Oi, gente!
Meu nome é Ana Serena Tsukino.
E espero que vocês curtam essa fanfiction!
Esta história é baseada num livro que eu li e a sua mensagem nos cala fundo em nossos corações.
Ficarei feliz se alguém a ler!
Espero que mandem reviews!
Kisses!
Desclaimer: os personagens de Inuyasha e Naruto não me pertence! Que peninhaT.T . Já Keiko e Satiko foram inventas por mim!!
Chapter 01:
Meu nome é Kakashi, cidadão do Universo, membro dos Escrivães Celestiais. No momento meu olhar está voltado para a esquina das ruas 1ªSul e 2ª Norte na cidade de Tókio, no Japão. Enquanto espero, contarei a vocês por que este local é tão importante para mim. Registrar as atividades do Planeta Terra constitui a solene atividade dos Escrivães Celestiais.
Temos registrado guerras e tratados de paz, enchentes, fomes, revoluções, eras de prosperidade, e atrocidades além de nossa imaginação santificada. A igreja, obviamente, tem sido o ponto focal de nossas observações, pois o Príncipe investiu nela muito mais do que ela própria jamais poderá compreender.
Um homem idoso acaba de virar a esquina. Um homem mal vestido, e sujo que há muito tempo atrás magoou o frágil e tremulante dom da vida em mãos encardidas e descuidadas. Mais ainda não chegou a hora. Que alívio!
Nós, os Escrivães Celestiais, ficamos admirados com a falta de visão dos humanos. Eles se comportam como se a Terra fosse o centro do Universo e não apenas uma partícula de poeira cósmica. A humanidade tem uma concepção muito limitada de sua condição, embora o Rei lhes tenha tornado o assunto bem claro no livro que eles chamam de Bíblia. Muitos não a levam a sério, alguns absolutamente não crêem nela, e mesmo aqueles que professam seguir o Príncipe muitas vezes parecem mais entusiasmados com um carro novo ou uma reunião social da igreja do que com Seu retorno. É verdade que Ele tem alguns realmente dedicados, os quais Lhe dão muita alegria. Às vezes Ele fica verdadeiramente radiante ao observar um aqui outro lá que insiste em pertencer-lhe.
Eu costumava sentir uma santa impaciência com todos eles, por causa dEle. Sua ingratidão parecia imperdoável. Uma raça arrogante com tão pouco que lhe permita ser arrogante. Mas, aos poucos, com o passar dos séculos, cheguei a amá-los, especialmente desde que Ele foi viver com eles. Ao observá-Lo lá, tão semelhante a eles que às vezes eu tinha de olhar duas vezes para distingui-Lo na multidão, comecei a vê-los através de Seus olhos. Quando eu via Seu cansaço, entendia o deles. Quando o Rebelde O perseguia implacavelmente, tive uma concepção de quão desesperadora é a condição deles. Quando Ele chorava, eu podia sentir as lágrimas deles. Assim, tem sido com uma compaixão crescente que tenho registrado as atividades dos terrestres ao longo destes dois mil anos passados.
Aparece um casal, um casal simpático, na primavera da vida terrestre. Ela está segurando o braço dele, e eles estão rindo. Mas, o que é que faço com um casal, se só quero uma pessoa? Felizmente ainda restam alguns momentos.
Então vamos continuar com minha explicação. Ultimamente fiquei cansado de observar as massas, de transcrever sua estranha lealdade a um líder corrupto após outro. Meu coração se parte por causa dos milhões que vivem na miséria e treme pelos ricos folgazões e indiferentes. Já senti um tremendo desejo de me concentrar em indivíduos, embora esta seja a direta incumbência dos Anjos Relatores, um segmento completamente separado dos Escrivães Celestiais.
Fiquei tão obcecado com a idéia que pedi permissão ao próprio Rei para concentrar minha atenção num terrestre. Esclareci que não desejava registrar todos os pensamentos e motivos do indivíduo com a perfeita precisão requerida para o julgamento, mais simplesmente compilar uma observação mais geral da reação de um humano ao ambiente de pecado. Ele me concedeu permissão e eu estou sentindo um entusiasmo que não sentia há séculos, embora não possa determinar precisamente por quê.
Recebi muitas sugestões de meus companheiros escrivães, que graciosamente participaram de meu entusiasmo. Alguns instaram comigo para que escolhesse um bebê recém-nascido, outros recomendaram um jovem de inteligência superior. Eu mesmo considerei a hipótese de procurar uma criança com forte inclinação espiritual, mas por fim decidi que não desejava nenhuma destas limitações em minha experiência. Escolherei alguém ao acaso.
Em realidade, decidi ontem(vocês notarão que já estou usando a terminologia de tempo da Terra) que concentrarei meu estudo na primeira pessoa que virar a esquina das ruas 1ªSul e 2ª Norte na cidade de Tókio após as 18:00h da tarde, hoje. Este momento está se aproximando, e estou cheio de expectativa, pois meu estudo se centralizará neste cidadão particular da Terra, quem quer que seja ele, até o fim de sua vida.
Esta rua residencial não está movimentada neste instante, uma vez que a maioria da classe trabalhadora já foi para casa. O relógio do Banco Matshushe marca 17:56. Estou com os olhos fixos na esquina designada. As folhas giram ao redor dos edifícios levadas pelo ativo vento outonal. Elas me fazem lembrar que deve ser assustador viver num planeta onde, mais cedo ou mais tarde, tudo morre.
Um garoto vira a esquina correndo, com uma raquete de tênis na mão, mas são apenas 17:59. Quase fiquei triste. Ele é um rapazinho simpático.
Agora. Precisamente agora. A próxima pessoa. São 18:02. Logo estará escuro, e poucos se arriscam a sair, pois as ruas das cidades no Planeta Terra não são seguras à noite.
Mas espere. Uma figura miúda vira a esquina, com seu casaco cintado açoitado pelo vento. Uma jovem. Ou talvez não seja tão jovem. Na casa dos trinta, eu diria. Engraçado, eu nunca havia pensado em estudar uma mulher. Elas parecem ser criaturas bastante complexas. Ela, com movimentos flexíveis e rápidos, tem por trás de si a luz dos tênues raios prateados do sol do fim de outubro. Num relance descobri como vou chamá-la: Raio de Luz. Claro! É perfeito!
Vejo-a descer apressadamente a rua, subir as escadas de um bloco de apartamentos e tomar um elevador até ao sétimo andar. Noto que ela parece nervosa no elevador, como se não pudesse tolerar a demora. Ela entra finalmente num apartamento com a placa que diz: Kagome Higurashi cumprimenta duas garotinhas, uma de cerca de nove ou dez anos, outra com cerca de seis.
Por um momento, enquanto as abraça, sua face se suaviza, mas ela joga o casaco no espaldar de uma cadeira e todo o seu ser uma vez mais voltou ao ritmo dos terrestres que vivem em cidades.
A filha mais velha –Raio de Luz a chama de Keiko – já está fritando alguns hambúrgueres numa panela elétrica, e a menorzinha está pondo a mesa. Raio de Luz faz uma salada mista, e elas se assentam para comer. Fico bisbilhotando descaradamente, pois desejo saber tudo sobre o meu novo projeto o mais rápido possível.
Raio de Luz: Fico preocupada ao você usar a panela elétrica, Jen. Você precisa ser super-cuidadosa. Prometa-me.
Keiko: Não vou me queimar, mamãe. Não se esqueça que eu vou fazer dez anos dentro de duas semanas.
Raio de Luz: Prometa-me, Jen!
Keiko(contrariada): Certo, certo. Prometo que vou ter cuidado. Eu queria que a senhora falasse para Carol não ficar comendo balas antes do jantar. Veja, agora ela está só beliscando a comida.
Raio de Luz: Sua irmã está certa, benzinho. Nada de balas antes do jantar.
Satiko: Diga para ela sair do meu pé. Ela não é minha chefe só porque é três anos mais velha.
Keiko: Ah, sim, eu sou quando a mamãe não está por perto.
Raio de Luz(impaciente): Vamos parar vocês duas. Depois de argumentar com fregueses na loja o dia todo, não posso agüentar a briga de vocês quando chego em casa. Meus nervos estão arruinados. Agora calem a boca.
(As duas meninas comem caladas, e o som dos talheres e da louça, lembrando o ruído de comércio, conspira contra o silêncio. Raio de Luz deixa a comida pela metade e vai para poltrona assistir ao noticiário na televisão.)
Satiko: Papai telefonou para dizer que não vai passar aqui para nos ver no sábado. Ele vai estar fora da cidade.
Raio de Luz: Não me fale sobre seu pai. Há semanas que ele não vem aqui. Por que ele se incomoda de telefonar com essas desculpas ridículas? Ei, filhinha, não fique assim. Ele não vale uma única lagrimazinha.
(Elas arrumam a cozinha e assistem TV antes de Raio de Luz mandá-las para cama. Ela se senta, então, na sala pouco iluminada, e a fumaça de um cigarro circunda sua cabeça pequena e bem feita. Sua face na penumbra é bonita, embora de certa forma envelhecida e triste.)
Sinto raiva ao olhar para ela. Raiva do Rebelde, e do que os terrestres têm sofrido nas mãos dele. Anseio poder escrever através do céu azul a solução simples para a triste condição deles.
Jesus Cristo, Príncipe do Universo, é de vocês, Planeta Terra. De vocês para curar-lhes a doença, confortá-los na solidão e torná-los sãos novamente. Ergam a cabeça. Riam, vibrem e cantem. Aceitem o dom que Ele comprou para vocês por um preço tão alto e dêem-lhe em troca seu amor.
Mas eu sei que mesmo que compusesse meu boletim celestial(os pingos dos "i" s são estrelas) os homens mal levantariam os olhos para ler, e nem creriam. Eles já viram Guerra nas Estrelas, Contatos Imediatos do Terceiro Grau e Abismo Negro, portanto o que mais é novidade?
Raio de Luz apaga o cigarro no cinzeiro e cochila me sua poltrona. Apenas a luz da rua invade a escuridão ao seu redor. Uma escuridão mais profunda do que ela pode imaginar. Olho através da Santa Cidade para o trono, onde o Príncipe e Seu Pai podem ser vistos juntos. Ali há luz em abundância. Luz suficiente para transformar a raquítica Terra num sol ardente. Mas os humanos não precisam tanto de luz como de amor. Se tão-somente eles soubessem que o Príncipe inunda constantemente esse pequeno globo em seu amor! Vejo em Seus olhos, ao observá-los, a mesma solidão que eu vi nos olhos de Raio de Luz está noite, e começo a compreender um pouco de Sua tristeza. Eles precisam um do outro, estes terrestres e o Príncipe. Eles estão unidos de alguma maneira misteriosa além de minha compreensão. Pode ser que tenha acontecido na cruz – ou talvez antes, na estrebaria de Belém ou simplesmente quando Ele palmilhava as estradas deles, comia à mesa deles e curava seus doentes.
È estranho, mas Ele já não é mais nosso, porque pertence a eles. Eles, porém, são infinitamente mais nossos por serem dEle. E com esta confusa observação encerro meu relatório esta noite.
