Disclaimer: KHR não me pertence. E eu não estou fazendo propaganda de cigarro, crianças. ¬¬' lembrem que faz mal à saúde!

Tempo livre, dedos coçando e muita coisa pra não entender.

Fazia tempo que eu não me aventurava desse jeito em fics curtinhas. Hope you enjoy.

Tsuki.


Vício

-Desde quando você fuma?!

Gokudera não resistiu em perguntar. Era um pouco estranho, como era pra ser, vindo de uma chaminé ambulante como ele.

Mas aquela pergunta era para ninguém menos que o atleta nº 1 de Nanimori, o idiota e fanático por baseball, Guardião da Chuva da família Vongola.

Não que fosse grande coisa. Yamamoto não era nada pra ele.

Mas como braço-direito do Décimo, oras, ele tinha todo o direito de saber.

-Não muito... Hahahaha... – Yamamoto se engasgou com a fumaça e o riso, uma tosse seca e desengonçada batendo nos ouvidos de Gokudera como um insulto. – Ainda estou me acostumando.

-Pra quê?

-Hun? Como assim?

-Pra quê um idiota como você quer aprender a fumar?!

Será que ele não percebia como estava sendo ridículo? Já não bastava ser irritante, sem-cérebro, esquisito... e... e irritante de novo! Agora ia ser um jogador de baseball idiota e com asma!

-Eu não quero.

Foi inevitável que seus punhos se fechassem. Gokudera não era o rei da paciência, e Yamamoto parecia querer sempre testar o seu limite.

Não que ele se importasse, claro. Mas qualquer um ficaria irritado com aquele idiota fumando no telhado da escola, escondido e tossindo como... como um idiota!

Aquela fumaça intoxicante não tinha nada a ver com o cabeça-de-vento. Será que ele não percebia isso? Porque era tão óbvio.

Yamamoto era o tipo de cara... como costumava definir mesmo? Limpo. Puro, até. Daquele tipo de pureza irritante de quem vê toda a maldade pequena demais perto de todo o resto.

E Takeshi ainda era do tipo de cara calmo. Tranqüilo. Que sorria sempre, como um idiota. Que era feliz, simplesmente feliz, como se ele tivesse nascido pra ser feliz o tempo todo. Que era bom, que fazia sempre seu melhor e para o melhor.

Definitivamente, não havia nada naquele gosto amargo de nicotina que pudesse fazer bem a ele.

Nada.

-Você ficou mais sem cérebro que o normal!?

Yamamoto riu, apagando o cigarro no chão áspero do telhado.

-Hahaha... Mas eu só estava tentando não sentir tanto sua falta.

Sem-cérebro, idiota, irritante. Que não conseguia enxergar uma coisa tão óbvia quanto aquela!

Quanto uma fumaça escura invadindo um corpo tão puro.

Quanto alguém como Hayato Gokudera tentando oferecer algo de bom a alguém como Yamamoto Takeshi.

-Idiota.

Mas Gokudera não era o rei da paciência. E Yamamoto era a linha que dividia todos os seus limites.

Acendeu um cigarro e se sentou ao lado do jogador de baseball.

-E conseguiu? – perguntou, dando a primeira tragada.

Yamamoto sorriu, deitando com os braços por trás da cabeça.

E respirou fundo.

-Não. O original é único.

Gokudera sorriu, disfarçadamente.

Então, lá no fundo de toda aquela pureza, Yamamoto tinha um vício.

Ele.

OWARI