The Best Woman

Algumas coisas são simplesmente incríveis de se ver. E, realmente, se alguém tivesse me dito que as coisas acabariam assim, eu nunca acreditaria.

Acharia que era alguém que passou tempo demais com a Trewlaney, ou que andava bebendo quentão demais, freqüentando o Hog's Head ou algo ainda pior. Nem em um milhão de anos eu sonharia em terminar com Draco Malfoy por causa de Harry Potter. No entanto, há quem diga que isso é natural, que homens certinhos precisam de garotas más para desencaminhá-los. Certamente não imaginaria ver Weasley andando para o altar que acreditei que seria o meu por toda vida. Seriamente, a vida é tão completamente louca que acho que o único desfecho esperado foi o Granger e Weasley juntarem os trapinhos.

Espere. Eu não deveria falar de vocês assim, não é? Desculpe. Ainda não estou muito acostumada a ser a Sra. Potter.

No entanto, acredito que todos aqui vão concordar que nenhum destes desfechos foi mais inesperado do que o que acabamos de presenciar aqui. Blaise é o homem mais centrado que eu já conheci – e eu conheci muitos, diga-se de passagem. Ora, amor, não me olhe assim, você sabe! E Luna... Ela é certamente a pessoa mais sonhadora que já colocou os pés nesta casa. Não estou brincando, gente. Se a mãe dele visse uma coisa dessas, ela teria um infarto, eu juro!

Ao mesmo tempo, é absolutamente certo. Quando eles olham um para o outro, existe uma mágica muito maior do que tudo que aprendi, na escola ou na guerra. É simples: o mundo inteiro para de existir, são apenas os dois. Eu duvido muito que eles estejam sequer ouvindo uma palavra do que estou dizendo.

Luna é capaz de fazer Blaise se esquecer de absolutamente todas as coisas e simplesmente aproveitar o momento. Nunca, nenhum de nós, amigos de toda vida, conseguimos chegar sequer perto de tal feito. Ela é especial, claro, também ninguém pode discordar disso. Ela tem uma leveza, uma poesia, uma facilidade de compreender os outros que é uma benção para todos que a conhecem.

Blaise, por outro lado, é o amigo firme, sempre ao nosso lado, inclusive quando estamos fazendo uma burrada e procurando vingança entre pessoas que são boas demais para isso. Ele está sempre pronto para nos avisar do que vai dar errado, prever as conseqüências, e nos dar o ombro para chorar. E quando erra, não se incomoda com as acusações, e simplesmente aceita que existem algumas coisas que são simplesmente imprevisíveis.

Talvez justamente por isso eles consigam combinar tanto: eles vêem além do momento, eles vêem um todo que é invisível para a maioria de nós. Enquanto ela é capaz de sentir antes mesmo que entender, ele entende até mesmo o que não se consegue realmente sentir ainda. Um complemento perfeito, eu diria, entre duas peças completamente díspares.

A pele negra contra a branca, os cabelos dourados contra os escuros, todos os contrastes servem para lembrar a eles de como são diferentes, mas não ficaram no caminho. Eles passaram por cima de todas as diferenças, somando ao invés de subtrair, dando a todos nós – seus amigos, com grandes doses de briguinhas tolas e drama em nossos relacionamentos – uma senhora lição de como podemos ser melhores.

Separados, Blaise e Luna são extraordinários. Mas juntos, eles nos fazem acreditar que não existe impossível, que todas as dificuldades podem ser superadas, que o amor, realmente, tudo aceita, tudo vence, tudo conquista. Que os opostos, na realidade, se atraem, na ciência como na vida. Todos somos provas disso, mas nenhum tão bem quanto eles dois.

(Ao menos, é o que eu acho. Ela certamente culpará os zonzóbulos, e ele falará sobre probabilidades. Mas tem coisas que nem a magia nem a matemática podem explicar, e esse relacionamento é uma delas. E não estou disposta a discutir isto, ouviram bem?)