Jack Bristow e Irina Derevko
Alias – Ao fim de vinte anos
"Ainda não lá fui, e não sei se irei… ela esta presa à apenas uns míseros metros de mim e eu ainda não à fui ver… ridículo, a minha mulher está presa e eu não à fui ver. Vinte anos… faz vinte anos que eu não a vejo e agora não consigo e não sei porque, mas não consigo.
Ela traiu-me, enganou-me, mentiu-me… tudo isso durante mais de dez ano, eu devia odiá-la, mas não, parece que o cheiro dela ainda me inebria, me tira os sentidos, de tal forma que eu apenas penso da sensação dos seus lábios sobre os meus… e dou por mim a quer entrar ali, naquela cela, e beija-la como não faço à anos.
Uma da manhã, é uma da manhã, tudo está vazio, para além dos guardas, não há mais ninguém aqui."
Jack olhava, compenetrado nos seus pensamentos, o ecrã do monitor que mostrava tudo o que se passa na cela dela, na cela de Irina Derevko, uma inimiga do Estado e uma terrorista e seguidora de Rambaldi, e com quem ele era casado.
***
Irina mexia-se na cama, não conseguia dormir, tinha-se entregado a CIA à mais de uma semana e ele ainda não a tinha vindo ver, ela esperava que ele gritasse com ela, que ele lhe chamasse mentirosa, traidora e cabra… ela esperava tudo, menos a solidão.
Levantou-se da cama e olhou a janela de vidro que a separava do contacto físico com o mundo exterior e gelou por dentro, contudo decidiu optar por um rosto calmo e serio, lá estava ele à observa-la, nenhum dos dois fez algum movimento ou disse algo, tudo estava silencioso demais.
Irina sentiu a necessidade de dizer tudo o que sentia naquele momento.
- FALA, DIZ ALGO, CARAMBA, ESTE SILÊNCIO É INSUPORTÁVEL! VÁ JACK SE HOMEM E GRITA COMIGO! NÃO FIQUES AI ESPECADO! – Ela suspirou – Por favor, diz algo…
Jack abriu a porta da cela, não levava qualquer arma ou qualquer outro tipo de protecção, aproximou-se dela rapidamente e beijou-a como se não houvesse amanhã.
"Impossível" Ela pensou
"Inacreditável" Ela pensou
"Não pares" Os dois pensaram
E não pararam, não durante muito tempo, ficaram apenas ali à beijarem-se, com a porta toda aberta, com as câmaras ligadas, tudo para que os quisesse ver.
***
Sydney foi a cede da CIA, tinha se esqueci de uns documentos importantes para o relatório que tinha de entregar à Kendall de manhã, foi até a secretária dela e pegou os papeis, já ia a sair quando as chaves lhe caíram do bolso.
Quando se baixou olhou de raspão para o ecrã do monitor da cela da mãe, e lá estava ele a beijarem… pareciam tão felizes e completos como à vinte anos atrás.
Sentou a observar os pais quando ouviu a voz do pai "Amo-te" e segundo depois a mãe responder no mesmo tom de voz "Eu também te amo"
Ela sorriu… ao fim de vinte anos eles tinham-se finalmente entendido.
No dia seguinte, todo estavam em alvoroço, porque nem Jack ou Irina estava na sede da CIA… E Sydney sorriu, porque sabia que os pais estavam juntos e felizes…
