Faz pouco que comecei a assistir InuYasha regularmente. E simplesmente me encantei! Agora com os mangás nas bancas, estou acompanhando melhor a saga da jovem colegial Kagome e deste meio youkai em busca dos fragmentos do Shikon no Tama, a Jóia de Quatro Almas. Espero que gostem desta história: é minha primeira tentativa de escrever algo com os personagens de InuYasha.
Esclarecimento
: Os personagens de InuYasha não me pertencem. São de propriedade de Rumiko Takahashi. Mas bem que eu queria que fossem meus! ^_^BATALHA NO MUNDO DOS SONHOS
Por Andréa Meiouh
A chuva fustigava seu corpo com fúria, mas ela não se importava e não parava de correr. Precisava chegar a um lugar seguro, tinha que fugir. Podia sentir o poder maligno atrás dela, perseguindo-a ferozmente. E a escuridão a envolvia como um manto de miasma, tornando tudo ainda mais sombrio.
Pelos olhos entreabertos, avistou algo conhecido: a árvore sagrada. Estava perto da vila, e talvez alguém poderia ajudá-la. Tirando forças de onde nem imaginava possuir, disparou em direção do local de onde havia libertado o ser com o qual se envolvera nos últimos tempos. Abraçou se ao tronco da árvore, ainda sentindo a presença dele ali. Há quanto tempo o tirara de lá? Dias... Semanas... Meses...? Isso já não importava mais...
"InuYasha", ela murmurou, encostando a cabeça no grosso tronco, não se importando que a casca lhe arranhasse o rosto. E, por uns instantes, esqueceu-se do perigo.
De repente, tudo parou. A chuva, os ruídos, a estranha pulsação que estava atrás dela. Até mesmo o ar parecia mais pesado. Afastou-se da árvore.
"Mas o quê...?", se perguntou, virando-se. E então se deparou com um par de olhos castanhos como os seus.
Apesar de ter ouvido os comentários da velha Kaede sobre a semelhança entre elas, nunca havia parado para pensar na ligação que possuíam. Parada ali, diante dela, podia perceber como se pareciam. Era quase como se olhar no espelho. Era algo assustador.
"Quero de volta o que é meu!", disse a falecida miko.
No instante seguinte, tudo o que ela sentiu foi a mão da mulher entrar em seu peito, na direção do coração. E uma dor imensa, terrível e lancinante. Kikyou estava lhe roubando a alma. E não podia fazer nada para evitar.
Então, Kagome gritou.
* * * *
Preocupada, a Sra. Higurashi fitava a filha mais velha. Kagome estava pálida e trêmula e ainda haviam marcas de lágrimas em seu rosto. Quando escutara o grito da filha, fora direto para o quarto dela e a encontrara encolhida na cama, chorando, com as mãos no peito. E agora, mesmo depois de tocar um pouco de chá, a menina parecia tão aflita como antes.
"Kagome, querida? Está tudo bem?".
"Sim, mamãe. Foi apenas um pesadelo".
"Tem certeza? Seu grito foi tão... assustado...".
Kagome sorriu. Queria poder contar a mãe o que estava se passando, mas como explicar a ela? 'Mãe, eu sou a reencarnação de uma sacerdotisa do tempo das Guerras Civis e ela apareceu no meu sonho, atrás da alma dela?'. Isso não seria uma boa.
"Foi um sonho ruim, mãe. Mas já estou bem agora".
"Se quiser conversar...".
"Eu chamo a senhora, prometo", Kagome completou, sorrindo. "Obrigada, mamãe".
"Tente dormir mais um pouco, sim, querida?".
Concordando com a cabeça, a garota entregou a caneca e deitou-se na cama outra vez. A Sra. Higurashi se despediu e saiu, deixando a filha sozinha com os próprios pensamentos e lembranças. Entretanto, Kagome não conseguia dormir. Ficou acordada, pensando no sonho.
Achando melhor sair da cama e espairecer, arrumou-se e resolveu dar uma volta pelo templo. Andou a esmo por alguns minutos, até se ver diante da árvore sagrada. Sentindo o corpo tremer ao relembrar do pesadelo, Kagome tocou levemente no tronco, desejando poder voltar no tempo e não ter caído no poço seco, pela primeira vez. Mas se não tivesse caído no poço, não teria o conhecido.
"InuYasha...".
O que sentia pelo hanyou? Seria algo relacionado com a alma de Kikyou, que agora era dela? Por que se preocupava tanto com ele, quando estavam lutando? Por que seu coração disparava toda vez que aquele ser, metade demônio, metade homem, a fitava com seus incríveis olhos cor de mel? Seria amor? Não estaria apaixonada por uma criatura tão rude e insensível, estaria?
Fechando os olhos, pressionou a palma da mão com força na árvore. E desejou, do fundo de seu coração, não ter fugido do Sengoku Jidai. Estivera tão confusa em relação à seus sentimentos, que partira sem ao menos se despedir. E agora, sentia falta de todos e, em especial, dele. Queria poder estar com o hanyou... mesmo ele a tratando de um modo tão grosseiro...
"InuYasha...".
Subitamente, o Shikon no Tama começou a brilhar. Seu brilho rosado lentamente foi envolvendo Kagome, que nada percebeu, pois estava de olhos fechados. O brilho foi ficando mais forte e mais forte até apagar de repente, da mesma maneira abrupta como iniciou. E Kagome não estava mais ao lado da árvore sagrada.
* * * *
InuYasha caminhava pela floresta, a mesma na qual ficara preso por 50 longos anos, graças a flecha encantada de Kikyou. Tentava por em ordem seus pensamentos e sentimentos. Faltava muito pouco para reunirem todos os fragmentos do Shikon e, em breve, ele poderia realizar seu maior desejo, transformar-se num youkai completo e nunca mais passar as noites sem lua sob a forma humana.
Mas sua ânsia estava diminuindo. Sentiu raiva de si mesmo. Estava acontecendo novamente. Uma humana fraca estava confundindo seus sentimentos e atrapalhando seus objetivos. O rosto sorridente de Kagome surgiu à sua frente. Ela estava o amolecendo. Pensara que não iria mais se envolver com outra mulher depois do que acontecera entre ele e Kikyou.
Durante muito tempo, pôde sentir a dor da traição e relembrar amargamente das feições da miko quando o flechou. Descobrir que tudo não passara de uma obra de Naraku para se apoderar do Shikon no Tama não amenizara a dor, apenas aumentara o desejo de vingança. A única coisa que o impedira de enlouquecer de vez era a presença doce da menina do futuro. Kagome tinha sobre ele um controle que nem mesmo Kikyou possuía. Por ela, seria capaz de mover terra e céus. E isso o assustava.
Ainda pensando nisso, chegou na árvore sagrada. O desejo de rever a garota teimosa e encrenqueira aumentava a cada instante. Embora o hanyou não quisesse admitir, sentia falta dela. Encostou a testa no tronco e, enquanto cogitava a idéia de estar se apaixonando por Kagome, sentiu um estranho calor, uma sensação agradável e aconchegante. Tudo a sua volta começou a brilhar e, de repente, alguém saiu de dentro da árvore.
"Kagome?!", ele exclamou, de olhos arregalados.
A garota piscou, tão assustada quanto ele. "InuYasha?". No instante seguinte, ela caia sobre ele, derrubando-o no chão.
"Ei! Sai de cima de mim!", reclamou o rapaz, mas não obteve resposta. "Kagome?", ele a chamou.
Tocando levemente no rosto da jovem, InuYasha percebeu que ela estava com o corpo gelado. Preocupado, a pegou nos braços e dirigiu-se para a casa da velha Kaede, onde estavam Shippou, Miroku, Sango e Kirara.
"Acordem pessoal!", gritou, abrindo a porta com um pontapé.
"InuYasha, deixe de ser grosso!", reclamou o monge. "Isso não são modos de acordar as pessoas...".
"Hã?", murmurou o pequeno Shippou, esfregando os olhos. "Quem é essa aí?".
"É a Kagome!", falou Kaede, se levantando. "O que ela está fazendo aqui? Por que ela está desmaiada?".
"Eu não sei, velha", grunhiu o hanyou. "Eu estava na floresta e de repente ela saiu de dentro da árvore sagrada".
"Ué? Mas o portal para o tempo da Kagome não é no poço seco?", perguntou Sango. "Como ela passou pela árvore?".
Kaede indicou um local para que o meio youkai colocasse a garota. Cobrindo-a com cobertores, a velha sacerdotisa ajoelhou-se ao lado da reencarnação de sua falecida irmã. Os poderes da jovem estavam aumentando, podia sentir isso mesmo sem se concentrar. Se ela foi capaz de cruzar as eras sem usar o poço, era sinal que ela estava ficando mais forte, a medida que iam recolhendo todos os fragmentos da Jóia.
"O que ela tem, vovó Kaede?", a vozinha de Shippou chamou sua atenção.
"Nada, Shippou... Ela apenas está exausta. Usou muita energia para fazer a travessia. Só precisa descansar".
Calado, InuYasha ouvia a explicação da sacerdotisa. Kagome estava cansada. Era apenas isso... Saiu da casa e pulou até o telhado, sentando-se ali em sua costumeira posição de lótus. 'Ela está bem... Só tem que dormir', pensou aliviado.
* * * *
Kagome acordou se sentindo cansada. Depois do pesadelo com Kikyou, tivera um sonho ainda mais estranho... Sonhou que ia para o Sengoku Jidai pela árvore sagrada. E para piorar encontrar InuYasha justamente lá.
"Devo estar pirando", murmurou para si mesma, enquanto sentava.
"Ah! Vejo que já acordou", soou um voz a seu lado.
A garota virou-se e encontrou a sacerdotisa Kaede, entrando no quarto.
"Senhora Kaede? O que faz na minha casa?!".
A velha riu. "Você está na minha casa, menina...".
"Na sua casa...", Kagome olhou para os lados, reconhecendo o ambiente a sua volta. "Mas como vim parar aqui?".
"Não se lembra do que aconteceu?", Kaede serviu um chá e estendeu a xícara para a menina.
"Mais ou menos... Eu tive um sonho outra vez... Os detalhes estavam mais nítidos... Acordei assustada... Saí para andar... Cheguei na árvore e depois... O rosto de InuYasha... É só o que me lembro...".
"Você atravessou para cá pela árvore".
"Mas como?!".
"Não sei... InuYasha a encontrou e a trouxe para cá. E isso foi três dias atrás".
"Eu passei três dias dormindo?!", exclamou a garota se pondo de pé. "Oh, minha nossa!".
"Acalme-se, menina", falou a velha sacerdotisa. "Isso é normal. Você ficou muito cansada".
"E aonde está o InuYasha?", Kagome perguntou, meio vacilante.
"Deve estar por aí, treinando", respondeu Kaede, fingindo não perceber o interesse da garota no hanyou.
"Acho que vou dar uma volta... Para esticar as pernas...", disse a jovem, saindo. "Obrigada, vovó Kaede!".
Kaede acompanhou a garota com o olhar. Era óbvio a afeição que ela nutria por InuYasha. O caminho deles estava entrelaçado. Um não estaria completo sem o outro. Mas haviam muitos obstáculos impedindo que aquelas duas almas, tão carentes de afeto, pudessem ficar juntas.
"Eles estão fadados ao sofrimento...", murmurou a miko, com pesar.
* * * *
Continua
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: Oi, gente! Este é meu primeiríssimo fic de InuYasha! Que emoção!! _ Espero que gostem deste romance... E acompanhem os próximos capítulos. Deixem um comentário, ou então mandem um email para: andreameiouh@msn.com. Um abraço e até o próximo capítulo!