Prólogo

|Isabella|

Meus saltos batiam contra o piso de linóleo, perfeitamente encerado, como uma canção harmônica e ritmada. O que era irônico, dado ao estado irritado no qual me encontrava. Bebi um pouco do champanhe da taça em minha mão, degustando a sensação do leve ardor em minha garganta.

Passei pelo enorme espelho do salão, vislumbrando-me pela visão periférica. Parei, virando-me de frente para o objeto que possuía o mais puro ouro em suas bordas. A imagem que eu vi ali era de uma mulher linda e confiante. Sua cabeça era erguida; seu rosto perfeitamente maquiado com tons neutros em suas pálpebras e um batom vermelho em seus lábios. Tinha brincos pequenos em suas orelhas e um coque elegante em seus cabelos. Seu bonito corpo estava coberto por um belo vestido preto feito de seda e com um decote generoso, revelando um pouco mais de sua pele cremosa. Suas unhas estavam impecáveis e em seu dedo anelar direito pesava um anel lindíssimo de ouro e diamante, que antes carregava um acordo, agora não sabia ao certo o que era. Tudo harmonizava com a beldade de cabelos castanhos, mas, ainda assim, tinha algo de errado com os olhos refletidos. Eles não tinham mais aquele brilho ambicioso; estavam opacos, amargurados demais.

Naquele momento, eu quis me dá uma tapa por está prestando aquele papel. A mulher no espelho torceu o rosto, mostrando sua irritação anterior, logo em seguida seus olhos tomando foco para as outras pessoas refletidas ali, uma em especial. Ele era alto, tinha um sorriso amplo de dentes brancos e alinhados e parecia fodidamente quente naquele smoking, assim como ele falara para si mesmo ao sair de casa (confesso que eu tinha comentado algo, mas isso não vem ao caso). Seus cabelos eram de um tom exótico e maravilhoso de bronze, totalmente rebeldes, mas que hoje estavam compostos em seu couro cabeludo. Os seus olhos brilhavam no mais puro verde enquanto ele mantinha a sua famosa expressão de ''homem de negócios'', de quem sabia exatamente o que estava fazendo e, inferno, ele sabia! Ele sempre soube muito bem como fazer as coisas e era aquilo que me irritava profundamente. Que me fazia ter vontade de perder a compostura e gritar com ele aos quatro ventos. E, que ao mesmo tempo, fazia-me desejá-lo mais do que nunca.

O nome da minha irritação e tormento era o meu noivo Edward Anthony Cullen, ou, como eu prefiro chamá-lo: o homem de um milhão de dólares.