que eu fugiria? – Ela se virou e acenou para uma garota que entrava no bar. – As meninas fogem quando ela ta aqui?

- Geralmente... – Miroku ouviu a risada da morena e sorriu.

- Nós viemos pra ver ela.

- São amigas de Rin-chan?

- Sim! – A morena sorriu e a outra garota sentou ao seu lado. – Sou Sangô e esta é Kagome.

- Bom, qualquer amiga de Rin, é minha amiga. – Miroku sorria sedutoramente, tirando risadas sem graças da morena de olhos azuis. – Sou Miroku e o sem educação atrás de mim é Inuyasha.

- Rin-chan já falou para termos cuidado contra as investidas de Houshi Miroku – A garota de olhos azuis falou suavemente. – e para não falar palavras grandes ou difíceis perto de Taishou Inuyasha.

Miroku riu enquanto o rapaz atrás de si se virou e se aproximou da garota com um olhar inflamado, fazendo com que ela sorrisse sem graça.

- Ela falou que eu não sei ler? – Perguntou irritado, apenas aumentando as gargalhadas de Miroku. – Eu sei ler, só tenho preguiça!

Antes que o meio-youkai começasse a aumentar a voz com Kagome, Rin voltou para o balcão, logo percebendo a confusão e sorrido divertida para Inuyasha. Miroku tentava secar as lagrimas imaginarias.

- Mas por isso mesmo, Inu-kun! Imagina ficar falando palavras grandes e difíceis para uma pessoa tão preguiçosa! – Falou animada.

- Até você, Rin? Eu esperava isso do Miroku, mas não de você!

- E quando você se tornou a rainha do drama? – Ela tornou a falar, recebendo como resposta as costas do rapaz, que preferiu atender as pessoas que se sentavam no bar.

Rin correspondeu ao pedido de hi5 de Miroku, que ainda ria. Abraçou as amigas e logo se sentou no banco. Olhou o movimento e desejou que não estivesse trabalhando, mas que estivesse ali para se divertir. Abanou a cabeça e se voltou para as mulheres ao seu lado.

- Vão me esperar hoje?

- Viemos preparadas pra isso, acho que vamos nos divertir com Miroku e Inuyasha. – Sangô respondeu com um sorriso malicioso.

- Bom, se quiserem ir embora mais cedo, tudo bem. To com um problema e acho que daqui vou direto para o hospital.

- Tudo bem com Harumi? – Kagome perguntou preocupada enquanto Sangô tomava sua marguerita.

- Não sei, mas Hakudoushi estava fazendo o drama de sempre, espero que não seja nada. – Sorriu tranquila, olhou em volta e viu mais pessoas em sua seção. – Volto daqui a pouco!

Sangô e Kagome viu enquanto ela se afastava, mais parecendo dançar enquanto se movimentava por entre as mesas e pessoas. Ela parecia feliz, mas tão inquieta, como se algo não estivesse totalmente certo, mas que aquilo não importava no momento. Não perceberam a admiração que ela atraia por onde passava, nem mesmo se importavam, levantaram o olhar e perceberam que Miroku também o observava a garçonete. Ele sorriu inocentemente ao sentir os olhos das garotas sobre si.

- Não sei como 1,55 de altura pode trazer tanta inveja. – Sussurrou antes de sair para atender um grupo de garotas.

Kagome e Sangô se entreolharam confusas. Rin? Inveja? Miroku estava realmente falando daquela garota que usava camisas xadrez masculinas e largas, daquela garota que era mais moleque do que menina? Não... Olharam para a garçonete, que respondia gentilmente os flertes de uma mesa com três rapazes. Analisaram Rin e, mesmo com sua altura e aparência infantil, ela realmente tinha algo de sensual, algo de diferente, o que justificava um pouco de inveja.

- Inuyasha! – Rin surgiu ao lado de Sangô, assustando ambas as garotas.

- Do que você precisa? – O rapaz se aproximou irritado.

- Anote. – Inuyasha olhou assassinamente para a garota, que sorria docemente. – Dez chopps, uma marguerita, dois mojitos, um blod Mary, uma taça de vinho e quinze doses de tequila.

- Quantas pessoas tem na mesa? – Ele perguntou um pouco assombrado pela quantidade de bebidas.

- Olhe para o salão, Inuyasha, qual é a maior mesa? – Rin perguntou irônica.

Não esperou por resposta e partiu para a cozinha, deuses, como gostava e sentia falta daquela correria, da adrenalina passando por seu corpo! Gritou o pedido para conseguir ser ouvida e, até mesmo ali, no vapor e calor da cozinha, queria que Hakudoushi a apoiasse mais. Sim, não estavam mais juntos, mas a maioria dos gastos com Harumi saiam do bolso – quase vazio – de Rin, então por que ele não podia tentar entender o lado dela? Pelo menos uma vez?

- Rin? – Ouviu Takigawa a chamando.

- Sim? – Se virou e arrumou a franja.

- Ao invés de trabalhar no salão do bar, você poderia trabalhar no salão restaurante?

- Por que? – Ergueu uma sobrancelha.

- Lá é um lugar melhor pra você...

- Não, não é. – Ajeitou o aventalzinho. – No bar eu recebo mais gorjetas do que no restaurante e eu realmente preciso do dinheiro, você sabe disso...

- Mas as garotas não ficam no bar quando você trabalha.

- E eu deveria ser punida por isso? – Sua voz começou a ficar exaltada. – Não é justo.

- Eu sei que não é justo, mas assim que o restaurante fechar, você volta para o salão.

- Takigawa, eu preciso das gorjetas. – Rin já estava quase a ponto de chorar de raiva. – Harumi está no hospital e eu só não estou com ela por causa do dinheiro, eu preciso disso!

- Você sabe que eu entendo a sua situação, mas são por quatro horas, as mesas que você estava atendendo, metade das gorjetas são suas, mas me faça esse favor...

- Ótimo. – Quase gritou e saiu rapidamente do corredor da cozinha.

Não ouviu mais o som da música ambiente, não via as pessoas em seu caminho, mas se desviava de forma automática. Todo o fogo da adrenalina tinha se apagado e, pelas próximas quatro horas, sorriu educadamente e anotou pedidos. Não podia brigar com Takigawa e se arriscar a perder aquele emprego, então não se importou em ouvir crianças gritando, entregando contas e recebendo baixas gorjetas. E, após longas horas, retornou ao salão do bar e, pelos deuses, nunca viu um lugar tão cheio.

Percebeu que Kagome e Sangô mantinham sua posição privilegiada nos bancos do bar, que já estavam lotados, nas diversas mesas do salão, todas permaneciam ocupadas. Surpreendentemente, ainda haviam inúmeras pessoas de pé, também lutando e observando para tomar o lugar de alguém sentado. No palco improvisado tocava uma banda local e, na pista de dança, pessoas dançando entre cotoveladas.

- Não foi tão ruim, foi? – Ouviu Takigawa quase gritando em seu ouvido, para tentar ser escutado em meio a tantas pessoas.

- A única coisa ruim são as gorjetas! – Gritou de volta, recebendo uma cara desgostosa do rapaz, mas não se importou.

Ajeitou a saia e os cabelos e voltou para o meio do salão, tentando descobrir qual seria a sua sessão e, se ao menos, teria uma. Estranhamente, observou a quantidade de mulheres que se encontravam ali, afinal, sempre que trabalhava o local inundava de ternos e sorrisos sacanas de grandes empresários. Dançou até uma mesa em que um casal havia acabado de sentar, colocou o seu melhor sorriso e puxou seu caderninho de pedidos e a caneta.

- Boa noite, meu nome é Rin e eu vou servi-los esta noite. – Falou calmamente, chamando a atenção do casal. A garota, ruiva, a olhou de cima a baixo com uma cara de desgosto e o rapaz, seu conhecido, apenas sorriu.

- Nós vamos querer só duas cervejas. – A garota respondeu com desdém.

- Ótimo, voltarei em um instante.

Voltou a dançar por entre as mesas e pessoas que entravam, aproximou-se do balcão do bar, que parecia invisível pelo mar de pessoas em volta. Kagome sorria sem graça por algo e Sangô ria abertamente com Miroku, Inuyasha parecia tentar ignorar as duas garotas que permaneciam ali, já meio bêbadas.

- Miroku, duas cervejas! – Gritou por entre as pessoas.

- Dois segundos! – O rapaz gritou em resposta, ainda rindo com os comentários de Sangô.

Rin apenas tomou as garrafas do rapaz e lutou para sair do meio de tantas pessoas, riu consigo mesma com a quantidade de mulheres ali e, pela primeira vez, cogitou do bar não ser um bar gay no fim das contas. Ouviu gracejos ao andar pelo salão e apenas os respondeu com sorrisos, sentindo olhares irritados de outra mulheres presentes.

- Prontinho. – Sorriu, colocando as cervejas na mesa.

- Me desculpa... – Ouviu a ruiva começar. – Mas ele sempre vem aqui em dias de semana, você trabalha pela semana?

- Bem... – Rin olhou de relance para o rapaz, que parecia desesperado e sorriu. – Não, só estou ajudando hoje.

- Obrigada. – A garota suspirou aliviada.

- Sem problemas. – Rin passou por trás do rapaz e sussurrou levemente. – Você ainda me deve do jogo de quarta, Kouga.

A garçonete seguiu para o salão, procurando mais mesas para atender, quando um belo rapaz de terno a puxou pela mão. A banda que tocaria ao vivo já enchia o bar com uma música suave, sorrindo, o homem rodou Rin pela pista de dança. Logo ele a puxou para mais perto, enlaçando sua cintura.

- Não esperava vê-lo aqui, Bankotsu.

- Você falou tão bem do bar que eu precisei vir.

- Então... – Ela se aproximou sorrindo, sussurrou no ouvido dele. – Você é gay?

- O que? – Bankotsu se afastou momentaneamente, chocado. – Não, eu vim por que queria te ver.

- Ah. – O rosto de Rin se aqueceu pela vergonha, sentiu o celular vibrando e se afastou do rapaz. – Nos falamos depois, okay?

- Sim senhora.

Não olhou para trás enquanto cruzava o salão pela milésima vez, sentia sua cabeça martelando pela raiva e culpa, afinal, sabia exatamente quem estava do outro lado da linha. Não viu o gerente a olhando irritado, e se escondeu no vestiário, tentou controlar sua respiração e olhou para o celular. Novamente o nome de Hakudoushi piscava no visor.

- Levou Harumi para o hospital?

- Sim, ela está com uma virose, agora você pode vir busca-la? – Ouviu o tom nervoso do rapaz.

- Estou trabalhando. Quando você acordar, leve ela para meu apartamento.

- Rin, hoje é sexta-feira e eu vou sair para aproveitar com os meus amigos. Vou deixar Harumi na casa da sua mãe.

- NÃO! Você é o pai dela, pelo amor dos deuses, aja como um!

- EU NUNCA QUIS TER UMA FILHA, NÃO É O MEU TRABALHO TER QUE FICAR CUIDANDO DE UMA CRIANÇA NUMA SEXTA A NOITE. – Ele gritava e aquilo apenas fez com que a raiva de Rin aumentasse.

- Mas você tem uma, quem mandou sem ser descuidado? – Conseguiu responder calmamente.

- Eu falei para você fazer o aborto, mas nãããão!

- Não vou discutir isso com você agora. – Enterrou a raiva, lidaria com ela depois. – Eu apenas peço para que você cuide dela hoje, Harumi está doente e eu vou sair daqui as 4 horas da manhã e, de qualquer forma, você pode sair amanha.

Não esperou resposta, apenas desligou o celular e voltou para o trabalho. A adrenalina, a correria, já não tinham o mesmo efeito e as horas pareciam não passar, mas ainda sorria e flertava com os homens no salão. Porém era perceptível que algo estava de errado e, pela primeira vez, viu muitos homens saindo com as mulheres que permaneceram no bar, aquilo diminuía sua impressão de que aquilo era um bar gay. Ao olhar o relógio, sorriu ao ver que eram 4h30 da manhã.

- Rin, não precisa ajudar na arrumação. – Takigawa sorriu amistosamente para a garota.

- Mas vou ajudar de qualquer forma. – Apertou a mão do rapaz docemente. – A gente arruma rapidinho, conta e divide as gorjeta e pronto.

Sangô e Kagome se aproximaram, sendo seguidas por Miroku, enquanto Inuyasha trancava as portas do bar. As garotas riam de algo que o moreno falava, deixando Rin desconfortável pela insana raiva que sentia, mas ainda sorria. Ela sempre sorria.

- Nós vamos ajudar, assim vocês acabam mais rápido. – Kagome falou tranquilamente.

- Obrigada. – Rin sorriu.

- E não se preocupe. – Sangô enlaçou o braço da pequenina. – Você verá Harumi amanhã cedo e nós vamos te ajudar, você não está sozinha nisso.

Não precisava de tanta raiva e preocupação com amigas como aquelas, sabia disso, então sorriu mais aliviada e se permitiu rir das besteiras que Miroku falava e voltou a brincar com Inuyasha. Não sabia, mas as coisas logo mudariam.


Rin e Kagome pegaram os aspiradores e materiais de limpeza, enquanto Inuyasha levava os últimos utensílios para a cozinha. Sangô se sentou próxima a Miroku e Takigawa, conversando tranquilamente. Quando eles voltaram, o gerente da noite distribuiu as funções, logo, Rin e Inuyasha limpavam o salão, com a ajuda de Kagome e Sangô, Miroku lavava os copos na torneira do bar e limpando o balcão, enquanto Takigawa ajudava os cozinheiros a limparem a cozinha principal.

Meia hora depois, após passarem o pano de chão, Rin e Inuyasha se afastam para o vestiário, deixando Miroku terminando as tarefas com Kagome e Sangô, mas elas rapidamente terminaram o que lhes foi pedido. Sentaram-se em frente ao rapaz, que tentava se focar em sua tarefa de limpar a gordura e bebida derramada do balcão.

- Então, Miroku... – Sangô começou de forma sensual.

- De quem você gostou mais? – Kagome piscou para o rapaz.

- Er... isso é meio impróprio... – Falou envergonhado, guardando os copos.

- Sabe... Você não precisa escolher. – A garota de olhos azuis se sentou no balcão.

- Nós não nos importamos em dividir... – A morena se inclinou no balcão. – Nós até gostamos...

Sangô puxou o rapaz para um beijo, deixando o rapaz nas alturas. Ao sentir os lábios, a língua, dos dois juntos, Miroku começou a tremer de forma incessante, como se estivesse em meio há convulsões. Seria o beijo da morena tão forte assim? E quando Kagome se juntaria? Afastou-se da garota e, ao abrir os olhos, encontrou Inuyasha muito próximo de si e, antes de conseguir dizer alguma coisa, sentiu o punho do amigo em seu rosto.

- Por que você fez isso?

- Por que? – O homem de orbes âmbares o olhou irritado e o soltou no chão. – Por que eu e Rin tivemos que arrumar tudo enquanto você dormia!

- Foi tudo um sonho? – O rapaz se levantou do chão. – Espera... VOCÊ ME BEIJOU?


Bom galera, só uma ideia inicial... mas vamo que vamo!

To trabalhando nas minhas outras fics, mas eu achei que essas férias seriam tranquilas, mas não foram...

Bom, qualquer comentário, criticas construtivas e tal sempre são validas!

Até!