Gélido
Todos o chamavam de frio, gélido, coração de gelo e eu nunca achei isso. Por muito tempo, acreditei no contrário; defendia-o dizendo que ele era, na verdade, aconchegante. Suas monossílabas eram calorosas, seus gestos tinham uma pitada de carinho, seu olhar terno acalentava uma alma perturbada – pelo menos a minha, sim. Neji, o tal boneco de neve humano, não era como todos diziam; eu acreditava nisso com todas as minhas forças.
Neji podia ser frio, mas era como o inverno: frio e aconchegante, tempestuoso vez ou outra, triste quase nunca, só um tanto solitário... Até o dia que abriram meus olhos, aliás, eu tomei um choque de realidade, que fez com que eu parasse de idealizá-lo de tal forma. Neji resolveu ir embora e deixou aqui sua maior característica: o vazio gélido de seu coração, como um rigoroso inverno que perduraria até o meu fim.
Cada lágrima chorada era como um floco de neve que acariciava o meu coração. Cada noite mal dormida era como uma nevasca atordoando todo o meu interior. Cada segundo sem Neji, era um segundo sem a Tenten que emanava a luz do sol de verão. Porque essa Tenten não queria conhecer o que existia dentro daquele coração Hyuuga, somente queria continuar sendo acalentada por cada gesto e olhar gélido de Neji.
