Sexy Love

From Loneliness Into Darkness

Disclaimer: Saint Seiya não me pertence, mas sim à Masami Kurumada, Toei, e Cia.

Essa fic vai como presente para uma certa pessoa... Ela vai perceber conforme ler... ao menos eu espero que ela leia logo... -.-" E tbm fica um pouco como um presentinho para a Neko-sama... já que ela tem insistido pra eu voltar pra cá logo...

O Fim...

From Loneliness

Into Darkness

My heart goes

Fading, suffering

Bleeding and crying

For your love


Subia as escadas correndo, saltando de dois em dois degraus. Portava nas mãos uma arma, uma pistola semi-automática, carregada com balas de prata e uma correntinha de ouro, da qual pendia um crucifixo rebuscado, do mesmo material da corrente, envelhecido. Também levava consigo uma carta, escrita com sangue sobre um pergaminho, cujo lacre de cera cor de vinho com o emblema daquele ser demoníaco havia sido rompido. Por ela própria.

" Dessa vez você não escapa seu demônio. Eu juro que te mato essa noite. Eu não vou falhar essa noite. Eu juro que não vou falhar!"

Sua respiração estava curta e acelerada. O coração batia como um daqueles antigos tambores de guerra, que os exércitos usavam para marcar a marcha contra um inimigo, na Idade Média. Na verdade, respirava pela boca, o que a deixava mais cansada e lhe causava uma dor pungente do lado esquerdo. Mas nada nem ninguém a impediria naquele momento.

Aquele caracol sem fim era iluminado pelo luar que mergulhava naquela imensidão de degraus através de uma abertura de um metro e meio de diâmetro no alto daquela torre de pedras, e algumas janelas em forma de arco ogival, que deixavam ver a noite cobrindo a mata a oeste, os precipícios a norte e a sul, em cuhas rochas as ondas do mar banhado de prata pela lua cheia, quebravam, espirrando espuma branca e lambendo a encosta.

A gigantesca torre se erguia daquele castelo, sobre um desses precipícios, em direção ao céu estrelado, na qual a lua reinava fulgurante, com poucas nuvens acinzentadas a lhe encobrir ora ou outra.

"Maldito! Tinha de se esconder numa torre tão alta!? Demônio maldito, desgraçado!"

Certamente já devia apssar da meia-noite. Se Saga e Kannon soubessem que estava ali, naquela torre, subindo aquela escadaria sem fim, para encontrar seu inimigo, o assassino de Aiolos e de seus pais, sozinha e sem reforços, com certeza iriam repreendê-la e a chamariam de louca. Rezava internamente para que Kannon não tivesse percebido suas intenções quando a viu pegando a moto e saindo, e que principalmente não tivesse dado com a língua nos dentes. O grego era bem esperto, sacava fácil e rapidamente as coisas, mesmo as mais profundas intenções; Mas em se tratando dela, ele poderia muito bem dar com a língua nos dentes e contar sobre suas intenções daquela noite para Saga, seu irmão gêmeo, alguns minutos mais velho, e portanto, mais preponderante e mais preocupado que Kannon, mas não menos inteligente. Os dois exterminadores formavam, junto com ela e Aiolos, o último grupo de caçadores de vampiros. Eles eram sua família, um grupo de quatro amigos órfãos. Amava Saga e Kannon como irmãos, mas à Aiolos dedicara seu coração. Amava-o profundamente. Mais do que a qualquer outro homem em toda sua vida, ainda que se juntara ao trio ainda jovem.

Ficara órfã ainda bem nova, aos treze anos, e então, conheceu Aiolos, que a convidara para unir-se aos três garotos. Os gêmeos, por serem mais velhos iniciaram seu treinamento para se tornar uma exterminadora aos dezesseis anos, muito embora já tivesse iniciado algum aprendizado sobre a espécie do assassino de seus pais dois anos antes.

Saga se encarregara de ensinar todo o conhecimento de seus antepassados a ela, assim como todas as táticas de guerra e tantas outras teorias, que eram de seu domínio. Kannon, por sua vez, ficara encarregado de lhe ensinar todas as técnicas de combate, tiro e manejo das mais variadas armas.

A garota logo dominou todos os tipos de combate e armas, se tornou perita nos assuntos ligados aos vampiros e adquiriu uma pontaria inigualável. Aos dezoito anos já havia conquistado a medalha de exterminadora. Agora, aos vinte e três anos, a jovem mulher se tornara uma grande exterminadora, eficiente e precisa, temida e respeitada. Só falhara uma vez, com o assassino de seus pais, que por alguma razão exercia um enorme poder sobre si. O que lhe custara a vida de Aiolos.

Naquela noite, porém, estava decidida a pôr um fim nesta seqüência de encontros com o vampiro, que sempre lhe escapava por conta deste enorme poder que exercia sobre ela. Esta noite, vingaria seus pais e seu amado Aiolos.

Por fim, chegou ao final da escadaria, dando em uma pesada porta de madeira enegrecida não só pelo tempo, mas também por várias camadas de piche. A enorme porta de carvalho se abriu diante dela, dando para um amplo salão.

Ao se abrir a porta, a jovem pôde ouvir uma melancóloca melodia que vinha do fundo do salão, tocada em um piano. As notas iniciais eram um tanto graves e a melodia se iniciava vagarosa, para então, após aquelas ágeis mãos percorrerem todo o teclado do piano e adicionarem algumas notas agudas, se tornar mais rápida e originar uma triste, porém bela, canção.

Ela adentrou o salão, pisando cautelosa no chão de mármore negro. Após o primeiro passo, estancou, conforme várias tochas e archotes se acenderam repentinamente assim que ela pisou no mármore. A luz das chamas tremeluzia sobre as paredes e os pilares, também de mármore negro, lançando sombras lúgubres por todo o recinto. Agora, com o salão dessa forma iluminado, podia notar que o local era muito maior do que parecia, mergulhando na escuridão.

A melodia ressoava insistemente por todo aquele lugar, provindo de um piano de cauda preto colocado com muito cuidado sobre uma plataforma ao fundo. À frente dele, estava o assassino das três pessoas que mais amou no mundo. Tocava o piano de olhos cerrados, as mãos hábeis de dedos finos a percorrerem as teclas ligeiras.

- Eu estava à sua espera, minha querida... Saphira... - O vampiro disse sem abrir os olhos ou cessar de tocar a música.

- Shura... – a jovem respondeu-lhe com raiva, caminhando em sua direção com a arma preparada e apontada para ele. – Seu demônio maldito.

- Ora, quanta raiva, minha bela Saphira. Não esperava uma recepção como essa, querida.

- Shura, é melhor você parar de me chamar dessa forma, antes que eu faça essa sua cara em pedaços.

- Você veio para me matar, Saphira?

- Você arrancou tudo o que eu mais amava da minha vida. O que você esperava que eu viesse fazer? Assim que recebi essa carta repugnante me dizendo onde você estava escondido, vim direto para cá. Para acabar com você.

- Você quer saber porquê eu matei os seus pais, Saphira?

- Para mim, pouco importa a história que você vai inventar. Eu vou dar a você o mesmo destino que você deu aos meus pais e a Aiolos, Shura.

- Quanta determinação. Realmente, você é quem você é. Sabe que isso é o que eu mais amo em você, minha cara? Sempre amei essa determinação que você possui. No final, nós não somos tão diferentes. Logo você verá que você é como eu. Você é tão obstinada quanto eu.

- Hmph... amar... um ser nefasto e desprezível como você jamais vai saber o que é amar alguém.

- Oh, não, isso não é verdade. - o rapaz abriu os olhos e se levantou. Neste momento ele já havia terminado de tocar sua música e agora descia da plataforma para vir ao encontro de Saphira.

- Não se aproxime! – ela disse, um tanto quanto nervosa e tremendo, hesitante em atirar.

Shura caminhava devagar e despreocupadamente em sua direção. Vestia uma camisa preta, uma gravata branca sobre a qual havia um broche marchetado em ouro e prata, com seu emblema e talhes de marfim e madrepérola engastados. Vestia por cima da camisa e da gravata, um colete e uma casaca ambos de um tom cinza claro.

Os cabelos negros estava um pouco revoltos, os olhos de um ébano profundo brilhavam de forma que pareciam faiscar. Tinha um corpo magro, porém muito forte, com músculos talhados com cuidado e esmero. Era alto e possuía um porte altivo e ao mesmo tempo, ameaçador.

- Eu não fui, sempre, de todo vampiro e nefasto. Eu, um dia, também fui humano, apesar de ter nascido sob a espécie vampírica. Nem todos nós já nasce com o instinto vampírico apurado. Muitos de nós nasce e vive por longo tempo como humanos normais, até o instinto vampírico se aguçar e aflorar. Mas até então, nós vivemos como qualquer ser humano. Nós andamos sob o sol e dormimos sob a lua e as estrelas, nos alimentamos dos mesmos alimentos que os seres humanos normais. Temos medo, sentimos dor e amamos. E, mesmo após o instinto se apirar ainda há aqueles de nós que são capazes de sentir estas mesmas coisas que os mortais comuns sentem. E um dia, eu amei você, embora não fosse exatamente você, mas sim uma outra encarnação sua, com a mesma alma, o mesmo espírito, em corpo diferente. Nós éramos um só, nós nos amávamos e éramos um único ser. O mesmo amor que nos une agora.

- O que você está dizendo? Eu não amo você, nunca amei e nunca vou amar!

- Você tem certeza disto, minha querida?

- O quê...?

- Você me pertence, Saphira. Sempre pertenceu a mim e sempre pertencerá.

- Eu não amo você! Eu nunca amei e nunca vou amar você, Shura! Você matou meus pais e Aiolos, o único homem que eu realmente amo!

- É aí que você se engana, minha querida. Você me amou em outra vida e ainda me ama nesta, mesmo que você não queira admitir... ou não consiga se lembrar... – ele dizia enquanto a circundava, como um predador prestes a atacar a presa. – Mas quanto a isso, eu posso dar um jeito e fazê-la se lembrar de quem você realmente é, e se lembrar do quanto me ama.

- Cala a boca, seu maldito! Você é um demônio, um assassino! Você matou meus pais e matou Aiolos! Como eu poderia amar você!? Eu te odeio, Shura! – a jovem agora gritava, apontando a arma para ele, acompanhando-o.

- Porque não atira, Saphira? Porque não me mata então, se me odeia tanto assim? – ele respondeu, colocando uma das mãos sobre a arma, tampando o orifício de onde a bala saía, enquanto ficava de frente a ela, com a outra mão às suas costas. - No fundo, você sabe, mas não quer admitir. Inexplicavelmente, para você, mas ainda assim, mesmo eu tendo matado seus entes queridos, você me ama.

- Cala a boca! Maldito! – ela agora tremia.

- Vamos, atire, Saphira.

- Já disse para se calar, seu demônio!

- Sabe, porque você não atira? Porque você me ama.

- Cale-se! – gritava, descontrolada. – CALA A BOCA! Eu te odeio, Shura! Eu te odeio! Eu te odeio! Eu te odeio! – agora ela estava nos braços do vampiro, socando o peito dele, ainda com a arma em punho.

- Ah, Saphira... – ele suspirou, com a paciência sendo testada. Segurou os pulsos dela, e a fez olhar para si. – Não grite mais, meu amor. Basta apenas que você se lembre de quem você é... com apenas uma mordida, seus instintos vão aflorar, e você vai se lembrar... A vampira adormecida dentro de você vai despertar... – Ele dizia, olhando-a nos olhos, hipnotizando-a e deixando-a sem reação, conforme deixava que suas presas despontassem. Os olhos do rapaz se tornavam cada vez mais vermelhos.

Os caninos de Shura se aproximavam lentamente do pescoço da jovem. Quando estavam quase cravados em seu pescoço, Shura murmurou em seu ouvido.

- Venha para mim, minha doce Rainha Branca de Neve...(N/A: esse nome será explicado no prox. Cap.)

Shura afundou as presas na carne de Saphira, sugando-lhe o sangue avidamente. Era um sangue doce, cujo sabor se assemelhava ao mel. Conforme o rapaz sugava seu sangue, os olhos de Saphira se tornavam cada vez mais vermelhos, e seus caninos, aparecendo sob seus lábios macios, se transformavam em afiadas presas. Os instintos de vampira estavam aflorando e tomavam conta de si.

Após Shura sugar um pouco de seu sangue, ele a soltou, e desatando a gravata, afastou o colarinho da camisa, oferecendo seu próprio sangue para ela. Saphira agarrou-se a ele, e fincou suas presas recém adquiridas em seu pescoço, sugando ávida o sangue dele. Sugava tão avidamente que mesmo sendo um vampiro, Shura sentia dor. Mas era uma dor prazerosa. A dor que lhe traria sua amada de volta.

- Sabe porquê eu matei seus pais, Saphira? – disse sorrindo malignamente. – Porquê eles nunca aceitariam que esse exato momento acontecesse... eles impediriam que eu me aproximasse de você. Seus pais não eram apenas humanos. Eles eram exterminadores também, embora mantivessem isso em segredo. Eu matei seus pais para poder tê-la em meus braços, como agora. E quanto a Aiolos... eu o matei pelo mesmo motivo. E porque sei que se ele estivesse vivo, você jamais iria vir até mim... e eu nunca poderia ter você com outro homem na sua vida...

- O q...? – ela se afastou dele saindo de seu transe, com as presas ainda a mostra, e o rosto manchado de sangue, que escorria em filetes pelo canto de sua boca. – S-san... sangue...? O que você fez? O que você me fez fazer?? Maldito!! Além de matar meus pais, matar Aiolos, você me transforma em vampira!! Maldito demônio!!

- Saphira... Meu amor... não grite... nós poderemos ficar juntos por toda a eternidade agora que você se lembrou de quem você é... Venha, meu amor... agora você vai poder esquecer esse mortal... Venha, minha doce Saphira...

- Se afaste de mim! Não me toque! Eu não quero ser como você!

- Isso já não é mais possível. Você já é igual a mim, Saphira...

- Eu não sou como você. Nunca vou ser... E nunca vou esquecer Aiolos. – Saphira recuou alguns passos, preparando a arma novamente e apontando-a para Shura.

- Então é isso? Eu fiz de tudo para poder ter você de volta e agora, quando eu estava tão perto de poder, finalmente, ter você pra mim de novo, você ainda se recusa a esquecer esse reles mortal? Você decide me matar?

- Você o matou. Acha mesmo que eu iria ficar com você, sabendo disso? Tendo visto com meus próprios olhos seu braço atravessar o corpo dele e arrancar o coração dele?

- Eu o fiz por você. Para estar de novo com você, ter você em meus braços novamente. Será que é um erro amar alguém e fazer de tudo para ter quem se ama ao seu lado?

- Seu erro, Shura, foi ter matado Aiolos. – ela disse friamente, apertando o gatilho.

A bala de prata voou pelo ar, rasgando-o, zunindo. Shura viu nos olhos dela um ódio tão mortal quanto o ferimento que aquela bala lhe causaria quando o atingisse. Um ódio tão profundo, que jamais haveria espaço para o amor naquele coração. A não ser o amor que ela sentia por Aiolos. Enfim, ao constatar isto, a tristeza tomou conta de si próprio, inundando-lhe a alma, como as ondas que quebravam no mar abaixo. Finalmente, perdera a razão de viver. E cerrou os olhos escuros, abrindo os braços, para assumir a forma de um crucifixo. A bala então penetrou fundo em seu coração, arrancando-lhe o último suspiro de vida daquele ser.

Enquanto morria, o corpo do vampiro se transformava em pó. E ao fundo, o piano, como se por mágica, iniciara a tocar sozinho. A mesma melodia que ele estivera tocando momentos antes, quando sua amada Saphira entrara no salão.

Shura estava morto. E sua música ressoava pelo salão, tristemente. Ao redor, as pedras da torre gemiam. O castelo estava ruindo.

E pela face de Saphira, uma lágrima de sangue escorria...

XxxxxxxX

Dispenso comentários para essa fic. Há tempos estava querendo escrever uma fic sobre vampiros. E essa saiu meio que de última hora, do nada, ou melhor quase do nada, conforme eu ouvia a música Greensleeves(na versão de Langus, senão estiver errado o nome aqui), que é também a música que Shura toca na fic. E é a mesma do final.

Sim, o único comentário que devo fazer sobre essa fic... as músicas que inspiraram a fic, ou melhor, que eu sugiro que sejam ouvidas enquanto lêem, são(na ordem em que aparecem):

- Killing Loneliness do H.I.M.

- Snow White Queen do Evanescence

- See Who I Am do Within Temptation

- Greensleeves, acima citada

- Vampire Heart do H.I.M. tbm

Desculpe Aredhel-san... acabei usando a mesma música q vc usou pra sua fic d vampiros ."

Quanto aos versos iniciais, são de minha autoria.

Bjs,

Black Scorpio no Nyx!!