Sentiu o sol acariciar seu rosto. Sorriu. O vento era seco e a grama macia, uma sensação de calor e o ar fresco em sua pele, que tinha certeza, após essa exposição ficaria um pouco vermelha. Deus, nunca havia tido tal sensação nos campos de sua casa, quando, por milagre, o sol dava suas graças e aquecia os campos extensos onde costumava plantar seus girassóis.

Girassóis. Estava em um jardim de girassóis.

"Ivan."

E havia o sol. Abriu os olhos. Havia um brilho especial naquele sol, porque o sol amava aquela terra, aquela terra tão distante e que o havia convidado tão normalmente.

"Você está bem?"

Sorriu. Aquela terra que nunca deixaria a distância afasta-lo.

Rodrigo suspirou, estava começando a se desesperar, porque aquela cara alegre de Ivan estava o tirando do chão. Se soubesse que o russo ficaria tão adorável assim, como estava agora, não o teria trazido, embora isso fosse uma mentira. Olhou em volta, estavam simplesmente perdidos em meio a tantos girassóis. Não devia ter plantado tantos, ponderou.

Abriu a boca, pronto para chamar a atenção do russo em um tom mais alto, quando, inesperadamente, dois braços o rodearam. Um peito forte se encostou em suas costas e um cabelo macio fez cocegas em sua bochecha. Então sentiu um peso de grandeza em cima dele e um riso inocente, mas que sabia que levava certa malícia por trás.

Corou.

Sua boca ainda estava aberta, mas um punhado de ar escapou de seus pulmões em vez de gritos, transformando-se em um suspiro assim que um simples beijo, um roçar de lábios, foi depositado em seu pescoço.

E queria saber se aquele choque de energia que atravessou sua coluna, subindo de suas pernas até sua barriga e de sua barriga até seu pescoço, ardendo, fazendo seu corpo todo estremecer em extase com apenas um toque, seria sentido também por Ivan.

"Estou bem."

E suspirou consternado. Da próxima vez não seria tão descuidado. Mas por enquanto... Por enquanto eles ficariam assim.

Escondidos entre os girassóis.