Abrem-se as cortinas.

MAIS UMA PRODUÇÃO DE KARORU E MIZINHA CRISTOPHER!

Le Passe

Capítulo 1 – O Aprendiz e a Chuva

Roy Mustang. O homem mais sortudo do mundo. Era o que ele achava. Tinha conseguido conquistar todos os tipos de mulheres possíveis. Gordas, magras, altas, baixas, morenas, ruivas e louras. Mas seu coração só bate mais forte por uma. Uma loura. A mais bela de todas as belas... Aos olhos dele. Ela nunca fez questão alguma de ser o centro das atenções moço, mas conseguiu. Com seu simples charme natural. Mas agora, ele já havia conquistado a moça. Mas, antes disso, já havia a conquistado. Só não sabia que era a mesma pessoa...

– Ahhh, chegaaa! – Berrou Roy. Estava ele e o sensei Hawkeye numa grande biblioteca. Estavam sentados, lendo livros. Na frente deles, toneladas de livros abertos, lidos e remexidos. Depois do berro dele, que deveria ter uns 17, 16 anos, pode se ouvir de todos da biblioteca um sonoro "Shhhhhhh!!!"

– Quieto, aprendiz. Ainda não terminamos aqui. – Disse o sensei, continuando mexer nos livros. Pegou um, olhou para a capa e viu um símbolo de alquimia do fogo. Jogou na frente de Roy e disse – Quando terminar de ler esse daí, leia o outro.

– Mas sensei...

– Nem mais sensei, nem menos sensei. Leia. Está com fome?

– Sim... – Respondeu cabisbaixo.

– Azar o seu. – Sorriu.

– Quanta generosidade... – Retrucou.

– Um dia vai me agradecer. – Virou as costas. – Vou a lanchonete ali da frente. Estou com uma fome...

Roy nem tentou retrucar denovo. Sabia que, no fim das contas, iria passar fome. Suspirou. Estava realmente faminto. Com tanta fome... Nem conseguia acompanhar os parágrafos direito. Espreguiçou-se e , sem querer, derrubou sua mochila no chão. Detalhe era que ela estava aberta. Sendo assim, derrubou tudo no chão. Novamente o sonoro "Shhhhhhhhh!". Tentando fazer o menor número de barulhos possíveis, tentou colocar, um a um, devolta na mochila. Quando encontrou um pratinho tampado. Tirou a tampa sentiu um cheiro delicioso... Era um misto quente... Saia até fumacinha... E ao lado do pão, tinha um bilhete:

"Senhor Mustang,

Se está abrindo esse potinho é porque meu pai não quis te dar comida, certo? Bom... Eu fiz esse misto quente para você... Se você não comer, pode ficar doente. E isso seria ruim demais... Bom, espero que goste!

Lisa Hawkeye."

– Hehe... Essa menina está me dando mole. – Sorri maliciosamente para a carta. Aquela caligrafia perfeita, tão bem escrita e com "um toque feminino". Só podia ser. Comeu tudo rapidinho, guardou tudo na bolsa. Exceto o bilhete, que guardara dentro do casaco. Saindo da biblioteca, encontra seu sensei.

– O que faz aqui? – Perguntou irritado.

– Eu... Er... – Havia se esquecido de ler os livros. Estava encrencado. Mas seu sensei o interrompeu.

– Bom, rapaz, chegou em boa hora. – Disse sorrindo e pondo a mão no ombro do seu aprendiz. Roy estranhou. Quem era aquele estranho e o que havia feito com seu sensei? – Tenho que passar em vários lugares hoje... Na outra cidade... Nem sei se vou voltar hoje... Vou demorar muito, muito meso para chegar em casa. Poderia ir na minha casa e cuidar cãs coisas?

– Por que eu? – Desanimou Roy.

– Nunca se sabe. Já pensou entra um tarado na minha casa e leva minha filha? – Riu. Agora Roy se lembrara. Lisa! Aquela era uma oportunidade de ouro de encontrá-la sem seu pai para... Conversar. E saber se aquele bilhete era amigável ou apaixonado. Sorriu.

– Cuidarei dela como se fosse minha... – Silêncio. – Cuidarei dela. – Sorriu tentando mostrar um Roy puro e ingênuo. Apesar de seu sensei saber que Roy era meio... Mulherengo, precisava de alguém para cuidar daquela que chamava de "pequena Lisa" que, quando na verdade, de pequena, não tem mais nada.

– Quando posso ir? – Perguntou.

– Agora. Está esperando o quê, muleque? – Apontou para cima. O céu estava completamente nublado. Podia se ver alguns relâmpagos bem fracos em meio as nuvens. Em coro, os dois disseram:

– Odeio chuva... – Um olhou para a cara do outro, se estranhando. Sensei fez uma cara maligna de quem diz: "VAI LAGO, MULEQUE!"

– Bom, vou indo... – Tomou rumo para a casa de seu sensei e sua adorada filha. Quando chegou, bateu na porta. Ninguém. Bateu na porta de novo. Ninguém... Bateu com mais força. De repente, a porta e fortemente e rapidamente aberta. Uma Lisa com cara emburrada aparece, gritando:

– Que você quer, seu...?! – Arregalou os olhos. Era uma miragem? Roy Mustang? Em sua porta? Sem seu pai para atrapalhar? Corou. – Ahhh! Desculpe-me senhor M-mustang! – Mustang sorriu. Aquela era a prova da qual precisava. Estava na cara de que ela estava dando mole. Aquilo era perfeito. Ela era linda. Mesmo com aquele cabelinho curtinho, era tão fofa, afetuosa e meiga. Não que ela quisesse. Sempre quis ser fria como seu pai, mas com Roy não conseguia. Tentava, mas seus olhos a entregavam. Sem nenhuma cerimônia, Roy foi entrando. Coisa que jamais faria na presença de seu sensei. Mas aquele momento era a hora de fazer tudo o que se queria fazer, mas a presença do "papai" impedia.

– Não se preocupe, Lisa. – Sorriu daquele jeito sacana que só ele consegue.

– ... – Apenas o encarou. Roy tirou de dentro do casaco o bilhete e entregou nas mãos dela. Sussurrou em em seu ouvido com a voz mais sexy que podia.

– Estava uma delícia... – Lisa estremeceu. Parecia que seu corpo era pesado demais para suas pernas. Apenas deu um gemidinho entre os dentes. Estaria ele falando mesmo do misto quente? Roy persebeu: definitivamente, aquela noite não seria de toda perdida. Se afastou dela e fez aquela cara sacana denovo... (off para mi-chan e ka-chan: LINDO, TESÃO, BONITO E GOSTOSÃO!)

– Seu pai não vai dormir aqui hoje. – Sorriso de canto de boca. – Sabia? – Lisa acordou do transe. Aquilo era ruim ou era bom?

– Então o senhor não deveria estar aqui. – Abaixou a cabeça. Roy levantou a rosto dela, aproximou sua cabeça, encostando sua testa na dela, levemente.

– Foi idéia dele que eu viesse até aqui... Não se preocupe... Eu não mordo. – O que ele quis dizer com isso? Como assim "não morde"? Essas eram as perguntas que rondavam a cabeça de Lisa. Ver seu rosto tão próximo ao dele fazia com que ficasse mais corada. Sabia disso, afinal, sentia o calor chegando as suas bochechas. Aquele momento teria sido mais especial se não tivesse começado a chover. Ambos olharam para fora da janela. Era uma tempestade das grandes. Lisa foi se afastando da janela bem devagar, sem que Roy percebesse, já estava ela do outro lado da sala. O que Hawkeye está escondendo?

E aí? Que tal?

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