IMPORTANTE - No último capitulo da minha fic "Memórias de um Cupido" tem um prefácio dessa fic ... Não é essencial para entender a história, mas eu aconselho a ler. Se quiserem deixar uma review lá também eu agradeço hehehe
Texto em itálico e entre aspas ("") são pensamentos do Shaoran.
AVISO: Sakura Card Captor e seus personagens não me pertencem e sim ao Clamp.
Cap. 1 – Maldita Ligação
Estávamos no começo de maio, faltava menos de dois meses para as férias de verão começar. Três meses sem aula, três meses para aproveitar a casa que desde setembro do ano passado, quando minha irmã Feimei foi para o Instituto de Tecnologia da Califórnia para cursar o curso de engenharia, era só minha.
Eu estava na sala de estar jogando videogame e pensando como seriam boas as minhas primeiras férias de verão sozinho. Eu podia fazer o que eu quisesse e com certeza seria algo grande. Estava pensando em fazer uma festa de inicio de férias, só pra variar as coisas um pouquinho. "A minha casa é enorme, caberia todos da escola numa boa aqui, a festa poderia ser na piscina, já que vai estar muito quente. Quem sabe até uma banda ao vivo..."
- Shaoran! Tá me ouvindo? – Minha mãe me tirou dos meus pensamentos.
- Desculpa. O que você disse? – Disse enquanto destruía uma das naves inimigas.
- Eu disse para desligar essa porcaria de videogame e ir estudar, as provas finais estão chegando.
- Relaxa mãe! Eu sou inteligente, não preciso estudar. – Ela me olhou com a cara feia. – Mãe, eu tava pensando, posso dar uma festa no começo de junho? Você sabe, pra comemorar o inicio das férias de verão.
- Uma festa? Aqui em casa? Tá maluco Shaoran. Seus amigos iriam destruir a casa e vai sobrar pra eu limpar tudo sozinha e você sabe que não tenho tempo pra essas coisas. – Ela disse enquanto mexia no celular.
- Por favor! A gente pode contratar uma equipe de limpeza. Temos dinheiro pra isso. – Tá, tudo bem, nós não somos exatamente ricos, mas temos bastante dinheiro. Minha mãe ganha muito bem como cirurgiã e ainda por cima, temos a pensão que o governo nos paga pela morte do meu pai. O que adianta ter dinheiro se não podemos gastar?
- Eu estou economizando pra pagar a sua faculdade quando você se formar. Isso se você passar nas provas finais. Sabe quanto custa uma faculdade? – Eu balancei a cabeça dizendo que sim. – Falando nisso, já decidiu pra que faculdade quer ir?
- Mãe, ainda falta muito tempo. – Faltavam menos de dois meses, mas isso não importa. Ela abriu a boca pra dizer que minhas irmãs já sabiam onde queriam estudar quando tinham a minha idade e blá blá blá, mas eu a interrompi. – Nem começa a falar das minhas irmãs. E não fuja do assunto. Eu quero muito dar essa festa. Eu peço para o pessoal ajudar com as despesas se esse for o maior problema.
- Se as suas notas forem altas talvez eu deixe. – Ela disse por fim. Eu comecei a comemorar. – Eu disse SE e TALVEZ. Não fique muito animado. Agora vai estudar.
- Eu vou aceitar isso como um sim. – Disse antes de subir pro meu quarto, esquecendo completamente do videogame.
Fechei a porta atrás de mim e peguei meu livro de matemática. Comecei a ler e antes de terminar a primeira página já estava entediado. Já sabia tudo aquilo de cor, todo aquele papo de porcentagem, equação do segundo grau, teorema de Pitágoras, eu sabia tudo. Então fechei o livro e liguei o computador. Eu tinha que entrar no facebook e contar para o Eriol sobre os meus planos pra festa.
Eriol Hiiragizawa, ele era o meu melhor amigo desde que ele se transferiu de Londres para a minha escola quando tínhamos 12 anos. Nós nos tornamos tão amigos que quando fomos para o ensino médio bolamos um plano para convencer nossas mães a nos transferirem para mesma escola, a Fukushima High School (sim, minha escola foi fundada por um japonês, por isso temos algumas regras parecidas com as das escolas japonesas, mas isso fica pra depois), e funcionou perfeitamente. Eriol e eu pensávamos igual, então ele com certeza teria ótimas ideias para festa e de como fazer a minha mãe concordar comigo.
Assim que digitei a minha senha e a minha linha do tempo apareceu, cliquei direto no ícone de conversa privada e chamei por ele. E nada. Esperei por alguns minutos e nada. Ele não devia estar logado, se estivesse teria me respondido no mesmo instante. Irritado, sai do facebook antes que minha mãe me pegasse e me joguei na cama. Eu precisava falar com ele. Só tinha uma solução: ligar para o celular dele. Fui até a porta e me certifiquei que minha mãe estava bem longe do meu quarto. Voltando pra cama, eu peguei o celular e disquei. Não deu tempo de chamar duas vezes antes de ele atender.
- Fala Shaoran! – Ele gritou do outro lado da linha.
- Oi Eriol.
- Porque você tá sussurrando?
- Minha mãe acha que eu estou estudando. Enfim, eu tive uma ótima ideia e preciso da sua ajuda. Quero dar uma festa no primeiro dia de férias.
- Uma festa? Na sua casa? Tá maluco Shaoran, sua mãe não vai gostar da ideia. – Ele disse enquanto tentava segurar o riso.
- É, foi exatamente o que ela disse. Por isso preciso da sua ajuda. Ela disse que talvez deixe se minhas notas forem altas.
- Quer que eu te ajude a estudar, cara? Eu sei que minhas notas são melhores que as suas, mas eu não acho que...
- Cala boca! Minhas notas sempre foram melhores que as suas. – Eu o interrompi. – Não quero sua ajuda pra estudar seu tapado. Se o assunto fosse estudar eu teria ligado pro Sheldon e não pra você. Eu quero que você me ajude a encontrar um jeito de convencer ela. Sei lá, talvez se você vier aqui e me ajudar a fazer algumas tarefas ou pedir pra ela. Sabe que minha mãe é mias flexível quando você está por perto.
- Uhum, eu posso pensar em alguma coisa. – Ele fez uma pausa e respirou fundo. – Quem sabe se você...
- Shaoran! Eu não mandei você estudar? – Minha mãe estava parada na minha porta, me fuzilando com os olhos. Ela entrou e pegou o celular da minha mão. – Desculpa Eriol, mas o meu filho tem que estudar. Ele te liga mais tarde. – Dizendo isso ela encerrou a ligação, sem nem dar tempo pro Eriol responder.
- Mas... Mas eu estava estudando. Eu só liguei pro Eriol pra perguntar uma coisa sobre matemática. – Menti.
- Sei. Vou ficar com isso até a hora do jantar. – Ela colocou o celular no bolso. Eu abri a boca para protestar, mas ela foi mais rápida. – E nem pense em ligar o computador de novo, a não ser que queira que eu o confisque também. É melhor você estudar de verdade se quiser dar aquela festa.
Ela saiu e bateu a porta, nem me dando chance de falar alguma coisa. Como é que ela sabia que eu tinha ligado o computador? Às vezes acho que minha mãe tem poderes mágicos, ela sempre sabe quando eu estou aprontando alguma coisa. Sem computador e sem celular, só me restava mesmo estudar. Derrotado, eu peguei o livro de matemática de novo e comecei a ler. Que chatice! Não me leve a mal, eu gosto de matemática, na verdade é a minha matéria favorita, junto com a educação física, mas eu não estava no clima pra estudar naquela hora. Eu só conseguia pensar na festa e em como seria divertido.
Depois de algumas páginas e de resolver quase todos os exercícios sem dificuldade nenhuma, eu mudei de matéria. Comecei a estudar inglês, a matéria que eu menos gosto. Eu pensei que talvez fosse mais fácil de me concentrar nos estudos, já que eu realmente tenho um pouco de dificuldade nessa matéria, mas estava enganado. A cada frase que eu lia, uma palavra me lembrava de alguma coisa da festa. Depois de uma hora, eu desisti de vez. Isso não iria adiantar de nada. Nunca conseguiria me concentrar dessa maneira. Eu joguei o livro em cima da cama de qualquer jeito, peguei meu caderno e comecei a planejar.
"Festa na piscina. Então, vamos ver do que eu vou precisar. Bebidas bem geladas como sucos, refrigerantes e cerveja, não! Esquece a cerveja, minha mãe não iria deixar e os vizinhos enxeridos provavelmente chamariam a policia porque legalmente não temos idade para beber ainda, sem cerveja. Aperitivos, como salgadinhos, mini sanduíches, mini pizzas e cachorro quente. E eu não posso me esquecer da sobremesa, bolos e sorvetes de vários sabores. Acho que isso basta como bebida e comida. Agora, para o entretenimento. Com certeza tem que ter uma banda ao vivo, pelo menos por algumas horas, depois eu posso ligar as caixas de som e deixar uma lista de música tocando. Algumas boias para a galera se divertir. Quem sabe algum jogo como dardo ou vôlei. Seria muito legal se a noite eu pudesse fazer uma fogueira, como se fosse um luau! E quem sabe até..." – Eu fui anotando tudo no caderno. Fazendo uma lista de tudo que eu iria precisar.
- Shaoran! Vem jantar filho. – Minha mãe me chamou do andar de baixo. Eu nem tinha percebido que já havia passado tanto tempo. Eu arranquei a folha do meu caderno e escondi em baixo do travesseiro. Em seguida fui direto para a cozinha, o cheiro da comida estava ótima. Pra falar a verdade, eu sinto falta da comida da minha mãe, já que ela está quase sempre de plantão no hospital. São raras as vezes que ela está em casa na hora do jantar. Quando minhas irmãs estavam aqui, elas cozinhavam pra mim, mas agora que estou sozinho. Normalmente eu como comida congelada ou instantânea, ou peço para entregarem alguma coisa. Às vezes, quando quero comida de verdade, eu me convido para jantar na casa do Eriol. Amigos servem para isso, não é? – Não se esqueça de lavar as mãos. – Ela disse assim que me viu entrar. Eu lavei as mãos na pia da cozinha e me sentei.
- Pode devolver o meu celular agora? – Pedi mesmo achando que a resposta fosse ser não.
- Depois do jantar. – Ela se sentou e começou a se servir da salada. Ela também tinha feito macarrão com queijo, um dos meus pratos favoritos, por isso peguei um montão. Eu também peguei um pouco de salada, afinal, tinha que começar a bancar o bom filho caso queira conseguir permissão para dar essa festa. – Estudou direito dessa vez?
- Sim mãe. Estudei matemática e inglês. – Disse. Tecnicamente eu não estava mentindo. Dei uma garfada no macarrão e enfiei na boca. – Resolvi todos os exercícios sem problemas. – Me gabei um pouquinho.
- Que bom. Se continuar assim nas provas nós não teremos problemas.
- Não teremos problemas para dar a festa? – Me arrisquei de novo. Ela estreitou os olhos e me encarou. Suspirei. – Já sei, já sei. SE e TALVEZ. – Ela sorriu e continuou comendo.
"Droga! Desse jeito eu não vou conseguir. Tenho que encontrar um jeito de convencê-la e logo." Pensei. Seguimos comendo como de costume, sem trocar uma palavra. A única coisa que podíamos ouvir era o som da comida sendo mastigada. De repente o telefone da sala tocou. Eu comecei a me levantar para atender, torcendo para que fosse o Eriol me ligando pra me dar alguma ideia, mas minha mãe me interrompeu.
- Deixa que eu atendo. Termine de jantar. – Ela se levantou e saiu da cozinha. Logo o telefone parou de tocar – Alô?
- ...
- Meu Deus há quanto tempo! Como você está?
- ...
- Aqui estamos todos bem. Estou um pouco sozinha já que as meninas estão na faculdade, só me restou o Shaoran e logo ele vai partir. Sua mãe deve estar sentindo o mesmo. E seu irmão? Ele ainda está na faculdade? E a sua mãe, como ela está? E o seu pai? – "Quem será?" Pensei.
- ...
- Eu sinto muito querida, eu não sabia. – Ela deu uma pausa. – E como a sua mãe está lidando com isso? – "Parece que aconteceu alguma coisa com a mãe sei lá de quem".
- Ela tá? Sério? Que legal, ficou feliz por ela. Pelo menos ela não vai se sentir sozinha quando você partir ano que vem. Falando nisso, já sabe pra que faculdade você quer ir? Eu pergunto isso pro Shaoran todos os dias, mas ele ainda não decidiu. – "Claro que ela tinha que reclamar sobre mim! Será que ela não pode esquecer isso por um minuto?" De repente me irritei.
- ...
- Aqui? Mas é claro, será um prazer enorme. Mal posso esperar pra te ver de novo. Quando você está pensando em vir pra cá? – "Vir pra cá? Alguém vai vir nos visitar?".
Não consegui ouvir mais, minha mãe deve ter baixado o tom da voz pra contar algum segredo ou sei lá o que. Ela voltou em poucos minutos, com um sorriso no rosto. Eu não sei quem era e nem o que queria, mas bendita seja essa ligação. Minha mãe estava sorrindo! Agora seria muito mais fácil falar sobre a festa. Minha irritação passou e comecei a ficar animado de novo. Claro que não deixei que minha mãe percebesse isso. Ao contrário, mantive uma expressão de indiferença e com um tom monótono perguntei quem tinha ligado.
- Você não vai nem acreditar. Era a Sakura, você se lembra dela?
- Pra falar a verdade não. – O nome não me era estranho, mas não conseguia me lembrar de ninguém.
- Sakura Kinomoto, nossa vizinha. Ela morava na casa da frente junto com os pais e o irmão. Acho que foram embora quando você tinha 10 ou 11 anos. Ela era sua melhor amiga, não lembra?
- Sa... Sakura? – De repente a imagem de uma menina magrela e de maria-chiquinha me veio à mente. – Agora me lembrei, eles se mudaram pra Nova York, não foi? – Ela concordou com a cabeça. Eu não dei muita importância. – E o que ela queria?
- Ela disse que tá pensando em fazer faculdade aqui quando se formar e por isso quer passar uns meses aqui pra fazer visita às faculdades e ver como as coisas estão. Por isso, ela pediu pra vir morar com a gente.
- O que?! – Deixei o garfo cair com o espanto. Não podia acreditar no que tinha acabado de ouvir. Morar com a gente? Justo agora que a casa era só minha? Justo agora que eu estava livre de garotas ela queria vir morar com a gente? – Quando? Depois das férias? – Perguntei com esperanças. Pelo menos nas férias eu teria a casa só pra mim. Não faria sentindo ela vir agora que o semestre estava acabando. Ela teria muito trabalho se fosse pedir transferência pra minha escola agora, certo?
- Não. Pelo que conversamos ela chega na semana que vem. – Errado! Isso só podia ser uma pegadinha de muito mau gosto comigo. – Isso não vai ser ótimo Shaoran? Sakura ficará conosco até o final das férias! – Minha mãe parecia empolgada.
- Isso é horrível! – Disse sem pensar. – Como você permitiu isso sem nem falar com a mãe dela? A tia Nadeshiko concordou com isso? Falta menos de dois meses pras aulas acabarem, não faz sentindo ela vir pra cá agora. Eu não quero que ela venha, era pra casa ser só minha nessas férias.
- Shaoran! Que coisa egoísta de se dizer filho. Sakura era sua melhor amiga, achei que ficaria contente em vê-la de novo.
- Mas achou errado porque eu não estou! – Explodi. – Ela vai tirar toda a minha privacidade se vier pra cá. Isso vai estragar os meus planos pras férias. Pelo que eu me lembro, a Sakura era uma magricela e medrosa que não fazia nada sozinha. Eu não vou poder fazer nada, vou ter que ficar bancando a babá!
- Já chega Shaoran! Eu não sei o porquê dessa reação, mas eu sei que eu não te crie desse jeito. Já está tudo combinado. A Sakura vai vir morar com a gente e você vai ser um ótimo anfitrião do jeito que eu lhe ensinei. – Eu tentei protestar, mas ela não deixou. – Nem mais uma palavra! Vai já pro seu quarto.
Eu subi as escadas pisando forte, completamente irritado. Assim que entrei no meu quarto bati a porta com força e me joguei na cama. Eu tinha planos paras as férias e de repente tudo tinha ido por água abaixo. Tudo graças a ligação da Sakura. Eu retiro o que tinha dito antes, bendita nada. Aquela ligação estragou tudo pra mim. Aquela maldita ligação!
Olá pessoal!
Como prometido eu postei em uma semana hehe. O que acharam do primeiro capítulo? Vocês gostaram?
O Shaoran vai fazer o tipo rebelde e irritado nessa fic. Ele vai ficar com raiva a maior parte da fic. Já a Sakura... Bem, eu não vou estragar a surpresa dizendo como ela vai ser. Mas já vou adiantando que ela só aparece no capítulo 3.
Eu não sei muita coisa sobre as escolas americanas e tudo que sei pesquisei na internet. Para aqueles que não sabem o ano letivo começa em setembro e termina em junho (as datas podem variar de estado para estado, mas normalmente é isso), portanto eles tem três meses de férias direto no período de verão, por isso eles chamam de férias de verão. Também não sei muito sobre as Universidades de lá, mas pelo que sei eles se escrevem nas universidades de seu interesse e depois escolhem o curso que querem fazer. Se alguém tiver mais informações eu ficarei muito agradecida se essa pessoa compartilhasse elas comigo :)
Se tiverem alguma dúvida, sugestão, conselho, elogio, critica ou qualquer outra coisa basta escrever no retângulo abaixo e clicar em post review ... Se você não souber o que escrever não tem problema, um simples "oi" é suficiente para mim, uma palavra basta :3 ... Quanto mais review mais eu me animo a escrever, por isso mandem bastantes, ok?
Por enquanto é só isso ... até sábado que vem!
.:Beijinhus:.
