Disclaimer: Os personagens NÃO são meus, eu só escrevo sobre eles porque sou MUITO fã deles, não ganho nada com isso além de satisfação pessoal, então, por favor, não me processem! XP
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Fullmetal Alchemist Crossover Series - por Alandria
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- Texto 1 De Fullmetal Alchemist: Winry Rockbell De Chrono Trigger: Lucca Ashtear
Sobre a convidada: Lucca, assim como Winry, é louca por máquinas. Inventora, herdou o talento do pai. Como uma das principais personagens do game Chrono Trigger, viajou no tempo com seus amigos para impedir a destruição do mundo por um monstro alienígena.
Posição em FMA: Após o final da série de TV, mas antes do movie.
Spoilers: De Chrono Trigger, do final do jogo.
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Winry estava sentada do lado de fora, com apenas seus pensamentos fazendo-lhe companhia. Estes, aliás, eram distantes... de pessoas e lugares vagos em sua memória. E, no centro de todos eles, uma única pessoa... que parecia importar mais do que todas as outras.
Lucca passou por ali à toa. Tinha ido ao banheiro, não que fizesse diferença. Quando viu Winry, resolveu parar e falar com ela.
- Você não vai voltar lá pra dentro? - Lucca perguntou.
A outra jovem, quase alheia à pergunta, simplesmente disse:
- Aquele braço... como será que ficaria... no Ed...?
Lucca conhecia a história da jovem Rockbell. Como tivera dois alquimistas como amigos de infância. Como o mais velho deles perdera um braço e uma perna num acidente, e recebera da própria garota membros metálicos, feitos especialmente para ele. Como ele e o irmão, que agora tinha a alma presa a uma armadura, partiram pelo mundo em busca de uma maneira de receber de volta tudo que perderam, e raramente apareciam de volta. Como ela se sentia sozinha sem eles... principalmente, sem ELE...
Ajeitou seus óculos e olhou para a colega, que estava muito cabisbaixa.
- Me desculpe por ter insistido tanto para que viesse desta vez... não sabia que ia te incomodar tanto... não era a minha intenção.
- Tudo bem... - Winry rebateu, sem encarar Lucca. - Eu é que não posso me comportar assim toda vez que vir um cara loiro com um braço mecânico...
- Você... sente muito a falta dele, não é? Do seu... amigo... Edward...
Não houve resposta. Por um bom tempo, as duas só ficaram sentadas lado a lado, sem saber o que mais falar. Lucca sentiu que, para ganhar a confiança de Winry, precisaria mostrar que aquele não era um consolo vazio de compreensão. Olhou para cima, suspirou e, encarando o teto, começou uma narrativa.
- Era uma vez, em um certo mundo, três amigos...
Isso chamou a atenção da loirinha, que ergueu o rosto e passou a olhar para a colega.
- ... um garoto de muita coragem, sua melhor amiga inventora, e uma terceira garota, cheia de vida. Eles viajaram no tempo e brincaram com o destino do mundo, vivenciando o presente e alterando o futuro. Fizeram o que achavam certo, e viveram uma aventura a ser lembrada por toda vida.
- Lucca...?
A jovem nem reagiu ao seu nome sendo chamado, e continuou a falar.
- Mas eles também conheceram o passado. E, em uma era distante, a jovem inventora conheceu um homem. Ele tinha poderes especiais, e ninguém esperava que ele fosse ter tanto talento. Um homem que sofria muitos preconceitos... mas quem conseguia vencer a primeira impressão, descobria nele uma alma desesperada... com um passado sofrido.
Winry não podia deixar de se identificar. As situações eram tão diferentes, mas, ao mesmo tempo...
- Mas esse homem, apesar de acabar convivendo com ela, compartilhando aventuras com ela, ele não lhe dava muita atenção... ele tinha um objetivo maior. Ele tinha... - e parou, para tomar fôlego - ... uma irmã.
A jovem loira sentiu seus olhos abrirem-se de espanto.
- E essa irmã era a vida dele... era tão importante pra ele, que quando ela foi levada por forças que ele nunca sonhara, trazê-la de volta tornou-se um objetivo de vida. Ao fim da aventura toda, ele partiu para continuar sua missão... e nunca mais voltou.
- Lucca...
- E faz um bom tempo que não o vejo... digo, que ela... bom... acho que você entendeu...
Winry apenas acenou com a cabeça. Ter alguém que compreendia pelo que ela passava era reconfortante, mas, ao mesmo tempo, a fazia sentir pena de Lucca. Exatamente por saber como ela se sentia também.
- Bom, pelo menos você ainda tem seu melhor amigo - disse Winry, tentando consolá-la. - Você ainda o vê, não é?
- Sim, Crono continua meu amigo...
- E você já sentiu... algo por ele?
Lucca foi pega de surpresa, mas respondeu com naturalidade.
- Hahahaha, talvez! Éramos tão pequenos... crianças pensam as coisas mais doidas, com toda a inocência do mundo. Mas, talvez, fosse mais um amor de irmã do que qualquer outra coisa, também... afinal, eu nunca tive irmãos...
- É mesmo diferente... o Al era o irmão mais novo, e sempre foi meu amigo... ele eu ainda vejo. E eu gosto muito dele. Mas...
- ... nunca será a mesma coisa, né?
As duas se olharam, entendendo os sentimentos uma da outra. Depois, viraram para a frente ao mesmo tempo e suspiraram com o peso da conversa.
- Além do mais - continuou Lucca -, lembra da terceira menina, a toda alegre? Pois é... ela era a garota que ele estava procurando. Isso eu nunca fui.
- Entendo...
Mais uma pausa, e dessa vez foi Winry quem quebrou o silêncio.
- Ed é um alquimista... um cientista, como nós. Sempre que me lembro dele, penso que a ciência pode ser mais fantástica do que podemos imaginar.
- E eu, ironicamente, tive olhos para um mago. Ele nunca foi um cientista, mas ele me ajudou a entender que a ciência não deve nos impedir de conhecer o que realmente somos, e o que realmente podemos fazer por nós mesmas.
Uma última pausa, a mais cruel de todas.
- Pode ser que eu nunca mais o veja...
- É... eu também...
- Hehe... mas não é como se o mundo fosse acabar! - Lucca tentou posar de forte, embora estivesse tão abatida quando Winry. - Não é como se eu fosse morrer solteirona tocando um orfanato! - disse, brincando.
- Como vamos saber o que o futuro nos reserva, não é?
- Eu já estive no futuro e, quer sabe? Não quero saber as coisas de antemão nunca mais. Se bem que, mesmo que eu quisesse, a máquina do tempo foi destruída, então tudo fica mais difícil... - ela finalizou, sem jeito, com a mão na nuca.
- É sério? Mas que dóóóó! - Winry exclamou, com genuína pena da máquina. - Devia ser um veículo muito requintado!
- Ah, e era mesmo! Dava um ótimo meio de transporte, também! - Lucca disse, visivelmente empolgada.
- Máquinas voadoras não são muito populares de onde eu venho, é uma pena...
- Eu tenho algumas plantas dessa máquina. Não foi criação minha, mas eu tratei como se fosse milha filha! - disse, brincando. - Você quer ver? Eu trouxe comigo, estão lá dentro...
- Eu adoraria! - disse Winry, com nova animação, levantando-se rapidamente do banco onde estavam as duas. - E aí eu posso te mostrar meu projeto para um auto-mail que se adapta a veículos, também!
As duas, já de pé, foram andando em direção à entrada.
- Eu já te contei que minha mãe tinha sofrido um acidente nas pernas?
- Acho que já ouvi você comentar. Quer que eu monte um auto-mail pra ela?
- Não vai precisar, eu já dei um jeito.
- Como você conseguiu?
- Eu viajei no tempo...
