Insieme

Tudo aconteceu muito naturalmente, uma conversa entre Neville e Ginny acabou por criar um espírito indomável em cada um deles. Não poderiam parar, tinham que resistir. Assim, a Dumbledore's Army tinha cada vez mais estudantes. Na verdade, todos eles achavam que não eram muito organizados, que tudo era muito descompromissado, mas era a única esperança que tinham. Então não recusavam ninguém que tivesse o mesmo espírito, embora soubessem de muitas histórias que começaram desse jeito e acabaram mal. Havia uma promessa nunca dita entre eles, uma que não seriam capazes de quebrar mesmo que tentassem. A cumplicidade criada por um ideal em comum tem dessas delicadezas em que apenas acreditar é o suficiente.

Em três meses, eram quarenta e dois, e tinham quatro cores.

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A convivência não fez deles iguais, de maneira alguma.

Eles se apoiavam uns nos outros como irmãos que nunca se deram muito bem, e aprendiam uns com os outros. Notaram as particularidades de cada indivíduo, cada um que era todos eles e um desejo. Desvendaram a complexa estrutura que se formou, o grupo improvável que eram. Não eram uma família porque só tinham uns aos outros, embora isso pudesse muito bem servir como desculpa para os mais orgulhosos. Eram uma família porque haviam escolhido ser, e tal escolha era o medo, o desejo e o juramento, o espírito indomável. Eram corajosos, eram sábios, leais e astutos, eram tudo isso, e não eram nada.

A convivência os fez reparar que eram iguais.

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É bem verdade que Susan só começou a realmente pensar que tudo ia dar certo quando Hannah chegou. Nada jamais a fez se sentir tão culpada, pensando que estava calma porque a amiga estava ali, correndo risco de vida. Também é verdade que Terry, o menino que nunca acreditou na religião da mãe não-mágica, se viu rezando baixinho logo que avistou Harry, Ron e Hermione saindo do retrato com Neville.

E por isso, eles eram heróis.