Eu estava viciada em Sirius.
E isso passa a ser um problema quando se tem tantas coisas em jogo, quando se é necessário passar por tantos problemas para estar com ele. Passar por mim mesma é um deles.
Entenda, eu não o amo. Amor – dá vontade de rir–, amor é coisa de gente patética, amor não existe. É só mera desculpa para o que, na verdade, as pessoas sentem: desejo.
Desejo, sim, é um conceito interessante. Desejo de estar, de beijar. Tudo não passava de desejo. Motivos mesquinhos, completamente egoístas. Eu desejava estar com ele, única e exclusivamente por mim. Pelo meu desejo.
Era o que as mãos dele me provocavam. Desejo. Um desejo incontrolável de ensinar, de aprender, de tomar para mim. Entre seus beijos e meus arranhões, as mãos dele me enlouqueciam, finas e ágeis, e a única coisa que eu podia fazer era sucumbir. Ao desejo. A ter ele próximo a mim, dentro de mim. De sentir suas mãos.
Era errado, era perfeito e era meu. Enquanto ele me olhava, aquele sorriso cínico nos lábios, eu sabia que era meu. E mesmo que tenha acabado e eu me reconstituído de toda aquela confusão que ele fazia em mim, ainda sim era meu. E mesmo que ninguém mais percebesse, eu sempre saberia. O jeito despreocupado de aparecer no jantar, a camisa amarrotada. Meu. Aquela mancha de batom em seu colarinho denunciava.
Meu.
N/A: Drabble escrita para o projeto Royal Blood II, na seção Blackamoor do 6v. Minha "primeira" SB, mas até que eu gostei. Então, passem no 6v, lá é amor. E obrigada, mais uma vez, à Mari, aka Kath B. por betar cada pedaço de insanidade meu.
