O sol brilhava sobre o campo de batalha. Algumas torres se encontravam totalmente destroçadas, com seus tijolos espalhados pelo tapete verde. Ele não queria ir para o Salão Principal. Era cruel demais; doloroso demais. Ele não queria ver mais quantas pessoas queridas se foram. E era tudo sua culpa. Ele não era um herói. Heróis de verdade salvavam pessoas e eram bons duelistas. Sua maior proeza era um expelliarmus; útil, mas nem de longe grande.

Ele não queria ver ninguém. Mas, às vezes, há necessidade de outra pessoa nos ver.

Ela colocou a mão no seu ombro, fazendo uma corrente elétrica perpassar o corpo deles. Ela estava com as mãos frias, talvez de morte. Mas ele sentia o sangue quente pulsar. Ela não falará nada, não havia necessidade.

Ele contemplou o desaparecer vagaroso do vermelho que pintava o céu e a terra em certos pontos, então estava pronto. Pronto para se redimir.

- Ginny, - Disse, pegando a mão dela entre as suas. – eu fui...

- Um babaca. – Interrompeu. Seus olhos pareciam distantes, como se tudo que tivessem vivido estivesse passando pelos seus olhos. Como se estivessem a décadas atrás.

- Eu fiz para te proteger.

- Nem sempre você vai poder me proteger, Harry. Encare isso, ou não poderemos mais ficar juntos. – Ela passou a mão pelo rosto dele, limpando qualquer vestígio de terra. – Você não é mais meu herói, você é só o Harry. – Ele ficou calado, nunca foi bom com sentimentos ou palavras. O silêncio foi carregado de palavras que ficaram soltas durante o ano. Era mais reconfortante assim.

Logo ela levantou e estendeu a mão para ele. Ela deu o primeiro passo; Ela sempre dava o primeiro passo. Agora restava a ele decidir se aquela jornada valia a pena.