Sinopse: Os deuses menores por muito tempo se submeteram a vontade dos 12 olimpianos, mas fartos disso planejam uma guerra. Uma guerra sem igual no qual só um lado continuara de pé. Os deuses olimpianos por sua vez cheios de si apenas ignoraram a revolta e se prepararam para uma batalha que já haviam declarado vencida.
Entretanto, o que não sabem é que os deuses menores contam com a ajuda de uma garota que para os deuses nunca existiu. Mas ela existia, e estava pronta para derrubar todos eles.
Ela era Laila a kyría tis nýchtas.
Percy Jackson não me pertence e essa história não tem fins lucrativos!
Olá! Essa é minha primeira fic de PJ então sejam bonzinhos u.u/
O primeiro capítulo é meio confuso, mas depois tudo fica mais claro ^^
A garota corria.
Não se tinha certeza do que corria. Os cabelos negros estavam jogados ao vento enquanto ela disparava, sempre em frente.
Para onde ia?
Nem ela mesma sabia, a muito já estava cegada pelas lagrimas que insistiam em cair voluposas.
Sem olhar por onde ia tropeçou em um galho arrancado da arvore por ventos fortes e caiu, seu corpo inteiro gritou em protesto e sua mente sempre alerta trabalhava em meios de sair dali o mais depressa possível. Mas ela não podia fazer isso, não conseguia.
Começou a chover. Era como se cada uma dessas gotas estivesse zombando dela. Mas ela não se importava nada mais importava. A chuva agora caia forte e se misturava com o sangue que saia de seus vários ferimentos.
Como puderam fazer aquilo? Sangue de seu sangue era o que eram.
Entretanto, olha o estado deplorável e enojante no qual se encontrava. Cansada, ferida e caída em frente a uma casa qualquer.
Em seu estado de semiconsciência conseguiu sentir alguém se aproximar. Tentou rastejar para longe, mas o peso de seu corpo junto com o das correntes que prendiam firmemente seus pulsos e tornozelos era demais.
Sentiu que alguém lhe levantava com violência do chão. Quis gritar, clamar por misericórdia, mas não encontrava voz e folego para tanto, se sentiu ser arrastada por algum tempo. Foram apenas dois minutos que para ela durou uma eternidade.
Foi jogada dentro de um carro e foi então que aconteceu. Vários gritos e latidos foram tudo o que pudera ouvir antes de abraçar aliviada a inconsciência.
Acordou algum tempo depois, não saberia dizer quanto tempo dormira, mas não era com isso que estava preocupada. Demorou algum tempo para perceber que estava deitado em algo bem macio, algo que definitivamente não tinha nas masmorras.
Levantou as mãos apenas para se arrepender em seguida. O pequeno movimento lhe causada uma dor tão intensa na parte superior do corpo que ela quase desmaiou. Embora tenha ficado feliz em constatar que as correntes que antes a prendiam já não estavam mais ali.
Ouviu movimentos perto de si e mais uma vez ficou alerta.
- A você finalmente acordou Laila! – Ouviu uma mulher jovem comentar. – Pensávamos que iria dormir por toda a semana.
Apesar de a voz soar risonha Laila não gostou.
Não respondeu a mulher, não sabia se conseguiria em todo caso. Ao invés disso preferiu olhar em volta. O quarto era bem grande, assim como a cama na qual repousava, mas tudo era extremamente branco, doía os olhos se não estivesse acostumada e ela não estava de modo que teve que esperar um pouco para poder olhar direito. Lentamente seus olhos se adaptaram e ela pode olhar atentamente para tudo, a primeira coisa que notou foram os lençóis que cobriam a cama, eram de um material meio escorregadio porem delicado e suave. Jamais havia tido algo assim.
Olho para o lado esquerdo e viu um criado mudo, e em cima dele estava colocado um vaso contendo um único copo-de-leite.
Perto da cama na parede esquerda estava um armário com pequenos entalhes que de longe Laila não saberia dizer o que era. Na parede esquerda havia uma porta com grandes flocos de neve entalhados. Ao lado esquerdo da cama também havia uma porta que dava pelo que Laila conseguira visualizar, em um banheiro. Nunca ficara em um quarto com banheiro ou sequer tão bonito como aquele, nunca ficara em quarto algum na verdade.
Voltou ao analisar o quarto e notou a grande janela, de fato a janela era tão grande que se sentiu surpresa por não ter visto-a antes. Ocupava quase a parede inteira em frente à cama e o que se via através dela eram... Nuvens.
Quase pulou de susto quando ouviu a voz da mulher, estava tão concentrada analisando o quarto que se esquecera dela. Ela saiu da porta que ficava ao lado da cama e parou sorridente em frente à mesma. Em um primeiro instante Laila ficou sem saber o que dizer. A mulher em sua frente tinha uma pele pálida e branca como a neve, cabelos pretos e olhos marrons escuros e apesar de sorrir a alegria não alcançava seus olhos que continuavam frios.
- Sou Quione... – Ela começou deixando momentaneamente de sorrir. – Deusa da neve, bem-vinda ao palácio de meu pai, Bóreas.
As ultimas cinco horas tinham sido as mais confusas da vida de Laila. Em um momento estava presa com correntes em uma espécie de masmorra e no outro estava em um palácio. A parte difícil foi levantar da cama depois que acordou em parte por ali estar quente e macio, mas o problema maior era o corpo todo dolorido. Enquanto tentava, sem muito sucesso, se levantar Quione lhe ofereceu algo para comer. Ela chamou aquilo de... Ambrosia, disse que após comer ficaria bem mais fácil levantar e ficou.
Quione a levou direto ao banheiro onde uma banheira espumante já a esperava. Ao sair do banho já tinha roupas esperando-a em cima da cama, se vestiu e esperou pacientemente sentada em uma cadeira enquanto Quione arrumava seus cabelos. Após alguns minutos de silencio resolveu falar já que estava claro que a outra não o faria. Apesar de pensar por vários segundos não encontrou nada realmente bom para falar e acabou desistindo.
- Terminei! – Exclamou Quione animada, antes de arrastar Laila para frente de um espelho. – O que acha? – Perguntou Quione como se já soubesse a resposta.
Laila ficou sem palavras com o que via. Aquela não podia ser ela! Podia? A garota em sua frente vestia um vestido longo e completamente negro, em toda sua extensão havia pequenos pontos que eram extremamente parecidos com estrelas. O vestido dava contraste com a pele pálida. Seu cabelo estava solto em ondas que se transformavam em cachos nas pontas e no topo da cabeça estava uma linda tiara com três luas no centro. Todo o preto acabava destacando seus olhos azuis-escuros e sua boca mais que vermelha.
- A tiara é feita de prata e o símbolo no centro dela é a lua tríplice, muitos dizem que é o símbolo de sua mãe! – Explicou Quione ao perceber que Laila observava a tiara com curiosidade.
- Minha mãe? – Perguntou com as sobrancelhas franzidas.
- Sim sua mãe, deusa da noite, alguns mortais associam ela a lua e a magia, o que não é de um todo verdade.
Laila achou estranho Quione chamar as outras pessoas de "mortais", também achou estranho àquela conversa sobre "deusas", mas por não entender e não querer ser grosseira preferiu apenas continuar quieta, mesmo porque aquilo lhe parecia tão certo, ate que uma duvida maior lhe surgiu à mente.
- Por que me trouxeram para cá? – Perguntou olhando para Quione.
- Ora querida, somos todos de certa forma parentes, não deixaríamos que continuassem judiando de você daquela forma! – Exclamou terminando a frase meio indignada.
Laila queria protestar e dizer que passara quase 15 anos por aquilo, não fazia sentido que só agora resolvessem ajudar, mas sentiu que essa não seria uma boa ideia. Não era certo! Mas, porque não era certo ela jamais saberia dizer.
- Vamos! – Disse Quione de repente e começou a puxar Laila em direção à porta. – Estão nos aguardando para o jantar. – Explicou quando Laila se mostrou meio confusa.
Laila não conseguiria dizer como fora o jantar, sobre o que falara com quem estivera não saberia dizer nem qual era a comida que estava sendo servida. Era como se tudo fosse um enorme borrão de imagens, cores e sons que ela não sabia distinguir. Tentava se concentrar em uma pessoa e descreve-la ou ate mesmo vê-la nitidamente, mas não conseguia. Era como se algo estivesse impedindo sua visão. E sua audição, pois por mais que se esforçasse não conseguia entender o que diziam. Sentia seu corpo se mover e tinha a vaga consciência de estar comendo, só não sabia o que. O jantar começou e terminou antes que pudesse notar e mais rápido ainda foi parar na cama onde rapidamente adormeceu.
Estava em um corredor, não era bem iluminado, mas ela não tinha problemas para se movimentar sem esbarrar em nada. Nos dois lados do corredor tinham vários espelhos, mas ela não parou para olhar eles. Ela sabia para onde ia e aonde queria chegar, só não sabia por que estava demorando tanto. Em certo momento se cansou de apenas andar e passou a correr para frente. Correu por vários minutos sem chegar a lugar algum e quando estava pensando em desistir avistou a porta. Finalmente, mais um pouco e seria mais proveitoso sentar no meio do corredor e ficar esperando. A porta assim como todo o resto que a rodeava era preta e entalhadas em cada uma delas havia duas arqueiras.
Abriu a porta e entrou em um grande salão, parecia algo que já a muito havia sido abandonado, mas não deixava de ser lindo. Mas nada daquilo lhe importava no momento, ela olhava em volta como se procurasse algo. E o encontrou escondido em meio a panos empoeirados, não sabia por que procurara tanto por aquilo. Afinal era só um espelho, deu dois passos para trás e o analisou. A garota no espelho não caminhou para trás, elas não fez nada, apenas ficou parada olhando imponente para Laila.
Aquela garota era tão parecida consigo, a única diferença era que a garota no espelho de certa forma parecia mais bela, vaidosa... Poderosa. Sim era isso o que ela era, uma garota, não garota não! Ela era uma mulher poderosa e sabia disso.
- Pensei que jamais viria! – Comentou a garota do espelho.
- E eu deveria ter vindo antes? – Perguntou Laila confusa.
- Dever você não devera, mas teria sido mais fácil para nós duas! – Afirmou a garota do espelho pesarosa. – Não precisávamos ter passado por tudo aquilo.
- Não compreendo o que quer dizer! – Disse Laila um pouco irritada, afinal não era pedir muito que a garota ao menos fizesse sentido era?
- Apenas olhe para trás. – Disse a garota paciente.
Laila olhou para trás e se encontrou contemplando a própria infância. Imagens terríveis apareciam em todos os lados e ela não gostava disso. Virou e olhando para a garota notou algo que ate então lhe passara despercebido, a garota estava vestida exatamente como ela estivera antes.
- Aquela é a minha infância, não a sua não sei aonde pretende chegar com isso. – Disse ao parar de analisar a outra.
- São memorias da minha infância também, afinal de contas eu sou você ou uma parte de você que tentaram destruir! – Explicou parecendo um pouco irritada.
Laila queria protestar e dizer que aquilo jamais poderia ser verdade, mas a semelhança entre as duas era tão obvia que ficava extremamente difícil negar.
- O que quis dizer com "teria sido mais fácil"? – Perguntou após alguns segundos de silencio.
- Eu poderia te ajudar obviamente, nos somos poderosas Laila, não precisamos deles, de nenhum deles! Eles nos usam e enganam e vão continuar fazendo isso! Poderíamos ser muito mais se me libertasse! – Dizendo isso a garota do espelho deu um passo ao lado lhe mostrando imagens dela liderando um exercito e de doze pessoas gigante ajoelhadas perante a ela, atrás desses doze havia outros, Laila passou os olhos por uma das fileiras e reconheceu imediatamente Quione. Lembrou-se do que ela havia feito por ela e subitamente parou de gostar do que estava vendo.
- Quione não me... – Começou Laila raivosa, mas foi cortada.
- Quione esta lhe mantendo sob o efeito da nevoa, não acho que seja confiável. – Comentou arrogante a garota do espelho.
- Ela não faria isso! Ela me ajudou todos eles me ajudaram! – Laila disse na defensiva.
- Todos? Todos quem? – Perguntou a garota do espelho desdenhosa. – Por que se não me engano você só conhece ela...
- Ela disse que eles haviam ajudado... Que não queriam que eu continuasse sendo tratada daquele modo... – Laila se sentia confusa, ela realmente não fazia ideia de quem eram os outros ou em que lugar ficava o tal castelo, antes isso parecia ser normal, mas agora já não tinha certeza.
- E como foi sua manha? Ou melhor! Como foi seu jantar? – Perguntou a garota do espelho desdenhosa com um sorriso debochado enfeitando o rosto.
Essa era uma pergunta muito fácil que Laila responderia sem problemas.
- De manha eu... – Parou a frase no começo, pois não se lembrava de nada daquela manha, quando acordara já estava no palácio com Quione e eram... Ela na verdade nem sabia que horas havia acordado. – Eu provavelmente estava dormindo de manha por isso não me lembro! – Justificou quando o sorriso debochado da outra aumentou. – Mas posso falar do jantar, eu fui jantar ás... Na verdade não consultei as horas quando estava indo, mas era de noite já! (Jura? Perguntou a garota do espelho) E nos comemos... Eu conversei com a...
A garota do espelho sorria mais e mais a cada nova coisa que Laila tentava lembrar sem conseguir. Por fim se deu por satisfeita quando Laila já parecia bem aflita.
- Eu disse, estão nos mantendo sob o efeito da nevoa, agora por que é uma ótima pergunta! – A garota do espelho agora parecia bem pensativa.
- Nevoa, nevoa, nevoa o que diabos é a nevoa? – Perguntou Laila que estava frustrada e irritada ao mesmo tempo.
- Nevoa é aquilo que oculta tudo que é do nosso mundo para mortais, no sentido básico. – Explicou a garota e nesse momento o sonho tremeu, como se tivesse algo sacudindo tudo, como se alguém estivesse tentando acordá-la.
- Rápido precisa me tirar daqui antes que acorde! Eles estão te usando, eu posso ajudar! – Pediu impaciente a garota do espelho.
- Não, eu vou ficar bem! – Laila sentia que ao mesmo tempo em que aquilo era verdade também era falso, pois aquelas não eram palavras que ela queria dizer.
Ouviu o grito furioso da garota do espelho ao mesmo tempo em que abria os olhos e se deparava com Quione parada olhando para ela.
- Você esta bem? Estava se debatendo enquanto dormia! – Apesar da preocupação Laila não pode deixar de pensar que aquilo era apenas fingimento.
Lembrou-se do sonho e do que a garota disse, ela disse que estavam usando ela, mas ela não queria acreditar. Estremeceu levemente.
- Foi apenas um sonho ruim. – Respondeu sorrindo fracamente.
- Claro, compreendo! – Enquanto estava se retirando do quarto Quione lançou um ultimo olhar para Laila que captou algo diferente no olhar da deusa, algo que não soube identificar.
Apesar de não querer acreditar não conseguiu deixar de ficar com raiva da garota do espelho. Se ela estava sob o efeito da nevoa, ela não podia ter lhe explicado como sair disso? Pensando nisso adormeceu e não voltou a sonhar com o estranho salão.
